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Capítulo: 8? Capítulo

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Guilhermo não tinha demorado muito em decidir que iria atras de Christopher. A razão que o impulsionou a tomar tal decisão tinha sido dupla. Por cima de tudo, estava o fato de saber que seu próprio plano para destruir ao barão de Wexton mediante o uso de meios que não tinham nada de honoráveis ficaria insone, o qual faria de Guilhermo um covarde ao qual ridicularizariam dentro da corte. Christopher alertaria ao Carlo II que embora favorecia Guilhermo, apesar disso o rei se veria obrigado a ditar que os dois adversários liberassem um combate a morte para assim poder colocar fim de uma vez ao que provavelmente ele considerava como uma insignificante diferencia de opinião. O rei - ao que chamavam Rufus, o Vermelho, devido a seu rosto corado e o seu apaixonado temperamento - sem dúvida se sentiria muito irritado pela questão. Guilhermo também sabia que se tinha que enfrentar-se a sós com Christopher em um campo de batalha, sairia perdedor. O barão de Wexton era um guerreiro invencível que tinha demonstrado sobradamente sua capacidade incontáveis vezes. Sim, Christopher mataria ao Guilhermo logo que lhe chegasse oportunidade de fazê-lo.
Guilhermo era um homem que se achava dotado de muitos habilidades, mas estas ficavam limitadas a certas áreas que não seriam de muita ajuda contra alguém como Christopher. Guilhermo tinha chegado a converter-se em todo um poder com o qual teria que contar dentro da corte. Interpretava o papel de uma espécie de secretário, e isso apesar do fato de que não sabia ler ou escrever e confiava todos os assuntos mundanos aos dois sacerdotes que residiam na corte. Quando o rei recebia, a principal obrigação de Guilhermo consistia em determinar quem eram os que tinham assuntos verdadeiramente merecedores de que chegassem a ser tratados com o rei, e quem não os tinha. Aquilo tinha terminado confiando-lhe uma posição muito poderosa. Guilhermo era um mestre da manipulação. Infundia o medo naqueles homens de títulos inferiores ao dele que estavam dispostos a pagar de boa vontade em troca de ter a oportunidade de falar com seu rei. Guilhermo aplainava o caminho a aqueles homens que só pensavam em uma coisa, e ia cobrindo os bolsos de ouro ao fazê-lo.
Agora podia perder tudo se seu intento de matar Christopher chegasse a conhecer-se.
O irmão de Dulce estava considerado por todos como um homem muito arrumado. Tinha os cabelos loiros com apenas uma sombra de ondulação para empanar suavemente seu brilho e os olhos de cor avelã com fibras de dourado, e também era alto, embora magro como um junco, com uns lábios perfeitamente esculpidos. E quando sorria, às damas da corte lhes faltava muito pouco para desmaiar-se ante ele. As duas irmãs de Guilhermo, Fernanda e Sara, compartilhavam a mesma cor loira dos cabelos e o mesmo tom avelã dos olhos. Fernanda e Sara eram quase tão bonitas quanto Guilhermo, e se achavam igual de solicitadas que ele.
Guilhermo era conhecido como um dos solteiros mais disponíveis e teria podido escolher a qualquer mulher na Inglaterra. Mas ele não queria ter a qualquer mulher. Queria Dulce. Sua meio-irmã era a segunda razão pela que Guilhermo andava atrás de Christopher. Dulce tinha voltado para casa e a ele fazia tão só dois meses, e depois de haver-se esquecido dela durante a maior parte dos anos em que Dulce estava crescendo, Guilhermo tinha ficado muito impressionado quando viu as notáveis mudanças que tinham tido lugar em sua aparência. Dulce sempre tinha sido uma criança muito feia. Seus grandes olhos azuis engoliam a maior parte de sua face. Seu lábio inferior tinha sido muito carnudo e sua expressão passava a maior parte do tempo imobilizada na careta, e além também era o bastante fraca para que chegasse a parecer doentia. Sim, Dulce tinha sido uma criança feia e desajeitada, com aquelas pernas suas tão largas e ossudas que sempre a faziam tropeçar cada vez que tentava executar uma reverência.
Mas não cabia dúvida de que Guilhermo se equivocou ao julgar seu potencial. Durante a infância nunca tinha havido nada no aspecto de Dulce que fosse capaz de sugerir o fato de que algum dia poderia chegar a parecer-se tanto a sua mãe. Dulce tinha passado de ser uma criança da que alguém se envergonhava a converter-se em toda uma beleza, e de fato agora era tão formosa que eclipsava a suas meio-irmãs.
Quem tivesse pensado que semelhante milagre podia chegar a ocorrer? A tímida larva se converteu em uma magnífica mariposa. Os amigos de Guilhermo também se ficaram sem fala quando viram Dulce pela primeira vez. Mike, que era o grande confidente de Guilhermo, inclusive tinha chegado ao extremo de suplicar a este que lhe concedesse em matrimônio a mão de Dulce, depositando umas quantas libras de dourado diante de sua petição.
Guilhermo não estava muito seguro de poder permitir que Dulce terminasse em mãos de outro homem. Dulce se parecia tanto a sua mãe que quando Guilhermo a viu pela primeira vez, a reação que teve ante ela foi de uma natureza totalmente física. Aquela foi a primeira vez em muitos anos que Guilhermo sentia agitar-se dentro dele semelhante sentimento por uma mulher, e essa novidade sortiu um efeito tremendo sobre ele. Só a mãe de Dulce tinha sido capaz de afetar o de tal maneira. Ah, Ninel, o grande amor de seu coração! Ela tinha estragado ao Guilhermo para as demais mulheres. Agora que não podia ter Ninel, era como se lhe tivessem roubado todo seu caráter. Guilhermo tinha acreditado que sua obsessão terminaria chegando a seu fim com a morte de Ninel, e agora tinha que admitir que tudo tinha sido uma vã esperança. Não, a obsessão seguia vivendo. Dulce, sua meio-irmã, muito bem podia ser sua segunda oportunidade de demonstrar que era um homem.
Guilhermo levava uma existência atormentada. Não conseguia chegar a decidir-se entre sua cobiça e sua luxúria. Queria ter Dulce para seu próprio uso, mas também queria o ouro que ela traria consigo. Se era o bastante ardiloso, pensou, possivelmente poderia ter ambas as coisas.

Dulce despertou na posição mais embaraçosa possível. Encontrava-se em cima de Christopher. Uma bochecha descansava sobre seu duro e plano estômago, suas pernas estavam entrelaçadas com as do barão, e suas mãos estavam colocadas entre as coxas dele.
O estado de adormecimento em que se achava sua mente fez com que Dulce não se desse conta de uma maneira imediata de onde estavam descansando exatamente suas mãos. Notava Christopher tão quente, entretanto... tão duro. OH, Deus, mas se as mãos do Dulce tinham encontrado descanso junto à mais íntima das partes do Christopher!
Os olhos de Dulce se abriram de repente. Retesou-se junto a seu captor, sem atrever-se a respirar sequer. Que esteja dormido, rezou freneticamente enquanto ia separando pouco a pouco suas mãos do calor de Christopher.
- Assim por fim está acordada.
Christopher soube que lhe tinha dado um susto quando a sentiu ficar subitamente rígida junto a ele. Então as mãos de Dulce se afastaram violentamente da união de suas pernas, e Christopher reagiu com um gemido. Demônios, Dulce ainda conseguiria fazer dele um eunuco assim que lhe desse a primeira oportunidade!
Dulce se voltou de lado, atrevendo-se a levantar a vista para lançar um rápido olhar a Christopher. Pensou que provavelmente deveria desculpar-se por havê-lo golpeado acidentalmente justo naquele lugar, mas então ele saberia que ela era plenamente consciente de onde tinham estado suas mãos, verdade?
OH, céus, podia sentir como começava a ruborizar-se. E aquela manhã Christopher voltava a franzir o cenho. Em qualquer caso não parecia estar disposto a escutar nenhuma desculpa que ela pudesse lhe oferecer, por isso Dulce decidiu esquecer-se de suas preocupações.
O barão de Wexton tinha um aspecto realmente feroz. Sim, a barba marrom escura que tinha começado a crescer realmente fazia com que parecesse mais um lobo que um homem, e além a estava observando com uma curiosidade que Dulce achou muito inquietante. Suas mãos seguiam lhe abrangendo as costas. Então Dulce se lembrou de como lhe tinha dado calor durante a noite, quando poderia lhe fazer mal com a mesma facilidade. Dulce era consciente de que sua mente estava tentando avivar o medo que lhe inspirava Christopher, mas era o bastante honesta para admitir que a verdade era justamente o contrário. OH, Christopher a assustava, certamente, mas não da mesma maneira em que o fazia Guilhermo.
Esse dia era a primeira vez em semanas, de fato desde que tinha voltado para a casa de seu irmão, em que Dulce não despertou sentindo em seu estômago um desagradável nó produzido pelo medo. Também conhecia a razão de que assim fosse: Guilhermo não se encontrava ali.
Christopher não se parecia em nada a Guilhermo. Não, um homem que desejava infligir a crueldade sem dúvida não teria compartilhado seu calor com ela enquanto dormiam. E além Christopher honrava a sua palavra. Não tinha se aproveitado de... Santo Deus, ela o tinha beijado! Dulce recordou cada pedacinho do ocorrido com uma súbita claridade que lhe acelerou o pulso.
Dulce estava segura de que sua expressão não revelava os espantosos pensamentos que lhe passavam pela cabeça, e deu graças a Deus pelo fato de que tivesse aprendido a ocultar seus sentimentos. Aquilo era um pequeno consolo, verdade? Sim, pensou com um leve suspiro, Christopher não podia saber o que ela estava pensando.
Christopher observava Dulce, secretamente divertido pela maneira em que ela ia lhe mostrando uma emoção detrás de outra. Seus olhos a delatavam. Durante os últimos minutos, Christopher tinha visto neles medo, vergonha e, parecia-lhe, também alivio.
O barão de Wexton era um homem que tinha aprendido a encontrar todos os defeitos que houvesse em outros. Em tanto que guerreiro, o saber o que era o que estava passando pela mente de seu oponente fazia que suas próprias reações fossem mais rápidas. Christopher também tinha aprendido a descobrir o que era o que mais valorava seu inimigo. E uma vez que o tinha descoberto, então o arrebatava. Era a maneira de agir própria daqueles que combatiam, mas essas lições também tinham chegado a infiltrar-se em suas relações pessoais. Uma coisa não podia separar-se da outra. E embora Dulce não fosse consciente disso, já lhe tinha proporcionado várias pistas muito importantes a respeito de seu caráter. Dulce era uma mulher que valorava muito o controle.
Manter ocultas suas emoções parecia ser uma tarefa muito importante para ela. Dulce já lhe tinha revelado que nem todas as mulheres se achavam governadas por suas emoções. Só em uma ocasião tinha mostrado alguma classe de reação externa, durante a destruição de seu lar. Então tinha gritado com voz cheia de angústia quando viu o corpo mutilado do vassalo de Guilhermo. Entretanto, Christopher duvidava de que Dulce soubesse que tinha chegado a perder o controle de si mesma.
Sim, Christopher estava descobrindo todos os secretos de Dulce, e o que tinha averiguado até o momento o deixava perplexo. Para falar a verdade, também o alegrava muito.
Separou-se dela, porque do contrário o impulso de voltar a tomá-la em seus braços e beijá-la novamente teria chegado a fazer-se muito intenso para que pudesse seguir sendo ignorado. De repente tinha muita vontade de chegar a casa. Não se sentiria tranqüilo até que tivesse Dulce bem protegida detrás dos muros de sua fortaleza.
Ficando em pé, Christopher se espreguiçou até que teve despertado todos seus músculos e logo se afastou de Dulce, no que a todos os efeitos práticos era apagar-la de seus pensamentos. O sol ia subindo para as nuvens leitosas que flutuavam no céu, umas nuvens que certamente impediriam o passo de qualquer calor que pudesse chegar a derreter a geada noturna que cobria o chão. Havia muito que fazer antes de que houvesse luz suficiente para sua viagem. Embora o novo dia já continha a mordida do frio, o vento era o bastante tênue para que Christopher se sentisse alegre.
Dulce sabia que não demorariam para cavalgar. Fincou os sapatos, sacudiu a terra de seu vestido e se envolveu os ombros com a capa. Sabia que parecia um autêntico horror, e decidiu que teria que fazer algo.
Foi em busca do Ansel. O escudeiro estava preparando o corcel de Christopher. Dulce lhe perguntou onde estava sua bolsa, embora se manteve a uma prudente distancia da grande besta e teve que gritar sua pergunta, e logo lhe expressou profusamente sua gratidão ao moço assim que este lhe devolveu a bolsa.
Em princípio só ia lavar o rosto, mas aquelas águas cristalinas se mostravam muito tentadoras. Dulce utilizou o sabão aromático que tinha metido dentro de sua bolsa para dar um rápido banho e logo trocou de vestimenta.
Deus, que frio fazia! Quando terminou de vestir-se, Dulce já estava tremendo. Levava um vestido amarelo pálido que lhe chegava até os tornozelos com, em cima, uma suntuosa meia túnica de cor dourada até os joelhos. Uma banda bordada em azul real circundava as largas mangas do segundo objeto.
Dulce voltou a guardá-lo todo em sua bolsa, e depois se ajoelhou junto a terra e começou a desembaraçar os cabelos. Agora que tinha descansado, e que sua mente não se achava consumida pelo medo, dispunha de muito tempo para pensar em sua situação. A primeira pergunta que devia responder era por que Christopher a tinha levado consigo. Havia-lhe dito que lhe pertencia. Dulce não entendeu o que ele tinha querido dizer com semelhante observação, mas era muito tímida para lhe pedir que se explicasse.
Eddy veio a procurá-la. Dulce o ouviu aproximar-se e se voltou justo a tempo de vê-lo chegar.
- É hora de cavalgar! - gritou Eddy. A força de sua voz quase a jogou na água. Eddy se apressou a alargar a mão e colocá-la em pé de um brusco puxão, com o que sem dar-se conta a salvou daquela humilhação.
- Ainda tenho que me recolher os cabelos, Eddy. Então estarei preparada. E realmente não faz falta que grite - acrescentou, mantendo um tom deliberadamente suave - . O certo é que tenho muito bom ouvido.
- Os cabelos? Ainda tem que...? - Eddy tinha ficado muito perplexo para que pudesse seguir falando, e lhe lançou um olhar que sugeria que Dulce tinha perdido o julgamento - . É nossa prisioneira, pelo amor de Deus - conseguiu balbuciar finalmente.
- Sim, já supunha isso - respondeu Dulce, falando em um tom tão sereno como a brisa da manhã - . Mas isso significa que posso terminar de me arrumar o cabelo antes de que partamos, ou que não posso fazê-lo?
- Tenta me tirar de gonzo ou o que pretende? - gritou Eddy - . Lady Dulce, sua situação já pode qualificar-se de muito delicada no melhor dos casos. É muito boba para te dar conta disso?
Dulce sacudiu a cabeça.
- Por que está tão zangado comigo? - perguntou-lhe - . Gritas cada palavra. É seu hábito habitual, ou é porque sou a irmã de Guilhermo?
Eddy não respondeu imediatamente, mas sua face se voltou de um vermelho intenso. Dulce sabia que o estava colocando ainda mais furioso. Lamentava-o, mas decidiu seguir adiante de todas maneiras. Era evidente que Eddy não sabia controlar seu caráter, e se conseguia esporeá-lo-o suficiente, possivelmente lhe diria o que ia ocorrer a ela. Eddy era muito mais fácil de entender que seu irmão. E muitíssimo mais fácil de manipular, se Dulce soubesse ser bastante ardilosa.


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Autor(a): candyroxd

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- Por que me capturastes? - perguntou a Eddy sem poder conter-se.O direto da pergunta que acabava de lhe formular fez que Dulce torcesse o gesto em uma careta de desgosto. Não tinha sido muito ardilosa depois de todo, e devido a isso ficou bastante surpreendida quando Eddy chegou a lhe responder.- Foi seu irmão o que fixou os termos desta guerra, Dulce - disse- ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • marques Postado em 10/07/2008 - 20:26:19

    Não para eu to lendo sua WN,
    e tó adorando, continua tá maravilhosa

  • marques Postado em 10/07/2008 - 20:25:39

    Continua, tá d+, adorei
    Tá perfeita, amei
    Posta+++
    Bjs

  • marques Postado em 10/07/2008 - 20:25:08

    Tá muito bom, não abandona

  • marques Postado em 10/07/2008 - 20:24:26

    Posta +++++++++
    Bjs

  • deborah Postado em 09/12/2007 - 13:04:07

    posta mias tá muito lega!!!


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