Fanfic: À CAÇA - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA
Quando Anahi tinha oito anos, sua mãe morreu de câncer de ovários. Bill Puente ficou tão devastado pelo inesperado diagnóstico, a brevidade da enfermidade e a morte, que renunciou a seu emprego como executivo de marketing de alto nível no Spokane e se mudou com Anahi ao vale Gallatin, em Montana. Comprou uma velha cabana a trinta minutos de Bozeman, caminho ao West Yellowstone, perto do Big Sky, e a restaurou com dedicação e paciência. Aos dez anos, Anahi já tinha aprendido tudo sobre desempapelar, lixar e envernizar. Ela sozinha tinha restaurado quase todos os chãos do primeiro andar da hospedaria.
Os profundos canyons, as vistas assustadoras e os céus infinitos foram um consolo para a dor daquela família. Tinham passado vinte e cinco anos, e esse mesmo entorno foi o que salvou Anahi mais tarde do Açougueiro, e também, uma vez mais, do Quântico. E por isso, com o assassinato de Rebecca e o fantasma de Sharon pesando sobre sua consciência, era quase imperativo desviar-se e passar pela Hospedaria Gallatin. Disse-se que seria necessário levar algumas provisões, mas a verdade era que só queria ver seu pai.
Bill Puente estava sentado atrás do balcão de recepção preenchendo os eternos formulários que detestava. A enorme cabeça de alce, que Anahi tinha chamado Bruce a primeira vez que a viu, faz vinte e cinco anos, era o mascote da hospedaria. De lá de cima, fazia guarda sobre a recepção e sobre seu pai, a quem o alce sempre arrancava um sorriso.
Exceto em dias como esse.
Bill elevou o olhar quando Anahi entrou, e seu rosto se transfigurou. Pesaram-lhe cada um de seus cinqüenta e sete anos. Seu cabelo, embora ainda abundante, tornou-se grisalho. Umas rugas lhe sulcavam o rosto curtido e seu corpo, antigamente cheio de força, afundou-se imperceptivelmente. Anahi sentiu que algo lhe retorcia no interior. Ela era a causa da dor que via todos os dias em seus olhos claros. Seu amor de pai o estava matando, dia a dia. E saber isso, e não ser capaz de torcer a direção que tomava sua vida, o fazia sentir-se ainda mais culpado.
—Papai. —Não tinha por que acrescentar mais.
—Ani — disse ele, com voz rouca.
Bill saiu de trás do balcão e, quando o abraçou, Anahi se sentiu reconfortada. Seu pai nunca se fazia de rogar com os abraços.
—Foi ele — murmurou.
Seu pai a estreitou com força. Ela cheirou aquela mescla única de loção de barbear, suculentos grãos de café e tabaco de cachimbo. Cheirava a lar e a amor e a tudo de bom que havia em sua vida.
—Volta a sair?
—Tenho que ir. —Anahi deu um passo atrás, respirou fundo e o olhou com um sorriso que queria transmitir esperança.
—Prepararei uns sanduíches. Quantos são os que estão procurando?
—Possivelmente uns vinte, ou vinte e cinco. Nick chamará voluntários para que colaborem com seus homens. Terá que lhes dar instruções. Não tenho muito tempo.
—Vá procurar suas coisas. Eu apanharei algo para que possam comer.
—Te amo, papai.
Acariciou-lhe a face, deu meia volta e se dirigiu à cozinha.
Anahi teria dado qualquer coisa para retroceder no tempo e proteger seu pai do que tinha sofrido desde aquele dia em que ela tinha voltado para casa, destroçada e vazia. Às vezes pensava que seu pai ainda a via meio afogada e nua na margem do rio. Golpeada, ferida, mais à frente do esgotamento.
Mas viva.
O que não podia dizer de Rebecca. Ou de Sharon. Ou de Penny, Susan, Karen, Ellen e Ellaine. Nem das outras nove garotas desaparecidas sem deixar rastro na primavera dos últimos quinze anos.
Em circunstâncias normais, Anahi desfrutava do aprazível passeio pelo atalho de cascalho até sua própria cabana. Seu pai a tinha construído fazia dez anos, em sua volta da Academia do FBI no Quântico.
—Ani, necessita sua própria casa —disse—, mas eu me sentiria muito só se fosse viver na cidade.
Bill Puente nunca estaria sozinho. Era um homem apreciado e admirado por todos no condado de Gallatin, e sua hospedaria funcionava bem com os turistas no verão e os esquiadores no inverno, além dos habitantes locais que vinham com o passar do ano comer ou a tomar um aperitivo aos domingos. A hospedaria tinha oito suítes no primeiro andar. Também havia umas quinze cabanas dispersadas pelos trinta e tantos hectares da propriedade. Os amigos de toda a vida vinham freqüentemente. Os forasteiros eram como da família. Era a vida de Bill.
Anahi ansiava meter-se em uma banheira de água quente e olhar como passava o dia através da janela. Encharcar-se até ficar com a carne quase escaldada, inundando-se em uma água tão quente que quase não a agüentasse. Chorar até que não ficassem lágrimas.
Mas se limitou a agarrar munições para o 45 automático que levava e tirou sua escopeta. Seu pai lhe daria a comida mas ela se ocuparia de preparar a equipe de sobrevivência.
Três dias de mantimentos liofilizados e de garrafas de água, navalha, pistola de rojões de luzes e fósforos no fundo da mochila. Acrescentou as balas e uma jaqueta Gore Tex, uma muda de roupa e uma manta térmica.
Jamais a pegariam sem estar preparada.
Quinze minutos mais tarde, entrou na enorme cozinha e observou como seu pai e Ben «Gray» Grayhawk, o cozinheiro, faz tudo da hospedaria e amigo, carregavam uma geladeira portátil com sanduíches envoltos um por um. Havia ao menos quarenta rações. Colocaram seis recipientes térmicos em uma caixa, copos de plástico e uma bolsa verde para o lixo.
Anahi deixou sua mochila junto à porta e abraçou seu pai.
— Obrigado, papai —disse, e sorriu a Gray para lhe agradecer também.
—Seu pai não quer dizê-lo, assim direi eu —disse Gray—. Você, se cuide, jovenzinha. Não entre no bosque sem apoio. Não jogue a ser a heroína. Seja inteligente.
—Tomarei cuidado. —Anahi adorava Gray, embora ele sempre andasse preocupando-se com ela. Era alguns anos mais velho que seu pai, e em seu comprido cabelo prateado e trançado se adivinhava sua herança índia, embora seus olhos verdes eram os de sua mãe européia. Tinha nascido em Bozeman, mas tinha se mudado quando era apenas um adolescente. E depois de três períodos de serviço no Vietnam decidiu retornar para casa.
Gray também lhe tinha ensinado a usar armas de fogo.
Entre os três levaram a comida e as bebidas ao jipe de Anahi. Quando estava a ponto de subir, seu pai a agarrou pelo braço. Seus olhos azuis, um pálido reflexo dos olhos de Anahi, brilhavam com um fundo de inquietação e preocupação.
—Ani, tome cuidado.
Ela assentiu, incapaz de dizer uma palavra por medo de que brotassem as lágrimas reprimidas desde aquele momento de debilidade na universidade. Subiu ao jipe de um salto, saudou e partiu.
Bill ficou olhando o jipe até que desapareceu em uma curva, junto ao pôster que dizia: Sempre bem-vindos à Hospedaria Gallatin. Tirou um lenço e assoou o nariz.
Gray pôs sua mão enorme sobre o ombro de seu amigo.
—Estará bem, Billy. É uma moça forte.
—Sei. Sei. —Respirou fundo o ar fresco da montanha—. Merece ser feliz. Eu a amo tanto que não suporto ver como revive uma e outra vez a mesma história.
—Por isso está aí. Não pode obrigá-la a ir por seu caminho, assim como Nick não pôde obrigá-la a ir pelo seu.
Bill olhou seu amigo.
—Alfonso Herrera ligou para reservar um quarto. —E o deu?
—Sim.
—Anahi não gostará.
—É claro que não. —Mas ele tinha que emendar algo. Só esperava que Anahi o perdoasse quando se inteirasse da verdade.
Elijah Banks deu graças a Deus no que já não acreditava de que por fim sua sorte estivesse mudando.
Saiu disparado pela porta traseira dos escritórios da Gazeta, em Missouri e subiu a sua desmantelada caminhonete. Um rápido olhar a seu relógio disse que tinha o tempo justo para passar por seu apartamento e apanhar uma bolsa de viagem.
O Açougueiro voltava a golpear. O corpo de Rebecca Douglas tinha sido descoberto fazia uma hora, e embora o xerife andasse com segredos, Eli tinha um sexto sentido que dizia que se tratava do Açougueiro.
Jovem universitária desaparecida uma semana. Encontrada morta. O Açougueiro. Maldito seja, tinha desejado estar ali desde o começo, mas seu editor não lhe dava a oportunidade. Ao contrário, tinha passada segunda-feira e terça-feira em Helena escrevendo sobre um caso mais de suborno político, e os três últimos dias entrevistando anciões que tinham sido vítimas do roubo de seus dados de identidade.
Aborrecido a mais não poder.
Autor(a): ayaremember
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 28
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lyu Postado em 05/11/2013 - 14:50:19
uhuhul vai mata ele!
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steph_maria Postado em 28/10/2013 - 23:09:39
Surteiii com esses capitulos, tão perfeito, o açougueiro quase sendo encurralado, Anahi e Alfonso enfim juntos de novo quase morri aki *-------* posta maisssss
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lyu Postado em 27/10/2013 - 02:34:57
acho q é esse: David Larsen
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steph_maria Postado em 26/10/2013 - 22:17:04
SURTANDOOOO COM ESSES CAPITULOS GENTE!!! *__* a Caça tah perfeita finalmente sabemos quem é o açougueiro e a Puta kkkkkkkk só estou me preparando pq imagino o pobre Nick deve sofrer na mão do açougueiro =/~ mas apesar disso tudo o que são AyA? estao ficando proximos e Anahi aceitando ser consolada por ele me mataaaaa
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lyu Postado em 22/10/2013 - 01:41:46
a puta é mulher do juiz. mais
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ponnynobre Postado em 18/10/2013 - 21:59:02
Que lindo Anahi e Alfonso se acertando aos pouco. que merda esse homem pegou outra garota :(
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isajuje Postado em 18/10/2013 - 20:14:12
A Puta KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK é pra rir mesmo. Esse O Açougueiro é um cara muito retardado. Tudo se tornaria mais fácil se ele matasse A Puta. Não vi nenhum impedimento nisso. A Puta deve ser mesmo a mulher do juiz com o seu irmão. É o que eu acho. Credo. Muito nojento. E AyA juntos *u* quero mais. Ps.: desculpe comentar pouco preciso comentar em um moooooonte aqui
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isajuje Postado em 15/10/2013 - 19:43:01
Menina, como você pode postar dois capítulos e nos deixar assim? KKKKKK nossa curiosidade, ansiedade, e nosso trauma precisa de mais capítulos. Foi muito romântico esse beijo, cheio de ternura bleh. Não acredito que falei nisso mas ok. Pode continuar.
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ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:30:29
Alfonso é sempre tão lindo com ela ♥ demorou mais o beijo foi lindo
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ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:29:25
QUE LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOS. POSTA MAIS POR FAVOR!!!!!!!!!!!!!