Fanfic: Eu quero segurar a sua mão (Faberry, PucKurt, Brittana) | Tema: Glee
O treino correu tranquilamente apesar de puxado, Puck ficou completamente impressionado com a treinadora Beiste, poderia ser um pensamento um tanto machista, mas ela era uma das poucas (se não fosse a única) treinadora de futebol e olha que ela não era apenas “uma treinadora”. Ela era a exceção.
O judeu retirou o capacete e se jogou em um dos bancos, agarrando uma garrafa d’água e bebendo quase todo o líquido de uma só vez, deixando apenas um pouco para esfriar a cabeça. Não demorou muito para que o capitão do time lhe fizesse companhia.
-Então o que achou do treino? – perguntou Finn enquanto olhava para o campo, onde os outros jogadores se afastavam.
-Um pouco cansativo, mas logo entro no ritmo. – respondeu dando um longo suspiro, mas sorrindo em seguida. O judeu também olhava para os companheiros que ao longe se dirigiam para o vestiário.
Um silêncio seguiu depois disso, os dois não se olharam desde a chegada do quarterback, o clima entre eles não estava pesado, mas o silêncio era um tanto incômodo. Puck poderia imaginar o que o outro queria, mas como os dois haviam combinado antes, Finn é que teria que ir atrás para conversar.
-Podemos conversar agora? – perguntou o jogador depois de passar alguns minutos encarando os próprios pés.
Puck continuou calado, apenas concordou com a cabeça como se quisesse encorajar o amigo a falar o que devia. Finn juntou as mãos e ficou brincando com os polegares enquanto pensava em como falar tudo sem levar um soco.
-Bem... er... Eu não sei como começar, mas... Vou tentar ser o mais breve possível. – ele olhou rapidamente para o rapaz do moicano, mas baixou os olhos novamente para os seus pés ao sentir o peso daqueles olhos verdes. – depois que você foi embora eu e o Kurt ficamos mais próximos, eu sempre gostei muito dele, mas você sempre estava rondando... – começou Finn parecendo um pouco confuso com os seus pensamentos. – nós acabamos nos afastando um pouco quando eu entrei para o time, na verdade nos afastamos muito...
O jogador franziu o cenho e suspirou, pegando fôlego em seguida para tentar ter coragem e falar o resto, ninguém alem de Kurt e ele sabiam o que havia acontecido entre os dois; mas apesar de desligado Finn tinha quase certeza que Mercedes sabia de algo.
-Nós voltamos a nos falar quando eu tive que entrar no glee, e... – o capitão do time olhou para o novato que acompanhava cada palavra sua com o máximo de atenção. – nos começamos a namorar. – a última frase foi dita quase como um sussurro, como se fosse muito perigoso soltar aquelas palavras ao vento.
Noah trincou os dentes, mas se manteve calmo, o primeiro motivo da sua raiva foi o fato do outro ter feito de tudo para ficar com o seu primo; e o segundo e mais obvio era o dele ter magoado Kurt, se não fosse por isso os olhos do quarterback não transpareceriam tanto arrependimento toda vez que olhava para um dos dois.
-Eu tive tanto medo que acabei deixando ele e logo em seguida eu fiquei com a Quinn. – Finn baixou os olhos e se encolheu como um garotinho.
-A garota grávida?! – Puck começou a juntar os fatos enquanto tentava controlar sua mão que tremia violentamente.
O rapaz de olhos castanhos confirmou com a cabeça. Noah se levantou e puxou o maior pela proteção perto dos ombros.
-Eu quero você longe do meu primo... Me entendeu Hudson?! – a voz de Noah saiu baixa, mas parecia tão ameaçadora que Finn não poder conter um violento calafrio.
O quarterback se manteve calmo, Finn não era uma pessoa de perder a cabeça com facilidade, mas ele não ficaria calado com as palavras do outro; ao chamar o judeu novamente para Lima ele estaria automaticamente abrindo mão de Kurt, mas depois daquela conversa, parecia que pequenos pontos começaram a fazer sentido (ou pelo menos era isso que se passava na cabeça confusa de Hudson).
-Desculpe, mas tenho que ser honesto com você Puck. – seu tom agora era sério e seus olhos tentavam passar a confiança e a certeza do que ele diria. – Depois de abrir mão do Kurt eu me envolvi com a Quinn e me enrolei com a Rachel, eu pude perceber que gostava mesmo dele, e agora que eu sei disso eu não vou desistir. – apesar do medo de ser espancado pelo outro, Finn não quebrou o contato visual.
-Você é um canalha Hudson, você quebrou o coração do Kurt, desgraçou a vida daquela garota, e como se não fosse o bastante acha que pode ter alguma esperança com o meu primo?! – Puck soltou a proteção do outro e deu alguns passos para trás. Se ficasse muito perto ele sabia que não conseguiria se controlar, era muito impulsivo e esse sempre fora o seu grande defeito (fora ser um grande mulherengo, claro!). – desculpe, mas eu não vou deixar que você faça isso.
O judeu saiu na direção do vestiário dando passos largos e decididos, primeiro ele esfriaria a cabeça, depois disso a primeira coisa que faria era procurar Kurt.
Finn continuou sentado enquanto tentava assimilar as palavras do outro, e se sentiu mal por tudo o que havia feito até agora. Pela primeira vez ele se perguntou se valeria a pena jogar tudo para o alto, magoar Quinn e entrar (ou pelo menos tentar) em um novo relacionamento com Kurt. Sua cabeça doeu, decisões difíceis não eram muito o seu forte, nunca foi, mas desta vez ele teria que pensar seriamente no seu próximo passo.
Apesar de curiosa Santana não conseguiu escutar nada da conversa dos dois jogadores (não que esse fosse o motivo principal para estar vendo o treino, afinal ela só estava mantendo a sua nova presa no alvo) mesmo assim não deixava de ser curioso ver os dois discutindo. A latina deu de ombros e saiu andando calmamente até o vestiário masculino; já estava tarde e a essa hora já deveria estar completamente vazio, bem, essa seria uma ótima chance para dar boas-vindas para o novo jogador do McKinley.
O barulho de água já havia cessado, o que era uma pena, já que a latina estava pensando em fazer uma pequena festinha na cabine, mas analisando por outro ponto seria bom jogar um pouco com o novato. Ele era bonito, isso ninguém poderia negar, mas ela queria apenas passar o tempo, esquecer um pouco os problemas que a cercavam a algum tempo e ele parecia ser o alvo perfeito, Santana já estava farta dos garotos idiotas da escola.
-Que pena, não me esperou para o banho. – a voz da garota fez com que Noah se virasse rapidamente na direção da porta.
-Desculpe, deveria ter me avisado antes então. – respondeu o moreno dando um sorriso de lado enquanto subia o zíper da calça.
Ele voltou sua atenção para a garota e ficou observando-a enquanto se aproximava. Santana deslizou o dedo indicador sobre o ombro esquerdo do rapaz descendo até o seu peito parando sobre o piercing que ele possuía no mamilo. Involuntariamente ele envolveu a cintura da morena, trazendo-a para perto.
-Quem sabe da próxima vez... – sussurrou de uma forma sensual, dando um leve beijo no pescoço de Noah, fazendo a pele do moreno se arrepiar.
-Eu não vejo a hora. – respondeu o outro depositando um beijo no pescoço da cheerio, sugando a pele de leve, mas o suficiente para deixá-la marcada.
As mãos fortes do jogador apertaram a cintura da garota contra o seu corpo ao mesmo tempo em que Santana o segurou pela nuca, o puxando para um beijo. Puck deixou que a garota guiasse o beijo, acompanhando o ritmo estabelecido por ela, a língua da cheerio caçava a do jogador com vontade, as mãos do judeu habilmente tocaram a pele quente das costas da morena.
-Espero que não esteja atrapalhando nada. – a voz de Finn se fez presente no local.
Os dois não se intimidaram com a presença do capitão do time, mas depois da aparição nada agradável era obvio que teriam que continuar com a brincadeira uma outra hora.
-Nos vemos depois. – disse a latina dando uma leve mordida nos lábios de Noah, ela deu as costas e olhou para Finn com um certo desprezo antes de sair.
Apesar da ducha rápida para esfriar a cabeça, Puck ainda estava levemente irritado com o outro, o que fez com que terminasse de se vestir rapidamente, não queria mais conversa com Finn, pelo menos não por hoje.
-Pra quem anda tão preocupado com o Kurt até que você estava se divertindo bastante com o Lopez não é verdade?! – comentou o mais alto com ironia.
O rapaz de olhos verdes apena jogou a mochila por cima do ombro e saiu sem dar atenção alguma para o outro, como se não existisse ninguém alem dele no vestiário.
***
Aquilo ia contra a moral e os bons costumes da sua família, ela estava tão dividida e perdida nos últimos meses, sempre tentando se enganar com a mesma desculpa mentalmente “são apenas os hormônios”. Seu namoro com Finn ia razoavelmente bem, mas a algum tempo os dois não se resolviam “sexualmente”; o namorado era um pouco desligado, mas sempre que procurava a ex-cheerio ela o recusava com a desculpa de que “tinha medo por causa do bebê... Não se sentia bem com o próprio corpo...” as desculpas eram inúmeras. Finn não era a pessoa mais inteligente do mundo e Quinn agradecia por isso, já que conseguia dobrar o namorado facilmente.
O ponto não era Quinn não querer sexo (o que não era verdade; já que seus hormônios estavam praticamente lhe deixado louca), mas ela simplesmente não sentia vontade de se entregar ao quarterback... Isso era contra o que lhe ensinaram, contra a sua religião, ia contra tudo o que Quinn Fabray demonstrava. Isso tudo lhe levava para o ponto de agora... Sua cama. Era assim que ela se satisfazia e se contradizia ao mesmo tempo. Uma de suas mãos segurava com força o cobertor, enquanto a outra estudava milimetricamente o seu sexo por dentro da peça íntima, seus olhos estavam firmemente fechados, ela introduziu o segundo dedo lentamente em sua entrada... As primeiras lágrimas rolaram, mas não eram de dor... Ela aumentava o ritmo na medida que as lágrimas surgiam cada vez mais e mais; sentindo-se suja, com medo, triste e arrependida de algumas coisas que havia feito.
Quinn levou a mão que estava no cobertor até a boca para abafar os seus soluços, ninguém a escutaria na mansão, seu pai não morava mais lá e sua mãe estava ocupada demais em encontros; mesmo assim ela queria e precisava silenciar-se, pois os soluços só eram provas concretas de que era fraca com relação a tudo que estava sentindo. A loira mordeu o lábio e gemeu um pouco alto quando chegou ao seu máximo. Quinn sentiu-se momentaneamente satisfeita, as lágrimas haviam cessado, mas ao abrir os olhos ela sentiu o frio cortante da realidade... E a realidade era “ela havia sentido prazer, mas não com a pessoa que imaginava, desejava, e que tanto lhe atormentava nos últimos meses”.
A ex líder das Cheerios cobriu o seu corpo por inteiro e se encolheu como uma criança desolada, não pode deixar de derramar mais algumas lágrimas antes que o sono viesse... Aos poucos seus olhos foram se rendendo e inconscientemente ela gemeu de forma triste o nome do seu maior segredo, aquele que ela temia até mesmo nos seus sonhos com medo dos outros descobrirem:
-Rachel...
***
Kurt estava no quarto assistindo algum DVD dos seus clássicos favoritos, o garoto havia se enclausurado no cantinho só dele e esperava não ser incomodado por ninguém naquela noite. Bem, ele apenas esperaria... O garoto estava tão concentrado que não escutou as batidas em sua porta, muito menos notou quando Noah desceu as escadas e parou ao lado de sua cama. O jovem Hummel só se deu conta da presença do primo quando o mesmo pigarreou, na tentativa de chamar a sua atenção.
–O que? Como? O que você está fazendo aqui? – perguntou Kurt com os seus olhos azuis extremamente abertos.
-Desculpe, não quis te assustar. – Puck tentou conter o riso, mas só conseguiu explodir em uma gargalhada ao tentar fazer isso.
O primo fez uma cara feia, seus olhos fuzilaram Noah e seu rosto corou levemente.
O silêncio se espalhou rapidamente, o único barulho audível era o da TV. A última conversa que tiveram naquele quarto não foi das melhores, Noah não queria que fosse da mesma forma. Kurt levantou da cama e cruzou os braços, esperando que o primo falasse logo o que ele tinha para tratar com ele.
-Eu sei o que houve entre vocês. – disse o judeu arriscando um olhar para o menor
Autor(a): La Rue
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Kurt fechou e abriu a boca um pouco surpreso e ao mesmo tempo envergonhado, só não entendia bem o por que; mas logo ele tratou de voltar ao normal, ou pelo menos foi o que ele tentou. -Ele vai te magoar de novo, eu não posso deixar que isso aconteça. – Noah falou agora olhando nos olhos do garoto, como se tivesse bastante certeza do que est ...
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