Fanfic: More about you (Faberry) | Tema: Glee
Artie era do tipo que gostava de conversar, mas Rachel inda estava um pouco estranha; o assunto da vez era o “tempo”, a chuva não estava para brincadeira naquele dia e os dois havia esquecido de trazer o guarda-chuva.
–Sabe... Você é bem diferente de quando está na escola, não é? – comentou o rapaz de olhos azuis, apoiando os cotovelos em cima da mesa, e o queixo em uma das mãos. – tipo, meio quieta, meio triste...
–Claro que não! Pra mim todo dia é primavera! Só alegria! – respondeu a cantora após escutar aquilo, engolindo praticamente de uma vez só o shake tamanho G que estava tomando, e arrancando boas gargalhadas de Artie.
Um papel acabou caindo das coisas de Rachel e Artie acabou pegando e lendo em seguida “Nem o destino pode contrariar, lágrima cólera são inúteis contra a lei da gravidade”. O rapaz ficou encantado com o que a garota havia escrito e logo um papo envolvendo o meio musical animou a mesa; ele até direcionou alguns sinceros elogios para a morena, mas a mesma ficou um pouco desconfiada, Rachel ainda estava um pouco abalada com o que havia escutado no parque.
–Está lindo! Até parece poesia! Demais! – disse Artie com empolgação.
–Valeu. Mas... Na verdade, a letra é uma droga. – rebateu Rachel colocando uma mão no queixo e saindo um pouco do ar naquele momento. “Não se engane... Não quero encontrá-la”.
–Uma droga?! Como assim? Eu gostei. – ele olhou mais uma vez para o papel que tinha em mãos.
Rachel sorriu com a reação do garoto, era bom saber que apesar de tudo ainda tinham pessoas que realmente gostavam do que ela fazia.
–Pois é. Isso eu também quero saber. – comentou a judia de forma vaga. – quem achou uma droga foi uma mulher estranha que eu encontrei as duas da matina.
–Que droga é essa? Vai dizer que falou com algum fantasma? – brincou Artie, fazendo piadinha, mas a morena não ligou.
“Na verdade... Nunca mais quero ver a cara dela”. Afirmou Rachel mentalmente, se desligando novamente do que o rapaz falava enquanto levava uma batata frita até a boca.
Quando voltou novamente a realidade o garoto já havia entrado em um outro assunto, estava totalmente entretido na rua agora, Artie tinha uma paixão por carros, e agora estava tentando adivinhar qual era aquele carro tão bonito. O veículo estava parado no sinal e parecia ser importado, o rapaz de olhos azuis tentava decifrar se aquele era um Rolls-Royce, Mercedes ou uma BMW; Rachel apenas tentava descobrir se ele nunca se cansava de falar. A morena acabou olhando pela grande vidraça o tal carro que o outro estava babando e aquilo lhe proporcionou uma sensação estranha, como se um choque percorresse o seu corpo.
“Mas porque será que...? Por que eu...?”
–Eu já volto! – disse Rachel se levantando abruptamente.
Artie se assustou um pouco com a súbita decisão da garota, ele até perguntou aonde ela iria com tanta pressa, mas Rachel deu a desculpa mais idiota possível, afinal quem diria que estava indo ao banheiro e ao invés disso saísse pela porta principal como um foguete?
A chuva estava açoitando as pessoas que se atreviam a ir para a rua naquele dia, e não demorou muito para que o cabelo de Rachel e a sua jaqueta ficassem encharcados. Algumas pessoas se assustaram, pois ela havia pulado no meio da pista na hora em que o sinal estava para abrir; logo várias pessoas pararam para ver o que iria acontecer; Rachel apenas sentia seu coração bater como um louco enquanto ela se preparava para fazer a maior loucura da sua vida.
–ESPERA!!! – gritou a baixinha em plenos pulmões e braços abertos, ao ver que o carro negro já estava pronto para partir.
“Gravidade à qual nem o destino é capaz de resistir...” O carro freou a poucos centímetros de Rachel, e logo a figura que o conduzia deixou o veículo. “...Uma vez capturado...”. Seria “sorte” demais se ela a encontrasse novamente, mas aconteceu... Aquela figura elegante e misteriosa estava novamente a sua frente; a chuva molhava o seu casaco de marca e com um movimento lento ela retirou os óculos, enquanto a água fria escorria pelo seu belo rosto... Até que novamente aqueles olhos encontraram os seus. “... Não há mais como escapar”
–Se quer se matar, escolha outro carro. Pirralha.
O sinal estava aberto e o carro da loira misteriosa estava atravessado na faixa de pedestres. Algumas pessoas que estavam ao redor deram graças a Deus por não ter acontecido nada de mais com a morena, já outros estavam furiosos por ela estar atrapalhando o trânsito; Rachel não escutava nada, nada do que as pessoas falavam, nada das pessoas buzinando furiosas... Tudo o que via e ouvia no momento era com relação apenas a loira.
Como nem tudo são flores a judia acabou caindo na realidade e tentou se explicar, mas ela estava completamente atrapalhada com toda a confusão que havia causado, quando sua voz tentou sair foi interrompida bruscamente pela mulher que estava a sua frente.
–Cala a boca. – a voz da loira era fria e pausada. – cala a boca e entra no carro. Pirralha moribunda. – ordenou a mais alta colocando novamente os óculos escuros e entrando no carro.
O clima estava pesado dentro do carro, mas como Rachel estava pensando no porque de ter feito aquilo, mal notou quando o veículo parou. A casa da loira era um enorme, parecia um sonho; era muito bem projetada, iluminada e cada móvel e objeto era posicionado e com certeza escolhido a dedo. As duas entraram e Rachel ainda estava presa em seus pensamentos, despertando apenas quando a loira lhe dirigiu novamente a voz.
–Toma. Pegue isso e seque a cabeça.
Rachel até pensou em agradecer, mas quando ia projetar a sua voz recebeu uma bela “toalhada” no rosto.
–V-Valeu mesmo! – disse a pequena dando o sorriso mais forçado de toda a sua vida. Pelo menos a toalha era macia e exalava um cheiro maravilhoso.
Ela começou a secar o seu cabelo e o rosto, que ainda estava molhado. Enquanto isso a loira acendeu um cigarro despreocupadamente e ignorou completamente a morena, deixando o cigarro bem preso entre os lábios enquanto desabotoava a camisa social fria e retirando-a em seguida. Rachel mesmo sem notar prendeu o ar com a cena; a dona da casa havia se esquecido completamente dela, pois estava agora sem camisa, apenas com o sutiã em tom de verde-claro e a calça social preta... Os olhos castanhos de Rachel percorriam proibidamente aquelas curvas tão perfeitas.
–Fala logo, vai... Você tem algo contra mim, não é? – disse a morena tentando desviar a atenção do corpo da loira.
–Por que não teria? – a mais alta pegou uma camisa seca e vestiu, sem se importar em deixá-la aberta. – você quase amassou minha Mercedes, já se esqueceu? – concluiu a loira com o cigarro nos lábios.
–Não é dessa parte que eu estou falando. Ta, claro que isso também conta, mas... – começou a pequena sentando-se timidamente no enorme sofá em L. – estou falando do que aconteceu lá na praça na outra noite! – completou terminando de secar o cabelo e deixando a toalha nos ombros.
A mulher deu as costas e foi buscar uma cerveja enquanto a menor falava, ela fez uma cara de pensativa deixando o cigarro preso entre o dedo médio e o indicador e levando a latinha até os lábios, tomando um grande gole da bebida alcoólica.
–Que noite?! – falou de forma indiferente logo em seguida.
–Q-Que noite né?! – disse Rachel abaixando a cabeça e dando um pequeno suspiro. “Uma noite tão traumática e essa mulher nem se lembra?!”
–Terminou suas perguntas? Então agora é a minha vez. Aquilo foi só uma tentativa estúpida de suicídio ou tem algo a ver comigo mesmo? – questionou enquanto mexia na franja dourada ainda molhada. – responda logo, pirralha. Não estou com paciência.
–Primeiro meu nome não é “pirralha”! – a morena já estava cansada de ser tratada como uma criança qualquer. – saiba que eu me chamo Rachel Barbra Berry!
–E faz alguma diferença? Você entendeu que é com você que estou falando. – interrompeu a loira com um sorriso irritante nos lábios, ela havia levado o segundo cigarro até os lábios e se encostado no balcão. – claro... Você não parece sensível ao ponto de tentar cometer suicídio. Ou seja, você tem mesmo algo a tratar comigo, não é? – perguntou pegando o isqueiro e acendendo o cigarro.
Rachel estava realmente irritada com a outra, mas ao mesmo tempo não conseguia retirar os olhos dela um só segundo... Aquele sorriso, a pose altiva, a camisa aberta mostrando o belo desenho dos seus seios e a linha perfeita do abdômen estavam deixando-a desnorteada e completamente sem palavras.
–Por muito pouco não me tornei uma assassina, e tudo por sua culpa. É bom que o assunto que deseja tratar comigo tenha realmente alguma relevância... – disse a loira com uma pontinha de ameaça na voz.
A judia estava totalmente perdida, mas ela tinha assuntos para tratar com aquele mulher, ela tinha que falar tudo que havia ensaiado quando ainda estava com raiva e abatida, mas ao invés disso ela simplesmente falou outra coisa, algo que estava oculto.
–N-Não era essa a intenção! – começou a falar um pouco insegura. – eu... Eu só... Eu só queria te encontrar outra vez... – desabafou finalmente.
A mulher a sua frente ficou sem palavras ao escutar aquilo e levantou a sobrancelha, talvez ela não tivesse entendido certo... Já Rachel quis se matar na mesma hora por sentir que estava envergonhada por ter falado aquilo, afinal o que a outra acharia dela?
–... Entendo. – disse a loira depois de um tempo, tentando achar as palavras certas. – parece que a minha crítica foi dura demais pra você, não é?! Poetiza fajuta.
A pobre Rachel como sempre ficou sem entender o que estava acontecendo, afinal não foi a loira mesmo que disse que não lembrava de nada?! Ao perceber que a pequena estava confusa, a outra mulher resolveu falar logo, Rachel não estava se mostrando muito boa de raciocínio.
–Eu menti sua bobona. – explicou ao ver a garota levantar a mão. – acha mesmo que eu esqueceria tão rapidamente... Uma letra tão lastimável como aquela?!
–Ei... – Rachel se levantou furiosa e apontou o dedo no rosto da mais alta. – não chame de lastimável o que não consegue entender! “Aaaah! Que droga, sua...!”
A pequena não era uma pessoa de perder a cabeça fácil, mas agora... Ela odiava aquela pessoa a sua frente, odiava aquela cara de sonsa, o jeito superior, e principalmente a calma com que ela conduzia aquela situação. Aquela loira irritante não conseguia ser mais delicada? Não sabia falar sem magoar os outros?... Mas a verdade é que aquela mulher de certa forma “não” estava sendo indelicada, apenas sincera demais.
–Se enxerga, pirralha. Pelo visto se acha um gênio escrevendo um lixo daqueles. – interrompeu a loira colocando uma das mãos no bolso da calça e afastando a franja do rosto com a outra. – se estou dizendo que a letra é ruim e que você é um fracasso, é porque essa é a verdade.
Ela despejava as palavras sem nenhuma pena, a pobre Rachel estava estática, sentindo as lágrimas escorrerem pelo seu rosto; ao ver a cena deplorável a mulher pensou no porque de ter poupado uma paspalha como ela... A única coisa que desejava no momento era que a pequena sumisse da sua casa, estava cansada de olhar para uma pessoa de aparência tão ignóbil.
A dona da residência deu as costas, mas virou o rosto, ela tinha um sorriso um tanto malvado nos lábios, mas infelizmente aquilo só a deixava ainda mais linda, ela era um anjo por fora, mas por dentro...
–Aliás, pirralha, para o seu próprio bem... Quando quiser tentar se suicidar de novo, é melhor ficar longe dos Sel e Saab Cabriolet, da Mercedes. – começou a loira em um tom ácido, mas ao mesmo tempo sensual. – porque, da próxima vez eu passo por cima e volto de ré pra esmagar de novo.
“Ela... Ela é um monstro...”
***
Depois de contar toda a loucura para Finn e Santana no dia seguinte, seu irmão começou com as suas paranóias, os olhos castanhos de rapaz relativamente mais alto estavam cintilando de tanta expectativa, louco para saber o que mais havia acontecido entre a sua irmã e a loira misteriosa.
–E depois? O que aconteceu? Enfim, ela se transformou no lobo mau?! Apesar de toda a sua resistência, ela te xxxxxx, depois te xxxxxx e xxxxxx e, como se não bastasse, ainda te xxxxxx, é isso? Meu Deus! Nem consigo imaginar. – despejou o Berry mais novo de uma só vez.
Finn era realmente muito esquisito e sua melhor amiga nem pra ajudar, pois o mais estranho de tudo foi a “cena” que os dois tentaram fazer logo em seguida; Santana se agarrou com o seu irmão – detalhe a cheerio fazia o papel do homem – e começaram a falar coisas realmente constrangedoras na frente da judia.
–Seja obediente que eu faço tudo com carinho, garotinha. – disse Santana agarrando Finn com cara de safada. – relaxa, neném... Dói só no começo. Depois você acostuma e fica cada vez mais gostoso...
–Aaaai! Rachel ta com tanto medo... – brincou Finn fazendo uma carinha de inocente, deixando ser agarrado pela latina
–PAREM COM ISSO! – gritou Rachel parecendo um animal raivoso, ficando completamente vermelha em seguida. – NENÉM É A SENHORA SUA MÃE!
Autor(a): La Rue
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A morena deixou os dois pra lá e voltou a comer o seu lanche, estava com raiva daquela loira maldita e agora daquela encenação maluca dos dois. Quem aquela mulher pensava que era?! Definitivamente a morena achava que ela era um a insensível de personalidade deturpada, e ao lembrar daquele rostinho bonito Rachel só pode sentir nojo. ...
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