Fanfics Brasil - 14 À CAÇA - AyA - Adaptada Finalizada

Fanfic: À CAÇA - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: 14

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Muito antes que o sol aparecesse entre os Montes, Alfonso despertou, preso de certa agitação, ainda preso em sonhos onde aparecia Anahi.
Os que sabem repetem o mantra: O tempo tudo sana.
Era uma mentira. Algumas feridas nunca sanavam, sobre tudo quando o ferido não parava de arrancar as crostas.
Anahi vivia e respirava para o Açougueiro. Para a justiça. Tinha vivido os últimos dez anos em um limbo, entre o céu e o inferno, esperando. Esperando que o Açougueiro cometesse um engano. Procurando no bosque os restos de suas vítimas. Como penitência por ter sobrevivido.
Alfonso tinha visto muitos colegas obcecar-se tanto com um caso concreto, especialmente difícil e angustiante, que todos outros aspectos de sua vida se ressentiam. Os matrimônios costumavam acabar em divórcio. Esqueciam os amigos e, com o tempo, perdiam-nos. A busca da justiça para vivos e mortos podia consumir até o profissional mais emocionalmente estável. Anahi era por sua vez uma vítima e uma defensora, e não havia ninguém que conhecesse tão de perto como ela a investigação sobre o Açougueiro.
Anahi era uma bomba relógio a ponto de implodir. O fato de que tivesse sobrevivido tanto tempo sem uma grave crise de nervos era uma incógnita sem explicação para ele.
Isso não era de todo verdade, pensou, enquanto se obrigava a deixar a cama. Anahi era, sem dúvida, a mulher mais forte que tinha conhecido. Depois de suportar torturas que teriam matado qualquer um, homem ou mulher, tinha visto sua melhor amiga cair com uma bala nas costas, e ainda teve forças para seguir fugindo. Levou os investigadores ao lugar onde jazia o corpo, e depois à choça onde tudo tinha começado.
Alfonso amava e admirava Anahi por esse núcleo indestrutível que a animava, por essas suas costas dura como o aço.
E o que acontecia às necessidades de Anahi? Quem cuidava dela para assegurar que não fosse muito longe? Alguém que tomasse tempo para tirá-la desse entorno asfixiante de maneira que pudesse recompor-se e recuperar sua orientação. Alfonso temia que, sem ter ninguém que cuidasse dela, Anahi fosse deixando que a investigação a consumisse por inteiro sacrificando sua felicidade pessoal e sua paz interior em nome da justiça.
Se pensasse em sua própria carreira, não tinha direito a criticá-la. Ele levava quase dezessete anos como agente do FBI. A única ocasião em que tirou férias foi graças à insistência de seu chefe. Com a exceção dos dois anos compartilhados com Anahi. Era o único período em que se ausentou voluntariamente do trabalho.
Despiu-se e entrou na ducha. Abriu o grifo e o jorro frio o banhou antes que a água esquentasse. Mas ele necessitava do frio. Depois de inteirar-se do que tinha tido que viver Anahi, ficou sob o jorro de água fria tudo o que pôde agüentar. Queria experimentar embora não fosse mais que uma parte leve de sua dor.
Seu recorde eram dezenove minutos. Mas a água do rio era ainda mais fria que a da ducha, e ela tinha sobrevivido.
Saiu da Hospedaria Gallatin antes que ninguém despertasse. Não queria encontrar-se com Anahi, ainda não. A noite anterior, ela não se inteirou de que ele se hospedava ali, e Alfonso ignorava se seu pai o havia dito.
Acreditava que não.
Nick se encontrou com ele no McKay, uma cafeteria situada na esquina da rua da delegacia de polícia. Aquilo não tinha mudado tanto desde sua partida. Toalhas de plástico e quadros brancos azulados, os condimentos no meio da mesa, paredes cinza flores de plástico de cor vermelha com aspecto de murchas em vasos entre as janelas com vidros meio limpos. Os alto-falantes instalados em dois cantos da sala emitiam música country, em momentos mesclados com um programa matinal de rádio de um par de cômicos aficionados.
Alfonso pediu a Fran, a garçonete, que enchesse o recipiente térmico, mas não tinha muita vontade de comer antes da autópsia. Pediu torradas, mais para molhá-las no café que por fome.
Nick não tinha aspecto de ter dormido mais que Alfonso. Também tinha envelhecido. Doze anos antes, a primeira vez que veio a Bozeman, Nick era um menino de vinte e três anos, viçoso como um cachorrinho. Agora as rugas lhe sulcavam o rosto e em seus olhos se adivinhava o brilho da experiência.
Os assassinatos faziam envelhecer.
—Que planos temos? —perguntou Alfonso.
—Tenho um agente florestal que se dirige ao lugar para cortar qualquer árvore que necessitemos como prova, e vinte e seis efetivos da polícia, dois deles peritos em cenas de crime. —Nick olhou seu relógio —. Temos duas horas antes do encontro.
—Se encontrarmos a cabana?
—Processamos a cena e mandamos as provas ao laboratório estatal de criminologia em Helena.
—A semana passada comentou que Rebecca foi raptada longe de onde trabalhava. Há testemunhas?
—Ninguém viu nada —disse Nick, negando com um gesto da cabeça.
—Rebecca Douglas se encontrava em um estacionamento, não com o carro avariado à borda do caminho. Ninguém viu nem ouviu nada?
—Interroguei todos os que estavam na pizzaria nessa noite, embora tivessem ido antes que seqüestrassem Rebecca. Se alguém viu algo, não deve ter parecido suspeito.
—Pergunto-me se o conhecia — disse Alfonso, em voz alta.
—Sempre mesclamos a possibilidade de que o Açougueiro conheça as garotas da universidade.
—Fizeram uma busca do pessoal que trabalha na universidade e dos alunos que passaram por ali nos últimos quinze anos?
—Cruzamos os traços dos empregados que coincidem com o perfil da base de dados da polícia, mas não obtivemos resultados. O mais sério que temos é um professor de sociologia que foi detido nos anos setenta por desobediência civil, e um zelador detido por conduzir sob os efeitos do álcool faz oito anos.
—Volta a processar os dados —disse Alfonso. Nick franziu o cenho e Alfonso se reteve. Não queria que Nick pensasse que ele assumia o comando—. Quero dizer, que deveríamos nos centrar em todos os homens brancos solteiros que passaram pela universidade, sejam alunos, empregados ou professores que tivessem menos de trinta e cinco anos o ano que Penny desapareceu.
—Trinta e cinco?
—O perfil original —explicou Alfonso— assinalava que o Açougueiro era um homem branco solteiro entre vinte e cinco e trinta e cinco anos, e que conhecia ao menos uma de suas vítimas.
—A princípio acreditávamos que conhecia Anahi ou Sharon, já fora do campus, a hospedaria, ou de onde trabalhava Sharon —seguiu—. Mas quando chegamos à conclusão de que Penny Thompson foi sua primeira vítima, pensamos que o mais provável é que Penny conhecesse seu agressor e que Anahi e Sharon fossem desconhecidas.
—Entretanto, havia centenas de possíveis suspeitos —observou Nick—. Recordo ter feito dúzias de interrogatórios sem chegar a nenhuma parte.
Alfonso recordava. Eram muitas as pessoas que tinham tido contato com Penny, e ao reduzir o número até ter uma lista final de quem a conhecia bem, entre eles o noivo, os professores, os tutores de suas disciplinas, ninguém encaixava no perfil.
Tampouco facilitava as coisas o fato de que Penny tivesse desaparecido três anos antes do seqüestro de Anahi e Sharon.
Alfonso não falou ao ver que a garçonete se aproximava com suas torradas. Bozeman era uma cidade pequena, apesar dos doze mil alunos da universidade situada nos subúrbios. As paredes tinham ouvidos. As línguas se soltavam facilmente.
—O xerife Donaldson estava convencido de que Penny foi morta pelo noivo —disse Nick—. Mas isso nunca foi mais à frente. Não havia provas que o relacionassem com seu desaparecimento. Ao final, suspeitamos que Penny tivesse sido a primeira vítima do Açougueiro, mas a essa altura seu pai já havia se desfeito do carro.
Nick acabou seu café e deixou a xícara na mesa com um golpe.
—Estamos nos perdendo, Alfonso. O maldito cobrou outra vítima e nós não temos provas, testemunhas nem suspeitas. A imprensa vai se divertir muito.
—A encontramos rápido. Isso sempre é uma boa notícia. A que hora começarão a autópsia?
Nick olhou seu relógio.
—Em dez minutos. Deveríamos ir —disse, e acabou o café.
Alfonso detestava as autópsias. Não sabia o que temia mais: se ver o corpo de Rebecca Douglas sobre a mesa ou imaginar Anahi sob esse mesmo bisturi.
Fran se aproximou da mesa com um recipiente térmico de café recém feito e um jornal.
—Acabam de deixar —disse, e deixou o jornal frente a Nick—. Se não se importar que o diga, Elijah Banks é um inseto e todos sabem. Sua mãe estará revolvendo-se em sua tumba, pobrezinha.
CADÁVER ENCONTRADO NO BOSQUE
O escritório do xerife não confirmou a identidade.
Elijah Banks
Correspondente especial do Chronicle


BOZEMAN, Montana — O xerife do condado de Gallatin, Nick Thomas, não quis confirmar nem negar que o corpo da mulher encontrado ontem pela manhã fosse o da estudante do Bozeman, Rebecca Douglas.
«Tudo indica que foi o Açougueiro», assinalou uma fonte do escritório do xerife que quis permanecer anônima.
O xerife Thomas reconheceu a contra gosto que conta com a ajuda de um agente especial, Quincy Herrera, do escritório do FBI em Seattle. O agente Herrera, mais experiente, participou faz doze anos na investigação sobre o desaparecimento de duas estudantes universitárias, Sharon Lewis e Anahi Puente. Lewis foi encontrada morta e Puente escapou, mas não pôde identificar o assassino.
O corpo da mulher sem identificar foi descoberto a primeira hora da manhã do sábado por Ryan Parker e dois amigos. Ryan, de onze anos, é filho do juiz do Tribunal Superior, Richard Parker. Por volta de meio-dia, mais de quarenta oficiais do xerife e voluntários penteavam a área situada a seis quilômetros ao leste de Creek Road e quinze quilômetros ao sul da Rota 84. Ninguém pôde confirmar concretamente que tipos de provas procuravam.
«Quando a encontramos, pensamos que podia ser a garota desaparecida — disse Parker—. Estava nua.»
Uma fonte do escritório do prefeito havia dito « Já era hora», ao saber que o FBI volta a participar da investigação. «Necessitamos uma equipe de profissionais competentes para dar com este assassino de uma vez por todas. As mulheres de Bozeman têm medo, e com razão.»
A noite da sexta-feira passada, a senhorita Douglas saiu do Salão Hannon da Universidade de Montana State em seu próprio carro para ir a seu trabalho na pizzaria da Interestadual 191. Não voltou para o campus. Sua companheira de quarto comunicou à segurança do campus que a senhorita Douglas estava desaparecida e posteriormente chamou o escritório do xerife do condado de Gallatin. A polícia não demorou a encontrar seu carro no estacionamento da pizzaria.
A primeira vítima conhecida do Açougueiro...



Nick deixou o jornal sobre a mesa de um golpe, e o café se derramou pela borda da xícara.
Alfonso também opinava que a entrevista de Eli a Ryan Parker era inaceitável. Onde estava o juiz Parker agora? Por que não lhe tinha parado os pés?
Não era só a entrevista de Ryan. A Alfonso não agradou as provocações de Eli contra o escritório do xerife. Quão último necessitava nesse momento era uma guerra de feudos que enlodasse a investigação. Os homens de Nick já o olhavam como a um estranho. Se suspeitavam que tentava minar a influência de Nick, ninguém quereria lhe ajudar.
Tinha que ganhar a confiança dessa gente.
—Farei uma declaração oficial —disse Alfonso, e deixou uns dólares sobre a mesa.
Nick lhe lançou um olhar ao sair da cafeteria. Detiveram-se junto a sua caminhonete.
—Não sei do que servirá isso.
—É sua investigação, Nick. Eu não estaria aqui se não me houvesse convidado. Isso sabe.
—Estou fazendo as coisas bem? Passei algo por alto? Alfonso elevou as mãos.
—Para. Não serve de nada se pôr a especular. Pôs todos os pontos sobre os «is», cumpriu cabalmente com seu dever, e não ache que eu não seria o primeiro a dizer se alguma coisa não tivesse sido assim. Mas jamais iria ver os da imprensa primeiro, e sim você. Espero que isso fique claro.
Nick fechou os olhos.
—Sei, sei. O que passa é que Eli me rompe os ovos, sabe?
—Sim, é um imbecil.
Caminharam uma quadra até o centro público, onde o forense tinha seu escritório e laboratório.
—Como Anahi reagiu ao saber que está na hospedaria? —perguntou Nick.
—Ainda não sabe — disse Alfonso, com uma careta.
—Não gostará nada.
—Saberá encaixá-lo.
Nick não estava seguro de que Anahi soubesse encaixá-lo. Já estava zangada com ele por ter chamado Alfonso sem consultá-la. Não era necessário, mas Nick estava acostumado a pedir sua opinião em diferentes questões relacionadas com a investigação do Açougueiro, sobre tudo quando se tratava da busca inicial. Com o tempo, acostumou-se a sua relação de trabalho. Tinha sido um passo fácil converter essa amizade em uma relação mais íntima.
O fato de que ele partiu dois anos antes porque Anahi não respondia a seus sentimentos não mitigava seu desagrado porque Alfonso estivesse praticamente compartilhando teto com ela. No fundo de seu coração, sabia que Anahi não voltaria com ele. Se voltasse, seria porque era a segunda opção, depois de Alfonso.
Não lhe parecia uma perspectiva particularmente agradável.
Alfonso lhe caía bem. Mas ele amava Anahi, e pensar nos dois juntos...
Não, isso não aconteceria. Anahi viu como sua vida se vinha abaixo quando Alfonso a expulsou da Academia. Depois de tantos anos alimentando essa dor e essa raiva, seguro que não lhe aconteceria agora, nas poucas semanas que Alfonso estivesse na cidade.
De modo que ainda ficava uma oportunidade, pensou Nick ao entrar na sala de espera do forense. Na realidade, pensou, possivelmente Anahi buscaria a ele precisamente porque Alfonso estava na cidade. Ofereceria-lhe sua compreensão, sua simpatia, seu ombro.
Não, ele não ia se conformar com um segundo posto. Anahi tinha que amá-lo em lugar de ver-se empurrada a seus braços pela intervenção de outro homem.
Ryan Parker estava sentado no alto do monte, seguro de que ninguém podia vê-lo, e observava às pessoas que se reunia mais abaixo. Mas seu olhar não seguia a agitação dos agentes do xerife.
Atraía-lhe a cena do crime, isolado pela fita de plástico da polícia. O fazia pensar na garota que tinham encontrado. Jamais esqueceria o corpo azulado e nu. O talho profundo de cor vermelha escura, quase negra, no pescoço. Os cortes e machucados por todo o corpo.
Entretanto, agora sentia que seus olhos o perseguiam.
Não tinha dormido grande coisa a noite anterior. Cada vez que tentava dormir, Rebecca Douglas o estava olhando com seus olhos azuis abertos e congelados pela morte.
Ryan tinha visto dúzias de animais mortos em seus onze anos. Em uma ocasião, matou um cervo com seu rifle 22, um disparo certeiro na nuca, e seu pai se mostrou muito orgulhoso dele. Mas ele mesmo não se sentiu tão orgulhoso.
A caça não estava má. Não gostava especialmente, não como seu pai e seu tio, mas não estava mau.
A pesca, pelo contrário, era o paraíso. Se seus pais o deixassem iria pescar todos os dias. Sentia-se livre e independente lá no lago, ou sentado à beira dos redemoinhos na curva do rio que ficava mais ao sul de sua casa, ou no cais do lago. Aquilo o fazia mais feliz que qualquer outra coisa na vida. Mais que os cavalos. Certamente, mais que a caça.
Em geral, Ryan se encontrava mais a vontade só que acompanhado de seus pais.
Possivelmente tivesse que ver com a quietude. Ou com a espera. Sean e Timmy não tinham paciência para pescar. Timmy guardava silêncio, mas se movia muito. Sean já nem sequer ia porque Ryan se negava a guardar o cano se não picavam ao cabo de vinte minutos. Às vezes, seu pai pescava com ele durante um par de horas, e isso lhe agradava.
Mas agora seu pai estava muito ocupado para acompanhá-lo em suas excursões ao lago.
Às vezes demorava todo um dia em pescar uma truta ou um robalo de tamanho decente. Às vezes não pescava nada, mas não se importava. Porque o que mais o fazia desfrutar era simplesmente lançar a linha, a espera e a liberdade, não a captura em si.
Sean e Timmy não o entendiam.
Tampouco o entendia seu pai, embora tentasse.
Ryan observava às pessoas movendo-se lá em baixo. Eram tão pequenas que pareciam formigas. Fechou um olho e elevou dois dedos. Assim de grandes, menos de um centímetro.
Nem sequer sabiam que ele estava ali.
Ryan tinha curiosidade de ver o que encontravam. Por algum motivo, acreditava que se encontravam o tipo que matou essa mulher, ele dormiria mais tranqüilo. A garota parecia um cervo, com os olhos abertos e olhando sem enfocar.
Ryan não gostava disso. As pessoas eram pessoas e os animais eram animais, mas alguém tinha tratado essa garota como se fosse um animal. Isso não estava bem.
Quando a maioria dos homens da brigada começaram a subir pelo caminho da serraria, ele se levantou e limpou a terra dos jeans desgastados. Já era hora de voltar. Tinha deixado Ranger no estábulo e ainda demoraria uma hora em chegar a casa. E não queria que sua mãe se preocupasse. Ela não estava acostumada a fazer muitas perguntas, mas sabia quando mentia.
Na realidade, Ryan nunca mentia. Mas, às vezes, não queria dizer a verdade. Evitar as conversas era a melhor maneira de não ter problemas com sua mãe.
Seguiu pelo pequeno arroio que na primavera descia pela ladeira, para o caminho mais largo que conduzia aos limites da propriedade. Ryan viu rastros de cavalo e franziu o cenho. Pareciam frescas, mas não tinha visto nenhum dos homens chegar tão acima. Quem quer que fosse, teria que dar uma olhada às ferraduras de seu cavalo. A pata direita traseira tinha perdido um par de pregos e seguro que a terra e as pedras se meteriam por debaixo da ferradura até alojar-se na pata do animal.
Perdido em seus pensamentos, quase não o viu.
De repente, o sol se refletiu em um objeto atirado no caminho e Ryan se deteve e se agachou para olhá-lo.
A princípio, pensou que eram os olhos de uma serpente que o olhava, a ponto de dar um golpe, e retrocedeu de um salto. Mas em seguida recuperou o equilíbrio e olhou o objeto mais atentamente.
Certamente, não era uma serpente. Os dois olhos eram duas pequenas gemas escuras. Verde castanho, como a cor dos pinheiros ao entardecer. As duas pedras estavam engastadas em uma rústica fivela de prata cinzelada que parecia uma ave. Parecida com uma águia. E as pedras eram os olhos.
Agachou-se e o recolheu. Surpreendeu-se ao ver que tinha um pedaço de couro ainda aderido à fivela. Ao olhá-la de perto, viu que estava desgastada e provavelmente teria se quebrado quando o dono, um caçador, ou um excursionista, deteve-se lá na cúpula a urinar.
Ryan vacilou enquanto olhava a fivela. Deveria levar ao agente do FBI? Possivelmente fosse importante para a investigação. O coração pulsava com força. Os Intocáveis, era um de seus filmes preferidos, e nunca perdia um programa chamado Quem Sabe Onde, que tratava da busca de pessoas desaparecidas.
Agora sua emoção se converteu em inquietação. Seu pai tinha insistido que não incomodasse o xerife. E lhe tinha mentido a sua mãe sobre o lugar aonde ia. Ela perderia a paciência. Não gritaria nem lhe pegaria, mas teria esse olhar que dava mais medo que qualquer castigo.
Tiritou de frio e se abrigou com a jaqueta, embora a essas horas começasse a fazer um calor agradável. Meteu a fivela no bolso e seguiu pelo estreito atalho rumo a casa. Se voltasse a ver o xerife Thomas, mostraria a fivela.
O mais provável é que não tivesse importância. Só um tipo que parou a urinar no bosque.



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Autor(a): ayaremember

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



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  • lyu Postado em 05/11/2013 - 14:50:19

    uhuhul vai mata ele!

  • steph_maria Postado em 28/10/2013 - 23:09:39

    Surteiii com esses capitulos, tão perfeito, o açougueiro quase sendo encurralado, Anahi e Alfonso enfim juntos de novo quase morri aki *-------* posta maisssss

  • lyu Postado em 27/10/2013 - 02:34:57

    acho q é esse: David Larsen

  • steph_maria Postado em 26/10/2013 - 22:17:04

    SURTANDOOOO COM ESSES CAPITULOS GENTE!!! *__* a Caça tah perfeita finalmente sabemos quem é o açougueiro e a Puta kkkkkkkk só estou me preparando pq imagino o pobre Nick deve sofrer na mão do açougueiro =/~ mas apesar disso tudo o que são AyA? estao ficando proximos e Anahi aceitando ser consolada por ele me mataaaaa

  • lyu Postado em 22/10/2013 - 01:41:46

    a puta é mulher do juiz. mais

  • ponnynobre Postado em 18/10/2013 - 21:59:02

    Que lindo Anahi e Alfonso se acertando aos pouco. que merda esse homem pegou outra garota :(

  • isajuje Postado em 18/10/2013 - 20:14:12

    A Puta KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK é pra rir mesmo. Esse O Açougueiro é um cara muito retardado. Tudo se tornaria mais fácil se ele matasse A Puta. Não vi nenhum impedimento nisso. A Puta deve ser mesmo a mulher do juiz com o seu irmão. É o que eu acho. Credo. Muito nojento. E AyA juntos *u* quero mais. Ps.: desculpe comentar pouco preciso comentar em um moooooonte aqui

  • isajuje Postado em 15/10/2013 - 19:43:01

    Menina, como você pode postar dois capítulos e nos deixar assim? KKKKKK nossa curiosidade, ansiedade, e nosso trauma precisa de mais capítulos. Foi muito romântico esse beijo, cheio de ternura bleh. Não acredito que falei nisso mas ok. Pode continuar.

  • ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:30:29

    Alfonso é sempre tão lindo com ela ♥ demorou mais o beijo foi lindo

  • ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:29:25

    QUE LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOS. POSTA MAIS POR FAVOR!!!!!!!!!!!!!


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