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Capítulo: 12? Capítulo

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Capítulo 6
Porque a sabedoria deste mundo é necedad ante Deus.
Primeira epístola aos Corintios, 3, 19


Em seguida ficou evidente que ao barão de Wexton lhe dava absolutamente igual ao elemento surpresa não se achasse de sua parte. Seu grito de guerra ressonou pelos arredores, fazendo-se ouvir com tal força que pouco faltou para que arrancasse as folhas murchas as fazendo cair de seus ramos. Logo soou uma trompetista, enviando dessa maneira uma mensagem adicional a quão soldados estavam avançando de abaixo, e se por acaso tudo aquilo não fosse suficiente, o troar dos cascos dos cavalos que estavam baixando ao galope pelas ladeiras sem dúvida alertou Guilhermo e seus homens da ameaça que se aproximava.
Quase tinham iniciado sua descida, Dulce se viu presa entre Christopher e seu irmão. Os soldados também os rodeavam com seus escudos levantados. Embora Dulce não sustentava semelhante amparo, tanto Christopher como Eddy detiveram os ramos que a teriam arrancado de sua cadeira, utilizando seus escudos em forma de cometa como barreiras contra os nodosos ramos que bloqueavam seu caminho.
Quando os soldados chegaram a um pequeno penhasco que se elevava sobre o lugar que seu senhor tinha escolhido para a confrontação, Christopher atirou das redias do corcel e lhe gritou uma ordem ao animal. O corcel se deteve imediatamente. Ato seguido Christopher utilizou sua mão livre para sujeitar o queixo de Dulce, e lhe aplicou uma firme pressão enquanto a obrigava a elevar o olhar para ele.
Olhos cinzas desafiaram aos azuis.
- Não te atreva a te mover deste lugar - - disse Christopher.
Dispunha-se a soltá-la, mas Dulce deteve sua mão.
- Se morrer, não chorarei por você - murmurou.
Christopher chegou a lhe sorrir.
- Se que o faria - respondeu com voz tão arrogante como suave.
Dulce não teve tempo para lhe responder. Christopher colocou em movimento a seu corcel picando esporas e galopou para a batalha que já estava tendo lugar mais abaixo. Dulce se encontrou subitamente só no alto daquele nu penhasco quando o último dos soldados de Christopher passou junto a ela em um furioso galope.
O ruído era realmente ensurdecedor. O metal se estrelava contra o metal, ressonando com uma intensidade que brocava os ouvidos. Os gritos de tortura se mesclavam com os de vitória. Dulce não se achava o bastante perto para que pudesse distinguir os rostos, mas manteve sua atenção firmemente dirigida para as costas de Christopher. O tordo que montava era fácil de ver. Dulce contemplou Christopher enquanto este blandia sua espada com precisos golpes, e pensou que o barão de Wexton sem dúvida tinha sido bento pelos deuses quando o inimigo o deixou virtualmente rodeado e Christopher fez cair de sua cadeira a cada oponente com mortíferos golpes de sua espada.
Dulce fechou os olhos por um instante. Quando voltou a contemplar a cena, o tordo, tinha desaparecido. Dulce percorreu freneticamente a área com o olhar, procurando o Christopher, e também Eddy, mas não pôde encontrar a nenhum dos dois irmãos. A batalha ia avançando para ela
Não procurou nem por um só instante a seu irmão, sabendo que este não se acharia em pleno centro da batalha. A diferença de Christopher, Guilhermo sempre seria o último em elevar sua espada. O risco era excessivo. Não, seu irmão valorava muito sua vida, em tanto que Christopher não parecia outorgar absolutamente nenhum valor à sua. Guilhermo deixava que os homens que lhe tinham jurado lealdade se encarregassem do trabalho de lutar. E se o curso da batalha terminava voltando-se contra ele, então sempre seria o primeiro em fugir.
- Esta não é minha luta! - gritou Dulce com toda a potência de seus pulmões.
Atirou das redias, decidida a partir com a maior velocidade possível. Não presenciaria nem um só minuto de batalha mais. Se, deixaria-os ali a todos.
- Vêem, Sileno, vamos - disse, ordenando avançar ao animal tal como lhe tinha visto fazer Christopher.
O corcel não se moveu. Dulce atirou das redias, energicamente e com a firme determinação de fazer que o animal obedecesse sua vontade. Os soldados estavam subindo rapidamente para o penhasco, e isso para que a urgência se voltasse subitamente imperiosa.

Christopher estava furioso. Tinha procurado Guilhermo, mas não pôde encontrar nem rastro dele. A vitória sobre seus inimigos realmente careceria de todo significado se o homem que os mandava voltava a escapar. Levantou a vista para lançar um rápido olhar ao Dulce e ficou atônito ao ver que a batalha a estava rodeando. Então Christopher caiu na conta de que tinha estado tão absorto em encontrar Guilhermo que não tinha dedicado suficiente atenção à segurança de Dulce.
Admitiu o engano, reprovando-se não ter sido o bastante previdente para deixar homens que cuidassem dela.
Christopher arrojou seu escudo ao chão, e soltou um estridente assobio que esperava chegasse até seu corcel. O coração lhe subiu à garganta enquanto corria vale acima. Aquela intensa necessidade de proteger Dulce era uma reação totalmente ilógica, disse-se a se mesmo, já que ela era sua prisioneira e ele teria a responsabilidade de mantê-la a salvo. Se, essa era a razão pela qual agora estava correndo para ela, rugindo sua indignação com tanta força como teria feito com qualquer grito de batalha.
O corcel respondeu ao sinal assobiado lançando-se à carga. Agora o animal tivesse permitido que seu cavaleiro tomasse o controle, mas Dulce perdeu as redias quando seus arreios iniciaram aquele súbito galope.
Sileno saltou por cima de dois soldados que estavam chegando ao alto do penhasco, atingindo-os a ambos na cabeça com suas patas traseiras. Os gritos dos soldados os levaram consigo novamente colina abaixo.
Dulce não demorou para achar-se dentro do mais grupos da batalha, com homens a cavalo e mais homens a pé lotando o chão ao redor dela, todos lutando por suas vidas. O corcel do Christopher viu bloqueado seu caminho pelos soldados. Dulce se agarrou ao pescoço do animal e rezou por um rápido fim.
De repente viu, ao Eddy abrindo-se passo para ela. Ia a pé, sustentando uma espada ensangüentada em uma mão e um escudo banguela na outra, rechaçando da esquerda os ataques de que era objeto enquanto ia impulsionando sua espada para diante com a mão direita.
Um dos soldados do Guilhermo se equilibrou sobre Dulce, com sua espada levantada contra ela. Um brilho enlouquecido vidrava seu olhar, como se já tivesse deixado atrás o ponto no que ainda sabia o que se parava.
Dulce compreendeu que aquele homem tinha intenção de matá-la. Gritou o nome de Christopher, mas mesmo assim sabia que agora sua segurança dependia de seu próprio engenho. Não havia mais escapatória que o duro chão, e Dulce se apressou a lançar-se por cima do flanco do cavalo. Não foi o bastante rápida. A espada encontrou sua pele, abrindo um profundo atalho com o passar da coxa esquerda do Dulce. Gritou agónicamente, mas o som morreu em sua garganta quando se chocou com o chão. O fôlego foi bruscamente expulso dela.
Sua capa a seguiu ao chão, posando-se em cima de seus ombros em um confuso montão. Muito aturdida, e achando-se em um estado próximo à comoção, a partir desse momento toda a concentração de Dulce ficou subitamente absorvida pela tarefa de dispor o objeto ao redor de seu corpo, em um lento e árduo processo cuja terminação chegou a converter-se em uma autêntica obsessão para ela. Ao princípio a dor de sua coxa era tão entristecedora que pensou ia morrer devido a ele. E logo um intumescimento muito bem-vindo foi estendendo-se pouco a pouco por sua coxa e por toda sua mente, confiando-lhe novas forças. Levantou-se, sentindo-se ainda muito confusa e bastante aturdida, e se ateu a capa sobre seu seios enquanto contemplava aos homens que combatiam ao redor dela.
O corcel de Christopher a empurrou bruscamente entre os omoplatas, faltando muito pouco para que voltasse a atirá-la ao chão. Dulce recuperou o equilíbrio e se apoiou no flanco do animal, achando um certo consolo no fato de que o cavalo não tivesse fugido quando ela caiu ao chão. O animal também agia como uma barreira, protegendo suas costas de qualquer ataque.
As lágrimas correram por sua face, em uma reação involuntária a todo o aroma de morte que impregnava o ar. Eddy lhe gritou algo, mas Dulce não conseguiu entender o que era o que lhe estava gritando, e o único que pôde fazer foi olhá-lo fixamente enquanto Eddy continuava abrindo-se passo para ela. Eddy voltou a gritar, agora com voz mais premente que antes, mas a ordem se mesclou com o estrépito do metal arranhando o metal e terminou voltando-se muito confusa para que pudesse ser entendida.
A mente de Dulce se rebelou contra todo aquele açougue. Pôs-se a andar para Eddy, acreditando que isso era o que ele desejava que fizesse. Tropeçou em duas ocasiões com os braços e as pernas de guerreiros mortos espalhados pelo chão como desperdícios desprezados, andando sem outro pensamento que não fosse chegar até Eddy, o único homem ao qual podia reconhecer naquele bosque de destruição. Em um canto de sua mente vivia a esperança de que ele a levaria até Christopher, e então estaria a salvo.
Dulce já se encontrava a escassos metros dele quando Eddy foi subitamente atacado por atrás. Eddy se voltou para fazer frente a aquele novo oponente, com suas costas ficando desprotegida. Dulce viu como outro dos homens de Guilhermo aproveitava a oportunidade que lhe oferecia, elevando a lâmina enegrecida de sua espada enquanto punha-se a correr para aquele alvo tão vulnerável.
Tratou de gritar uma advertência, mas a voz lhe falhou e quão único saiu de seus lábios foi um gemido.
Santo Deus, ela era a única pessoa que se encontrava o bastante perto para poder ajudá-lo, quão única podia alterar o desenlace. Dulce não titubeou. Agarrou uma das armas abandonadas de entre os rígidos dedos de um cadáver sem rosto. Era uma enorme e pesada massa coberta de pontas agudas e sangue seca.
Dulce sustentou a arma com ambas as mãos, lutando com seu peso. Agarrando o extremo romo, meio arrastou e meio levou consigo a massa enquanto se apressava a colocar-se em posição detrás do Eddy, com suas costas quase tocando a sua. E logo, esperou a que o inimigo efetuasse seu ataque.
O soldado não se sentiu muito impressionado, já que Dulce oferecia uma frágil defesa contra sua armadura e sua fortaleza. O espiono de um sorriso escureceu seu rosto. Lançando um grito desafiante, correu para diante, sua larga e curvada arma fendendo o ar com uma mortífera intenção.
Dulce esperou até o segundo último possível e então levantou a maça do chão, fazendo-a girar em um grande arco. O terror lhe deu forças. Quão único pretendia era deter o ataque do soldado, mas, os pontas agudas que se sobressaíam do bulbo circular da arma rasgaram os elos da cota de malha deste e entraram na branda carne que havia oculta debaixo dela.
Eddy terminou seu combate contra o ataque frontal, voltou-se rapidamente em seu intento de chegar até Dulce e pouco faltou para que a derrubasse. Deu a volta bem a tempo de presenciar como se dava morte ao atacante e, ao igual a fez Dulce, viu cair ao chão ao soldado inimigo com um grito preso em sua garganta e pontas agudas da maça incrustados no centro de seu torso. Eddy ficou tão assombrado pelo que acabava de presenciar que ficou momentaneamente sem fala.
Dulce deixou escapar um tênue gemido de angústia. Cruzou os braços diante de sua cintura e se dobrou sobre si mesma. Eddy pensou que se comportava como se tivesse sido ela a que tinha recebido a ferida. Tratando de ajudá-la, estendeu a mão para Dulce para lhe tocar suavemente o ombro
Dulce se achava tão consumida pelo horror do que acabava de fazer, que já nem sequer era consciente da proximidade do Eddy. A batalha tinha deixado de existir para ela.
Christopher também tinha presenciado aquela morte. Em uma sozinha e rápida ação, montou em seu corcel e dirigiu ao animal para Eddy. Seu irmão se separou de um salto de seu caminho no mesmo instante em que Christopher se inclinava para agarrar Dulce, elevando-a em seu robusto braço e deixando-a virtualmente incrustada na sela, diante dele. Deus demonstrou ser misericordioso, porque foi o lado direito de Dulce o que suportou toda a força do impacto e sua coxa ferida quase não recebeu uma sacudida.
A batalha já quase tinha terminado. Os soldados de Christopher perseguiam as forças de Guilhermo enquanto estas foram retirando-se cerco abaixo.
- Termina-o você! - gritou Christopher a Eddy, atirando redias para dirigir a seus arreios colina acima. O animal se afastou ao galope do campo de batalha, com a pureza de sua raça e sua resistência voltando-se evidentes quando subiu pelo traiçoeiro terreno movendo-se com uma assombrosa velocidade.
Christopher tinha desprendido sua capa e seu escudo durante a batalha, e passou a utilizar as mãos para proteger Dulce dos ramos que se balançavam em seu caminho.
Dulce não queria sua consideração. Empurrou-o com suas costas tratando de conseguir que a soltasse, preferindo o duro, revisto a seu aborrecível contato.
Tinha matado a um homem por causa de Christopher.
Christopher não tratou de imobilizá-la. Agora sua principal preocupação era colocá-los a salvo. Não afrouxou o passo a seus arreios até que estiveram bem longe da ameaça. Finalmente deteve seu corcel com um puxão das rendias quando entraram em uma arvoredo. Ali tudo estava em calma, e além disso era um lugar bem protegido.
Furioso consigo mesmo por ter colocado em semelhante perigo Dulce, Christopher voltou sua atenção para ela. Quando viu as lágrimas que estavam correndo por sua face, deixou escapar um gemido cheio de frustração.
E logo tratou de tranqüilizá-la.
- Já pode deixar de chorar, Dulce - disse-lhe - Seu irmão não se achava entre os mortos. Economiza seus lágrimas.
Ela nem sequer se deu conta de que estava chorando. Quando sua mente por fim assimilou as palavras do Christopher, Dulce ficou tão furiosa ante aquela má interpretação de sua inquietação que apenas se pôde articular uma resposta. Aquele homem era realmente desprezível.
Dulce se limpou as lágrimas das bochechas e respirou profundamente, fazendo provisão de ar fresco e de uma nova fúria.
- Até hoje não soube o que é o verdadeiro ódio, barão - disse-lhe - . Mas agora acaba de dar um novo significado a essa palavra tão vil. Coloco a Deus por testemunha de que te odiarei até que mora. É muito possível - seguiu dizendo - que me veja condenada ao inferno de todas maneiras, e todo por seu culpa.
Falava em um tom de voz tão baixo que Christopher se viu obrigado a inclinar-se para diante até que sua frente roçou a de Dulce só para poder ouvir suas palavras.
Nada do que lhe estava dizendo tinha absolutamente nenhum sentido.
- É que não está escutando? - quis saber, embora manteve a voz tão suave como o tinha sido a sua. Sentia a tensão que havia nos ombros de Dulce e sabia que se encontrava muito perto de perder o controle, e tratou de voltar para calmaria. Queria ser amável e delicado com ela, uma reação que não funcionava nada habitual para sua maneira de pensar, mas Christopher desculpou sua conduta dizendo-se a si mesmo que unicamente se sentia responsável por ela - . Acabo de te explicar que seu irmão se encontra a salvo, Dulce. No momento - acrescentou, decidindo lhe dar honestidade ao mesmo tempo que consolo.
- É você o que não está escutando - replicou Dulce a sua vez. As lágrimas começaram a emanar de novo interrompendo seu discurso, e Dulce se calou para as fazer a um lado - . Devido a você tirei a vida a um homem. Foi um grave pecado, e você tem tanta culpa disso como eu. Se não me tivesse levado contigo pela força, então eu não tivesse podido matar a ninguém.
- Sente-se turvada porque mataste a um homem? - perguntou Christopher, sem poder manter afastado de sua voz o assombro que sentia. Teve que recordar-se a si mesmo que Dulce só era uma mulher, e que o sexo frágil sempre parecia ver-se afetado pelas coisas mais estranhas. Também sopesou dentro de sua mente todo aquilo pelo qual tinha feito passar Dulce durante os últimos dois dias - . Eu matei a muitos mais - disse, pensando que isso faria que a consciência do Dulce se sentisse um pouco menos culpada.
Seu plano não teve nenhum êxito.
- Dá-me igual a tenha matado a legiões de soldados - anunciou Dulce - . Você não tem alma, assim não importa quantas vidas tira.


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Autor(a): candyroxd

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • marques Postado em 10/07/2008 - 20:26:19

    Não para eu to lendo sua WN,
    e tó adorando, continua tá maravilhosa

  • marques Postado em 10/07/2008 - 20:25:39

    Continua, tá d+, adorei
    Tá perfeita, amei
    Posta+++
    Bjs

  • marques Postado em 10/07/2008 - 20:25:08

    Tá muito bom, não abandona

  • marques Postado em 10/07/2008 - 20:24:26

    Posta +++++++++
    Bjs

  • deborah Postado em 09/12/2007 - 13:04:07

    posta mias tá muito lega!!!


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