Fanfics Brasil - CAPÍTULO - 19 À CAÇA - AyA - Adaptada Finalizada

Fanfic: À CAÇA - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: CAPÍTULO - 19

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Alfonso se surpreendeu com a rapidez que Anahi voltava tão rapidamente a ser dona de si mesma. Tinha visto veteranos impressionados diante da cena de um crime especialmente brutal, que demoravam mais de cinco minutos em recompor-se. Outros demoravam vários dias.
Entretanto, também era certo que Anahi tinha tido doze anos para ocultar seus medos.
—Claustrofobia? —ouviu-se dizer.
Ela assentiu, visivelmente mais relaxada. Inclinou a um lado a cabeça e deu de ombros.
—Às vezes ainda me acontece. Não há janelas —acrescentou, ao cabo de um instante, em voz tão baixa que quase não se ouviu.
Embora parecesse tranqüila, seguia olhando com olhos vigilantes. Esperando mais. Esperando que lhe saltasse à garganta. Desconfiava tanto dele? Que fizesse algo assim enquanto ela estivesse indefesa?
—Anahi —disse ele, e se aproximou. O que podia dizer para lhe dar segurança?— Eu...
O ruído de homens que desciam pela ladeira do monte o interrompeu. Viram Nick que se aproximava do barraco com cinco agentes.
—Encontramos três balas em duas árvores —disse Nick, olhando de Alfonso a Anahi e de novo a Alfonso. Se tinha se dado conta da tensão, sua expressão não o delatava.
—O agente florestal está trabalhando com meus homens para cortar as partes de troncos; mandaremos ao laboratório em Helena. —Nick se voltou para seus homens—.Dispersem pelo monte para baixo a partir do barraco e tratem de averiguar como a trouxe até aqui. Atentos aonde pisam, terá que vigiar se por acaso vêem algo estranho. Rastros de rodas, lixo...
— Sim, senhor. —Os homens se separaram.
—Necessitamos uma equipe para procurar provas — disse Alfonso.
—Então é aqui —disse Nick, franzindo o cenho ao olhar para o barraco, como se uma nuvem negra passasse por seu pensamento.
—Sem dúvida, teremos que coletar amostras de sangue e outras. —Nos outros barracos encontrados, tinha recolhido algumas provas forenses, embora as amostras de DNA estivessem poluídas pela exposição ao ar livre. O assassino não deixava rastro de sêmen nas vítimas, nem cabelo nem sangue. Utilizava uma camisinha, embora nem sempre as violasse penetrando-as com o pênis.
Alfonso olhou sua companheira e teve vontades de estrangular o canalha que lhe tinha feito isso. Era um impulso diferente a sua habitual reação de ira ante os criminosos violentos. Era mais forte e poderoso.
Era pessoal.
Ela o surpreendeu olhando-a e lhe sustentou o olhar. Seu rosto pálido era inexpressivo, mas seus olhos estavam cheios de interrogações.
—Acredito que estamos preparados para seguir. Anahi? —perguntou Alfonso, querendo lhe dar a opção de não seguir, embora duvidasse que ela fosse abandonar agora.
—Sigam vocês —disse ela, o que foi uma surpresa—. Eu volto.
Nick parecia tão surpreso quanto Alfonso.
—Espera que chame um de meus homens para que a acompanhe —disse ele.
—Maldito seja, Nick. Não vou me perder.
—Anahi —disse ele—. Ninguém de minha equipe pode ir sozinho enquanto dure a busca. Deveria saber melhor que ninguém, posto que também é sua regra.
—Tem razão. Sinto muito —disse, suspirando—. É que estou cansada.
Nick lhe tocou o ombro e assentiu.
—Descansa um pouco, Ani. Amanhã teremos muito trabalho e daqui a duas horas terá que suspender a busca.
—Farei Isso. —Esperou que Nick chamasse o agente Booker para que voltasse com ela. Olhou Alfonso.
—Obrigado —disse, e lhe tocou levemente o braço. Um contato ligeiro que transmitia mais emoção real que algo que tivessem compartilhado desde sua volta a Montana. E não era raiva. Sustentaram o olhar, só um momento, uma trégua mútua. E algo mais. Um pouco mais profundo. Era perdão?
Não, ele não tinha tanta sorte.
Observou-a enquanto se afastava com o agente. Enquanto conjecturava.
O sol se pôs muito depois da hora de jantar, e já caía a noite quando Anahi se dirigiu para o sudeste, em direção à Hospedaria Gallatin.
Não podia deixar de pensar na reação de Alfonso.
Estava segura de que ele converteria tudo aquilo em um escândalo, e que lhe soltaria frases como «já lhe adverti isso». Maldito seja, esperava que não sentisse lástima por ela. Isso quase seria pior. Anahi não necessitava nem queria inspirar lástima a ninguém. Quão único queria era um pouco de espaço para respirar, um pouco de compreensão sem compaixão.
E ele o tinha dado. Isso lhe brindava uma perspectiva nova de tudo.
Não queria pensar em Alfonso Herrera nem em suas motivações. Agora, não. Ao ser expulsa da Academia, tinha entendido perfeitamente o que ela era para ele. Uma carga, um problema, uma pessoa dispensável. Fazer algo inesperado e amável agora não trocava o fato de que ele pensasse que ela não podia dirigir a investigação sobre o Açougueiro.
Apesar de sua decisão de esquecer o passado, este a acossava com suas lembranças.
Era o dia antes da graduação e Alfonso foi vê-la em seu quarto. Anahi acabava de receber os resultados de seu exame final e não podia conter seu entusiasmo. Lançou-se a seus braços e o beijou.
Meu Deus, como amava aquele homem!
Enredou-lhe os dedos no cabelo, despenteando-a e lhe sustentou o rosto muito perto. Seus lábios eram quentes, firmes, seguros.
Deles.
Não tinham falado de matrimônio, não com essas palavras. A única conversa sobre o assunto o tinha introduzido Alfonso. Foi antes que ela partisse de Montana, justo depois de que a admitissem na Academia, e justo depois de que seus escarcéus românticos se convertessem em uma relação em toda regra. Tinham concordado em postergar a conversa até depois de que ela se graduasse em Quântico.
Anahi nunca tinha duvidado de que passaria. Seus resultados lhe davam a razão.
Tinha uma carreira em que sabia teria êxito. Um homem que amava com todo seu coração. Alguém que a entendia, que cuidava dela e a amava sem condições. Que não a considerava uma mulher danificada. Alguém que a estreitava em suas noites de pesadelos, que acalmava sua ansiedade com suas mãos cálidas e seus ternos beijos. Que fazia amor sem reprimir-se.
Agora estava a ponto de graduar-se. Sua vida voltava a ser dela. Uma nova vida. Inteira, completa. Sentia-se renascer.
Ele a estreitou com força, beijou-lhe o cabelo. O aroma do Alfonso era tão particular: sabão normal e comum e um pingo de loção pós-barba. Algo picante, mas não lhe embargava os sentidos. Alfonso era bonito, sexy, inteligente e pormenorizado.
E era todo dela.
—Olhe! —exclamou ela, com um sorriso de orelha a orelha, elevando o exame escrito com uma pontuação quase ótima.
Ele abriu seus olhos de cor chocolate.
—Há. Tirou um ponto a mais que minha nota final.
Ela voltou a beijá-lo e quase deixou escapar uma risada. Quase. Ainda não tinha aprendido a rir como estava acostumada a fazê-lo, e essas risadas eram tão... imaturas. Entretanto, não havia se sentido tão feliz em anos, desde antes do seqüestro.
Nada podia detê-la agora.
Alfonso a agarrou pela mão e caminharam pelo pátio ao exterior dos quartos. Cruzaram com um grupo de futuros agentes conversando em roda de pessoas, gozando de diversos estados de êxtase e orgulho. Era uma bela tarde de outono na Virginia. O dia seguinte prometia um tempo espaçoso e uma temperatura próxima aos vinte graus. Ideal para uma cerimônia de graduação.
Mas embora caísse um dilúvio, Anahi conheceria a glória quando recebesse seu diploma do Quântico, e lhe atribuíssem sua primeira tarefa.
Tinha vencido o Açougueiro, e isso parecia uma façanha.
—Falei com o agente Clark — disse Alfonso, quando passaram mais à frente do pátio e seguiram caminhando tranqüilamente pelos atalhos ao redor do edifício.
—Já lhe disse isso, Alfonso, nada de entendimentos especiais na atribuição de tarefas. Se me derem o que eu prefiro, melhor. Se não, farei méritos. —Anahi tinha pedido para trabalhar em casos de assassinos em série e ser admitida no programa de elaboração de perfis. Sua pós graduação em criminologia e sua licenciatura em psicologia eram pontos a seu favor, mas nada era seguro.
Ela queria fazer-se merecedora de sua tarefa. Não queria que sua relação com o Alfonso influísse na decisão.
—Sei. —Ele guardou silêncio um comprido momento e Anahi sentiu um comichão no couro cabeludo. Algo estava acontecendo. Alfonso não era um grande falador, mas tampouco lhe custava tanto comunicar-se. Dizia o que acreditava e acreditava no que dizia. Era a grande diferença em sua relação, posto que Anahi tinha dificuldades para falar sobre como se sentia, ou para encontrar as palavras adequadas.
—O que aconteceu? Não me diga que Rowan ou Liv não aprovaram. —Não era possível. As duas estavam tão centradas nos estudos e punham a mesma dedicação que ela. Eram suas primeiras amigas desde a morte da Sharon. E ao fim da primeira semana, sua relação se voltou mais de irmãs que de companheiras de quarto.
Alfonso negou com um gesto da cabeça.
—Falamos de você.
—OH, você e o agente Clark falaram de mim? —Tentou que sua voz soasse leve e despreocupada, mas sentiu que a tensão se agarrava as costas e as mariposas batiam as asas no ventre. Algo muito errado estava acontecendo.
—O doutor Garrett se reuniu com Clark ontem pela manhã. Estava... hé... um pouco preocupado por sua segunda prova psicológica.
—Garrett é um idiota arrogante —disse Anahi, e meteu o cabelo atrás das orelhas. A mão lhe tremia e quis dissimular.
—Sim, bom. Clark o escutou. Estão preocupados com você. Acreditam que necessita um pouco mais de tempo.
Os dois sabiam a que se referia. O tempo. O tempo se converteu em um inimigo.
—Faz dois anos que ocorreu aquilo, Alfonso. O que dizia, concretamente, o puto perfil?
Anahi se deteve e o olhou. Quando ele desviou seu olhar, ela soube, soube que estava fodida.
—Que tem uma personalidade obsessiva, e isso poderia nublar seu julgamento e pôr em perigo as vidas de seus companheiros.
—Isso é mentira! E você sabe. Não podem... O que disse? A cara de preocupação de Alfonso lhe arrancou toda esperança do coração e então Anahi se deu cabalmente conta do que ocorria. Sua vida voltava a acabar.
—O que aconteceu? Maldito seja, Alfonso, o que aconteceu? Ele falou com voz neutra.
—Clark me perguntou o que pensava. Disse-lhe que necessitava um ano mais.
Ela odiou as lágrimas que brotaram em seus olhos. Não pôde fazer nada para impedir que lhe banhassem as faces. Sentia um peso como um chumbo no coração e lhe faltou a respiração.
—O que?
Ele tentou lhe agarrar a mão mas ela se afastou.
—Ani...
—Não me chame assim! —Zangada com sua própria debilidade, limpou as lágrimas com o dorso da mão, mas em seguida caíram mais.
Alfonso deu um passo atrás.
—Tem o ingresso assegurado em Quântico o ano que vem. E aprovará com todas as honras, verá...
—Já fui aprovada com todas as honras! —disse, olhando-o através de suas lágrimas—. A você... Pergunto a você. Por que não me defendeu?
—Necessita mais tempo. —Alfonso falava em voz baixa e a olhava fixamente—. Anahi, passou pela universidade e fez sua pós graduação a toda velocidade, não fez nada por si mesma. Tem que saldar contas com o passado para poder enfrentar o futuro. Não estou seguro de que os motivos que tem para ser agente do FBI sejam os corretos.
— Economize a fodida psicologia barata. É você... você é o que pensa que virei abaixo. Que... que não posso fazer meu trabalho. Que se foda. Eu acreditava que... que precisamente você me entendia...
E pôs-se a correr.
Anahi sacudiu a cabeça e esfregou a têmpora, devolvendo a lembrança ao lugar que lhe correspondia. Enterrado. Não tinha percebido que aqueles pensamentos estivessem tão a flor da pele até que sentiu a umidade nos olhos. Mas por que se surpreendia? Assim que tinha visto Alfonso no dia anterior os anos se desvaneceram.
Durante um ano lutou consigo mesma pela idéia de voltar para Quântico. Ignorou Alfonso, segura de que não faria mais que recorrer a lugares comuns inúteis para lhe explicar até o cansaço por que precisava dar um tempo. Ela não queria ouvir suas razões. Alfonso não a tinha apoiado no momento da verdade. Ele tinha questionado suas motivações, e depois tinha insistido em lhe dizer que não era nada pessoal.
Ao contrário, não podia ser nada além de pessoal.
Queria voltar para Quântico, mas uma coisa a retinha.
O medo. Um medo profundo que lhe gelava os ossos com apenas pensar que o psiquiatra pudesse ter razão, não só que estivesse obcecada com o Açougueiro mas também, se algum dia o encontrasse, sofreria de verdade uma crise nervosa.


 


comentem bjos <3 



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Autor(a): ayaremember

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



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  • lyu Postado em 05/11/2013 - 14:50:19

    uhuhul vai mata ele!

  • steph_maria Postado em 28/10/2013 - 23:09:39

    Surteiii com esses capitulos, tão perfeito, o açougueiro quase sendo encurralado, Anahi e Alfonso enfim juntos de novo quase morri aki *-------* posta maisssss

  • lyu Postado em 27/10/2013 - 02:34:57

    acho q é esse: David Larsen

  • steph_maria Postado em 26/10/2013 - 22:17:04

    SURTANDOOOO COM ESSES CAPITULOS GENTE!!! *__* a Caça tah perfeita finalmente sabemos quem é o açougueiro e a Puta kkkkkkkk só estou me preparando pq imagino o pobre Nick deve sofrer na mão do açougueiro =/~ mas apesar disso tudo o que são AyA? estao ficando proximos e Anahi aceitando ser consolada por ele me mataaaaa

  • lyu Postado em 22/10/2013 - 01:41:46

    a puta é mulher do juiz. mais

  • ponnynobre Postado em 18/10/2013 - 21:59:02

    Que lindo Anahi e Alfonso se acertando aos pouco. que merda esse homem pegou outra garota :(

  • isajuje Postado em 18/10/2013 - 20:14:12

    A Puta KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK é pra rir mesmo. Esse O Açougueiro é um cara muito retardado. Tudo se tornaria mais fácil se ele matasse A Puta. Não vi nenhum impedimento nisso. A Puta deve ser mesmo a mulher do juiz com o seu irmão. É o que eu acho. Credo. Muito nojento. E AyA juntos *u* quero mais. Ps.: desculpe comentar pouco preciso comentar em um moooooonte aqui

  • isajuje Postado em 15/10/2013 - 19:43:01

    Menina, como você pode postar dois capítulos e nos deixar assim? KKKKKK nossa curiosidade, ansiedade, e nosso trauma precisa de mais capítulos. Foi muito romântico esse beijo, cheio de ternura bleh. Não acredito que falei nisso mas ok. Pode continuar.

  • ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:30:29

    Alfonso é sempre tão lindo com ela &#9829; demorou mais o beijo foi lindo

  • ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:29:25

    QUE LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOS. POSTA MAIS POR FAVOR!!!!!!!!!!!!!


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