Fanfic: À CAÇA - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA
Mas agora que tinha que informar sobre a história de um cadáver, o chefe lhe tinha dado a tarefa. Seu contato na polícia tinha proporcionado escassos detalhes, só que tinham encontrado o corpo da mulher e que o xerife Thomas tinha dado instruções por radio de guardar silêncio. O forense estava acostumado e se encontrava agora no monte perto de Cherry Creek Road, ao sul da interestadual.
Se jogasse bem suas cartas, poderia catapultar-se para sair daquele buraco infernal e conseguir um emprego de repórter de verdade em um jornal de verdade em uma cidade de verdade.
Seu apartamento ficava a menos de um quilômetro do jornal. Deixou a caminhonete em marcha e subiu correndo a colocar a roupa e sua nécessaire em uma mochila. Agarrou seu gravador, lápis e papel, e seu diário.
Doze anos antes, Eli tinha criado esse diário para documentar tudo relacionado com a investigação sobre o Açougueiro. Inclusive depois de mudar-se a Missouri, sempre havia seguido estando informado, cada vez que uma garota era seqüestrada, cada vez que encontravam um cadáver.
O Açougueiro de Bozeman. Pôs esse nome ao assassino no primeiro artigo, quando se soube de Puente. Não foi sua primeira opção. Ele queria chamá-lo O Caçador de Mulheres, mas seu chefe no Chronicle, o imbecil do Brian Collie, não queria incomodar os caçadores e disse que inventasse outra coisa. O «Açougueiro» não era um apelido adequado porque o que o assassino fazia com suas vítimas não podia qualificar-se de «açougue». Não, o tipo as caçava, e depois disparava ou lhes cortava o pescoço. Entretanto, o apelido ficou assim.
Collie seguia ali, e nunca tinha chegado a grande coisa porque nunca tinha aspirado a ser mais que diretor de um jornal de segunda, em Bozeman. Eli, ao contrário, decidiu abandonar a cidade e chegou até Missouri. Nesse momento, parecia a decisão perfeita. Primeiro Missouri, depois Seattle e, finalmente, Nova Iorque.
O plano chegou até Missouri. Mas agora Eli confiava que não ficaria preso ali o resto de seus miseráveis dias.
Cinco minutos mais tarde, já tinha pego a interestadual em direção sul, para Bozeman, capital do comércio boiadeiro. Normalmente, detestava fazer esse trajeto, mas nesta ocasião quase não podia conter a emoção.
Uma história palpitante era justo o que necessitava para encontrar um emprego de qualidade em um grande jornal. Adeus, Missouri. Lá vou eu, Nova Iorque.
Capítulo 5
Alfonso tamborilou sobre o painel da caminhonete da polícia que Nick conduzia. A Alfonso não agradava viajar no lado do passageiro. Parecia que demorava o dobro de tempo em chegar a qualquer lugar.
—A semana passada não me deu muitos detalhes por telefone —disse a Nick—. Rebecca Douglas foi seqüestrada na sexta-feira a noite?
—Sua companheira de apartamento chamou por volta da uma da madrugada do sábado. Não tinha voltado para casa depois de seu turno na pizzaria, que fica na interestadual. O agente que fez o relatório encontrou seu carro no estacionamento, com as chaves no assento do passageiro.
—E sua bolsa?
—Não estava.
Não estavam acostumados a recuperar grande coisa dos objetos pessoais das jovens vítimas, o que levou Alfonso a suspeitar que o assassino os conservava como objetos de fetiche. Para recordar suas vítimas.
—Não esperamos a que se cumprisse o tempo habitual antes de declarar uma pessoa desaparecida, porque eu sabia intuitivamente que era o Açougueiro.
— Seu carro tinha alguma imperfeição?
—Não.
—Isso é uma mudança. —A Alfonso intrigava o motivo dessa mudança, porque, até então, todas as vítimas do Açougueiro ficaram abandonadas na estrada depois de danificar-se o carro. As análise descobriram que no tanque de gasolina havia restos de melaço tampando o filtro de gasolina. Assim, o carro ficava sem gasolina a cinco quilômetros da última parada.
Quando Penny Thompson desapareceu faz quinze anos, recuperou-se seu carro de uma ravina profunda. Encontraram sangue no volante, mas não detectaram sinais de violência. Nesse momento os investigadores pensaram que se afastou do carro até perder-se por causa de uma lesão na cabeça, mas o caso ficou aberto.
Três anos mais tarde, quando encontraram o carro de Anahi na beira do caminho a meio trajeto entre a auto-estrada de Gallatin e a hospedaria de seu pai, o escritório do xerife relacionou em seguida uns pontos com outros e chamou o FBI.
A vida de Alfonso tinha mudado irrevogavelmente a partir daquele dia.
—Há quem insistia que não era o Açougueiro, mas...
—Sua intuição não se equivocou no do dinheiro.
—Por desgraça.
—Temos duas vantagens claras —disse Alfonso—. Em primeiro lugar, uma mudança no modus operandi. Não manipulou o carro. Possivelmente não teve tempo. Possivelmente agiu em cima da hora. Ou possivelmente Rebecca Douglas o conhecia e não se assustou quando se aproximou.
—Já pensei nessa possibilidade mas, até agora, os interrogatórios não arrojaram grande coisa.
—Queria revisar suas notas.
—Como quiser —disse Nick—. E qual é a outra vantagem?
—Ter encontrado o corpo tão rapidamente. Não nos ajuda que chovesse ontem à noite, mas pode ser que o forense encontre algo que possamos relacionar com um suspeito, um cabelo, uma fibra de sua roupa, algo. —depois de ver o cadáver, Alfonso não tinha grandes esperanças de que encontrassem provas úteis, mas a ciência não parava de aperfeiçoar seu instrumental. Se havia algo que encontrar, ele confiava em que eles o encontrariam.
—Se conseguimos encontrar o barraco onde a teve encerrada, teremos maiores probabilidades de achar provas úteis —disse Nick.
—É verdade. —As vezes que tinham encontrado os ruinosos barracos onde o Açougueiro ocultava suas vítimas antes de soltá-las no bosque, todas as provas estavam danificadas ou destroçadas. A umidade, o mofo e a podridão das choças destruíam a maior parte do material biológico. Não tinham nem DNA nem rastros digitais, com a exceção de um fragmento de rastro que não arrojou resultados na base de dados do FBI. E tampouco havia suspeitos.
O perfil elaborado por Alfonso doze anos antes tinha sido atualizado para que refletisse os traços do homem, agora mais envelhecido. Naquela época, seu raciocínio o tinha levado a concluir que se tratava de um homem branco de entre vinte e cinco e trinta e cinco anos. Se lhe adicionassem dez anos, não podia ter menos de trinta e cinco anos, mais provavelmente quarenta. Fisicamente era um homem forte, uma pessoa metódica. De fato, era um planejador obsessivo, paciente e temerário. Não lhe faltava segurança, e por isso nunca duvidava de que pudesse dar com as mulheres que soltava. Tampouco era muito difícil seguir o rastro no bosque de uma mulher nua e descalça.
Alfonso abandonou a investigação ao fim de dois meses porque não tinham pistas e as provas eram escassas. E quando deixaram de desaparecer mais mulheres, as autoridades decidiram que não valia a pena utilizar seus escassos recursos na inútil busca do assassino de Sharon.
O Açougueiro esperou três anos antes de seqüestrar outras duas garotas, mas os corpos nunca foram recuperados. Poucos assassinos em série eram capazes de esperar tanto tempo entre uma ação e outra, mas não se informou de crimes similares em outras partes do país.
A falta de continuidade e a natureza esporádica das atuações do assassino não davam à polícia pistas concretas para seguir investigando.
Alfonso deu um golpe contra o painel.
—Quero agarrar esse canalha.
Nick guardou silêncio enquanto girava em um caminho de cascalho debaixo de um arco que dizia: Parker Ranch.
Alfonso se lembrava vagamente de Richard Parker da época em que ele se dedicava ao caso do Açougueiro. Promotor e homem influente do estado de Montana, com conexões políticas em Washington, e eleito para algum cargo local. Poderia ser uma espécie de supervisor.
Nunca tinham suspeitado de Richard Parker. Alfonso recordava sua arrogância e sua fanfarronice, embora parecesse verdadeiramente interessado em encontrar recursos adicionais para o escritório do xerife em uma época em que os orçamentos estavam reduzidos ao mínimo.
A residência do Parker recordou a Alfonso o rancho de La Ponderosa. Era como se a qualquer momento fosse lhes abrir a porta Ben Cartwright.
—Xerife —disse Richard Parker ao abrir a larga porta. Alfonso observou que Parker tinha envelhecido bem. Tinha uns cinqüenta anos, cabelo loiro, ainda sem cabelos grisalhos, e mal mostrava rugas em torno dos olhos. Um metro oitenta e qualquer coisa, magro, ombros fortes e músculos bem definidos, um homem que se sentia a vontade com seu trabalho no rancho.
Parker se voltou para Alfonso.
—Agente Especial Herrera, correto?
—Boa memória, senhor Parker —disse, assentindo com a cabeça.
—Agora sou o Juiz Parker —disse este, com um leve sorriso—. Mas esqueça-se das formalidades. Chame-me de Richard.
Juiz. Alfonso olhou Nick, irritado porque seu amigo não lhe tinha falado daquela situação, que era politicamente delicada. Alfonso detestava brincar com a política.
—Obrigado.
Seguiram Parker e cruzaram o amplo vestíbulo revestido de madeira escura até o salão, um canto luminoso com janelas orientadas a leste e a sul e iluminado de uma vez por duas clarabóias largas e estreitas no teto.
Tudo era impecável e estava perfeitamente em seu lugar, como se os Parker estivessem esperando à equipe de rodagem de House Beautiful. Os troféus de caça e as gravuras de cenas campestres adornavam as paredes de cor clara. Os móveis de pinheiro muito grandes eram simples e funcionais. Adivinhava-se um toque feminino nas capas floreadas das almofadas que se complementavam com os tons Claros dos sofás e das cadeiras. Uma vitrine de armas de fogo ocupava uma parte proeminente de uma parede e, por cima, um peixe enorme com uma placa: Esturjão branco, 32 quilogramas, rio Kootenai, 10 de junho de 1991.
—Mandei os meninos ao estábulo ocupar-se dos cavalos —disse Parker—. Posso-lhes oferecer algo para beber? Café? Um refresco? É muito cedo para um uísque. —Com um gesto, convidou-os a sentar-se.
—Não podemos ficar, Richard —disse Nick—. Chamei todos meus ajudantes e temos um grupo de voluntários para pentear a área. Vai ser um dia comprido.
—Já entendo. Os guris estão mudados. Espero que não lhes peça muito.
—Claro que não —disse Nick.
—Necessita cavalos? Posso dizer a Jed que traga seis ou sete. E se necessitar, darei a tarde livre aos homens.
—Agradeço muito, Richard —disse Nick—. Teremos que procurar a pé para não danificar possíveis prova.
Parker assentiu.
—Claro, sim. —Fechou os olhos e sacudiu a cabeça—. Acreditava que... suponho que acreditava que tudo tinha acabado.
Eu não, pensou Alfonso.
—Os assassinos em série só se detêm quando os metem no cárcere ou quando morrem.
—Mas passaram três anos.
—Temos razões fundadas para acreditar que Corinne Atwell também foi uma vítima do Açougueiro, e ela desapareceu em um de maio do ano passado. O bosque não perdoa. Os animais, o tempo, o terreno. Pode ser que nunca saibamos quantas garotas matou.
—A que vem o interesse do FBI agora? —perguntou Parker, franzindo o cenho—. Você não veio quando mataram às gêmeas.
—Na realidade — corrigiu Nick—, depois do seqüestro das garotas Croft, esteve aqui o agente especial Thorne e, em outra ocasião, quando Corinne Atwell se deu por desaparecida. Chamei o agente Herrera na semana passada porque ele conhece o caso. Não preciso lhe recordar que os recursos do governo federal são muito superiores aos de nosso condado.
Alfonso já não queria seguir falando de amenidades. Teria que interrogar os menores o mais breve possível se eram testemunhas de um crime ou se tinham encontrado provas. À medida que passava o tempo, tinham a tendência a mesclar os fatos com fantasias, em grande parte saídas da televisão.
—Onde estão os meninos, senhor?
—No estábulo. —Parker fez um gesto a Alfonso para que se sentasse—. Os irei procurar.
—Não precisa. Acredito que estarão mais cômodos se estão fazendo algo com as mãos. Assear os cavalos parece uma boa tarefa.
—Acompanharei-o — disse Parker.
Nick agarrou Alfonso uns metros atrás de Parker para lhe falar em privado.
—Quero dar uma olhada nas patas dos cavalos —disse, em voz baixa. Não é que pensasse que os meninos tivessem algum motivo para mentir, mas gostava de contrastar as declarações com feitos sólidos.
O estábulo ficava a uns cem metros atrás da casa e Alfonso ouviu os murmúrios dos meninos no interior.
—Ryan! O xerife Thomas veio falar contigo.
Ryan Parker tinha quase onze anos e era a viva imagem de seu pai, com seu cabelo loiro e seus olhos cor castanho. Tinha uns traços belos pouco habituais em um menino, e parecia mais velho, quase mais sofisticado que os irmãos McClain.
—Ryan —disse Nick—. Apresento o agente especial Quincy Herrera. Trabalha para o FBI.
Ryan olhou com os olhos muito abertos.
—O FBI? De verdade? Posso ver sua placa?
—Ryan —disse seu pai, severo.
Alfonso ignorou Parker e se agachou junto ao menino.
—Claro —disse, enquanto tirava a carteira do bolso da jaqueta. Abriu-a e mostrou a placa e sua identificação ao menino, que olhava ensimesmado.
Ryan não a tocou, mas a olhou com interesse.
—Tem que ir a uma escola especial para ser agente especial?
—Depois de quatro anos na universidade, passei dezesseis semanas em um campo especial de treinamento chamado Quântico. Também estudei um ano para obter uma pós-graduação em criminologia.
—É difícil?
—Algumas coisas o são. Você quer ser agente federal?
Ryan olhou seu pai e Alfonso percebeu um toque de medo no olhar do menino. Possivelmente seu pai esperava que o menino simplesmente seguisse seus passos, pensou Alfonso. Ele entendia. Para ele, não ser o «Doutor Herrera» era algo que ainda pesava na casa de seus pais—. Possivelmente —disse Ryan, evasivo.
—Podemos o xerife Thomas e eu fazer umas perguntas a você e seus amigos?
—Sobre a garota morta?
—Sim.
Sean e Timmy McClain estavam ocupados escovando um cavalo, embora escutassem tudo com interesse, tanto que o irmão menor não fazia mais que escovar o ar.
—Meninos, venham aqui — chamou Alfonso.
Deixaram as escovas em um balde e se aproximaram para apresentar-se. Sean era o irmão mais velho, e se comportava como se fosse um menino duro e importante. Timmy, o menor, não parava de mover-se e tinha os olhos muito abertos. Alfonso observou que Ryan era o líder do grupo, com essa maneira de parar com os outros dois meninos atrás dele, sentados nos montes de feno. Alfonso não gostava da idéia de ter Richard Parker formalmente a seu lado, com seu severo aspecto de juiz. Entretanto, tendo em conta que se tratava de um encontro informal com os menores, não podia pedir ao pai que se fosse. Sobre tudo se o pai era advogado.
—Ryan, me conte com suas próprias palavras o que saíram a fazer esta manhã. Timmy, Sean, podem intervir se acharem que terão que acrescentar algo. Não há respostas corretas ou incorretas. E ninguém recorda tudo, assim pode ser que um de vocês recorde coisas que os outros não recordem. De acordo?
Todos assentiram quando Alfonso e Nick tiraram suas cadernetas. Ryan falou.
—Tiramos os cavalos às sete da manhã. Sean e Timmy ficaram para dormir porque queríamos sair cedo, e eles vivem na cidade.
—Mamãe trabalha nos fins de semana —disse Timmy, assentindo com a cabeça—. Viemos muito aqui.
—Seguro que é divertido sair a montar a cavalo pela fazenda e outras coisas que estão bem —disse Alfonso, Sorrindo.
—OH, sim —disse Timmy—. E às vezes... —Seu irmão lhe deu um golpe no braço.
—Cale-se —disse Sean—. Só querem saber da garota morta.
Timmy adotou um ar mais tímido.
—Não aconteceu nada —disse Alfonso ao pequeno—. A gente nunca sabe o que pode ser importante em uma investigação.
Os meninos tinham saído da casa cedo em direção aos prados, para o leste. Agarraram um atalho quase apagado pela vegetação com a idéia de encontrar um antigo cemitério índio no lado norte.
—Sabem que não deveriam ir tão longe —brigou Parker—. É um caminho perigoso. Têm muita sorte de que um cavalo não tenha quebrado uma pata.
__ Sinto muito, papai —disse Ryan, com olhar fugidio.
Que mais? —disse Alfonso. Era o último que necessitava, um menino assustado e um pai beligerante—. Onde está o cemitério índio que andavam procurando?
—Não sabemos. Por isso o buscávamos. Gray, sabe? Que trabalha lá na hospedaria —disse, e assinalou vagamente para o sul—, diz que está lá no lado norte, por cima do Mossy Creek. Nem sequer ele sabe onde está, só que está ali, e não sabemos se o vimos. Buscamos o verão passado e não o encontramos. E como choveu toda a semana, este era o primeiro dia bom para sair e procurar.
Alfonso se lembrava de Gray. Como esquecer o tempo passado na Hospedaria Gallatin quando investigava o assassinato da Sharon Lewis? Ou os fins de semana que vinha ver Anahi?
Sacudiu a cabeça e afastou Anahi de seu pensamento. Era mais difícil agora que penetrou sem prévio aviso, mas ele tinha que concentrar-se em seu trabalho.
E seu trabalho era deter o Açougueiro.
—Não chegaram a Mossy Creek? —inquiriu Nick.
—Os cavalos começaram a ficar um pouco estranhos —disse Ryan, negando com a cabeça—, e depois ouvimos um animal grande. Fomos até um claro e vimos um urso pardo que estava cheirando algo. Eu disparei meu rifle para assustá-lo. E então a vimos.
Ryan e Timmy ficaram onde estavam enquanto Sean, o maior dos três, voltava para o caminho principal pelo velho atalho da serraria e percorria cinco quilômetros a cavalo antes de chegar a um telefone.
—Tocaram o corpo?
Todos negaram sacudindo energicamente a cabeça.
—Eu me aproximei —disse Ryan—. A uns metros. Não parecia de verdade, sabe? O urso podia voltar e, bom, eu não queria ir. —olhou as mãos que mantinha entrelaçadas com força.
Alfonso se aproximou e deu a Ryan um apertão no ombro até que o menino o olhou.
—Fizeram o correto.
Levantou-se e lhe soaram as articulações pela posição que tinha mantido tanto tempo, um aviso de que aquele outono faria quarenta anos.
—Obrigado, juiz —disse Alfonso, virando-se para olhar Richard Parker.
Uma mulher loira vestida impecavelmente, de grandes olhos verdes, estava junto a Parker e olhava com expressão vazia. A mulher de Parker? Alfonso estava surpreso porque não a tinha ouvido chegar.
—Senhora Parker? —saudou, estendendo a mão.
Ela a estreitou, com uma força surpreendente para uma mulher de aspecto tão frágil. Tinha os dedos gelados, embora as temperaturas tinham subido bastante desde que, pela manhã, ele visse a vítima.
—Delilah Parker — disse, com uma voz suave e serena.
—Senhora. Agente Especial Herrera.
—Preparei limonada e um bolo de banana na cozinha, se querem passar um momento.
Alfonso estava a ponto de rechaçar o convite quando interveio Nick.
—Obrigado, senhora Parker, agradecemos muito sua hospitalidade.
Sorriu a Nick.
—Desculpem. Vou preparar uma bandeja —avisou, e se afastou depressa.
Alfonso arrastava os pés enquanto caminhavam de volta à casa seguindo o juiz Parker.
—Temos que voltar para o monte —disse.
—Há coisas às que não se pode dizer que não. E um convite da senhora Parker a comer é uma delas.
—Jogando com a política —murmurou Alfonso, com tom sarcástico.
—Dez minutos me economizam muitos meses de dores de cabeça. Acredite-me. Eu também declinei a primeira vez — disse Nick, e entreabriu os olhos.
Alfonso não sabia muito bem o que pensar da família Parker. Embora o juiz se reunisse com eles na sala de jantar, Alfonso observou que ele e sua mulher praticamente não se dirigiam a palavra.
A improvisação da senhora Parker era um acerto muito elaborado. Serviu a limonada em copos de cristal e o bolo de banana com nata fresca batida em pratos de porcelana da China. Alfonso se sentia incômodo com tanta formalidade, mas dava a impressão de que Nick tomava com calma. Quando Alfonso a felicitou por sua bonita casa, ela sorriu, feliz.
A Mulher Perfeita de Montana, pensou ele, ocultando um sorriso.
Nick cumpriu com sua palavra. Dez minutos mais tarde, já voltavam para o estábulo para fazer moldes dos rastros dos cavalos antes de ir-se.
—O que acontece a mulher do Parker? —perguntou Alfonso enquanto fechava a porta da caminhonete do Nick—. Algo muito formal para um lanche ao meio-dia, não acha?
Nick deu de ombros enquanto punha o motor em marcha. Acelerou pelo comprido e sinuoso caminho que ia de casa dos Parker até a estrada principal.
—Gosta de fazer-se de anfitriã. Declinei seu convite a primeira vez que vim faz anos porque lhes tinham roubado um par de cabeças de gado. Depois de que me nomearam xerife, o juiz Parker me explicou que sua mulher toma a hospitalidade muito a sério e disse que me agradeceria isso se em futuras ocasiões aceitasse seus convites.
—Teria que me haver dito que Parker é juiz. Não recordava que fosse advogado.
—Por aquela época não exercia. Estava na Junta de Supervisores do condado. Agora é membro do Tribunal Superior de Justiça do estado. Diz-se que é um dos candidatos ao Tribunal de Apelações.
—É um grande salto.
—Tem amigos em lugares muito importantes —disse Nick, dando de ombros.
—Genial —disse Alfonso, com um toque sardônico.
—Não estará pensando que o juiz Parker tem algo que ver com o acontecido com estas garotas.
Alfonso não disse uma palavra durante um comprido minuto.
—Não sei —disse, sinceramente—. Não temos testemunhas, e Anahi só tem impressões vagas sobre a altura e os traços do assassino.
O Açougueiro não só mantinha suas vítimas encadeadas ao chão mas também lhes enfaixava os olhos. E Anahi jurava que o reconheceria pelo cheiro, embora o cheiro de um homem distaria muito de ser prova suficiente para condená-lo. Necessitavam provas mais sólidas.
Alfonso não percebeu do muito que tinha saudades de Anahi até depois de havê-la visto aquela manhã. Teria querido tocá-la, assegurar-se de que ainda estava ali, em carne e osso, que não era um sonho mais.
COMENTEM!!! Cadê vocês featanahi, lisaponny123, isajuje, lyu e belle_doll enfim todas as meninas que sempre comentam? sdds u-u
Autor(a): ayaremember
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Alfonso não percebeu do muito que tinha saudades de Anahi até depois de havê-la visto aquela manhã. Teria querido tocá-la, assegurar-se de que ainda estava ali, em carne e osso, que não era um sonho mais.—Levou-nos até o barraco onde esteve seqüestrado —seguiu Nick—. Nos levou até onde estiveram as ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 28
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lyu Postado em 05/11/2013 - 14:50:19
uhuhul vai mata ele!
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steph_maria Postado em 28/10/2013 - 23:09:39
Surteiii com esses capitulos, tão perfeito, o açougueiro quase sendo encurralado, Anahi e Alfonso enfim juntos de novo quase morri aki *-------* posta maisssss
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lyu Postado em 27/10/2013 - 02:34:57
acho q é esse: David Larsen
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steph_maria Postado em 26/10/2013 - 22:17:04
SURTANDOOOO COM ESSES CAPITULOS GENTE!!! *__* a Caça tah perfeita finalmente sabemos quem é o açougueiro e a Puta kkkkkkkk só estou me preparando pq imagino o pobre Nick deve sofrer na mão do açougueiro =/~ mas apesar disso tudo o que são AyA? estao ficando proximos e Anahi aceitando ser consolada por ele me mataaaaa
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lyu Postado em 22/10/2013 - 01:41:46
a puta é mulher do juiz. mais
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ponnynobre Postado em 18/10/2013 - 21:59:02
Que lindo Anahi e Alfonso se acertando aos pouco. que merda esse homem pegou outra garota :(
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isajuje Postado em 18/10/2013 - 20:14:12
A Puta KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK é pra rir mesmo. Esse O Açougueiro é um cara muito retardado. Tudo se tornaria mais fácil se ele matasse A Puta. Não vi nenhum impedimento nisso. A Puta deve ser mesmo a mulher do juiz com o seu irmão. É o que eu acho. Credo. Muito nojento. E AyA juntos *u* quero mais. Ps.: desculpe comentar pouco preciso comentar em um moooooonte aqui
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isajuje Postado em 15/10/2013 - 19:43:01
Menina, como você pode postar dois capítulos e nos deixar assim? KKKKKK nossa curiosidade, ansiedade, e nosso trauma precisa de mais capítulos. Foi muito romântico esse beijo, cheio de ternura bleh. Não acredito que falei nisso mas ok. Pode continuar.
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ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:30:29
Alfonso é sempre tão lindo com ela ♥ demorou mais o beijo foi lindo
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ponnynobre Postado em 14/10/2013 - 22:29:25
QUE LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOS. POSTA MAIS POR FAVOR!!!!!!!!!!!!!