Fanfic: À CAÇA - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA
Quando viu Anahi, Alfonso parou em seco. Sentiu que lhe faltava o fôlego e deu um passo ao lado para ocultar-se atrás de um denso grupo de árvores.
Tinham passado dez anos da última vez que a viu, mas o impacto era o mesmo. Primeiro, uma mescla de assombro e respeito. Ainda não tinha conhecido nenhuma mulher que fosse mais ousada e decidida que Anahi. Também experimentava um sentimento de amor e orgulho, seguido rapidamente de raiva e frustração, fenômenos muito entrelaçados. Não podia fechar o fluxo de suas emoções como se dirigisse um grifo. Como tinha podido Anahi desprender-se dele tão facilmente? Como tinha abandonado a relação com ele sem sequer lhe dar uma oportunidade de explicar-se?
Alfonso ainda albergava a esperança de que ela deixaria de lado sua cega obsessão pelo Açougueiro e que voltaria. Entretanto, essa esperança ia minguando com o passar do tempo. Agora temia que Anahi acabasse matando-se por não haver-se ocupado de suas próprias necessidades.
Anahi estava de costas a Nick. Só Alfonso via a dor refletida em suas feições.
Enquanto a olhava, ela fechou os olhos e sacudiu a cabeça, como querendo afastar um pesadelo. Ou uma lembrança. Levantou-se, secou os olhos com o antebraço e se aproximou dos pés da garota morta. ficou olhando o corpo coberto de Rebecca um comprido momento antes de agachar-se e levantar o borda da lona.
Não precisava que Alfonso estivesse ao seu lado para saber o que olhava. Os pés e as pernas da Rebecca salpicada de barro por causa da corrida. A perna quebrada. Os sinais de sua fuga.
—Quanto tempo?
Inclusive de seu ponto de observação a quinze metros, Alfonso percebeu a raiva e a dor em sua voz. Anahi se virou e olhou Nick com raiva. Acentuou-lhe a rigidez da mandíbula enquanto fazia o possível por controlar sua dor.
Como sempre, tinha que controlar-se. Era um milagre que não tivesse sofrido um ataque de nervos, tal era o peso que levava sobre os ombros.
—Umas oito ou dez horas?
Alfonso não ouviu a resposta de Nick, mas o cálculo de Anahi lhe pareceu correto.
—Porra, Nick! Teve-a oito dias em seu poder. Quase conseguiu escapar. Estamos a uns poucos quilômetros da estrada. A seis quilômetros, e rompeu a perna. E ele, ele... —balbuciou, e voltou a virar-se.
Vendo o esforço que fazia por controlar-se, Alfonso se sentiu incômodo, como um olheiro. Ansiava aproximar-se dela, agarrá-la em seus braços como tinha feito no passado, só estreitá-la. Não lhe havia dito que tudo iria bem. Nunca lhe disse que a dor seria suportável. Alfonso simplesmente esteve a seu lado. E, durante dois anos, só o fato de estar a seu lado ajudou Anahi a recuperar sua vitalidade e sua força. Ele sabia como uma certeza.
Mas não tinha sido suficiente.
—O doutor Abrams está a caminho —disse Nick—. Ele poderá nos dizer algo mais.
—Tinha me prometido isso, Nick. —Anahi tirou as luvas de látex e as meteu em um bolso. Apertou a ponta do nariz e se aproximou do xerife.
Alfonso não podia deixar de saudar Anahi, mas o encontro lhe provocava certo desassossego.
—Não tente me proteger, Nick —disse Anahi, enquanto Alfonso se aproximava por trás.
—Não culpe Nick, Anahi. Fui eu quem disse que não a chamasse.
Anahi ouviu aquela voz familiar: grave, cálida e suave como a manteiga derretida.
O ritmo do coração se acelerou o dobro, e o triplo. Por um momento, um momento que foi muito comprido, foi incapaz de dizer uma palavra. Tinha sonhado com essa voz e com seu dono. Virou-se bruscamente.
Alfonso Herrera.
Por um instante, apenas um segundo, Anahi esqueceu tudo o que tinha acontecido entre eles dez anos antes, e sentiu seus braços que a estreitavam, as palavras serenas que lhe sussurrava ao ouvido.
A única vez que havia se sentido verdadeiramente segura do pesadelo da perseguição foi em seus braços.
Alfonso tinha mudado e, ainda assim, seguia sendo o mesmo. Algumas mechas cinza apareciam em seu cabelo loiro. Caía-lhe um pouco muito comprido na frente, o justo para cobrir um curativo que levava por cima do olho. Seus olhos Claros seguiam vendo tudo, mas agora de seus cantos nasciam umas rugas finas. Fisicamente ainda estava em forma, embora ia vestido com um traje muito elegante para os bosques de Montana. Anahi ainda recordava o sabor de seus lábios, embora tivessem passado dez anos da última vez.
Não suportava todas essas lembranças que lhe vieram em cima e, ainda detestava mais que Alfonso Herrera lhe recordasse suas piores fraquezas, justo quando mais necessitava sua força e sua coragem.
— Como se atreveu! —exclamou, irritada consigo mesma pelo tremor em sua voz.
—Já sei que se diverte torturando a si mesma, Anahi, mas não queria que o visse. — Alfonso se aproximou uns poucos centímetros. Ela resistiu ao impulso de retroceder. Esta vez não se tornaria atrás.
Um nervo na mandíbula de Alfonso tremeu. Anahi recordava bem esse sinal de sua irritação. Ou preocupação.
—O que faz você aqui? —Agora sua voz era mais forte, mas não confiava em si mesmo para seguir.
—Eu o chamei — disse Nick.
Ela se virou para olhar a seu melhor amigo.
—Você?
Nick se endireitou para mostrar seu desconforto.
-- Mantive Alfonso informado desde que fui nomeado xerife —disse Nick—. Necessito dele e de seus recursos.
__Trabalhou com ele durante...? —Anahi pensou no tempo que tinha passado desde que Nick fora eleito xerife e lançou as mãos ao ar—. Três anos! E nunca me disse nada? Como pôde? Acreditava que se alguém me entendia, era você.
—Anahi, eu quero encontrar esse maldito tanto quanto você.
Alfonso os interrompeu.
—Vim procurar um assassino. Não tenho por que dizer que o FBI conta com mais recursos que o departamento de Nick. E se tiver algum problema com isso, pode partir.
Aquele olhar castanho e intenso de Alfonso abriu uma brecha em suas defesas com a precisão de um laser. Ela se sentiu incômoda, esquadrinhada. Como se fizessem inventário de seu medo, de suas inseguranças. Esperando que se derrubasse, que viesse abaixo. Mas ela não o deixaria ver seus pontos débeis. Nem que a visse como se derrubava. Tinha ido a ele muitas vezes no passado, procurando forças e apoio. Tinha chorado em seus braços e lhe tinha contado tudo o que pensava, sentia e acreditava.
O tinha usado tudo isso contra ela quando a tinham rechaçado na Academia.
Teria tempo para derrubar-se mais adiante. Quando estivesse a sós.
—Conheço esta área melhor que qualquer ajudante do departamento —disse Anahi, e voltou a lhe tremer a voz, apesar de seus esforços por controlar seu jeito e suas emoções. Com um olhar profundo como uma sonda, Alfonso a tinha deixado reduzida a um estado de nervos.
Voltou sua atenção para Nick e recuperou a compostura.
—Terá que começar a procurar provas e a pedir voluntários. Necessita-me, e para mim é uma necessidade estar aqui. Tenho que olhar. Fixarei-me em coisas que outros não vêem. Poderei...
—Basta. —Alfonso fechou a escassa distância entre os dois e lhe pôs uma mão no ombro. Ela a olhou, sem saber se o afastava-se com um tapa ou perdia-se em seus braços.
Olhou-o com raiva e ele deixou cair a mão.
—Tem que dormir —seguiu, com voz mais tranqüila—. Passou a semana procurando Rebecca. Quantas horas deu a si mesma? Está vivendo a base de café e comida sem qualidade. Vá para casa.
— Não! Não! —Anahi se afastou para que ele não a visse, temendo que as lágrimas que tinha reprimido durante toda a manhã agora brotassem sem remédio.
Agora, não. Diante de Alfonso, não.
—Anahi, vou chamar uma equipe —disse Nick—. Não teremos acabado até dentro de duas horas. O doutor Abrams tem que certificar a morte. Volta mais tarde.
—Nick, não acredito que... —começou a dizer Alfonso, mas Anahi o interrompeu.
—Direi aos voluntários. Duas horas, e voltarei. —Não quis olhar Alfonso, não nesse momento, porque seus sentimentos eram muito transparentes.
Passou junto a Nick e lhe tocou o braço.
—Estou bem. —Não sabia se o dizia para tranqüilizar a ele, a si mesma ou a Alfonso, mas pronunciar essa frase lhe permitiu ocultar o medo que tinha aflorado. A presença de Alfonso a tinha perturbado quase tanto como o último crime do Açougueiro.
Alfonso a viu afastar-se em seu jipe. Tinha-a dirigido mal. Antes não era assim. Antes que ela decidisse converter-se em agente do FBI acreditando que isso a ajudaria solucionar seus problemas, Alfonso sabia exatamente o que lhe dizer, quando tocá-la, quando lhe dar espaço.
Entretanto, assim que chegou a Quântico, sua obsessão pelo Açougueiro se apoderou de sua vida. Ou possivelmente sempre tinha estado ali e Alfonso simplesmente não se deu conta.
Por que não ela se dava conta?
—Por que fez isso? —perguntou Alfonso a Nick—. Não está em condições de participar da busca de provas. Notou quando olhava o corpo? Estava a ponto de perder os nervos.
Revolviam-lhe as tripas ver a dor no rosto belo e gasto de Anahi. Como se estivesse vivendo em carne própria os momentos finais de Rebecca Douglas.
—Aí é onde se engana, Alfonso. Anahi é mais forte do que acredita.
—Está se castigando por ter sobrevivido.
—Disso não estou tão seguro... —começou a dizer Nick.
—Eu sim. Anahi é o típico caso do sobrevivente com sentimento de culpa, e se agravou com o tempo. Cada vez que seqüestram outra garota, ela toma sua morte como se fosse culpa dela.
—Sei que tomou como algo pessoal, mas é uma ajuda para a equipe.
—Anahi não conhece o significado da palavra «equipe».
—Você não passou os últimos dez anos trabalhando com ela. Não virá abaixo. É uma mulher forte.
—Não deixará que sua relação pessoal com ela te tire o bom senso? —disse Alfonso. Falava como se estivesse ciumento. Porra, a verdade é que estava ciumento. Inteirar-se da relação entre Nick e Anahi, doeu-lhe mais do que estava disposto a reconhecer. Depois de tantos anos separados, Alfonso teria que havê-lo superado. Entretanto, desde sua ruptura com Anahi, as poucas relações que tinha cercado eram aventuras superficiais e breves. No coração de Alfonso, Anahi sempre seria a única mulher.
Nick o olhou de esguelha.
—Não sabe do que está falando. —O xerife se dirigiu para sua caminhonete.
—Não se faça de esquivo comigo, Nick. Esteve muito tempo com Anahi como para não se dar conta. Está jogando contigo. É algo que faz muito bem.
Nick se voltou para olhar Alfonso.
—Anahi e eu nos deixamos já faz dois anos.
Pela cara de Nick, Alfonso se deu conta de que não estava nada contente com o assunto, e lhe pareceu que sua voz soava quase acusatória. Alfonso estava de uma vez surpreso e agradado de saber que Nick e Anahi já não eram namorados. E depois se zangou consigo mesmo por preocupar-se. Bem visto, Anahi jamais cercaria uma relação com ele.
—Não tinha me contado isso.
—Por que teria que fazê-lo? Voltaria com ela sem duvidar um instante. E tampouco neste momento existe essa possibilidade —disse, e ficou olhando o caminho por onde partiu Anahi—. Estando você na cidade, não acredito.
—Anahi me odeia. —Ódio possivelmente fosse uma palavra muito suave. Abominar ou desprezar seriam palavras mais adequadas.
—Deveria te odiar —disse Nick, olhando-o de esguelha—. Se me tivesse expulsado da Academia do FBI um dia antes de me graduar, também o odiaria. Mas ela não o odeia.
Alfonso não estava seguro disso, mas guardou silêncio.
— Se o odiasse —adicionou Nick—, já teria casado comigo.
Autor(a): ayaremember
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Anahi cometeu todas as infrações de tráfico possíveis no caminho de volta à Universidade de Montana State, em Bozeman. Detestava a idéia de ter que contar aos voluntários que tinham encontrado Rebecca morta.Nick tinha razão. Necessitavam os recursos do FBI se queriam lidar com o Açougueiro. Entretanto, de todos o ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 28
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lyu Postado em 05/11/2013 - 14:50:19
uhuhul vai mata ele!
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steph_maria Postado em 28/10/2013 - 23:09:39
Surteiii com esses capitulos, tão perfeito, o açougueiro quase sendo encurralado, Anahi e Alfonso enfim juntos de novo quase morri aki *-------* posta maisssss
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lyu Postado em 27/10/2013 - 02:34:57
acho q é esse: David Larsen
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steph_maria Postado em 26/10/2013 - 22:17:04
SURTANDOOOO COM ESSES CAPITULOS GENTE!!! *__* a Caça tah perfeita finalmente sabemos quem é o açougueiro e a Puta kkkkkkkk só estou me preparando pq imagino o pobre Nick deve sofrer na mão do açougueiro =/~ mas apesar disso tudo o que são AyA? estao ficando proximos e Anahi aceitando ser consolada por ele me mataaaaa
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lyu Postado em 22/10/2013 - 01:41:46
a puta é mulher do juiz. mais
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ponnynobre Postado em 18/10/2013 - 21:59:02
Que lindo Anahi e Alfonso se acertando aos pouco. que merda esse homem pegou outra garota :(
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isajuje Postado em 18/10/2013 - 20:14:12
A Puta KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK é pra rir mesmo. Esse O Açougueiro é um cara muito retardado. Tudo se tornaria mais fácil se ele matasse A Puta. Não vi nenhum impedimento nisso. A Puta deve ser mesmo a mulher do juiz com o seu irmão. É o que eu acho. Credo. Muito nojento. E AyA juntos *u* quero mais. Ps.: desculpe comentar pouco preciso comentar em um moooooonte aqui
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isajuje Postado em 15/10/2013 - 19:43:01
Menina, como você pode postar dois capítulos e nos deixar assim? KKKKKK nossa curiosidade, ansiedade, e nosso trauma precisa de mais capítulos. Foi muito romântico esse beijo, cheio de ternura bleh. Não acredito que falei nisso mas ok. Pode continuar.
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ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:30:29
Alfonso é sempre tão lindo com ela ♥ demorou mais o beijo foi lindo
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ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:29:25
QUE LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOS. POSTA MAIS POR FAVOR!!!!!!!!!!!!!