Fanfic: À CAÇA - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA
A caça ao Açougueiro a mantinha centrada e lúcida. Mas quando a caça chegasse a seu fim, onde estaria ela? Quando apanhassem o assassino e o castigassem, o que faria ela? Não tinha nada mais.
O vazio de sua vida a sacudiu como um golpe no baixo ventre.
Piscou. De repente se deu conta de que tinha chegado à hospedaria. O jipe estava estacionado, mas o motor seguia em marcha. Apagou-o e respirou fundo. Estava turvada.
Tinha esquecido o muito que amava Alfonso. Depois de ter dedicado tanto tempo a pensar em sua traição, esqueceu-se que um dia tinha querido —e planejado— passar o resto de seus dias com ele.
Alfonso enviou o relatório a seu chefe do computador de Nick, que nesse momento voltava com um copo de café da cafeteria situada na mesma rua.
—Só, com uma gota.
Alfonso franziu uma sobrancelha.
—Uma gota?
Nick sorriu.
—Expresso. Uma gota mais de cafeína.
Alfonso pôs-se a rir e aceitou o café, sentindo que parte da tensão em suas costas se desvanecia.
Nick se sentou na cadeira para as visitas, do outro lado de sua mesa, e lhe fez um gesto para que ficasse em seu assento.
—Acabei que registrar todas as provas —disse Nick—, e o agente Booker as levará a Helena amanhã pela manhã.
—Bem. —Alfonso tomou um sorvo de café. Deu-se conta de que não parava de tamborilar com o dedo indicador sobre o copo, e se obrigou a parar. O caso que tinham nas mãos era difícil, mas sua frustração tinha mais que ver com Anahi que com a investigação.
—O doutor Abrams confirmou que o sangue era da Rebecca? —perguntou.
—O mesmo tipo sangüíneo. Mandará uma amostra ao laboratório para uma análise de DNA, mas você e eu sabemos que é dela. —Nick guardou silêncio um momento e depois disse—: Porra, Alfonso, o mofo que há nesse lugar terá destruído todas as provas.
—Possivelmente, ou pode ser que a tenhamos encontrado a tempo. —Era provável que no colchão esmagado e imundo no chão do barraco não houvesse nada útil, mas o perito criminologista tinha aspirado tudo o que havia dentro desse lugar, e logo analisariam até o último grão de terra. Alfonso velaria por isso.
—Chamei uma amiga para que venha nos ajudar —disse Alfonso.
—Outro super agente do FBI? —perguntou Nick em tom de brincadeira, embora Alfonso percebeu o indício de algo mais, possivelmente um pingo de amargura. Esperava que Nick não seguisse zangado por causa do artigo de Eli Banks no Chronicle dessa manhã. Banks tinha deixado Nick em segundo plano porque este não lhe tinha dado a entrevista que queria, e não havia mais. Entretanto, a alusão à presença do FBI para encaminhar a investigação tinha que tê-lo afetado de algum modo.
Certamente, conhecendo Eli Banks, esse não era mais que o primeiro de uma seqüência de artigos negativos.
—Não exatamente. É uma técnica de laboratório, e amiga. Chama-se Olivia St. Martin.
—Esse nome me soa familiar. Não é amiga de Anahi?
Alfonso assentiu com a cabeça.
—Eram companheiras de quarto em Quântico.
—Acredita que servirá de algo?
—Olivia faria qualquer coisa para ajudar Anahi. Virá. Só tenho que pedir-lhe Era muito tarde para chamar ontem à noite quando me ocorreu. Há poucos técnicos de laboratório tão dedicados a seu trabalho como Olivia, e sua especialidade é a análise de provas.
—O que seja, se acha que nos ajudará a apanhar esse canalha. — Se houver algo nas provas, Olivia o encontrará. Logo, só necessitamos um suspeito. —Não custava nada dizê-lo, mas não tinham suspeitos. Nem sequer uma pista.
Nove garotas desaparecidas, sete delas mortas. Supunha-se que as garotas não encontradas tinham sido vítimas do Açougueiro porque tinham encontrado seus carros avariados em um raio de três a seis quilômetros depois de sua última parada.
Depois do desaparecimento de Anahi e Sharon, a investigação conjunta do escritório do xerife e o FBI chegaram à conclusão de que o modus operandi era muito limitado. O seqüestrador avariava os carros de suas vítimas vertendo melaço no tanque de gasolina quando elas paravam para comer, e repor gasolina ou para ir ao lavabo. Ele as seguia até que lhes detinha o carro e então provavelmente se oferecia a repará-lo ou às levar no seu.
Alfonso suspeitava que o seqüestrador tivesse um aspecto inofensivo, e que as vítimas o conheciam ou as pegava despreparadas quando desciam do carro para pedir ajuda.
Embora Anahi fosse sua única testemunha, Alfonso não acreditava que seu caso fosse similar a outros seqüestros. Na realidade, suspeitava que o Açougueiro pensasse que Sharon estava sozinha ou não acreditava que Anahi voltaria tão rápido depois de conseguir ajuda.
Uma vez que Anahi levou os investigadores até o barraco, contou a Alfonso o que tinha acontecido nessa noite.
E ainda lhe punham os cabelos arrepiados em apenas pensar.
—Sharon e eu fomos a Missouri as compras. E passar o dia. Decidimos ir ver um filme.
Anahi fez uma pausa e seu pai lhe passou um copo de água. Ela bebeu com um canudo.
—Papai, importaria-se em trazer um refresco? Eu adoraria tomar uma coca.
— Claro que sim. —Bill Puente lhe acariciou a face e saiu do quarto.
Quando fechou a porta, Anahi olhou Alfonso.
—Sofreu tanto com tudo isto que não queria que escutasse o que vou contar.
Alfonso dissimulou sua surpresa, mas Anahi não deixava de impressioná-lo. Depois do que tinha vivido, o fato de pensar nos sentimentos de seu pai demonstrava a solidez de seu caráter tanto, ou até mais que sua vontade de sobreviver.
Estava na cama do hospital, e seu cabelo negro murcho mas limpo contrastava com o branco dos lençóis. Seu rosto pálido estava cheio de hematomas, tinha uma atadura na cabeça, e os olhos inchados e avermelhados. Por todo o corpo tinha cortes, grandes e pequenos curados e enfaixados.
Soube pelos informes do médico que a tinham violado repetidas vezes. Que tinha necessitado dúzias de pontos de sutura nas pernas, ventre e seios devido a feridas com um objeto agudo. Que a tinham torturado com um parafuso metálico.
Que tivesse sobrevivido e escapado quando tudo jogava contra era um fato assombroso.
Que estivesse disposta a falar do acontecido e ajudar a encontrar o maldito que lhe tinha feito isso e depois matado a sua melhor amiga demonstrava que Anahi tinha mais integridade que a maioria dos agentes com que tinha trabalhado Alfonso.
—O filme acabou depois das nove —disse—, e quando empreendemos a volta, já eram dez horas. Íamos no carro da Sharon, um Volkswagen fusca. Eu sempre ria de seu carro. —Em seus olhos brotaram lágrimas, mas seguiu—: Quero dizer, estava ali sem poder sair no inverno porque não podia conduzi-lo se havia neve ou gelo, e tinha a bateria totalmente morta quando as neves se derretiam... —balbuciou ao final, e logo tragou saliva—. Mas Sharon adorava seu Herbie, sabe, batizado como o fusca apaixonado.
Alfonso não a pressionava, nem sequer quando fechava os olhos. Ver as lágrimas lhe banhando as faces o destroçava. Tinha trabalhado com numerosas vítimas, em diferentes estados de histeria, mas algo na dor de Anahi lhe chegou ao fundo. Deu-se conta de que desejava consolá-la com algo mais que palavras.
Ela seguiu e ele se concentrou em tomar nota.
—Paramos no Three Forks porque acabava a gasolina do Herbie, e eu acreditava que não chegaríamos à hospedaria, embora estivéssemos a menos de cinqüenta quilômetros. Sharon fazia isso freqüentemente, conduzir com o depósito quase vazio. Desde que a conhecia me tinha chamado três vezes para me pedir que lhe levasse gasolina — disse, e sorriu com essa lembrança agridoce.
— Tínhamos fome e havia um local de comida rápida, assim entramos para comprar batatas fritas e umas cocas. Comemos no local porque Sharon não gostava de comer dentro do carro.
Voltou a fazer uma pausa, esta vez com o olhar absorto no teto. O que estava olhando? Recordando? Tentando esquecer?
—Saímos ao cabo de um momento. Ao fim de uns cinco minutos, Herbie começou a dar sacudidas e um quilômetro depois de Manhattan, parou-se sem mais. Jogou um pouco de fumaça e morreu. —Anahi guardou silêncio—. Jamais devia ter dito que parasse. Seguro que tínhamos suficiente gasolina para chegar em casa. Se só...
—Basta, Anahi —disse Alfonso, e em seguida pigarreou—. Perdão, senhorita Puente.
—Tudo bem. Meu nome é Anahi.
—Não deve pensar no que teria feito de maneira diferente. Nada disto foi sua culpa. Tudo é culpa dele. E sabe.
—A imprensa o chama o Açougueiro de Bozeman.
__ Odeio a imprensa — disse Alfonso, com uma careta.
__ Eu estou começando a odiá-la —disse ela, com voz fraca. Alfonso se perguntava se teria visto a foto de quando a tiravam do vale com uma corda de salvamento. Confiava que o pessoal do hospital lhe economizasse as notícias da televisão ou a leitura de jornais. Alfonso já tinha gritado ao xerife um par de coisas por alguns dos detalhes revelados, não só sobre a condição de Anahi mas também sobre a investigação.
Entretanto, não era o momento mais indicado para pensar nisso.
—O que aconteceu quando o carro se danificou? —perguntou.
—Eu comecei a fazer brincadeiras. A respeito do Herbie e de como ela o amava muito.
Anahi respirou fundo antes de seguir.
—Eu conheço a área e sabia que havia uma cabine de telefone em um pequeno posto de gasolina que fecha de noite. Ia chamar a meu pai para lhe pedir que viesse nos buscar.
—Por que não o chamou?
—A isso ia. Estava quase na curva, mais ou menos, a uns duzentos ou trezentos metros, quando chegou um carro por trás. Eram dois anciões e se ofereceram a me levar. Disse-lhes o que tinha ocorrido, e eles tinham um telefone no carro. Quero dizer, não conheço ninguém que tenha um telefone no carro exceto o prefeito. Deixaram-me usá-lo para chamar meu pai. Ele disse que passaria a nos buscar em vinte minutos.
Anahi lhe lançou um olhar agônico.
—Por que não fui com eles? Possivelmente ao vê-los tivesse fugido e Sharon ainda estaria viva —disse, e calou, afogada pela emoção—. Disse-lhes que meu pai viria, que seguissem e que eu esperaria com Sharon.
—Anahi, tinha motivos de sobra para se sentir segura.
—Aqui nunca aconteceu nada errado. Nunca pensei — balbuciou, reprimiu um soluço e seguiu—: Voltei Sharon não estava. Quero dizer, não estava no carro. Chamei-a e ela gritou pedindo ajuda.
—Onde estava?
— Na sarjeta ao lado do caminho. Pensei em um animal, um urso, ou algo. Não tinha uma arma, quero dizer, tenho uma mas não a carrego sempre, sabe? Comecei a gritar para afugentar essa coisa que aterrorizava Sharon, e, e... —disse, e calou.
—E?
—Nada. Ouvi um ruído a minhas costas, virei-me e... —Fez uma pausa, como se pensasse—. Cheirei algo doce. Doce e enjoativo. Senti uma dor de cabeça, e depois nada.
Anahi voltou a olhá-lo, com os olhos alagados pela dor de suas emoções.
—Nada, até que despertei acorrentada ao chão. Não sabia por que tinha tão frio, até que me dei conta de que estava nua.
Autor(a): ayaremember
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 28
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lyu Postado em 05/11/2013 - 14:50:19
uhuhul vai mata ele!
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steph_maria Postado em 28/10/2013 - 23:09:39
Surteiii com esses capitulos, tão perfeito, o açougueiro quase sendo encurralado, Anahi e Alfonso enfim juntos de novo quase morri aki *-------* posta maisssss
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lyu Postado em 27/10/2013 - 02:34:57
acho q é esse: David Larsen
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steph_maria Postado em 26/10/2013 - 22:17:04
SURTANDOOOO COM ESSES CAPITULOS GENTE!!! *__* a Caça tah perfeita finalmente sabemos quem é o açougueiro e a Puta kkkkkkkk só estou me preparando pq imagino o pobre Nick deve sofrer na mão do açougueiro =/~ mas apesar disso tudo o que são AyA? estao ficando proximos e Anahi aceitando ser consolada por ele me mataaaaa
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lyu Postado em 22/10/2013 - 01:41:46
a puta é mulher do juiz. mais
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ponnynobre Postado em 18/10/2013 - 21:59:02
Que lindo Anahi e Alfonso se acertando aos pouco. que merda esse homem pegou outra garota :(
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isajuje Postado em 18/10/2013 - 20:14:12
A Puta KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK é pra rir mesmo. Esse O Açougueiro é um cara muito retardado. Tudo se tornaria mais fácil se ele matasse A Puta. Não vi nenhum impedimento nisso. A Puta deve ser mesmo a mulher do juiz com o seu irmão. É o que eu acho. Credo. Muito nojento. E AyA juntos *u* quero mais. Ps.: desculpe comentar pouco preciso comentar em um moooooonte aqui
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isajuje Postado em 15/10/2013 - 19:43:01
Menina, como você pode postar dois capítulos e nos deixar assim? KKKKKK nossa curiosidade, ansiedade, e nosso trauma precisa de mais capítulos. Foi muito romântico esse beijo, cheio de ternura bleh. Não acredito que falei nisso mas ok. Pode continuar.
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ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:30:29
Alfonso é sempre tão lindo com ela ♥ demorou mais o beijo foi lindo
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ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:29:25
QUE LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOS. POSTA MAIS POR FAVOR!!!!!!!!!!!!!