Fanfics Brasil - CAPÍTULO - 41 À CAÇA - AyA - Adaptada Finalizada

Fanfic: À CAÇA - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: CAPÍTULO - 41

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Nick recordava sua primeira bebedeira. Não se tratava de uma simples intoxicação. Não, tratava-se de uma bebedeira em toda regra, com o cérebro embotado, com náuseas que o fizeram vomitar tudo, arrastando-se pelo chão.
Agora trocaria com gosto a dor de cabeça por uma ressaca de três dias.
De seus lábios ressecados escapou um gemido, e o leve ruído piorou sua dor de cabeça. Sentia as pálpebras cobertas e fechadas pela areia e um grande peso que lhe impedia de abri-los. Apenas pensar em movê-las, redobrava a dor.
Entretanto, estava vivo. Ao menos disso estava seguro. Era evidente que não morreu, podia sentir dor. A menos que existisse o inferno e ele tivesse feito algo que o fazia merecedor de uma maldição eterna. Tal como se sentia agora, possivelmente preferia o inferno.
O frio lhe penetrava no corpo, mais à frente da dor na cabeça. Estremeceu e a dor que sentiu ao mover lhe arrancou outro gemido. Tinha os ossos gelados, mas não estava à intempérie. Estava estendido de lado sobre uma superfície mais dura que a terra. Um chão de madeira. Aromas. Mofo, urina, animais mortos. O fedor penetrante de capas de terra úmida.
Tentou mover o braço. Tinha as mãos intumescidas, mas não da dor. Tinha-as atadas à costas. Respirou fundo e suportou uma nova onda de dor ao respirar. Sentiu que seu fôlego lhe voltava imediatamente. Tinha a cara tocando contra uma parede.
O que tinha acontecido? Ele ia conduzindo... aonde? Agora recordava. Ia ver aquela cabana com telhado de duplo vertente no limite sul da extensa propriedade do Juiz Parker.
Ao não ver nada suspeito, decidiu que voltaria para casa. Ir a esse lugar tinha sido uma perda de tempo, e recordou que se alegrava de não ter incomodado Alfonso. Mas quando se virou, viu um par de botas e lhe pareceu estranho que estivessem ali, junto à porta de uma cabana sem habitar.
Quis agarrar a pistola mas alguém o golpeou por trás. Ele não ouviu nada, só sentiu uma dor muito aguda... e logo, nada.
Até agora.
Acaso seu atacante o tinha observado tranqüilamente protegido pela escuridão da cabana enquanto ele examinava o perímetro? Por quê? Tratava-se de um ladrão? Alguém a ocupava ilegalmente? Ou eram conhecidos do Parker?
Seria acertada sua teoria de que o Açougueiro a utilizava como centro de operações?
Nick estava seguro de que agora não se encontrava na cabana do Parker. Esses aromas pestilentos e o frio penetrante lhe faziam pensar em uma cabana improvisada ou um pequeno barraco.
Fazia um frio que gelava o tutano. Anahi detestava o frio por causa do que o Açougueiro lhe tinha feito. Agora, ele estava na mesma situação. Amarrado e estendido em um chão de madeira frio.
Era possível que Richard Parker fosse o Açougueiro?
Nick não podia imaginar o juiz que conhecia desde que era adulto torturando essas mulheres. Entretanto, de algum modo encaixava com o perfil, não? Possivelmente fosse um pouco mais velho. Por outro lado, estava casado, e seguro que não era um solitário. Mas Parker era um homem que estava em boa forma física e se criou caçando e pescando no sudoeste de Montana. Certamente, a prova mais flagrante era que tinham atacado Nick em sua cabana.
No FBI às vezes se equivocavam com os perfis. Vieram-lhe náuseas de só pensar que Parker pudesse ser o Açougueiro. Recordou todas as vezes que tinha ido ao juiz para que lhe ajudasse a obter mais recursos. Parker puxava os cordões e conseguia que o condado atribuísse mais dinheiro a umas buscas que sempre acabavam sem resultados. Possivelmente Parker se divertia muito olhando de fora enquanto a polícia se equivocava em toda sua análise. Sentiria um prazer doentio vendo Anahi procurar as mulheres que ele tinha cativas?
Não havia provas concretas de que Parker fosse o Açougueiro. Possivelmente o assassino tinha descoberto a cabana e, depois de ver que rara vez se usava, tinha-a ocupado sem que nada acontecesse. Também existia a possibilidade de que Parker a tivesse alugado ou emprestado a um amigo.
Merda. Tinha que ter deixado a maldita mensagem na caixa de mensagem de voz do Alfonso. Eles teriam vigiado Parker, ou posto uma equipe a seguir o que acontecia a casa, ou teriam investigado mais em profundidade o passado do juiz.
Levava tanto tempo duvidando de si mesmo ao longo dessa semana que não tinha prestado atenção a sua intuição. E agora estava pagando o preço por isso.
Um leve ruído, o roce de algo, sobressaltou-o. Roedores? Um urso?
Não, o ruído não vinha de fora.
Não estava sozinho.
Nick ignorava como sabia, mas em seguida percebeu que alguém mais compartilhava com ele o ar da habitação. E logo o ouviu. Um leve sussurro.
O martelar que sentiu no crânio era tão forte que demorou um momento em entender as palavras.
—Quem é? Quem é?
Ele tentou falar, mas de sua boca só escapou um gemido.
—Quem é? —Era um sussurro de voz. Rouca. De mulher.
Ele se umedeceu os lábios.
—O xerife —disse, e o só esforço de falar lhe doeu.
—Quem?
Porra, mal conseguia pensar, e muito menos falar. Fez um esforço por tragar saliva.
—O xerife Thomas —disse, pronunciando cada palavra com grande dificuldade
—Xerife?
Nick se deu conta de que aquela pessoa não sussurrava. Tinha a voz enrouquecida, uma voz que recordou a seu irmão Steve quando nos anos do instituto tinha padecido uma laringite.
Ou uma garganta afônica de tanto gritar.
—Ash...lei? —Doeu-lhe articular essas duas sílabas, mas tinha que superá-lo. Estava seguro de que estava sofrendo o efeito de uma comoção. E que tinha algum problema com as pernas. Possivelmente também as tinha atadas, embora não sentia nada por debaixo da cintura. Tinha todo o corpo frio e intumescido.
Mas estava vivo. E estava decidido a seguir vivo. E também a manter com vida Ashley van Auden. Como fazê-lo era outra história, de tudo diferente. Não sabia onde estava, que hora era, nem como diabos sair daí.
—Sim —disse ela, com um fio de voz que em seguida se quebrou em um soluço. Estava tão perto que se Nick não estivesse amarrado, quase poderia tocá-la. Nos matará. Matará-nos. É ele. É o Açougueiro. Vai nos matar, como matou a todas essas...
—Shh.
Ashley repetia seu mantra uma e outra vez, até que a Nick brocou a cabeça. Tentou fazê-la calar, mas não pôde, assim procurou ignorá-la. Tampouco teve mais sorte.
—Ashley. Ashley. —Repetiu seu nome até que ao final a garota deixou de soluçar.
—O que? —perguntou, com um gemido.
—Temos que pensar em algo. Pensa. —Pensar? Porra, ele mal era capaz de somar dois mais dois.
—Não quero morrer —soluçou ela.
Ele tampouco queria morrer.
—Em algum momento a soltará.
—E depois me matará! Sei o que fez a Rebecca Douglas. Degolou-a. A ma... matou-a.
—Ashley, basta. —Nick sentiu que a náusea lhe chegava à garganta e, com o enjôo, sua mente perdia a lucidez. Respirou o mais fundo que pôde e exaltou lentamente. Respirar. Exaltar. Não podia voltar a perder os sentidos. Era muito perigoso para os dois.
—Xerife?
Pelo tom de preocupação na voz do Ashley, Nick pensou que teria desmaiado ou ficou inconsciente por um momento.
—Estou aqui.
—Não me respondeu.
—Sinto muito —disse ele, e exaltou—. Sabe onde está?
—Não. Tenho os olhos enfaixados. Não vejo nada.
—Viu alguém quando a seqüestraram?
—Não —disse ela, voltando a soluçar—. A ninguém. Meu Deus. E Jo. Não está aqui, não me respondeu. Está morta, não é? —Ashley começou a soluçar, histérica. Nick demorou vários minutos em acalmá-la. Não lhe serviria de nada Ashley saber que sua amiga estava em coma, assim mentiu.
—JoBeth ficará bem. Está no hospital, mas ficará bem.
—Graças a Deus, graças a Deus.
Saberia o Açougueiro que ele conhecia sua identidade? Certamente se sentia ameaçado e por isso o tinha atacado na cabana.
Se assim era, não havia nenhuma possibilidade de que o Açougueiro desse a Nick uma oportunidade de escapar. Se não encontrasse uma maneira de sair dali, suas horas estavam contadas.
—Aconteça o que acontecer, quando sair daqui, tem que correr. Não faça o que ele espera de você. Apaga seus rastros. Evita gritar ou inclusive respirar muito forte. Fica entre as árvores. Se fizer de noite e não puder seguir, se enterre sob a folhagem e se esconda. Mas, sobre tudo, corre tudo o que puder. —Nick tratou de compor em sua mente um mapa dos lugares onde o Açougueiro caçava às mulheres. O território ficava ao sul da interestadual e ao oeste da auto-estrada de Gallatin—. Dirija-se ao nordeste tudo o que possa. Ao final, em um dia ou dois, chegará ao caminho principal.
—Como sabe?
—Conheço seus territórios de caça.
—E o que passará com você?
—Ficarei contigo, se puder.
Ela não disse nada. Possivelmente soubesse quão maltratado estava. Ou possivelmente pensou que não o soltaria.
Passou um bom momento, e Nick pensou que Ashley dormiu.
—Tem-me feito mal —disse a garota. Sua voz era débil. Suplicante, quase infantil.
—Sei, pequena. Sinto muito. —E como sentia. O seqüestro de Ashley se devia, em parte, a seu fracasso. Não tinha sido capaz de proteger às mulheres de sua cidade do desequilibrado que as perseguia.
Isso lhe provocava uma dor quase pior que sua cabeça.
Estendido ali, sobre o chão duro e frio, Nick sabia que sua situação era grave. O Açougueiro voltaria antes que os encontrassem. Não importava a quantidade de gente que os buscasse, nunca conseguiriam cobrir todo o território.
Tinha que pensar, idear um plano para salvar Ashley e salvar a si mesmo.
Mas temia que já fosse muito tarde.



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Autor(a): ayaremember

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



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  • lyu Postado em 05/11/2013 - 14:50:19

    uhuhul vai mata ele!

  • steph_maria Postado em 28/10/2013 - 23:09:39

    Surteiii com esses capitulos, tão perfeito, o açougueiro quase sendo encurralado, Anahi e Alfonso enfim juntos de novo quase morri aki *-------* posta maisssss

  • lyu Postado em 27/10/2013 - 02:34:57

    acho q é esse: David Larsen

  • steph_maria Postado em 26/10/2013 - 22:17:04

    SURTANDOOOO COM ESSES CAPITULOS GENTE!!! *__* a Caça tah perfeita finalmente sabemos quem é o açougueiro e a Puta kkkkkkkk só estou me preparando pq imagino o pobre Nick deve sofrer na mão do açougueiro =/~ mas apesar disso tudo o que são AyA? estao ficando proximos e Anahi aceitando ser consolada por ele me mataaaaa

  • lyu Postado em 22/10/2013 - 01:41:46

    a puta é mulher do juiz. mais

  • ponnynobre Postado em 18/10/2013 - 21:59:02

    Que lindo Anahi e Alfonso se acertando aos pouco. que merda esse homem pegou outra garota :(

  • isajuje Postado em 18/10/2013 - 20:14:12

    A Puta KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK é pra rir mesmo. Esse O Açougueiro é um cara muito retardado. Tudo se tornaria mais fácil se ele matasse A Puta. Não vi nenhum impedimento nisso. A Puta deve ser mesmo a mulher do juiz com o seu irmão. É o que eu acho. Credo. Muito nojento. E AyA juntos *u* quero mais. Ps.: desculpe comentar pouco preciso comentar em um moooooonte aqui

  • isajuje Postado em 15/10/2013 - 19:43:01

    Menina, como você pode postar dois capítulos e nos deixar assim? KKKKKK nossa curiosidade, ansiedade, e nosso trauma precisa de mais capítulos. Foi muito romântico esse beijo, cheio de ternura bleh. Não acredito que falei nisso mas ok. Pode continuar.

  • ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:30:29

    Alfonso é sempre tão lindo com ela ♥ demorou mais o beijo foi lindo

  • ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:29:25

    QUE LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOS. POSTA MAIS POR FAVOR!!!!!!!!!!!!!


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