Fanfics Brasil - •~~• Doce Prisioneira •~~• D&C

Fanfic: •~~• Doce Prisioneira •~~• D&C


Capítulo: 2? Capítulo

325 visualizações Denunciar


Finalmente a corda cedeu sob a adaga, e as mãos de Christopher ficaram liberadas. Permaneceu onde estava, com sua expressão bem oculta. A jovem voltou a deter-se diante dele e o obsequiou com um pequeno sorriso antes de dar meia volta e ajoelhar-se sobre o chão para começar a recolher as posses de Christopher.
O medo voltou bastante difícil aquela tarefa tão singela. A jovem se cambaleou quase não voltou a incorporar-se, depois do qual recuperou o equilíbrio para terminar voltando-se novamente para ele.
- Me siga, por favor - disse a modo de instruções.
Ele não se moveu, mas sim seguiu onde estava, observando e esperando.
Dulce franziu o cenho ante o hesitação do guerreiro, pensando para seus adentros que sem dúvida o frio tinha paralisado sua capacidade de pensar. Apertou os objetos dele contra seu peito com uma mão, deixando que suas pesadas botas pendurassem das pontas de seus dedos, e logo lhe aconteceu o outro braço pela cintura.
- Te apóie em mim - sussurrou - . Ajudarei-te, prometo. Mas por favor, agora temos que ter muita pressa. - Seu olhar estava volta para as portas do castelo e o medo ressonava em sua voz.
Christopher respondeu ao desespero da jovem. Quis lhe dizer que não precisavam esconder-se, já que seus homens estavam escalando os muros naquele mesmo instante, mas em seguida trocou de parecer. Quanto menos ela soubesse, tão melhor para ele quando chegasse o momento.
A jovem apenas lhe chegava ao ombro, mas mesmo assim tratou corajosamente de aceitar a carga de uma parte de seu peso, agarrando-o do braço e apressando-se a passar-lhe por cima dos ombros.
- Iremos aos alojamentos do sacerdote visitante detrás da capela - disse-lhe em um suave murmúrio - . É o único lugar no que nunca lhes ocorrerá olhar.
O guerreiro não emprestou muita atenção ao que lhe estava dizendo. Seu olhar se achava dirigida para a parte superior do muro norte. A meia lua conferia um fantasmagórico resplendor a frágil nevada que estava caindo e mostrava a seus soldados enquanto estes estavam escalando o muro. Não se podia escutar nem um só som enquanto seus homens foram crescendo rapidamente em número com o passar do caminho de madeira que discorria pelo alto do muro.
O guerreiro assentiu com satisfação. Os soldados do Guilhermo realmente eram tão estúpidos como seu senhor. Os rigores do tempo tinham feito que os guardas da porta se retirassem ao interior da fortaleza, com o qual tinham deixado o muro desprotegido e vulnerável. O inimigo tinha demonstrado sua debilidade e agora todos morreriam por causa dela.
Christopher transferiu um pouco mais de seu peso a jovem para frear seu progresso com aquela nova carga enquanto flexionava as mãos, uma e outra vez, tentando dissipar o intumescimento de seus dedos. Apenas sentia nada nos pés, algo que Christopher sabia era um mau sinal embora aceitasse a realidade de que agora não podia fazer nada a respeito.
Então ouviu um tênue assobio e levantou rapidamente a mão no ar, dando assim o sinal de esperar. Baixou o olhar para a jovem para ver se ela se dispôs de sua ação, mantendo sua outra mão preparada para fechar-se rapidamente sobre sua boca no caso de que ela desse a menor indicação de que sabia o que estava acontecendo. Mas a jovem estava muito ocupada lutando com o peso dele, e não parecia haver-se dado conta do fato de que se estivesse irrompendo em seu lar.
Finalmente chegaram a uma estreita entrada e Dulce, acreditando que o cativo se encontrava em um estado perigosamente debilitado, tratou de mantê-lo apoiado no muro de pedra sujeitando-o com uma mão enquanto se esforçava por abrir a porta com a outra.

Compreendendo qual era sua intenção, o barão do Wexton se apoiou de boa vontade no muro e a viu fazer equilíbrios com seus objetos enquanto lutava com a corrente gelada.
Uma vez que conseguiu abrir a porta, a jovem agarrou da mão de Christopher e o guiou apressada com sua mente através da escuridão. Uma corrente de ar gelado se formou em redemoinhos ao redor deles enquanto se dirigiam por volta de uma segunda porta que havia ao final de um longo e úmido corredor. Dulce a abriu sem perder um instante e fez gestos ao Christopher de que passasse para dentro.
A estadia em que acabavam de entrar carecia de janelas, mas várias velas acesas dentro dela projetavam uma cálida claridade sobre o santuário. O ar se achava bastante carregado. Uma capa de pó cobria o chão de madeira e grosas teias se penduravam do baixo teto, balançando-se lentamente das vigas. Várias vestimentas de vivas cores que eram utilizadas pelos sacerdotes de visita se penduravam de uns quantos ganchos, e um leito de palha tinha sido colocado no centro da pequena área, com duas grossas mantas dobradas junto a ele.
Dulce passou o fecho da porta e suspirou com alívio. No momento estavam a salvo. Assinalou o leito a Christopher para que se sentasse nele.
- Quando vi o que lhe estavam fazendo, preparei esta residência - explicou enquanto lhe entregava sua roupa - . Meu nome é Dulce e sou... - dispôs-se a explicar a relação que a unia com seu irmão, Guilhermo, e logo o pensou melhor - Ficarei contigo até que comece a clarear e então te ensinarei como se pode sair daqui através de um passadiço secreto. Nem sequer Guilhermo sabe que existe.
O barão do Wexton se sentou e dobrou as pernas ante ele, colocando a camisa ao tempo que a escutava. Enquanto pensava que o ato de valentia daquela jovem certamente lhe complicava muito a vida, encontrou-se perguntando como ela reagiria quando se desse conta de qual era seu verdadeiro plano, e logo decidiu que seu curso de ação não podia ser alterado.
Assim que a cota do guerreiro voltou a estar cobrindo seu enorme peito, Dulce lhe envolveu os ombros com uma das mantas e logo se ajoelhou ante ele. Tornando-se para trás até ficar apoiada nos saltos de seus sapatos, pediu-lhe com um gesto que estendesse as pernas. Quando ele satisfez seu desejo, Dulce estudou seus pés com o cenho franzido pela preocupação. O guerreiro alargou as mãos para suas botas, mas Dulce as deteve.
- Primeiro devemos te esquentar os pés - explicou.
Fez uma profunda inspiração de ar enquanto refletia sobre qual seria a maneira mais rápida de devolver a vida a seus esfomeados membros. Sua cabeça permanecia inclinada, defendendo seu rosto do vigilante olhar do guerreiro.
Dulce agarrou a segunda manta e começou a lhe envolver os pés com ela, e depois sacudiu a cabeça trocando de parecer. Sem oferecer uma única palavra de explicação, Dulce estendeu a manta em cima das pernas de Christopher, tirou a capa e logo foi subindo lentamente o vestido de cor creme que levava até deixá-lo por cima de seus joelhos. A combinação de couro trançado que utilizava como cinturão de adorno e como passagem para sua adaga se enganchou na meia túnica verde escuro que cobria seu vestido e Dulce dedicou uns momentos a tirar-lhe depois do qual a deixou junto ao guerreiro.
Sua estranha conduta despertou a curiosidade de Christopher e esperou a que lhe explicasse suas ações. Mas Dulce não disse uma palavra. Tragando ar com outra profunda inspiração, agarrou-lhe os pés e, rapidamente, antes de que pudesse pensar duas vezes, os colocou debaixo da roupa deixando-os estendidos em cima do calor de seu estômago.
Dulce deixou escapar uma exclamação abafada quando a pele fria como o gelo dele entrou em contato com o calor de sua carne, e logo fincou bem o vestido e passou os braços por cima dele, estreitando os pés do Christopher contra ela. Seus ombros começaram a tremer, e o guerreiro sentiu como se Dulce estivesse extraindo todo o frio de seu corpo para introduzi-lo no seu.
Era o ato mais desprovido de egoísmo que ele tivesse presenciado jamais.
A sensibilidade foi retornando rapidamente a seus pés. Christopher sentiu como se um milhão de adagas se cravassem nas plantas de seus pés, ardendo com uma intensidade que achou difícil deixar de lado. Tratou de trocar de postura, mas Dulce não o permitiu e aumentou a pressão com uma força surpreendente.
- Se houver dor, é bom sinal - disse-lhe, falando em um tom tão baixo que sua voz só era um murmúrio apagado - . Não demorará para passar. Além disso, tem muita sorte por sentir algo - acrescentou.
A censura que havia em seu tom surpreendeu a Christopher, e sua reação consistiu em elevar uma sobrancelha. Dulce estava levantando o olhar nesse preciso instante e teve tempo de entrever sua expressão, apressou-se a explicar-se.
- Se não houvesse agido de maneira tão descuidada, agora não te encontraria nesta situação - disse-lhe - . Só espero que tenha aprendido bem a lição. Não serei capaz de te salvar uma segunda vez.
Dulce tinha suavizado seu tom. Inclusive tratou de lhe sorrir, mas foi um pobre esforço no melhor dos casos.
- Já sei que acreditava que Guilhermo agiria com honra - seguiu dizendo - . Esse foi seu grande engano. Guilhermo não sabe o que é a honra. Te lembre disso no futuro e possivelmente viva para ver outro ano.
Logo baixou a vista e pensou no elevado preço que pagaria por ter deixado livre ao inimigo de seu irmão. Guilhermo não necessitaria de muito tempo para compreender que era ela quem estava por trás da fuga. Dulce agradeceu com uma oração que Guilhermo tivesse saído da fortaleza, porque sua marcha lhe proporcionava um tempo acrescentado para levar a cabo seu próprio plano de fuga.
Em primeiro lugar, terei que se ocupar do barão do Wexton. Uma vez que ele estivesse seguindo seu caminho longe de ali, Dulce poderia preocupar-se com as repercussões de seu ousado ato. Estava decidida a não pensar nisso agora.
- O fato, feito está - sussurrou, permitindo que toda a agonia e o desespero que estava sentindo ressonassem em sua voz.
O barão do Wexton não respondeu a nenhuma das observações de Dulce, e ela não ofereceu nenhuma explicação adicional. O silêncio foi prolongando-se gradualmente entre eles como um abismo que vai crescendo pouco a pouco. Dulce desejou que lhe dissesse algo, algo, para aliviar o desconforto que sentia. Ter os pés do guerreiro aninhando junto a ela de uma maneira tão íntima funcionava era embaraçoso, e então caiu na conta de que bastaria com que ele fizesse o menor movimento com os dedos dos pés para que estes lhe roçassem a parte inferior dos seios. O pensá-lo fez que se ruborizasse, e se arriscou a lançar outro rápido olhar para cima para ver como estava reagindo o guerreiro a seu estranho método de tratamento.
Ele estava esperando a que ela o olhasse, e capturou rapidamente o olhar do Dulce sem que precisasse fazer nenhum esforço para isso. Pensou que os olhos daquela jovem eram tão azuis como o céu no mais claro dos dias, e também se disse que não se parecia em nada a seu irmão. Advertiu a si mesmo de que as aparências não significavam nada, no mesmo instante em que sentia como começava a ficar fascinado pela obvia inocência do olhar do Madelyne. Logo teve que recordar-se que ela era a irmã de seu inimigo, nada mais e nada menos que isso. Formosa ou não, aquela jovem era seu peão, a cilada com a qual pretendia capturar ao demônio.
Dulce o olhou nos olhos e pensou que eram tão cinzas e frios como uma de suas adagas. O rosto do guerreiro parecia ter sido esculpido em pedra, porque não havia absolutamente nenhuma emoção ou sentimento nele.
Seus cabelos ligeiramente frisados eram de um castanho escuro e os levava muito longos, mas isso não suavizava suas feições. Sua boca transmitia uma impressão de dureza e seu queixo era muito firme; Dulce se fixou em que não havia nenhuma linha nas cantos de seus lábios. O barão do Wexton não parecia a classe de homem que ria ou sorria. Não, admitiu Dulce com um estremecimento de apreensão, seu aspecto era tão duro e impassível como exigia sua posição. Era um guerreiro em primeiro lugar e um barão em segundo, e Dulce supôs que não havia lugar em sua vida para a risada.
De repente foi consciente de que não tinha nem a mais remota idéia do que lhe passava pela cabeça ao barão. Não saber o que estava pensando a preocupou. Tossiu para ocultar sua apreensão, e pensou em voltar a iniciar a conversação. Se lhe falava, então possivelmente ela não se sentiria tão intimidada por sua presença.
- Pensava te enfrentar ao Guilhermo só? - perguntou. Esperou sua réplica durante um longo tempo, e o contínuo de seu silêncio fez que terminasse suspirando com uma súbita moléstia. O guerreiro estava demonstrando ser tão teimoso como estúpido, disse-se. Dulce acabava de lhe salvar a vida e não lhe tinha dirigido nenhuma sozinha palavra de gratidão. Suas maneiras estavam funcionando ser tão ásperos como sua aparência e sua reputação.
Assustava-a. Uma vez que teve admitido aquele fato ante si mesmo, Dulce começou a irritar-se. Reprovou-se a maneira em que tinha reagido ante o barão do Wexton, pensando que agora estava comportando-se de uma maneira tão estúpida como ele. Aquele homem não havia dito uma sozinha palavra, e entretanto ela tremia igual a uma criança.
Era seu tamanho, decidiu Dulce. Claro, pensou com um assentimento de cabeça. Naquela pequena estadia, o barão do Wexton se elevava sobre ela afligindo-a com sua corpulência.
- Nem te ocorra voltar de novo para pelo Guilhermo - disse-lhe - Isso seria outro grave engano e pode estar seguro de que a próxima vez ele te matará.
O guerreiro não respondeu. Logo se moveu, separando-se lentamente seus pés do calor que lhes proporcionava Dulce. Tomou tempo para isso, fazendo que seus pés fossem baixando pouco a pouco e com deliberada provocação pela sensível pele da parte superior das coxas dela.
Dulce seguiu ajoelhada diante dele, mantendo os olhos baixos enquanto ele ia colocando as meias e calçava as botas.
Quando o barão concluíu sua tarefa, elevou lentamente o cinturão trançado que Dulce se tirou e o sustentou diante dela.
Dulce reagiu estendendo instintivamente ambas as mãos para aceitar seu cinturão. Enquanto o fazia sorriu, pensando que aquela ação do guerreiro representava alguma classe de oferenda de paz, e logo esperou a que lhe expressasse finalmente sua gratidão.
Então foi quando o guerreiro agiu com a celeridade do raio. Agarrou a mão esquerda do Dulce e atou velozmente uma algema ao redor de seu punho. Antes de que Dulce tivesse tempo de pensar em se separar-se dele, o guerreiro passou rapidamente o cinturão ao redor de seu outro punho e lhe atou uma mão à outra.
Dulce olhou as suas mãos com assombro e logo levantou os olhos para ele, com a confusão gravada neles.
A expressão que havia no rosto dele fez que um calafrio de temor descesse subitamente pela coluna vertebral do Dulce. Sacudiu a cabeça, negando o que estava acontecendo.
E então o guerreiro falou.
- Não vim a pelo Guilhermo, Dulce - disse - vim a por você.
Capítulo 2
A mim a vingança, eu farei justiça...

Epístola aos Romanos, 12, 19

- É que te tornaste louco? - sussurrou Dulce com voz cheia de assombro.
O barão não lhe respondeu, mas seu franzimento de cenho sugeria que a pergunta não lhe tinha agradado em nada. Incorporando Dulce com um rápido puxão, logo teve que agarrá-la pelos ombros para que não perdesse o equilíbrio. Sem sua ajuda ela teria tornado a ficar prostrada de joelhos no chão. Dulce se surpreendeu ao descobrir que as mãos do barão do Wexton sabiam ser muito suaves para o que se pôde esperar de um homem de seu tamanho, e aquela pequena partícula de conhecimento a deixou ainda mais confusa do que já estava.
A mutreta que o guerreiro acabava de empregar com ela ficava além de sua compreensão. Ele era o cativo e ela sua salvadora, e não cabia dúvida de que o barão já tinha reparado naquele fato, verdade? Mas se Dulce tinha arriscado todo por ele! Santo Deus, havia-lhe tocado os pés e os tinha esquentado; sim, tinha-lhe dado absolutamente todo aquilo que se atrevia a chegar a dar.
O barão do Wexton, aquele nobre subitamente convertido em bárbaro, elevava-se sobre ela igual a uma torre, e em seu rosto havia uma expressão de selvageria mais que acorde com o gigantesco de suas proporções. Dulce sentiu o poder que irradiava dele, tão irresistível e abrasador como o contato de um atiçador esquentado pelas chamas de uma chaminé, e embora tratou desesperadamente de não encolher-se ante o impressionante olhar dos gélidos olhos cinzas do barão, soube que estava tremendo de uma maneira o bastante violenta para que ele pudesse dar-se conta de seus estremecimentos.


Compartilhe este capítulo:

Autor(a): candyroxd

Este autor(a) escreve mais 7 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Christopher interpretou mal sua reação e se inclinou para recolher sua capa. Quando colocou o objeto ao redor dos ombros de Dulce, sua mão lhe roçou a curva dos seios. Ela pensou que o contato não tinha sido intencionado, mas mesmo assim retrocedeu instintivamente um passo enquanto se apressava a sujeitar a capa ante ela. O franzimento de c ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • marques Postado em 10/07/2008 - 20:26:19

    Não para eu to lendo sua WN,
    e tó adorando, continua tá maravilhosa

  • marques Postado em 10/07/2008 - 20:25:39

    Continua, tá d+, adorei
    Tá perfeita, amei
    Posta+++
    Bjs

  • marques Postado em 10/07/2008 - 20:25:08

    Tá muito bom, não abandona

  • marques Postado em 10/07/2008 - 20:24:26

    Posta +++++++++
    Bjs

  • deborah Postado em 09/12/2007 - 13:04:07

    posta mias tá muito lega!!!


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




Nossas redes sociais