Fanfic: À CAÇA - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA
ENCONTRADA A GUARIDA DO AÇOUGUEIRO
A jovem morta foi identificada como a
aluna desaparecida da Universidade de Montana State
Enviado Especial, Elijah Banks
Anahi tinha pego o jornal com tanta força que não podia nem ler as palavras. Mas as fotos eram inequívocas.
Por debaixo do titulo, uma foto do barraco onde Rebecca tinha estado cativa. Ao lado, uma foto da Rebecca copiada da ficha universitária, quão mesma aparecia nos santinhos distribuídos por toda a cidade.
—Maldito seja!
Estava a ponto de lançar o jornal a um lado quando algo familiar mais abaixo da folha chamou a atenção.
O breve café da manhã que tinha tomado lhe revolveu no estômago. Tragou bílis e murmurou:
—Que canalha!
Na parte de abaixo havia outra foto. Uma foto dela. Apoiada contra a árvore fora do barraco. Destacava a palidez de seu rosto, inclusive no grão grosso do papel. O pé de foto dizia:
Anahi Puente, chefe da Unidade de Busca e Resgate e única sobrevivente do Açougueiro de Bozeman, ajuda o FBI na localização da velha cabana.
—Sinto muito.
Ela deu um salto ao ouvir a voz.
—Alfonso.
Tinha chegado pelo atalho da hospedaria, mas ela estava tão concentrada no jornal que não o ouviu.
—Teria Lhe economizado isso se pudesse.
Ela sacudiu a cabeça e elevou o queixo.
—Estou bem — insistiu, embora a foto a tinha desconcertado.
—Quando a gente reage zangando-se com estas montagens de Elijah Banks, lhe concede ainda mais poder.
—Não estou zangada. —Mentia. E era evidente, por sua expressão, que Alfonso sabia.
—Ok, estou zangada, mas passará. —Guardou silêncio e ficou olhando atentamente—. Por que está aqui?
—Esta manhã falei com Olivia.
—E?
—Estará em Helena esta noite.
—De verdade? Possivelmente possa vir até aqui. Não fica muito longe. Eu adoraria vê-la.
—Tem o número de seu celular. Chama-a.
— Farei isso — disse Anahi, e se propôs ligar no dia seguinte.
—Vou à universidade —disse Alfonso—, mas queria te contar de Olivia. Se houver algo nas provas...
—Ela o encontrará —disse Anahi, terminando sua frase.
—Isso. —Alfonso subiu as escadas e se deteve na borda do alpendre onde estava Anahi. A ela lhe acelerou o coração ao ver que ele se aproximava tanto, embora sem chegar a tocá-la.
—Anahi, temos que falar. A respeito de ontem à noite. Pelo que aconteceu em Quântico.
Ela tragou saliva. Tinha tanta vontade de esquecer e perdoar, mas era incapaz de deixar de lado o nó da traição que levava na alma.
—Não há nada do que falar.
Ele a olhou um momento comprido, até que ela baixou o olhar.
—Anahi — murmurou. E a beijou.
Um beijo intenso, duro e rápido, e logo se tornou atrás. O beijo a deixou sem fôlego. Era incapaz de falar.
— Falaremos —disse ele, firme—. Vá com cuidado quando sair hoje.
Não esperou sua resposta, e se foi por onde tinha vindo.
Ter uma placa de agente federal abria algumas portas e fechava outras. A nova Lei de Privacidade de Dados exigia que Alfonso conseguisse uma ordem judicial antes que a universidade lhe entregasse a informação que queria. Demorou toda a manhã em consegui-la.
Não voltou para o campus até depois da hora de comer. Por sorte, o reitor já tinha pedido a sua secretária que procurasse os arquivos necessários. Estavam dentro de uma caixa e preparados para que os levasse.
Quatro caixas. Cento e oitenta e nove homens.
Voltando para o escritório do xerife, pensou em algumas maneiras de cortar a lista. Só necessitava alguns colaboradores.
Nick deixou aos agentes Booker e Janssen. Entre os selecionados, havia alunos que punham os estados de Montana ou Idaho ou Wyoming como lugar de residência antes de vir à universidade. O assassino tinha um conhecimento exaustivo da área, de modo que era lógico pensar que viveria no condado de Gallatin ou perto.
Alfonso atribuiu aos agentes a tarefa de revisar os nomes e eliminar qualquer um que estivesse casado, partiu do país ou estivesse morto.
Ficou olhando o quadro dos assassinatos no escritório de Nick e tentou pensar como se ele fosse o assassino.
Por que violava? Controle. Raiva.
Por que precisava ter esse controle? Porque não controlava sua própria vida, sobre tudo de jovem. Teria passado parte de sua infância em um lar para meninos? Seria órfão? Vítima de abusos sexuais? Sairiam os dois pais na foto? Algum deles possivelmente teria abusado dele em pequeno?
Em geral, os assassinos em série foram vítimas de abusos sexuais em sua etapa pré-adolescente. Esse traço em comum era utilizado pelos advogados da defesa para adulterar o sentido da pena de morte ou para culpar a outros dos horríveis crimes cometidos por seus clientes.
Mas a triste verdade era que embora muitos meninos sofressem abusos sexuais, físicos e emocionais, a maioria não chegavam a converter-se em assassinos em série. Alfonso sentia compaixão pelos meninos maltratados que, com o tempo, converteriam-se em assassinos, mas não albergava o mesmo tipo de sentimento para eles como adultos.
O Açougueiro experimentava um prazer doentio torturando suas vítimas antes de matá-las. Entretanto, dois traços característicos o distinguiam da maioria de assassinos sádicos. Por isso, conseguia compreender o raciocínio do Açougueiro, poderia penetrar mais profundamente em seu pensamento e, possivelmente, ajudar a identificar algum suspeito. Era uma tarefa difícil. Os assassinos em série eram seres lógicos dentro de seus próprios cálculos, mas entender essa lógica era quase impossível se não tinham todas as peças.
Por desgraça, ainda faltavam várias peças cruciais a eles.
O primeiro traço distintivo do Açougueiro era que encerrava a suas vítimas. Isso indicava uma necessidade de controle. Ele as machucava e, de uma vez, cuidava delas, se o fato de alimentá-las com pão e água podia se chamar «cuidar». Era um homem parco em palavras e, quando lhes falava, seu tom era de desprezo. As mulheres eram posses, objetos com os que podia fazer o que desse vontade. Seus gritos não o excitavam nem o incomodavam, eram irrelevantes. Só o fato de tê-las cativas o excitava.
O segundo (e possivelmente único) traço característico era que soltava às mulheres para caçá-las. Sempre existia uma possibilidade de que escapassem. Dava a impressão de que aquele jogo era para ele um verdadeiro deleite, ainda quando lhes desse um tempo de fuga antes das perseguir. Isso sim, não lhes dava muito. E as mulheres já estavam feridas e desmoralizadas antes de começar.
Alfonso estranhava que o Açougueiro não tivesse tentado apanhar Anahi, mas também lhe surpreendia que seguisse soltando e caçando outras vítimas depois de sua fuga.
Possivelmente já não lhes desse tanto tempo antes de começar a caçada. Possivelmente as debilitava. Ou possivelmente pensasse que Anahi era uma anomalia e tivesse optado por demonstrar-se constantemente a si mesmo que ainda podia caçar e triunfar, e que era capaz de um domínio e controle absolutos. Possivelmente deixava que Anahi seguisse viva como aviso de seu único fracasso.
Alfonso sacudiu a cabeça. Estava dando voltas no mesmo. Não tinha nem idéia de por que o assassino não tinha açoitado Anahi. Se ele fosse um violador sádico que desfrutasse caçando mulheres como esporte, seguro que não deixaria que uma escapasse. De algum jeito, não encaixava com o resto do personagem, e isso incomodava Alfonso.
As cinco, saiu para encontrar-se com Olivia no aeroporto, e deixou aos dois agentes com o crivo dos suspeitos da lista universitária. Quando voltasse pela manhã, confiava em ter uma lista reduzida de nomes.
Seu instinto lhe dizia que o Açougueiro estaria entre esses nomes.
Essa noite enquanto jantava no salão da hospedaria, Anahi esteve muito atenta que Alfonso chegasse, comendo sem vontade de um prato que seu pai tinha preparado. Não queria que Bill se preocupasse, mas a verdade era que não tinha fome.
Em troca, tinha umas estranhas vontades de comer bolo de nozes.
Disse a seu pai que já podia retirar-se a seu quarto e descansar, que ela se ocuparia dos pratos e fecharia a cozinha. Precisava ter algo que fazer para deixar de pensar no Açougueiro.
Embora não fosse mais que uma simples desculpa para ver Alfonso quando voltasse.
Quando acabou de limpar os balcões, ouviu vozes no vestíbulo. Alfonso. Saiu em seguida e se surpreendeu ao ver Nick que estava falando com Gray.
—Nick. Aconteceu alguma coisa?
—Não —disse ele—. Passava por aqui e me ocorreu vir lhes saudar.
— Farei um pouco de café — disse ela.
—Não precisa. Francamente, já ingeri suficiente cafeína por hoje. Que tal um copo?
Beber com Nick era quão último queria fazer. Não porque não lhe agradasse sua companhia, mas sim porque resultava estranho estar ali com um ex-noivo enquanto o outro — Alfonso— podia entrar a qualquer momento. Na realidade, não se tinha posto a pensar na relação íntima que tinha tido com esses dois homens, e agora se sentia confusa.
Mas Nick era sobre tudo um amigo, assim sorriu.
—Claro. Gray, quer tomar um copo conosco?
—Eu estou arrebentado —disse este, negando com a cabeça. Amanhã tenho que me levantar cedo para ir procurar uns aposentados que vêm de Los Angeles. Ficarão alguns dias.
Gray lhes deu boa noite e partiu.
Anahi levou Nick ao balcão e assinalou um tamborete. Passou por debaixo do balcão e agarrou uma garrafa da cerveja preferida do Nick. Também abriu uma para ela.
—Obrigado.
—Saúde. —Anahi inclinou a garrafa para ele e tomou um gole comprido.
Sempre tinha se divertido quando saía com Nick. Antes de ser amantes, tinham sido amigos. Ela confiava que ainda seria assim, embora as relações parecessem um pouco tensas ultimamente. Havia se sentido satisfeita com a relação, até que Nick pediu que fosse viver com ele. Disse-lhe que não. E ele partiu.
Bastava-lhe com que fossem amigos e amantes. Nick queria mais.
Algo mais parecido ao que havia entre ela e Alfonso.
Ainda assim, a sua tinha sido uma cálida amizade, uma boa relação de trabalho. Por que tinha tido tantas reticências em ir viver com ele?
Em poucas palavras, porque não o amava. E quando ele sugeriu que seria conveniente que não seguissem tendo relações sexuais, disse-lhe que de acordo. Agora, pensando nisso retrospectivamente, perguntava-se se Nick não tinha esperado um protesto de sua parte.
Ao final, a ruptura foi um alívio.
—Como foi com o Alfonso?
Anahi se surpreendeu com a pergunta.
—Bem — disse, de maneira mecânica.
Ele franziu o cenho.
Ela se sentia incômoda sob esse olhar que a esquadrinhava. Quase como se lhe devesse uma explicação.
—Sério, ele faz seu trabalho e eu faço o meu, e não há mais que isso.
Anahi não queria entrar no assunto. Por que tinha que explicar sua relação de trabalho com Alfonso? Possivelmente fosse porque levava anos queixando diante de Nick que Alfonso tinha roubado sua carreira e quebrado seus planos de futuro.
Nunca tinha contado o muito que sofria.
—Tem dois de meus homens revisando os arquivos da universidade —disse Nick—. Ainda estavam no escritório quando chamei faz meia hora.
—Disse-me que estava revisando os arquivos dos anos de Penny no Bozeman. Mas naquela época havia centenas de possíveis suspeitos. Não sei como poderemos reduzir a lista se não termos mais prova que nos digam por onde seguir.
-- Alfonso está seguro de que este tipo ainda é solteiro e leva uma vida solitária.
-- Por certo, onde está Alfonso? —Quis que sua pergunta soasse despreocupada, mas não estava segura de havê-lo conseguido.
-- Em Helena. Foi ao aeroporto procurar essa sua amiga, a técnica de laboratório.
-- Olivia? —Quase esquecia que Alfonso a tinha chamado para pedir sua colaboração.
Nick assentiu e tomou um gole de sua cerveja.
—Voltará tarde ou pela manhã — disse, e guardou silêncio. Depois acrescentou—: Desejo a você e a Alfonso toda a sorte do mundo.
—Não sei a que se refere.
—Não?
—Não.
Nick suspirou e começou a tirar a etiqueta à garrafa de cerveja.
—É evidente que ainda está apaixonada por ele. Sempre esteve apaixonada.
—Isso não é verdade. —Estava protestando muito? Tentou explicar-se—. Já sabe como era tudo naquela época. Mas com tudo o que aconteceu, eu... e ora, já acabou. Acabou faz muito tempo.
—O amor não se abre e fecha como um grifo, Anahi —disse Nick, e soava irritado.
—Eu não disse isso. Eu... —disse ela, e calou —. Nick, sinto muito —.Que outra coisa podia dizer? Sabia que Nick ainda sentia algo por ela, sentimentos que ela não podia corresponder. Quão último queria era machucar seu melhor amigo.
Ele despachou sua desculpa e se levantou.
—Só queria ver como se encontrava, já que estou livre, como quem diz. —O xerife nunca estava de verdade «livre». Quando o escolheram para o cargo, dizer aquilo se converteu em uma brincadeira entre eles.
—Não há nada entre Alfonso e eu — disse ela, e mordeu a língua. Por que era tão importante convencer Nick daquilo?
Ou possivelmente quão único pretendia com seus protestos era convencer a si mesma?
Ele a olhou com um sorriso irônico.
—Pode acreditar o que quiser, Anahi, mas a verdade é que seu coração sempre esteve com Alfonso. Eu nunca tive uma oportunidade. Mas acabo de me dar conta agora.
—Você me importa. É meu melhor amigo.
Ele assentiu e ela soube que havia dito o que não devia. Nick estava apaixonado por ela e lhe dizia que o considerava seu melhor amigo.
Por que sempre tinha que dar um fora?
—Já sei que me aprecia, Ani. Sempre foi uma boa amiga. Mas uma noiva muito má. Boa noite.
Ela ficou olhando, perguntando-se por que diabo teria passado pela hospedaria essa noite. Para ver se ela e Alfonso estavam juntos? Para convencer-se de algo? Sacudiu a cabeça enquanto acabava a cerveja e deixava as garrafas no contêiner debaixo da pia.
Nunca conseguiria entender os homens.
Autor(a): ayaremember
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— É um imbecil.A Puta estava furiosa, mas agora mesmo não lhe importava. Faria-lhe pagar mais tarde por ter quebrado as regras. Depois da caçada. Mas agora não podia fazer nada.Ele viu o brilho da excitação em seus olhos.Seguia odiando-a, mas a odiava menos as noites que saíam para caçar juntos.Entretanto, sua fal ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 28
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lyu Postado em 05/11/2013 - 14:50:19
uhuhul vai mata ele!
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steph_maria Postado em 28/10/2013 - 23:09:39
Surteiii com esses capitulos, tão perfeito, o açougueiro quase sendo encurralado, Anahi e Alfonso enfim juntos de novo quase morri aki *-------* posta maisssss
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lyu Postado em 27/10/2013 - 02:34:57
acho q é esse: David Larsen
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steph_maria Postado em 26/10/2013 - 22:17:04
SURTANDOOOO COM ESSES CAPITULOS GENTE!!! *__* a Caça tah perfeita finalmente sabemos quem é o açougueiro e a Puta kkkkkkkk só estou me preparando pq imagino o pobre Nick deve sofrer na mão do açougueiro =/~ mas apesar disso tudo o que são AyA? estao ficando proximos e Anahi aceitando ser consolada por ele me mataaaaa
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lyu Postado em 22/10/2013 - 01:41:46
a puta é mulher do juiz. mais
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ponnynobre Postado em 18/10/2013 - 21:59:02
Que lindo Anahi e Alfonso se acertando aos pouco. que merda esse homem pegou outra garota :(
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isajuje Postado em 18/10/2013 - 20:14:12
A Puta KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK é pra rir mesmo. Esse O Açougueiro é um cara muito retardado. Tudo se tornaria mais fácil se ele matasse A Puta. Não vi nenhum impedimento nisso. A Puta deve ser mesmo a mulher do juiz com o seu irmão. É o que eu acho. Credo. Muito nojento. E AyA juntos *u* quero mais. Ps.: desculpe comentar pouco preciso comentar em um moooooonte aqui
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isajuje Postado em 15/10/2013 - 19:43:01
Menina, como você pode postar dois capítulos e nos deixar assim? KKKKKK nossa curiosidade, ansiedade, e nosso trauma precisa de mais capítulos. Foi muito romântico esse beijo, cheio de ternura bleh. Não acredito que falei nisso mas ok. Pode continuar.
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ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:30:29
Alfonso é sempre tão lindo com ela ♥ demorou mais o beijo foi lindo
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ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:29:25
QUE LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOS. POSTA MAIS POR FAVOR!!!!!!!!!!!!!