Fanfic: One more night | Tema: Maroon 5

Eram duas da manhã e meu celular começou a tocar descontroladamente. Várias mensagens de muitas marooners desesperadas. Me assustei e parei para ler todas elas calmamente. Bom, era o que eu queria, até começar a ler a primeira:

"Eles estão vindo para cá, Rafa! Eles estão vindo! Vão fazer shows no Brasil"

Não me contive. Gritei com todas as minhas forças, desesperadamente, acordando todos da minha casa em um minuto. Eu estava muito feliz, o Maroon 5 iria vir ao Brasil e eu não perderia o show deles por nada nesse mundo, de jeito nenhum.

Minha mãe assustada, batia na porta e gritava para que abrisse para ela imediatamente. Corri , abri e logo em seguida pulei nos braços dela e comecei a chorar como um bebê. Eu estava muito feliz, e nada, nem ninguém, mudaria meu humor naquele dia.

Acordei às sete da manhã em ponto, desci as escadas correndo na esperança de ainda encontrar meu pai em casa. Chegando na cozinha, o vi sentado na mesa tomando seu café da manhã e lendo seu jornal tranquilamente. 

- PAI, ADIVINHA QUEM VEM FAZER SHOW NO BRASIL? - Gritei, como se ele fosse um surdinho.

- Você só pode estar brincando comigo, minha filha... 

- Dessa vez não, pai. Eu já chequei em todos os sites, e até no oficial. Eles vem!

Meu pai abaixou a cabeça para voltar a ler o jornal, quando eu pulei em cima dele e comecei a cantar Misery. Ele adorava aquela música. Eu sabia disso. Eu precisava me comportar muito bem para que ele me levasse no show dos meus meninos. Ele passou a mão na minha boca no intuito de me calar, mas isso só fazia com que eu continuasse a cantar, e mais alto.

- Filha, hora de ir. Licença para o papai. - Meu pai disse calmo - Você amassou minha roupa, ah não.

Levantei e corri para meu quarto, precisava me arrumar para a escola. Fui em direção às minhas roupas e retirei meu uniforme do guarda-roupas. Coloquei-o em cima da cama e adentrei ao banheiro. Foram minutos de cantoria até minha mãe bater na porta e dizer que eu estava atrasada para a aula.

Desci do carro correndo e esqueci de dar tchau para minha mãe, que nem se importou muito e saiu em desparada para o seu trabalho. Mesmo ela sendo dona do seu próprio negócio, ela deveria ser a primeira a chegar para abrir o Café para os funcionários e clientes, aliás, várias pessoas faziam sua primeira refeição do dia alí.

Peguei uma escova em minha mochila na tentativa frustada de arrumar meu cabelo que havia desarrumado dentro do carro. Sidney me viu de longe e correu até onde eu estava. Todo sorridente.

- VOCÊ JÁ VIU, NÉ RAFA?!

Eu só conseguia rir, ele estava com um moletom escrito "Adam, me engravida". Bem irônico. 

- Já sim, não consegui nem dormir direito, acredita? Eu realmente estou esperando por esse dia faz tempo. Estou boba, sério Sid!

Em nossa direção, vinha Letícia, minha melhor amiga desde que me entendo por gente. Ela odiava Maroon 5, mas respeitava, por mim. Dei um abraço e cantei Payphone no seu ouvido, de implicância. Ela sorriu e me empurrou. Não ficou nem um pouco irritada.

- Então é isso. Eles vem, Rafa. - Ela disse com o maior sorriso no rosto.

Ia pular em seus braços, mas o sinal do colégio tocou.

- Salva pelo gongo, leti! - Disse sorrindo.

Entramos na sala e o professor começou a passar calculos, mas eu não estava nem um pouco afim de fazer dever naquele momento. Eu só queria sonhar e sonhar com o momento em que os veria. Fui interrompida pelo barulho do Sidney caindo da cadeira e todos rindo dele. Por um segundo, eu achei engraçado, mas logo voltei para meus sonhos.

Terminando a aula, corri para a parada e peguei meu ônibus. O menino mais bonito da sala entrou na parada seguinte e sentou do meu lado. Ele era bem perfumado e o seu corte de cabelo me lembrava o Mickey. 

- Oi, Rafaela? Esse é o seu nome, né?! - Ele disse, meio confuso.

Caramba, o garoto mais hot da sala tinha falado comigo por livre e espontânea vontade. Eu fui no céu e voltei.

- Oi, sim. Esse é o meu nome. - Disse, gaguejando.

Ele pegou na minha mão e me olhou nos olhos, respirou fundo e abaixou a cabeça, logo em seguida largando minha mão rapidamente. Me olhou e sorriu.

- Sempre tive uma queda por você. E eu sempre soube seu nome. Só queria ter algo para falar com você. Então, você é muito linda. Nunca peguei esse ônibus, quando vi você nele, logo entrei. Tomei coragem e estou... Aqui. - Disse ele, com uma expressão de vergonha.

Então o menino mais lindo da sala era mega afim de mim. Isso mesmo, produção? Sim, isso mesmo. Eu estava soltando fogos por dentro. Me fiz parecer confusa para não mostrá-lo que era afim dele. Minha parada chegou e eu levantei.

- Aqui que eu desço. Você vem?

Ele fez que sim com a cabeça e me seguiu até a saída do ônibus. Minhas mãos estavam suadas e quentes. Me virei e sorri, insegura.

- Minha casa. Essa verde. Aqui. - Disse, pausadamente, como uma idiota nervosa.

Ele riu muito, e se virou para ver a casa. Voltou o olhar para mim e me deu um beijo na testa. 

- Posso te pegar para irmos à escola juntos amanhã? - Ele disse com as mãos no meu rosto.

Eu afirmei com a cabeça e o abracei. Quando o soltei, fui puxada pela cintura e beijada. Foi o melhor beijo da minha vida. Foi longo e apaixonado. Me senti nas nuvens por alguns segundos. Me apaixonei mais ainda por aquele menino.