Fanfics Brasil - CAPÍTULO - 51 À CAÇA - AyA - Adaptada Finalizada

Fanfic: À CAÇA - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: CAPÍTULO - 51

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Anahi tinha seis agentes atribuídos à Unidade de Busca e Resgate, e mandou um deles com dois voluntários à área ao sul da auto-estrada de Gallatin. Alfonso já estava ali e tinha informado a todos a propósito de David Larsen, recalcando que deviam proceder com cautela. Não teria que persegui-lo. Sua missão consistia em encontrar Ashley com vida e resgatá-la, não em deter um suspeito.
Também insistiu em que procuravam Larsen para interrogá-lo embora todos sabiam o que isso significava.
Era o primeiro suspeito que tinham em doze anos.
Anahi não tinha grandes esperanças de que sua equipe encontrasse Ashley, mas cumprir com o requerido lhe ajudava a esquecer que conhecia a identidade do Açougueiro. Quando todos saíram e se encontrou sozinha, deixou-se cair em uma cadeira e fechou os olhos.
E viu sua imagem.
Só tinha visto essa foto do Larsen, mas lhe resultava fácil transladá-la ao homem sem cara que a tinha torturado. Ao homem que tinha disparado em Sharon pelas costas.
Corram. Corram!
Nunca tinha visto David Larsen. Recordaria sua cara. Mas conhecia sua voz, esse tom oco, cruel em sua ausência absoluta de emoção. Suas palavras e seus atos não se correspondiam com esse tom distante, quase aborrecido.
Estava segura de que nunca o tinha visto porque um coração desprezível como o seu não passaria despercebido. Tinha o rosto marcado pelo ódio para as mulheres.
Entretanto, na foto, David Larsen não parecia um indivíduo perverso nem consumido pelo ódio. Tinha o rosto de um homem normal e comum. Levianamente agradável. Normal.
O Açougueiro era qualquer coisa menos normal.
Recordou uma lição bíblica de seu pai. Que o mal podia ocultar-se na beleza, que os corações negros às vezes se revestiam de compaixão. O mal não anunciava com cartões sua visita iminente. O mal ia e vinha com um sorriso, Sorrindo às vidas destruídas que deixava em sua esteira. A serpente que tinha seduzido Eva para que provasse do fruto proibido não podia ter sido uma criatura repulsiva porque ela teria fugido aterrorizada. Não, a serpente tinha que ter sido um ser belo, algo que ganhava facilmente a confiança de todos. Não confie nas aparências.
O mal se esconde sob a superfície.
—Anahi?
Anahi deu um salto e levou a mão à arma, tudo ao mesmo tempo.
Era o agente Booker.
—Merda, Lance.
—Não era minha intenção assustá-la.
—Não me assustou. —Tinha-a aterrorizado. Sentada ali sozinha, pensando no Açougueiro. E no David Larsen e na Sharon... — No que posso te ajudar?
—O agente Herrera me pediu que hoje ficasse com você. Sabe, como não encontraram Larsen, nem nada.
Na semana anterior, a teria enfurecido o amparo de Alfonso. Ela não só era capaz de defender-se só do Açougueiro, mas também de defender a todos, do Açougueiro e de qualquer outro mal que se atrevesse a pôr um pé em suas terras de Montana.
Mas embora soubesse defesa pessoal, e treinasse um grupo de mulheres na universidade, mantivera-se em boa forma física e pudesse orientar-se em qualquer ponto do condado, só a idéia de enfrentar David Larsen em pessoa a paralisava.
— Obrigado, Lance —disse.
Cruzou até o mapa na parede e ficou olhando, reunindo coragem para superar as horas que restavam do dia. Se encontrassem Larsen, levaria-os até Ashley? Diria-lhes onde estava Nick? Se estava vivo ou morto?
O que procurava Nick no escritório do Registro da Propriedade? Tinha consultado os títulos de propriedade de todas as terras da região. Incluindo a de seu pai, conforme observou quando ela e Alfonso os revisavam. Nada lhe chamou a atenção. O que lhe teria chamado tanto a atenção para que arriscasse a vida em sua investigação? Tem que ter pensado que não era perigoso, ou não teria acudido sozinho.
Tinha saudades de Nick. Oxalá houvesse dito que lamentava que as coisas não tivessem funcionado entre eles. Ela nunca desejou magoá-lo. Ele se comportou muito bem com ela. Deu-lhe todo o espaço que necessitava, deixou-a seguir com seu trabalho e a apoiou em tudo o que fazia. O problema era que ela não o tinha amado como ele a ela.
Como ela amava Alfonso.
Sentiu uma espécie de calor ao recordar como a tocava. Com ternura. Lentamente. Não tinha esquecido onde gostava que a tocasse. Tampouco tinha esquecido quão sensível era ela com as cicatrizes de seus seios, como gostava de ficar em cima, todos esses pequenos detalhes que se foram forjando do terror que lhe infundiu aquele desequilibrado. Um terror que tinha durado uma semana.
Com Alfonso relaxava e se entregava tal qual era, de boa vontade e com alegria. Quando faziam amor, eram companheiros.
Tinha estado a ponto de dizer que o amava. Tinha toda a intenção. Mas não lhe saíam as palavras. Uma parte dela resistia e Anahi não sabia por que.
Alfonso dizia que a conhecia. Como era possível que a conhecesse tão bem se ela ainda lutava por conhecer si mesma? Assim que mordeu a língua e guardou silêncio, embora suas palavras fossem sinceras e embora queria pedir a Alfonso que nunca voltasse a partir.
Possivelmente, ao final, esse fosse seu maior temor, que ele voltasse a deixá-la. Não era nada fácil conviver com ela, isso sabia, e às vezes se mostrava deliberadamente conflitiva para que as pessoas não se aproximassem muito. Era mais fácil manter as pessoas a certa distância que mostrar a própria vulnerabilidade.
A gente perecia de mortes violentas. A luta de sua mãe contra o câncer. O assassinato da Sharon. E, agora, o provável desaparecimento de Nick. Todos mortos.
O que faria ela se algo acontecia com Alfonso?



Alfonso chamou seu escritório em Seattle para falar com Bonnie Blair, uma especialista em investigação de antecedentes. Se havia algo que descobrir sobre David Larsen, Bonnie o encontraria.
—Olá, Bonnie. Recebi seu relatório. Não há grande coisa. O que te parece se jogar mão de seus procedimentos mágicos para encontrar alguma outra coisa?
Seguiu um comprido silencio.
—Que mais quer? —Bonnie soava um pouco irritada.
—Bom, para começar queria saber o nome dos pais, sua irmã, onde nasceu...
Bonnie o interrompeu.
—Tudo isso estava em meu relatório. Mandei dezesseis páginas.
—Dezesseis? Eu recebi uma. — Sam Harris. Tinha que as haver pego. Mas por quê?
Haveria algo nessas páginas de fax que Harris queria ocultar? Ou queria proteger alguém?
—Sinto muito, Bonnie. Importaria-se me mandar isso de novo? Ficarei aqui, esperando junto ao fax.
—Farei por você. Mas que saiba que estarei aqui, esperando uma caixa de bombons em minha mesa quando voltar.
—Ok.
Abriu a porta e fez gestos ao sargento de guarda para que viesse ao escritório do Nick.
—Sargento, por favor, localize Sam Harris e lhe diga que volte para a delegacia de polícia, imediatamente.
O sargento franziu o cenho mas não disse nada. Foi até a mesa principal e agarrou o telefone.
Alfonso já estava de volta no escritório do Nick quando começou a chegar a primeira página do fax. Era a página que ele já tinha.
Seguiram outras quinze. À medida que foram saindo do fax, Alfonso viu como se configurava ante ele a vida de um assassino em série.
Nascido e crescido em Portland, Oregón. O pai, Kyle Larsen, abandonou à família quando David tinha três anos e, aparentemente, deixou de ter contato com eles. Morreu nove anos mais tarde em uma disputa por drogas que acabou mau.
Mãe maltratadora... Os Serviços de Amparo do Menor tiveram que tirar David de sua casa em duas ocasiões, mas as duas vezes o haviam devolvido. Bonnie assinalava que teriam que pedir os expedientes aos tribunais.
Dois delitos cometidos na adolescência. Disso também teriam que pedir os expedientes.
Uma detenção por violação aos dezoito anos. Interessante, David cursava primeiro ano na universidade Lewis and Clark, no Oregón. Detiveram-no por violação, mas a vítima se retratou. Ele se aferrou ao álibi de que tinha passado a noite em casa de sua irmã, dado que sua irmã confirmou. Acaso a vítima ficou tão traumatizada que renunciou a levar o julgamento adiante?
Um detalhe chamou a atenção de Nick. Os seios da vítima ficaram marcados para o resto da vida com uma faca.
Tudo encaixava. Um lar sem pai, uma mãe maltratadora, que provavelmente abusava sexualmente dele. Teria que ver os arquivos dos Serviços de Amparo do Menor. Cresce em um ambiente dominado por mulheres. A mãe o acossa. Os seios são ao mesmo tempo um objeto sexual e um objeto maternal. David se enfurecia com os seios de suas vítimas como tivesse querido fazer com sua mãe.
Sua irmã mais velha se converteu em sua tutora depois da morte de sua mãe. Definiu-se oficialmente a causa da morte como «acidental». Sua irmã lhe serve de álibi ante a acusação de violação. Ou a irmã o protegia ou David a tinha aterrorizada. Ou ambas as coisas de uma vez.
A irmã... irmã. Alfonso seguiu folheando o expediente.
Delilah Larsen.
Delilah. Onde tinha ouvido esse nome recentemente? Richard Parker. Sua mulher se chamava Delilah. O nome era tão pouco comum que tinha que ser ela. Certamente, Delilah Parker não parecia uma vítima, embora Alfonso soubesse que as aparências podiam enganar. Só a tinha visto essa única vez, e a teria definido como meticulosa, organizada e inteligente.
Entretanto, até as mulheres mais distinguidas podiam ser vítimas de abusos e manipulações por parte de uma pessoa a que amavam ou temiam. Alfonso teria que proceder com cuidado com os Parker.
Se Delilah Parker não suspeitava que seu irmão era perigoso, possivelmente era porque não queria reconhecê-lo, e poderia tentar lhe advertir da investigação. Alfonso conhecia vários casos em que um parente próximo, um amigo ou amante não acreditavam que alguém em quem eles confiavam podia ser um assassino.
Por outro lado, se estava ciente do que David Larsen fazia com essas mulheres, estavam ante uma dinâmica de tudo diferente. Era evidente que não tinha ido à polícia denunciar suas suspeitas. Possivelmente ele abusasse dela e a manipulasse, e logo possivelmente a convencesse para que o protegesse. Ou possivelmente fosse cúmplice de suas atividades.
Teria que vigiar de perto Delilah Parker.
Alfonso leu o resto do relatório e encontrou a confirmação que necessitava.
Depois que se retirou a acusação de violação, David Larsen ingressou na Universidade de Montana e foi viver com sua irmã, que conseguiu um emprego como secretária no escritório da Junta de Supervisores.
Richard Parker era supervisor durante a época em que ela estava ali.
Sam Harris levou o relatório para prevenir Parker a propósito de seu cunhado. Parker era um juiz influente, mas no que estaria pensando Harris? Pôr em perigo toda a investigação só por salvar o prestígio político de alguém?
A menos que sua intenção fosse averiguar o paradeiro de David Larsen graças a sua irmã, acreditando que ele sozinho seria capaz de apanhá-lo.
O muito imbecil!
Alfonso deu um salto. Chamou o sargento de guarda.
—Encontrou Harris?
—Não, senhor.
—Siga tentando. Quem está livre agora para me acompanhar em uma saída?
—Estamos muito escassos de pessoal, senhor — disse o sargento, olhando sua folha—. Posso chamar o Jorgensen. Hoje está em tráfico.
— Chame-o.



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Autor(a): ayaremember

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 28



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  • lyu Postado em 05/11/2013 - 14:50:19

    uhuhul vai mata ele!

  • steph_maria Postado em 28/10/2013 - 23:09:39

    Surteiii com esses capitulos, tão perfeito, o açougueiro quase sendo encurralado, Anahi e Alfonso enfim juntos de novo quase morri aki *-------* posta maisssss

  • lyu Postado em 27/10/2013 - 02:34:57

    acho q é esse: David Larsen

  • steph_maria Postado em 26/10/2013 - 22:17:04

    SURTANDOOOO COM ESSES CAPITULOS GENTE!!! *__* a Caça tah perfeita finalmente sabemos quem é o açougueiro e a Puta kkkkkkkk só estou me preparando pq imagino o pobre Nick deve sofrer na mão do açougueiro =/~ mas apesar disso tudo o que são AyA? estao ficando proximos e Anahi aceitando ser consolada por ele me mataaaaa

  • lyu Postado em 22/10/2013 - 01:41:46

    a puta é mulher do juiz. mais

  • ponnynobre Postado em 18/10/2013 - 21:59:02

    Que lindo Anahi e Alfonso se acertando aos pouco. que merda esse homem pegou outra garota :(

  • isajuje Postado em 18/10/2013 - 20:14:12

    A Puta KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK é pra rir mesmo. Esse O Açougueiro é um cara muito retardado. Tudo se tornaria mais fácil se ele matasse A Puta. Não vi nenhum impedimento nisso. A Puta deve ser mesmo a mulher do juiz com o seu irmão. É o que eu acho. Credo. Muito nojento. E AyA juntos *u* quero mais. Ps.: desculpe comentar pouco preciso comentar em um moooooonte aqui

  • isajuje Postado em 15/10/2013 - 19:43:01

    Menina, como você pode postar dois capítulos e nos deixar assim? KKKKKK nossa curiosidade, ansiedade, e nosso trauma precisa de mais capítulos. Foi muito romântico esse beijo, cheio de ternura bleh. Não acredito que falei nisso mas ok. Pode continuar.

  • ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:30:29

    Alfonso é sempre tão lindo com ela ♥ demorou mais o beijo foi lindo

  • ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:29:25

    QUE LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOS. POSTA MAIS POR FAVOR!!!!!!!!!!!!!


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