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Capítulo: 10? Capítulo

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- Seu dono me ordenou que suba a seu garupa, Sileno - disse - . Rogo-te que te esteja quieto, porque sigo te tendo muito medo.
Christopher já tinha terminado de preparar-se. Agora permanecia imóvel ao outro extremo do claro, observando Dulce com crescente assombro enquanto esta falava com seu cavalo. Não podia ouvir o que lhe estava dizendo. Deus, mas se estava tentando subir à cadeira de montar do lado equivocado! Christopher se dispôs a gritar uma advertência, seguro de que o animal se zangaria, mas as palavras ficaram obstruídas em sua garganta quando viu que Dulce tomava assento no alto do enorme animal. Todo aquilo era incorreto e certamente estranho, e Christopher não ficou mais remedio que suspirar. Agora entendia por que Dulce sempre se agarrava a ele quando cavalgavam juntos. Tinha-lhe medo do seu cavalo. Christopher se perguntou se seu ridículo temor se achava limitado a seu corcel ou abrangia a todos os cavalos.
Christopher reparou em que o sempre nervoso corcel não tinha movido nem um só músculo para perturbar a torpe ascensão de Dulce para a sela. E que o pendurassem se ela não se inclinou para baixo e lhe disse algo mais ao animal uma vez que teve conseguido instalar-se!
- Viu o que eu acabo de ver?
Eddy tinha formulado a pergunta detrás das costas do Christopher.
Christopher assentiu, mas não se voltou. Seguia olhando Dulce com um sorriso congelado nas cantos de seus lábios.
- Quem supõe que lhe ensinou a montar? - perguntou Eddy, sacudindo a cabeça com uma careta de diversão - . Não parece ter nem a mais remota idéia de como se faz.
- Ninguém lhe ensinou - comentou Christopher - . Isso é óbvio, Eddy. E é curioso, mas meu cavalo não parece sentir-se muito aborrecido pela falta de educação de Dulce - acrescentou, sacudindo a cabeça e pondo-se a andar para a dama da qual tinham estado falando.
O jovem escudeiro, Ansel, foi para Dulce da direção oposta. Um sorisinho depreciativo iluminava seu sardento rosto, e começou a explicar a Dulce a respeito de sua evidente incapacidade para montar.
- Tem que montar pela esquerda - disse com grande autoridade. Depois lhe agarrou a mão, como se fora a baixá-la ao chão de um puxão para que pudesse voltar a montar corretamente. O corcel começou a dar coices no mesmo instante em que aparecia Christopher. A mão do Ansel saiu voando, ao igual ao resto de seu corpo.
- Não volte a tocá-la nunca!
O rugido do Christopher seguiu ao Ansel enquanto este caía ao chão. Aparentemente ileso depois da caída, o escudeiro se apressou a incorporar-se assentiu submisamente.
O pobre moço parecia estar tão horrorizado por ter aborrecido a seu senhor que Dulce decidiu intervir em sua defesa.
- Seu escudeiro teve a consideração de me instruir - declarou - . Queria me ajudar a baixar, porque em minha pressa cometi o estúpido engano de montar pelo lado equivocado.
Ansel lançou um rápido olhar de gratidão a Dulce antes de voltar-se para seu senhor para inclinar-se ante ele. Christopher assentiu, aparentemente satisfeito com a explicação.
Quando Dulce compreendeu que Christopher se dispunha a montar ao Sileno, fechou os olhos, segura de que não demoraria para ver-se lançada ao chão.
Christopher a viu fechar os olhos antes de que Dulce separasse sua face dele. Sacudiu a cabeça, perguntando-se que demônios podia estar lhe ocorrendo agora, e depois subiu à cadeira e depositou Dulce em cima de seu colo em uma sozinha e rápida ação.
Dulce ficou envolta na grosa capa de Christopher e apoiada no peito deste antes de que pudesse começar a preocupar-se com aquele ato.
- Você não é melhor que Guilhermo - murmurou para si mesmo - . Acaso pensa que não me dei conta de que nem sequer esperou o tempo de enterrar a seus mortos antes de que saísse da fortaleza de meu irmão? Sim, pois claro que me dava conta disso. É igualmente implacável. Matas sem mostrar nenhum sinal de remorso.
Christopher teve que recorrer a todo seu auto domínio para não agarrar a sua prisioneira e sacudi-la até lhe colocar algum sentido comum na cabeça.
- Dulce, não enterramos a nossos mortos porque nenhum de meus homens morreu - disse-lhe finalmente.
Dulce ficou tão surpreendida por sua resposta que se atreveu a levantar a vista para ele. A parte superior de sua cabeça se chocou com o queixo dele, mas Dulce não desculpou-se.
- Havia corpos jazendo por todo o chão, Christopher. - Eram os soldados do Guilhermo, Dulce, não meus - respondeu Christopher.
- Esperas que eu creia que seus soldados são superiores aos deles...?
- Espero que deixe de fazer piadas, Dulce - respondeu Christopher.
Ela soube que Christopher falava muito a sério quando lhe cobriu bruscamente a cabeça com a capa.
Dulce chegou à conclusão de que Christopher era um homem horrível, e de que obviamente não tinha coração. Sim, porque se tivesse emoções humanas então nunca teria sido capaz de matar com semelhante facilidade.
O certo era que Dulce não podia imaginar a si mesmo tirando a vida de outra pessoa. Ter levado uma existência tão encerrada com só o pai Berton e seus dois companheiros não a tinha preparado para enfrentar-se a alguém como Guilhermo ou Christopher.
Dulce tinha aprendido que a humildade era uma meta imensamente valiosa. Se obrigava a adotar a mansidão diante de seu irmão enquanto fervia de ira por dentro. Rezava para que ela não tivesse uma alma tão escura como a de Guilhermo. Não tinham compartilhado o mesmo pai. Dulce queria acreditar que a ela só sim tinha dado a bondade do lado materno da família, e nenhuma das vis peculiaridades de seu pai. Se enganava a si mesmo com tal esperança?
Não demorou para achar-se muito esgotada para que pudesse seguir preocupando-se. A marcha daquele dia estava demonstrando ser a mais difícil de suportar, e os nervos de Dulce se viram submetidos a uma dura prova. Ouviu a observação de um dos soldados que já quase estavam em casa, e possivelmente porque acreditava que já se divisava o final, cada nova hora lhe pareceu muito mais larga que as anteriores.
O terreno, escarpado e montanhoso, obrigava-os a ir mais devagar. Christopher não podia manter seu frenético ritmo de marcha habitual. Foram vários os momentos nos que Dulce esteve segura de que o corcel ia tropeçar com algo, e passou a maior parte daquele longo e torturante dia com os olhos fechados e os braços de Christopher ao redor dela. A preocupação terminou levando-a ao esgotamento, convencida como estava de que não demorariam para ver-se despencando para algum daqueles precipícios aos que tanto parecia gostar de aproximar-se todo o possível ao Sileno.
Um dos soldados gritou a nova quando por fim chegaram às terras dos Wexton. Um coro de vivas ressonou pelas colinas. Dulce suspirou com alívio. Recostou-se no peito de Christopher e sentiu como a tensão ia dissipando-se rapidamente de seus ombros. Encontrava-se muito cansada para poder preocupar-se com o que lhe ocorreria quando entrasse no lar de Christopher. O mero feito de descer do Sileno já era suficiente bênção por agora.
O dia tinha ido voltando-se cada vez mais frio. Dulce foi se impacientando progressivamente à medida que os minutos necessários para chegar às terras dos Wexton se convertiam em largas horas e seguia sem poder divisá-la fortaleza do Christopher.
As últimas luzes do dia já estavam desvanecendo-se quando Christopher ordenou fazer um alto. Foi Eddy quem o convenceu de que parassem. A áspera troca de palavras que teve lugar entre os dois irmãos indicou a Dulce que aquela parada não era do agrado de Christopher. Também se deu conta de que Eddy não parecia sentir-se nada ofendido pelas duras observações de seu irmão maior.
- Acaso é mais fraco que nossa prisioneira? - perguntou Christopher a Eddy quando este insistiu em que descansassem durante uns minutos.
- Já não sinto as pernas - replicou Eddy com um encolhimento de ombros.
- Lady Dulce não se queixou - comentou Chistopher depois de ter elevado a mão para indicar a seus homens que deviam deter-se.
- Seu prisioneira está muito assustada para dizer algo - zombou Eddy - . Esconde-se debaixo de seu capa e chora junto a seu peito.
- Não acredito - respondeu Christopher, separando-se um pouco a capa para que Eddy pudesse ver o rosto de Dulce - . Vê alguma lágrima, Eddy? - perguntou-lhe depois em um tom cheio de diversão.
Eddy sacudiu a cabeça. Christopher estava tentando fazer que se sentisse inferior a aquela formosa mulher a qual estreitava entre seus braços. O ardil não lhe tinha afetado nem um pouco, e chegou a rir suavemente. O desejo de estirar as pernas e beber um pouco de cerveja era sua única preocupação naquele momento, junto com o fato de que sua bexiga se achava a ponto de arrebentar.
- Pode que sua prisioneira seja muito boba para conhecer o medo - observou com um sorriso.
A observação não divertiu nem um pouco Christopher. Despediu-se de Eddy com um franzimento de cenho o bastante terrível para fazer que seu irmão saísse correndo, e logo desmontou lentamente.
Christopher seguiu Eddy com o olhar até que este teve desaparecido dentro do bosque, e logo se voltou para Dulce. Dulce estendeu os braços para ele em busca de ajuda, colocando as mãos sobre a curva de seus largos ombros. Até tratou de sorrir.
Christopher não lhe devolveu o sorriso. Não obstante, demorou um tempo imensamente longo em baixá-la ao chão. Suas mãos abrangeram a cintura do Dulce quando a atraiu para ele, mas logo que os olhos dela se encontraram à mesma altura que os dele, e com tão só um pequeno espaço para separá-los, ficou subitamente imóvel.
Dulce estirou as pernas com um gemido de dor que não conseguiu conter do todo. Cada músculo de seu traseiro gritava em uma muda agonia.
Christopher teve a audácia de sorrir ante seu desconforto.
Dulce decidiu que Christopher sempre as engenhava para conseguir tirar quão pior havia nela. Do que outra maneira podia explicar-se aquele repentino e entristecedor impulso de lhe gritar que estava sentindo agora? Sim, Christopher empurrava suavemente ao lado escuro de seu caráter até que conseguia chegar a deixá-lo em um primeiro plano. Mas se ela nunca, nunca gritava a ninguém! Dulce era uma mulher doce e carinhosa, que tinha sido abençoada com um temperamento sensato e aprazível. O pai Berton o havia dito em muitas ocasiões.
E agora aquele guerreiro tentava lhe arrebatar sua bondade natural zombando dela.
Bom, pois Dulce não permitiria que isso ocorresse. Por muito que sorrisse de suas moléstias e suas dores, Christopher não conseguiria lhe fazer perder os estribos.
Olhou-o aos olhos, decidida a manter-se firme embora só fora por uma vez. Ele estava olhando-a fixamente, como se pensasse que dessa maneira poderia encontrar a resposta a algum enigma que o inquietava.
O olhar de Christopher foi baixando lentamente até que se encontrou contemplando a boca de Dulce, e Dulce se perguntou o que estaria olhando até que se deu conta de que lhe estava olhando a sua.
Ruborizou-se, embora sem saber por que.
- Eddy está muito equivocado - disse - . Não sou nenhuma boba.
O sorriso de Christopher, maldita fosse sua negra alma, voltou-se um pouco maior.
- Já pode me soltar - disse Dulce, lhe lançando o que esperava fosse um olhar altivo.
- Se o fizer te cairá de bruços - anunciou Christopher.
- E isso te alegraria? - perguntou ela, fazendo todo o possível para que sua voz empregasse o mesmo e suave sussurro que tinha utilizado ele quando fez aquele comentário tão humilhante.
Christopher se encolheu de ombros e a soltou subitamente, OH, realmente não cabia dúvida de que o barão de Wexton era um homem horrível! Christopher sabia com toda exatidão o que era o que ia ocorrer. Dulce teria caído sobre seu traseiro se não se agarrasse ao braço dele, porque agora suas pernas não pareciam ser capazes de recordar no que consistia sua obrigação.
- Não estou acostumada a cavalgar durante tantas horas seguidas - apressou-se a dizer.
Christopher não pensava que estivesse acostumada a montar nem um só instante. Deus, deixava-o cada vez mais confuso! Não cabia dúvida de que lady Dulce era a mulher mais desconcertante com a que já se encontrou. Quando andava era graciosa, mas também podia ser incrivelmente torpe. Eram tantas as ocasiões em que sua cabeça tinha se chocado com o queixo de Christopher que este pensava que Dulce já devia ter o alto da cabeça cheia de machucados.
Dulce não tinha nem a mais remota idéia de quais eram os pensamentos que estavam passando pela cabeça de Christopher. Mas lhe estava sorrindo, e isso era algo do que tinha que preocupar-se. Finalmente pôde soltar-se dele. Lhe voltando as costas, Dulce entrou lentamente no bosque para procurar um pouco de intimidade. Sabia que se movia igual a uma anciã, e rezou para que Christopher não a estivesse olhando.
Quando voltou do denso arvoredo, Dulce descreveu um grande círculo ao redor dos homens, resolvida a expulsar os dores e cãibras de suas pernas antes de que se visse novamente obrigada a subir sobre o Sileno. Deteve-se quando chegou ao extremo mais afastado daquela área triangular, e baixou o olhar para o vale de que acabavam de subir.
Christopher não parecia ter absolutamente nenhuma pressa por reatar a marcha. Aquilo não tinha nenhum sentido para Dulce, posto que recordava o muito que se zangou quando Eddy lhe pediu que fizessem uma parada. Agora se comportava como se dispor de todo o tempo do mundo. Dulce sacudiu a cabeça. Christopher de Wexton era o homem mais desconcertante que ja tinha conhecido.
Decidiu sentir-se agradecida por aquela pausa. Necessitava uns quantos minutos mais a sós para fazer que sua mente se esquecesse de todas suas preocupações, uns quantos e preciosos minutos mais de pacífica solidão nos que recuperar o controle de suas emoções.
O dia quase tinha chegado a seu fim, já que agora o sol estava começando a ficar no horizonte. Magníficas franjas de um intenso laranja e uma tênue cor avermelhada atravessavam o céu, arqueando-se para baixo e lhe dando a impressão de que terminavam chegando a tocar o chão em algum lugar longínquo. Cada estação trazia consigo seus próprios e especiais tesouros, e a nudez do inverno que já se achava muito próximo encerrava uma imensa beleza. Dulce estava tentando ignorar o estrépito que havia detrás dela e concentrar-se em todo o esplendor que tinha debaixo, quando sua atenção foi subitamente atraída por uma faísca de luz que apareceu de repente entre as árvores.
A piscada de luz desapareceu um instante depois. Cheia de curiosidade, Dulce seguiu andando para a direita até que recapturou a luz. Era muito estranho, mas agora a luz parecia estar vindo de outra direção um pouco mais afastada vale abaixo.
Então as luzes se multiplicaram subitamente, até que pareceu como se cem velas tivessem sido acesas no mesmo instante: As luzes tremiam e piscavam.
A distância era grande, mas o sol agia como um espelho e ia aproximando cada vez mais as faíscas. Como fogo, pensou Dulce... ou metal.
Então o entendeu. Só uns homens que levassem armadura podiam explicar a presença de semelhantes reflexos.
E havia centenas deles.
Foge o malvado sem que ninguém o persiga,
mas o justo é tão bravo como o leão.
Provérbios, 28, 1.


Santo Deus, iam ser atacados. Paralisada pelo estupor, Dulce começou a tremer de medo. O fato de que tivesse perdido o controle de si mesmo com tanta rapidez a enfureceu enormemente. Dulce jogou os ombros para trás, resolvida a pensar com lógica. Levou a cabo uma profunda e tranqüilizadora inspiração de ar. Já está, disse-se a si mesmo, agora posso decidir o que é o que tenho que fazer.
OH, como desejou ser valente! Suas mãos tinham começado a sofrer cãibras, e só então se deu conta de que estava espremendo as pregas de sua capa com tal força que lhe doíam os dedos por causa da pressão.
Dulce sacudiu a cabeça, rezando para que a ajuda divina a ajudasse a decidir-se.
Como prisioneira de Christopher, certamente não tinha o dever de alertá-lo a respeito da ameaça que se estava aproximando. Podia guardar silêncio e fugir logo que tivesse começado a batalha.
Aquela possibilidade não demorou para ser descartada quando Dulce compreendeu que no caso de que fizesse tal coisa, então haveria ainda mais mortes. Se avisasse Christopher, possivelmente poderiam apressar-se a sair daquele lugar. Sim, indo imediatamente dali podiam chegar a afastá-lo suficiente para que já não fosse possível atacá-los, e dessa maneira a batalha não teria lugar. Acaso salvar vidas não era mais importante que seus próprios planos de fuga?


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Autor(a): candyroxd

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • marques Postado em 10/07/2008 - 20:26:19

    Não para eu to lendo sua WN,
    e tó adorando, continua tá maravilhosa

  • marques Postado em 10/07/2008 - 20:25:39

    Continua, tá d+, adorei
    Tá perfeita, amei
    Posta+++
    Bjs

  • marques Postado em 10/07/2008 - 20:25:08

    Tá muito bom, não abandona

  • marques Postado em 10/07/2008 - 20:24:26

    Posta +++++++++
    Bjs

  • deborah Postado em 09/12/2007 - 13:04:07

    posta mias tá muito lega!!!


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