Fanfic: Eu quero segurar a sua mão (Faberry, PucKurt, Brittana) | Tema: Glee
Kurt assustou-se por um momento, pois o primo parecia levemente irritado, o garoto era acostumado a receber aquele tipo de olhar todos os dias na escola, sua “condição” sexual não ajudava muito na sua popularidade; ele se encolheu temendo o que poderia acontecer, até lembrar que ele estava em sua casa e não na escola.
“Eu não acredito que aquele idiota...” pensou o rapaz de olhos verdes extremamente irritado, mas esse não era o momento para praguejar o seu antigo “amigo”. Kurt estava magoado e irritado, e pelo que parecia estava longe de ser algo superficial.
-Ele não deu o meu endereço pra você não é mesmo?! – o judeu disse já sabendo a resposta.
Kurt pareceu um pouco confuso, não tinha a mínima noção do que Noah estava falando.
-É claro que ele não faria isso... – murmurou o outro um pouco triste. Noah sabia muito bem o que ele sentia pelo primo, era obvio demais que ele faria tudo para cortar todos os vínculos possíveis entre os dois.
-Eu não acredito que aquele Hudson... – Kurt falou entre os dentes apertando ainda mais contra o peito os seus braços que estavam cruzados.
Em um impulso o mais alto puxou Kurt pelos ombros, descruzando os braços do primo e abraçando-o forte. O garoto ficou estático a principio, era no mínimo estranho ganhar um abraço daqueles de uma pessoa que ele caracterizava como “gorila”, mas depois ele relaxou; fechou os olhos deixando-se levar pelo perfume do outro, mas achando melhor se afastar quando sentiu seu corpo reagir de forma estranha.
-O que ele fez com você? – Noah tentou manter o primo próximo, e ficar calmo, pois mal havia chegado e já percebera que Finn não havia mantido a sua promessa... Kurt estava mudado, e não era uma mudança boa, ela não possuía mais o brilho doce nos olhos.
O garoto se afastou um tanto alterado, ele não queria falar sobre o ex ou as coisas que haviam acontecido entre os dois, ainda doía demais, ver Finn todos os dias com a sua querida líder de torcida já era tortura demais.
-Por favor, eu quero ficar sozinho. – Kurt se afastou ficando de costas para o outro.
-Mas...
-Por favor, me desculpe, mas você não vai conseguir consertar as coisas que aconteceram em nove anos.
Noah não sabia mais o que falar, talvez fosse melhor mesmo se afastar por um momento, mas ele não desistiria do primo tão fácil, ele faria de tudo para recuperar o tempo perdido.
Ao escutar a porta sendo fechada, Kurt se largou em sua cama e deixou algumas poucas lágrimas escaparem, suas mãos procuraram pelo celular e logo ele digitou uma mensagem rápida.
“Preciso de você agora mesmo! – K.”
Na casa vizinha a dos Hummel, Mercedes analisa com estranheza a mensagem do amigo, só poderia ter sido algo realmente sério, pois os dois eram vizinhos, não custava nada o amigo dar alguns passos para vê-la.
“O que aconteceu? – M.”
O garoto suspirou ao ver a mensagem da amiga, olhou por alguns minutos para a tela e respondeu em seguida... Ele não pensava que abriria aquelas feridas novamente.
“Fantasmas do passado, preciso de você agora. – K.”
A morena olhou um pouco intrigada para a mensagem que havia recebido do amigo, Kurt sempre fora um pouco dramático demais (o que lhe transformava quase em uma Rachel Berry versão masculina, nesse quesito os dois formavam um par perfeito), mas desta vez algo lhe dizia que era realmente urgente... Após ler a mensagem uma cinco vezes tentando encontrar algum sentido, foi então que Mercedes resolveu sair do quarto para ver qual era o problema do amigo, a única certeza que tinha era que aquilo tinha do dedo de Finn Hudson no meio; o quarterback era a causa da tristeza de Kurt, Mercedes sempre soube que aquilo nunca daria certo, mesmo assim o amigo arriscou o seu já debilitado coração.
Sem muita cerimônia Mercedes falou rapidamente com Burt Hummel e se dirigiu para o tão conhecido quarto do amigo. O garoto estava na cama, chorando enquanto abraçava o travesseiro, Mercedes se aproximou devagar, e afagou os cabelos castanhos do amigo. Eram raras as vezes que via o amigo naquele estado, e a última vez fora por culpa de Finn, a morena jurou mentalmente que mataria o quarterback se ele fosse a causa das novas lágrimas.
-O que o Finn fez dessa vez Kurt? – perguntou a amiga em um tom conhecido. Quanto ela começava a pensar que o amigo estava ficando bem, sempre vinha a recaída. Apesar de todos os defeitos do garoto, Mercedes não tinha dúvidas de que o amigo não merecia aquilo.
Kurt passou alguns minutos para poder responder; ele se virou para o lado que a amiga estava sentada e a olhou com os olhos irritados devido às lágrimas, um sorriso triste e quase imperceptível se formou em seus lábios; Mercedes sorriu de forma confortadora, um sorriso que dispensava palavras, e no momento ele significava apenas uma coisa “tenha coragem, eu estou aqui, pode contar o que houve”.
O companheiro de coral limpou as lágrimas e deitou a cabeça nas pernas da amiga que não parava de lhe acaricias os delicados cabelos.
-Ele trouxe o passado de volta pra mim... – respondeu baixinho. Seus olhos pareciam vazios ao olhar para o nada.
-Se quiser traduzir já pode! – disse Mercedes fazendo uma leve careta por não entender o que o amigo havia dito.
Kurt sentou-se na cama, ainda com os olhos estranhos e sem brilho, ele desviou os olhos da amiga enquanto lhe acariciava uma das mãos; procurando as palavras certas.
-Noah, esse é o fantasma! Quando eu penso que o Finn já estragou a minha vida o suficiente ele me trás o Noah de volta! – as palavras saiam entre os dentes do garoto e novas lágrimas tomaram o seu rosto... Mercedes não tinha certeza se aquelas palavras eram de dor, tristeza, magoa, ou simplesmente ódio.
-Vem aqui... – a morena o puxou delicadamente, apoiando a cabeça do amigo em seu colo. – se acalma e me conta o que aconteceu.
Mercedes tentou se livrar do próprio choque, afinal de contas ela nunca que Noah fosse realmente voltar... Isso não era nada bom para o seu amigo, pois ela sempre esteve presente em cada lágrima que foi derramada em nome do primo de Kurt; e agora ele mal voltara e já derramara novas. Ela não tinha a mínima noção do que Finn queria com isso, mas com toda certeza essas não seriam as últimas que seriam derramadas por causa de Noah Puckerman.
Kurt levantou sem muito ânimo para ir para a aula, era a sua primeira semana depois das férias e ele já se sentia um caco; pior de tudo era que o McKinley seria agora muito mais insuportável com a presença do seu primo. O garoto olhou-se no espelho e assustou-se com a sua péssima aparência, nada que um belo banho e um pouco de maquiagem não ajudasse, mas a irritação nos olhos devido às lágrimas não tinha maquiagem no mundo que pudesse ajudar.
***
Noah estava extremamente irritado naquela manhã, odiava perder tempo e com certeza ele havia perdido muito do seu regularizando a sua matricula. O futuro jogador do McKinley havia chegado relativamente cedo, não só para resolver algumas pendências documentais da escola, mas para interrogar o “amigo”. O judeu não conseguia esquecer a expressão de magoa e ódio nos olhos do primo, e se isso era coisa de Finn Hudson ele pagaria muito caro.
Aos poucos as pessoas foram chegando e conseqüentemente ele ficou perdido no mar de rostos que o olhava com curiosidade. Ele achou melhor esperar nas arquibancadas por Kurt, enfim, era o único que conhecia e o único que poderia Che mostrar o velho amigo de infância e quarterback da escola.
Ele odiava ser o “aluno novo”, sentia-se deslocado em um local onde não conhecia ninguém, mas no momento ele parecia bastante animado com o treino das Cherrios. Mal ele sabia que estava sendo observado por uma certa morena, que graças ao deslize de Quinn estava assumindo o tão cobiçado posto de líder das Cherrios.
Os minutos passavam-se de modo arrastado e Noah não estava gostando muito daquela espera, será que Kurt já havia chegado?! Era pouco provável, mas não era impossível, já que o judeu parecia muito interessado no treino das garotas. Suas dúvidas cessaram ao ver um par de olhos azuis inconfundíveis se aproximando, e sem perceber ele não pode evitar um leve sorriso.
Kurt e Mercedes conversavam de forma animada, afinal não era todos os dias que eles escapavam consecutivas vezes dos primatas da escola... Mas foi só subir as escadas que o seu pesadelo tornou-se realidade, a imagem do seu primo desta vez não era um sonho. Instintivamente ele puxou Mercedes pelo braço e a morena acompanhou os olhos do amigo, sendo agraciada pela visão do bad boy mais sexy que já havia visto. Ao ver que a amiga estava tendo devaneios enquanto o outro se aproximava, Kurt estreitou os olhos em forma de reprovação e beliscou a amiga disfarçadamente; já o grito que a mesma deu não foi nada discreto. Os dois iriam começar a discutir se não fosse pelo rapaz que havia acabado de se juntar aos dois.
-Kurt... eh... Oi. – o moreno não sabia como começar, apesar de ter usado o tempo que teve refletindo no que havia acontecido no dia anterior, Noah simplesmente havia perdido fala.
-Oi. – respondeu o outro levantando uma das sobrancelhas e o olhando com uma certa frieza. – o que você quer Puckerman?
Ao notar que o clima havia pesado consideravelmente Mercedes resolveu intervir, aproximou-se mais do maior atraindo os olhos verdes do rapaz para si.
-Não fala mais com os velhos amigos Noah?! – disse Mercedes com um largo sorriso no rosto. Apesar da birra do amigo, ela estava feliz em ver o moreno ali, quem sabe o judeu não poderia mudar o que Kurt havia se tornado.
Noah olhou para a morena do mesmo modo que seu primo havia lhe olhado no dia anterior quando se encontraram na cozinha, mas não tardou a reconhecer a garota, aquele sorriso era simplesmente inesquecível, e não era difícil de imaginar que aquela era Mercedes Jones; afinal ela e Kurt sempre foram melhores amigos e nunca se desgrudavam, e pela interação que havia presenciado há poucos minutos não restavam dúvidas que quem ela era.
-Mercedes! – ele praticamente gritou o nome da garota, atraindo alguns olhares de reprovação. Seu sorriso foi quase tão grande quanto o da velha amiga, seguindo de um forte abraço que a tirou do chão.
-Hey, hey garotão, vamos devagar. – disse ela animadamente.
Kurt acompanhou tudo de uma forma bastante impaciente, mais ainda quando uma quarta pessoa se aproximou deles.
-Chegou o “Santanás”. – resmungou o jovem com sua língua afiada, revirando os olhos.
-Olha, olha... E eu que pensava que você só tinha essa aí como amiga. – alfinetou a latina apontando para Mercedes. – e sua própria sombra. – completou com um sorriso malvado no rosto, ao notar que suas palavras surtiram algum efeito no garoto, mesmo que ele tentasse esconder a todo custo.
O silêncio constrangedor tomou novamente de conta da situação e dessa vez quem quebrou o clima chato foi o próprio Kurt, pois não via a hora de sair dali, Santana sabia ser bastante desagradável quando queria, o pior da latina era o pior possível desde antes das férias... E não havia melhorado muita coisa pelo visto.
-Pode dizer logo o que você quer Noah, desculpe, mas o meu tempo é precioso e você não é nem de longe minha prioridade. – disse estreitando ainda mais os olhos.
O judeu não teve como conter uma careta de desapontamento, Kurt estava sendo hostil demais com ele, o pior de tudo é que ele não sabia o motivo... não conseguia entender porque o primo estava sendo tão incompreensível com relação a distância dos dois, ele voltara e na sua concepção era isso que importava agora.
-Estou atrás do Finn, preciso falar com ele. – respondeu encarando aqueles olhos azuis que um dia foram tão doces.
O mais forte pode notar aquele olhar de raiva ganhar uma fina camada de dor ao escutar o nome de Finn Hudson.
-Desculpe, eu não sei onde ele está. – respondeu o menor com a voz um pouco falha.
Santana resolveu se aproveitar da situação para ganhar novamente a atenção do novato, ela se aproximou sorrateiramente dele e enganchou o seu braço no do moreno.
-Se quiser posso te levar até o Hudson. – propôs de uma maneira um tanto sugestiva.
-Claro, adoraria. – respondeu com um olhar intenso.
Kurt cruzou os braços e fez uma cara de nojo ao ver a cena, Mercedes tirou o amigo de lá enquanto Noah era guiado por Santana para dentro da escola. Ainda faltavam poucos minutos para a aula começar, então Mercedes resolveu falar com o amigo antes disso.
-Kurt, qual o seu problema? Porque tratou seu primo daquela forma? – perguntou a morena praticamente dando uma dura no amigo por causa da sua atitude.
-Eu já tenho problemas demais, não quero que o Noah seja mais um deles. – suspirou o garoto.
-Ele está de volta Kurt, e isso é o que importa... Já pensou no porque dele estar atrás do Finn? – perguntou instigando a curiosidade do amigo. – talvez seja a hora de dar uma chance de “verdade” pra esse coração. – Mercedes deu um leve beijo no rosto do amigo e partiu, deixando-o com seus pensamentos.
“Talvez eu não queira que ele se aproxime...” pensou Kurt enquanto observava a amiga se afastar, ele não sofreria novamente, ele protegeria seu coração mesmo que em troca tivesse que magoar o coração do primo.
Autor(a): La Rue
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