Fanfic: MULHER DE GELO - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA
Passou em frente ao estacionamento do Teahouse, que era o restaurante favorito dos habitantes de Vancouver. Além da cozinha excelente, possuía uma vista magnífica para o mar.
Muitas pessoas saíam dos carros em direção à entrada do restaurante. De repente, uma mulher loura, com um vestido azul-pavão, chamou-lhe a atenção. Ela ria, obviamente, de algo que seu acompanhante dissera. Alto, cabelos pretos, musculoso, usando blazer azul e calça bege, o homem lembrava muito Alfonso Herrera.
Anahi entrou em pânico. Não, o homem não lembrava Alfonso Herrera. Era Alfonso Herrera!
Tentou afastar-se, em vão. Como que paralisada, não conseguia mover um só músculo do corpo. Tampouco conseguia desviar os olhos do casal. Viu a mulher parar, passando as mãos nos braços, como se sentisse frio. Depois de acompanhá-la até a entrada do restaurante, Alfonso voltou para o estacionamento.
Anahi olhou ao redor, tentando localizar o carro de Alfonso. Nem sinal do velho Chevelle, entre os veículos novos em folha. Desesperada, notou que ele vinha em sua direção. Não a vira, ainda, mas, se Anahi não agisse rapidamente, ele notaria a sua presença, com certeza.
Bastou um segundo de hesitação, entre esconder-se atrás de algum carro ou sair correndo, para que Alfonso a visse. Com as pernas trêmulas, Anahi apoiou-se num Mercedes prateado.
— Boa noite. — Alfonso parou na frente dela, com as mãos nos bolsos das calças.
Ela notou o rosto bem barbeado, os cabelos penteados para trás. A camisa branca de boa qualidade, a gravata azul-marinho de seda pura. Diante de tanta elegância, Anahi sentiu-se até meio embaraçada, vestindo um short rosa curtíssimo e camiseta justa de lycra. Alfonso a avaliava, dos pés à cabeça, com olhos brilhantes.
— Olá! — cumprimentou-o, com a estranha sensação de estar completamente despida.
— Está à minha espera? — A voz soou fria; porém, o ruído das chaves no bolso de Alfonso indicava que ele não estava tão calmo quanto aparentava.
— A sua espera? — Anahi o fitou, confusa.
Com um movimento de cabeça, apontou o Mercedes prateado, de quatro portas.
— Pensei que tivesse reconhecido meu carro e...
— Este carro é seu? — Ela se apressou em afastar-se do veículo. — Nem sabia que era seu.
Tirou a mão do bolso, com as chaves que estivera balançando.
— Tenho dois carros. Um para trabalhar e outro para passear. — Abriu a porta do lado do passageiro, de onde pegou uma estola de pele preta. Anahi reconheceu a fragrância do Lancôme`s Trésor exalando da estola.
Fechando a porta do carro, Alfonso continuou num tom enigmático;
— Imaginei que, depois de desistir de falar comigo ao telefone, você tivesse descoberto, de algum modo, que eu viria jantar aqui. Daí, resolveu ficar à espreita. Não poderia esperar até amanhã?
Anahi arregalou os olhos.
— Como sabe que fui eu... — Sorrindo, ela ergueu os ombros. — Claro, você está blefando!
— Não, não estou blefando. Acontece que tenho um aparelho que registra a origem de todas as chamadas recebidas. — Os lábios dele se curvaram num sorriso vitorioso.
Anahi sentiu-se extremamente ridícula. Jamais considerara a possibilidade de Alfonso ter esse aparelho acoplado ao telefone.
— Confesso que você era a última pessoa que imaginava que me telefonaria, Srta. Portilla.
Srta. Portilla. Alguma coisa, bem no íntimo dela, protestou.
Não era mais Ani, nem Anahi. De certa forma, ele deixava claro que o relacionamento entre eles deveria ser formal.
Contendo o impulso de virar as costas e sair correndo dali, Anahi encarou-o.
— Liguei para pedir-lhe desculpas por tudo o que aconteceu na terça-feira, quando você esteve em casa. — Hesitou por um instante, depois falou com a voz rouca: — Desculpe.
— OK. Desculpas aceitas.
— Porém, quero esclarecer que não estava aqui à sua espera. Fui correr no Stanley Park e quando voltava...
— Alfonso, querido... — Uma voz feminina a interrompeu. Instintivamente, Anahi se voltou. Caminhando na direção deles, a mulher loura de vestido azul-pavão. Anahi olhou-a de alto a baixo: Cabelos louro-acinzentados, compridos. Feições de princesa. Corpo delgado, elegantemente delineado pela seda do vestido. Os olhos azuis fixavam-se em Anahi com intensa curiosidade.
Chocada, Anahi recuou alguns passos, apoiando-se de novo no Mercedes prateado.
Aquela mulher era a mesma que vira enquanto caminhava na neve, na manhã em que viajara com Alfonso para o Caribe! A mulher que morava na casa Cape Cod com o marido e três filhos.
Trish não mentira. Alfonso Herrera estava tendo um caso com uma mulher casada!
Esforçando-se para que não notassem sua perplexidade, afastou-se do carro. Endireitou os ombros e, com voz firme, disse;
— Bem, agora preciso ir. Bom divertimento. Boa noite.
— Espere, Ani.
— Desculpe, Alfonso. Preciso ir.
Atravessou a rua correndo, ignorando as imprecações de um motorista de táxi que freara bruscamente, para não atropelá-la.
Com passos acelerados, retomou o caminho de casa, sentindo-se arrasada, decepcionada, frustrada. Apesar disso, conscientizou-se de que a decisão de demitir-se do Clarion e ir embora de Vancouver, só porque estava apaixonada por Alfonso Herrera, não tinha o menor sentido. Ficaria em Vancouver e continuaria trabalhando no Clarion.
Sabendo que tipo de homem que ele era, com certeza não se sentiria tão vulnerável aos encantos dele. Lutaria com todas as suas forças para ignorá-lo, para esquecê-lo definitivamente.
Na semana seguinte, o tempo continuou bom. Os meteorologistas previam que o mês de março quebraria todos os recordes de horas de sol. Anahi quase não parava no escritório. Passou uma semana viajando a trabalho, novamente em companhia de Charlie. O bom humor do colega transformara aquela semana exaustiva em dias agradáveis.
Viajaram no carro de Charlie. Chegaram em Horseshoe Bay, às três horas de uma sexta-feira.
— Vou deixá-la em casa. Não há razão para irmos para o escritório a esta hora — Charlie decidiu. — Ken encontrará alguma coisa para fazermos. — Parou na porta do prédio de Anahi. — Ah, já está esquecendo! Quando liguei para Emma, de Nanaimo, ela pediu para convidá-la para jantar lá em casa. Nada de especial. Aceita?
Anahi não hesitou.
— Claro! — Desceu do carro e, antes de fechar a porta, avisou-o: — Levo o vinho.
— Maravilha. Está bem às oito? As crianças estarão na cama. Poderemos sentar e relaxar.
Concordando com um movimento de cabeça, Anahi fechou a porta. Entrou no prédio, com a alça da máquina pendurada no ombro. Nunca aquele equipamento lhe parecera tão pesado!
Enquanto subia as escadas até o apartamento, decidiu que iria de táxi para a casa de Charlie. Assim, se bebesse alguns copos de vinho a mais, não precisaria preocupar-se em dirigir de volta para casa!
Assim que abriu a porta do apartamento, o telefone tocou. Colocando o equipamento na cadeira mais próxima, correu para atender.
— Alô?
— Ani?
Anahi fechou os olhos. Alfonso deveria ter uma bola de cristal, para adivinhar que ela acabara de chegar em casa!
— Estou tentando há uma hora... Ele não tinha bola de cristal, mas sim, perseverança.
— O que aconteceu? — indagou com segurança, não demonstrando o menor indício do tremor que abalava seu corpo.
— Gostaria de saber se estará livre esta noite. Anahi observava os desenhos do tapete. Notou um pedaço de papel caído no chão. Abaixou-se para pegá-lo, amassando-o entre os dedos.
— Ani? Está me ouvindo?
— Sim, estou.
Em sua memória, reviu a cena de Alfonso ao lado da mulher loura. Laura. Alfonso e Laura no Teahouse. Alfonso e Laura na casa dele, em Shaugnessy. Alfonso e Laura ao telefone, na villa de Flame Cantrell.
— Sinto muito. Já tenho compromisso para esta noite.
— Compromisso? — Pelo tom de voz, Alfonso parecera não acreditar nas palavras dela.
— Sim. Vou jantar com Charlie e Emma.
— Hum...
— Com certeza, pensa que estou mentindo. Por que mentiria? Se não quisesse sair com você, não hesitaria em recusar o convite e explicar o motivo. Acontece, porém, que vou jantar com Charlie e Emma. Se não acredita, por que não pergunta a eles? Até logo!
Bateu o telefone. Depois, foi para o quarto e, de lá, direto para o banheiro. Um banho longo e relaxante era tudo de que precisava.
Encheu a banheira. A água parecia veludo azul-esverdeado. Macia, acariciante, envolvente.
Pousando a cabeça no plástico do travesseiro acolchoado, fechou os olhos, permitindo que a tensão se dissipasse de seu corpo.
E todas as lembranças de Alfonso Herrera se dissiparam de sua mente.
Autor(a): ayaremember
Este autor(a) escreve mais 14 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Emma leu o rótulo das garrafas de vinho que Anahi levara.— Piat d`Or? Maravilhoso! Obrigada. — Colocando a sacola sobre o console do hall, abraçou Anahi efusivamente. — Estou muito feliz por revê-la. Fazia séculos que não nos encontrávamos!— Acho que sim. — Anahi desvestiu o spencer creme, pendurando-o no ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 27
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
lyu Postado em 19/10/2013 - 23:33:38
mais ja acabou? pq essa foi tao pequena! Ain q triste!
-
isajuje Postado em 18/10/2013 - 20:20:20
Como assim, acabou? Você tinha que ter me preparado psicologicamente para isso menina. SOCORRO. Por que fizeste isto comigo? O que te fiz? Ok, sem crise u.u KKK amei o final. Amei tudo. E fiquei surpresa pelo o Alfonso já ter sido casado e ser viúvo e ter uma filha! Coitado. Bom, que ótimo que eles tiveram um final feliz. É bom saber que ao menos na ficção eles ficam juntos #CriseDeTraumadaPonny
-
steph_maria Postado em 17/10/2013 - 22:59:55
Acabouuuu =/ ameiii essa web foi perfeita *-----*
-
ligia Postado em 17/10/2013 - 21:27:31
Amei a web pena que já acabou :(, foi linda!!!
-
luisa_ Postado em 17/10/2013 - 14:22:15
OMG Alfonso apaixonado Pela Ani <333 Ani apaixonada pelo Alfonso <333 Amo, amo, amo essa web
-
juhlanzani Postado em 16/10/2013 - 02:00:14
Nova leitora!! Como assim Poncho?? O.o Eu aqui crente que tu ia a pedir em casamento, e no final a convida pra uma festa? PQP KKKK' Posta mais, quero ver o que vai acontecer agora.
-
isajuje Postado em 15/10/2013 - 19:40:17
O Poncho tá apaixonado por ela a muito tempo colega. Desde o primeiro beijo não parou de pensar nela. Acho que não só é apaixonado como também a ama e não, não estou exagerando KKKKK que momento difícil para ela contar a verdade. Ela auto se rejeita achando que nenhum homem poderia querer ela não podendo ter filhos. Coitada. Poncho, representa ae cara KK mostre o seu amor.
-
ligia Postado em 14/10/2013 - 14:11:39
A web esta linda!!! Acho que o Poncho já esta apaixonado pela Any.
-
lyu Postado em 14/10/2013 - 00:33:52
AIN PONCHO DIZ ALGO LINDO VAI
-
luisa_ Postado em 12/10/2013 - 21:14:12
Eu acho melhor o Alfonso não estar brincando com a a Ani se não eu dou uns tapa na cara dele u.u Amo sua web é maravilhosa <33 Posta logo que eu não me aguento de curiosidade.