Fanfics Brasil - CAPÍTULO - 4 À CAÇA - AyA - Adaptada Finalizada

Fanfic: À CAÇA - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: CAPÍTULO - 4

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Anahi cometeu todas as infrações de tráfico possíveis no caminho de volta à Universidade de Montana State, em Bozeman. Detestava a idéia de ter que contar aos voluntários que tinham encontrado Rebecca morta.
Nick tinha razão. Necessitavam os recursos do FBI se queriam lidar com o Açougueiro. Entretanto, de todos os agentes do FBI ao longo do amplo país, por que tinha que ser precisamente Alfonso Herrera?
Anahi acreditava ter superado sua traição, um episódio ocorrido fazia muitos anos. Agora lhe agradava seu trabalho, tinha uma casa bonita, uma família que a queria e amigos fiéis.
E então viu ele. Em seu ser mais íntimo, em alguma recôndita dobra de seu coração, que ela acreditava endurecido fazia tempo contra o amor, soube que ainda tinha saudades.
Por que não teria que comportar-se ela com a mesma distância e frieza que ele? Estava decidida a demonstrar que não se importava o mínimo que tivesse arruinado sua carreira, além de lhe romper o coração.
Entrou em um dos muitos estacionamentos do campus. Aferrava-se ao volante com tanta força que os nódulos tinham perdido toda sua cor pelo esforço. Com um gesto brusco, deixou a mudança de marchas em ponto morto e apagou o motor. Quis voltar a relegar Alfonso ao nicho mental onde tinha permanecido encerrado todos esses anos, mas ele resistia.
Respirou fundo e observou um grupo de garotas que se dirigia ao quartel geral dos serviços de busca no edifício da Associação de Estudantes. Seguia-as um par de garotas. E logo um grupo de professores.
Ninguém ia sozinho. Ninguém se atrevia agora que lhes tinha advertido sobre o Açougueiro. Entretanto, quanto tempo passaria antes que voltassem a baixar a guarda? Um mês? Dois? Um ano? Anahi não o esquecia nunca. O Açougueiro vivia com ela cada minuto de cada dia, empenhado em persegui-la e atormentá-la.
O reitor tinha autorizado o uso de uma das grandes salas da Associação Estudantil para que os voluntários das equipes de busca montassem a coordenação das atividades. Embora Anahi trabalhasse para o departamento do xerife na pequena unidade de Busca e Resgate, não tinham espaço suficiente para instalar o pessoal dedicado a chamar por telefone, a fotocopiar santinhos e distribuir mapas. Como tinha ocorrido durante o desaparecimento das outras estudantes, a universidade lhes proporcionava o espaço que necessitavam, algo com que ajudar. Nos momentos trágicos, os alunos e os professores estavam unidos.
Por que era necessária a morte para que as pessoas entendessem o valor da vida?
Tinham passado três anos do último assassinato. Do último assassinato conhecido.
Anahi não podia esquecer às outras garotas desaparecidas. Nessas datas, um ano antes, tinha sido Corinne Atwell. Ninguém havia tornado a vê-la desde que seu carro fora encontrado em uma sarjeta na Rota 191, que dava à Auto estrada de Gallatin. Era uma vítima do Açougueiro? Ou de outro assassino? Ou possivelmente tinha fugido. A Anahi atormentava a possibilidade muito real de que Corinne tivesse sido uma mais das vítimas do Açougueiro e que agora seu corpo estivesse apodrecendo em algum lugar dos milhões de hectares de bosque que havia entre Bozeman e Yellowstone, o território de caça deste assassino.
Pensamentos como esse, que se apoderavam de sua mente, provocavam-lhe insônia.
Chas! Chas!
O chicote estalou uma vez, e depois outra, ferindo na carne aberta. Tentou gritar, mas fazia tempo que já não tinha voz. E depois ficou abandonada a suas lágrimas silenciosas e ao eco das implorações de Sharon.
Seus rogos não significavam nada para esse monstro sem rosto que as torturava. O alívio que sentiam quando ele se ia, logo se converteu em terror. Tornaram-se dependentes dele. Ele as alimentava, dava-lhes água. Se ele partia para não voltar, elas morreriam, nuas e acorrentadas ao chão em meio de um lugar perdido.
Mas ele voltou. Para soltá-las. E assim, elas desempenhariam o papel de suas presas em seu jogo desenquadrado. O caçador e as presas.
Dar com o Açougueiro era algo mais que justiça. Só ele podia lhes contar a quem tinha matado. A Anahi pesava que exercesse um controle tão evidente sobre a dor dos vivos.
Rebecca tinha sobrevivido oito dias em mãos desse louco, desse maldito assassino. Quase tinha conseguido escapar. Quase.
Mas como tinha acontecido com Sharon, o quase não valia nenhuma merda se estava morta.
Permaneceu dentro do carro um momento, e respirou fundo. Fechou os olhos e afundou a cabeça nos braços, apoiada no volante.
As lágrimas não demoraram a brotar, e a raiva e a frustração que a embargavam fluíram em fios de lágrimas quentes, salgadas, que lhe banharam as faces. Tinha o corpo moído depois de dias de busca incansável, e sentia a tensão depois do reencontro com Alfonso. Os soluços a fizeram estremecer em silêncio, e de sua boca brotava só a respiração agitada e rasgada. Demorou vários minutos em dominar a dor. Inclusive depois de recuperar a compostura, resultava-lhe difícil conservar a calma. Quando se olhou no espelho retrovisor viu a morte.
Tinha visto sete garotas mortas. Mas ainda ficavam outras nove jovens desaparecidas, e seus restos não eram mais que um punhado de ossos pulverizados pelo bosque. Aos ursos e pumas não importava muito a dignidade humana, nem praticavam os ritos de enterro da cultura judaica cristã.
Por que eu?
Por que tinha sobrevivido ela de entre todas essas vítimas? Por que a tinha escolhido, para começar? Por que Rebecca Douglas ou as irmãs Croft? Não tinha sentido. Não tinha tido então e não o tinha agora quando, ao fim de doze anos analisando uma e outra vez tudo o que tinha conduzido a seu seqüestro, todo o vivido naquela choça da tortura de um só infernal quarto e, depois, todo o ocorrido desde sua fuga.
O devia a seu pai, isso sabia com certeza. Se seu pai não a tivesse levado a aquelas expedições de caça que ela detestava, jamais teria aprendido a dissimular seus rastros nem a enganar o caçador. Ela era a presa mas, a diferença dos veados ou os ursos que caçava seu pai, ela era um ser dotado de inteligência. Podia enganar seu perseguidor, ocultando-se e correndo, correndo e ocultando-se, até mergulhar no rio e... Ainda que tivesse morrido na água gélida, teria vencido.
Ele não a teria matado. Ela teria escapado, lhe roubando com isso seu troféu, seu prêmio.
Não só tinha vencido mas também sobrevivido.
Se Rebecca não tivesse tropeçado e nem quebrado uma perna, teria sobrevivido? Teria tido a força necessária para chegar ao caminho? Embora Rebecca não fosse oriunda de Montana, criou-se em um povoado de montanha, em Alfonso, Califórnia. Era um território similar e... Os pensamentos de Anahi se perderam e divagaram longe de Rebecca.
Alfonso. Maldito seja. Não podia escapar dele.
Secou as lágrimas do rosto e voltou a olhar-se no retrovisor. Não estranhava nada que Alfonso acreditasse incapaz de seguir participando da busca. Tinha um aspecto horrível. Tinha perdido mais peso do que se podia permitir. Não tinha se detido nem um momento a pensar na maquiagem, e seu cabelo castanho, embora estivesse limpo, tinha perdido aquele brilho de antes.
No que pensava? Por que teria que importar o que pensasse Alfonso Herrera? Ele tinha destruído o vínculo entre eles anos atrás quando tinha deixado claro que, segundo seu julgamento, sua prudência pendia de um fio.
Disse-lhe que se equivocava, mas ele não fez conta. E bem, o tinha dado razão a ela, não? Era um ser humano sem problemas, levava uma vida normal, e ia perfeitamente bem sem os comentários de Alfonso Herrera.
Ela tinha uma responsabilidade, e nesse momento seu dever era ordenar a quão voluntários pusessem fim à busca. Detestava ter que fazê-lo, mas era uma responsabilidade que assumia sozinha.
Depois de um profundo suspiro, deixou a comodidade de seu jipe e se dirigiu ao quartel improvisado. Havia vários estudantes chamando por telefone, recebendo informação ou dando instruções detalhadas para contribuir na busca. Uma equipe de voluntários acabava de entrar antes de Anahi para recolher uma seção do mapa que ela mesma tinha esboçado.
Nada disso importava já.
As lágrimas que acreditava em boa cobrança voltaram a brotar e apertou a ponte do nariz até que conseguiu as reprimir. Agora não era o momento.
O grito abafado de uma das garotas devolveu Anahi à realidade.
—Não! NÃO!
Judy Payne, a companheira que vivia com Rebecca, era quem tinha chamado à polícia ao ver que esta não voltava para o apartamento na sexta-feira de noite. Judy não tinha abandonado o centro de busca desde o começo, respondendo chamadas, enviando correios eletrônicos, imprimindo milhares de santinhos. Agora, deixou de pregar cartas e ficou olhando fixamente Anahi com o rosto desencaixado.
—Judy. —Anahi cruzou a sala até onde a garota estava sentada, tremendo.
—Não, por favor. —Judy procurou em seu olhar algo que não fosse a verdade, e umas lágrimas rodaram por suas faces.
Anahi se agachou junto à simpática companheira de Rebecca e lhe agarrou as mãos. Com cada ano que passava, Anahi acreditava que seria mais fácil. As buscas estavam bem planejadas e executadas, os voluntários tinham formação e eram competentes, a polícia era diligente e atuava com determinação. Mas as coisas não faziam mais que complicar-se. Cada vez era mais difícil. Cada uma das garotas desaparecidas levava uma parte de sua alma à tumba.
—Sinto muito. —O que outra coisa podia dizer? «Sinto muito» parecia tão desconjurado, tão vazio.
Judy se deixou cair nos braços de Anahi. Esta a abraçou, balançou-a e lhe murmurou coisas ao ouvido, palavras que não significavam nada, mas que possivelmente trariam algum consolo.
Não precisava dizer nada ao resto das pessoas na sala. A reação de Judy lhes dizia o que tinham que saber. As lágrimas brotaram dos olhos de homens e mulheres que tinham tido esperança, por um tempo, de encontrar Rebecca com vida.
Karl Keen, um jovem assistente, se aproximou. Anahi levantou o olhar e viu que ele também tinha os olhos umedecidos. Quis transmitir confiança, a ele e a Judy e a todos, mas não tinha palavras. O peso da dor da Rebecca descansava com toda sua carga sobre os ombros de Anahi. A propósito do que queria lhes transmitir confiança? De que desta vez a polícia o encontraria? De que desta vez tinha cometido um engano?
Tinha vontades de gritar ante aquela injustiça de ver outra jovem morta sem que tivessem nem um só indício sobre o assassino.
Limitou-se a dar um apertão no braço de Karl.
—Eu ficarei com ela —disse o menino, e se agachou junto a Judy, que seguia soluçando.
Anahi pestanejou querendo reprimir suas próprias lágrimas enquanto via Karl que abraçava Judy e a levava para fora. Por um instante, teve vontade de que alguém a abraçasse. Que alguém a consolasse. Que lhe dissesse que tudo ia se arrumar, embora não fosse verdade. Às vezes precisava acreditar nas mentiras.
Mas Alfonso tinha renunciado a ela e ela tinha deixado que Nick partisse. Não tinha ninguém.
Quando os dois jovens saíram, Anahi percebeu que o resto dos que estavam na sala a olhavam. Esclareceu a garganta e falou, com voz rouca.
—O xerife Thomas descobriu o corpo de Rebecca esta manhã a uns seis quilômetros a oeste de Cherry Creek Road e a uns quinze quilômetros ao sul da estrada oitenta e quatro. Os ajudantes do xerife procuram pistas, mas...
— É o Açougueiro?
Anahi se virou para olhar à pessoa que a tinha interrompido e depois baixou o olhar. Era Greg Marsh, o professor de biologia de Rebecca, um homem achaparrado e gordo que usava óculos sem marco.
—Não... não posso afirmá-lo, eu... —começou a dizer.
—Sim pode. Você esteve ali —disse, assinalando as botas de Anahi. Ela baixou o olhar e piscou. Não se tinha dado conta do barro seco aderido às botas.
—Greg, você sabe que não posso dizer nada.
—Não é necessário que o faça —disse, e saiu da sala.
Outros seguiram com o olhar fixo em Anahi. Ela precisava estar a sós, mas tinha um dever para com os que ficavam na sala. Embora estivessem vivos, eles também eram vítimas do Açougueiro. Sentiu que a culpa lhe roía as vísceras quando em momentos como esse desejava ferventemente não sentir-se responsável pelas vítimas, estivessem vivas ou mortas. O que podia dizer para consolar Greg, Judy e os outros?
Sabia o que tinha vivido Rebecca. E graças à imprensa, que abundava em detalhes sobre as tragédias cada vez que o Açougueiro saía a matar, outros também sabiam. Não havia nada que fazer. Todos sabiam que Rebecca tinha sido torturada, violada e caçada como um animal.
E todos sabiam que a Anahi tinha acontecido exatamente o mesmo.
Teve que ocultar toda sua humilhação, a dor, a raiva poluída pelo medo que bulia em seu interior. Eram muito poucos os que ainda falavam com ela sobre seu seqüestro e posterior fuga. Anahi sabia que murmuravam coisas a suas costas, mas os ignorava. Tinha que ignorá-los. Pensar ou saber o que as pessoas diziam fazia mais difícil a tarefa de lutar com seus pesadelos.
Anahi suspirou, aliviada, ao ver que os voluntários, com expressão chorosa se reuniam em um canto, murmurando. Não esperavam que ela lhes falasse, que aplacasse sua dor. Que lhes dissesse que tudo iria bem quando sabiam que nada iria bem até que encontrassem o Açougueiro.
Anahi foi até o mapa que tinha desenhado da área de busca. Tinha dividido o condado de Gallatin em quatro quadrantes, desiguais devido ao terreno montanhoso. Cada quadrante estava dividido em dúzias de segmentos.
Não tinham chegado a cobrir nem dois quadrantes desde sábado passado.
Seis pontos vermelhos, quase invisíveis a simples vista, identificavam os lugares onde tinham encontrado os outros seis corpos. Com mão tremula, tirou uma caneta vermelha do bolso e desenhou um ponto no lugar onde tinha morrido Rebecca. A sétima vítima. A sétima vítima conhecida, repetiu para si.
Anahi não necessitava os pontos vermelhos para saber onde tinham encontrado os corpos. Tampouco necessitava os pontos azuis para saber onde as tinham visto pela última vez. Tinha o mesmo mapa, muito mais detalhado, na parede de seu estúdio em casa. Tinha passado muitas noites, sentada na cama estudando a topografia, esperando que os pontos, linhas e tramas desenhadas dissessem alguma coisa, qualquer coisa, a propósito daquele homem que se divertia caçando mulheres.
Sentiu um soluço preso na garganta e tampou a boca com ambas as mãos. Voltou sua atenção ao ponto situado ao sudeste do de Rebecca. Era o ponto de Sharon.
Tinha que voltar ao monte, mas havia um problema: Alfonso estava aí.
Doze anos antes, Alfonso tinha sido sua rocha, seu ponto de apoio. De algum jeito, tinha-a salvado, algo que recordava só quando permitia, quando estava sozinha na cama, com suas lágrimas como única companhia.
Nunca esqueceria o dia em que o conheceu no hospital. Foi o dia depois de acompanhar à unidade de busca do xerife até o lugar onde Sharon tinha sido assassinada.
Embora ele a levou ao longo de cinco quilômetros no dia antes, ela estava muito perturbada para fixar-se em apresentações formais. Nem sequer sabia como se chamava. E lhe agradeceu que não mencionasse seu ataque de nervos quando falou com ela, que seguia prostrada na cama do hospital.
Não a mimava como as enfermeiras. Não chorava como seu pai. Não arrastava os pés, presa dos nervos, como o xerife Donaldson, que a tinha interrogado no dia anterior.
Alfonso Herrera era de granito, um tipo alto, forte e firme. Nunca fraquejava, nunca mostrava compaixão em seu olhar.
Doía-lhe todo o corpo. As feridas dos pés lhe ardiam apesar dos antibióticos e calmantes. Tiveram que lhe costurar muitas feridas e cortes, e levaria essas cicatrizes até o final de seus dias. Os médicos lhe tinham salvado os seios, embora os cortes fossem muito profundos.
Ela estava viva. Sharon estava morta. As cicatrizes de sua pele não eram nada comparadas com a dor incisiva da culpa lhe destroçando o coração.
—Não tem que fazê-lo disse o Agente Especial Alfonso Herrera quando Anahi insistiu em acompanhá-lo ao lugar onde tinham sido presas ela e Sharon.
—Sim, tenho que fazê-lo, agente Herrera —disse ela quando saíram do hospital—. Tenho que acompanhá-lo.
Não podia pensar em sua dor. Agora, não. Era capaz de qualquer coisa para encontrar o homem que tinha assassinado Sharon, porque sua melhor amiga estava morta e ela estava viva.
Se isso significava voltar para o chiqueiro asqueroso, úmido e infestado de ratos onde tinha permanecido acorrentada sete dias infernais, faria-o.
— Entendo —disse ele, e lhe acreditou. Todos os que falavam com ela davam a impressão de querer serená-la, mas aquele homem não tinha essas intenções—. Acha que poderia me chamar de Alfonso? Agente Herrera soa muito formal.
—De acordo.
Ela assinalou a área no mapa e entraram de carro até onde puderam, para logo seguir a pé, embora ficavam quase cinco quilômetros.
Oxalá tivesse deslocado na outra direção! Teriam chegado a um caminho. Era só um atalho, mas o era. Isso acaso teria trocado seu destino? Sharon estaria viva ainda?
—Disse-lhe que tínhamos que nos separar —murmurou Anahi quando ficou a sós com o agente Herrera... Alfonso.
—Foi uma boa idéia.
—Sharon se negou. Estávamos tão assustadas que não o discutimos. e... —disse, e guardou silêncio.
—Segue.
—Não entendíamos por que nos soltava. Até que vimos a arma. Então entendemos com toda claridade que queria nos caçar como animais. Acredito que nem sequer pensamos nisso e, certamente, não falamos disso. Não tínhamos tempo. Disse-nos que nos puséssemos a correr.
—Corram, corram!
—E as duas sabiam perfeitamente o que pretendia fazer. Fomos presas feridas gravemente — disse, rindo com uma careta amarga.
Durante o trajeto, Alfonso permaneceu a seu lado. Fez-lhe perguntas discretas e certeiras. Nunca disse que sentia. Nunca tentou serená-la. Nunca disse que deveria ter feito algo diferente, como tinha feito ela milhões de vezes, interrogando-se sem parar durante as setenta e duas horas transcorridas desde que a encontraram na margem do rio Gallatin.
Anahi os conduziu diretamente ao barraco desmantelado perdido no meio do bosque, em Montana, dez quilômetros para o oeste do rio onde ela tinha saltado para escapar. Ficou olhando as pranchas podres que pareciam muito fracas para agüentar o teto de alumínio corrugado. Anahi se tinha fixado no exterior do barraco só um momento breve, antes que ela e Sharon pusessem-se a correr. Entretanto, o interior tinha ficado gravado em sua memória.
Anahi não pôde entrar. Ficou sentada no chão, chorando.
Alfonso entrou. A gente do xerife recolheu as provas que ele assinalava. O xerife Donaldson estava a ponto de aposentar-se, e queria agarrar o assassino de Sharon; que sua detenção fosse o broche de ouro de sua carreira, assim escutou os conselhos do agente do FBI chegado um dia antes.
Depois, Alfonso se sentou no chão junto a ela.
— Vai sujar essa bonita calça —foi quão único atinou a dizer. Certamente, Herrera não ia vestido para sair à montanha, mas não parecia importar que seus elegantes sapatos ficassem raiados e sujos.
—Encontrarei a esse maldito. Prometo-te que pagará pelo que fez, a você e a Sharon.
Ela o olhou, procurando a pena em seus olhos, ou o asco, ou o desagrado. Quão único viu foi força, compaixão e raiva.
—Farei tudo o que possa para ajudar.
Ao final, apesar da angústia que Anahi sentiu ao voltar para a choça, apesar da busca no bosque, depois de encontrar os restos que, segundo todas as suspeitas, era a primeira vítima do Açougueiro, não conseguiram encontrar o assassino. Não tinham pistas que os orientassem. Escassas provas, e nem um só rastro. Nenhum suspeito.
Dois meses depois, chamaram Alfonso de volta ao escritório de Seattle. Ela pensou que não voltaria a vê-lo, e isso lhe doeu, porque o apreciava muito.
Equivocava-se. Alfonso voltou um mês mais tarde, só para vê-la.
Foi então quando começou a sanar de verdade.


 


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Autor(a): ayaremember

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



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  • lyu Postado em 05/11/2013 - 14:50:19

    uhuhul vai mata ele!

  • steph_maria Postado em 28/10/2013 - 23:09:39

    Surteiii com esses capitulos, tão perfeito, o açougueiro quase sendo encurralado, Anahi e Alfonso enfim juntos de novo quase morri aki *-------* posta maisssss

  • lyu Postado em 27/10/2013 - 02:34:57

    acho q é esse: David Larsen

  • steph_maria Postado em 26/10/2013 - 22:17:04

    SURTANDOOOO COM ESSES CAPITULOS GENTE!!! *__* a Caça tah perfeita finalmente sabemos quem é o açougueiro e a Puta kkkkkkkk só estou me preparando pq imagino o pobre Nick deve sofrer na mão do açougueiro =/~ mas apesar disso tudo o que são AyA? estao ficando proximos e Anahi aceitando ser consolada por ele me mataaaaa

  • lyu Postado em 22/10/2013 - 01:41:46

    a puta é mulher do juiz. mais

  • ponnynobre Postado em 18/10/2013 - 21:59:02

    Que lindo Anahi e Alfonso se acertando aos pouco. que merda esse homem pegou outra garota :(

  • isajuje Postado em 18/10/2013 - 20:14:12

    A Puta KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK é pra rir mesmo. Esse O Açougueiro é um cara muito retardado. Tudo se tornaria mais fácil se ele matasse A Puta. Não vi nenhum impedimento nisso. A Puta deve ser mesmo a mulher do juiz com o seu irmão. É o que eu acho. Credo. Muito nojento. E AyA juntos *u* quero mais. Ps.: desculpe comentar pouco preciso comentar em um moooooonte aqui

  • isajuje Postado em 15/10/2013 - 19:43:01

    Menina, como você pode postar dois capítulos e nos deixar assim? KKKKKK nossa curiosidade, ansiedade, e nosso trauma precisa de mais capítulos. Foi muito romântico esse beijo, cheio de ternura bleh. Não acredito que falei nisso mas ok. Pode continuar.

  • ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:30:29

    Alfonso é sempre tão lindo com ela ♥ demorou mais o beijo foi lindo

  • ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:29:25

    QUE LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOS. POSTA MAIS POR FAVOR!!!!!!!!!!!!!


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