Fanfic: Segredos - Ano I (Harry Cedrico, Hermione Pansy, Fred Jorge) | Tema: Harry Potter

Harry se encolheu na cadeira ao sentir que todos os olhos do salão estavam sobre ele, o moreno olhou para o lado em busca de apoio dos amigos, mas todos da mesa da grifinória o observavam boquiabertos.

–Harry Potter, por favor! – a voz de Dumbledore rompeu o salão, só que desta vez mais alto.

–Vai Harry. – o moreno recebeu um empurrãozinho da amiga Hermione, a garota segurava em sua mão e sua voz era suave.

Harry ainda tentou arriscar um olhar para Rony, mas Hermione interrompeu o amigo. Ao se levantar sentiu um enorme peso sobre os seus ombros, e ao andar sentia que os olhos lhe acompanhavam, e as bocas se abriam, mas não falavam fazes de encorajamento, Harry andava cada vez mais rápido, mas Dumbledore parecia cada vez mais distante.

Os olhos verdes imploravam por um par de olhos compreensivos, mas não encontrou em ninguém, nem no diretor, nem em seu grande amigo Hagrid. O estudante sentiu-se um pouco mais aliviado ao entrar na pequena sala dos troféus, lá se encontravam os “verdadeiros” campeões , Harry sentiu-se pequeno em todos os sentidos ao analisar bem Vítor, Fleur e Cedrico.

–Vieram nos chamar? – perguntou Fleur em seu tom superior de sempre, ao notar a presença de Harry.

–Não. – respondeu o grifinório vagamente, procurando a melhor maneira de informá-los sobre o ocorrido. -...eu sou o quarto campeão.

Cedrico o olhou surpreso, Vítor que estava encostado perto da lareira, saiu de sua habitual seriedade e começou a analisar Harry com mais atenção, Harry não estava gostando nada do olhar dos três, Fleur foi a única que falou algo, mas suas palavras não foram nada suaves.

–Mas isso... Não é possível.– a garota levantou-se da poltrona, sua expressão não era nem de longe a de uma princesinha linda. – não é possível, você é apenas um garotinho!

“Garotinho? Quem esse projeto de Barbie está chamando de garotinho? Já passei por muito mais do que essa loirinha pode imaginar... Quem enfrentou Você-Sabe-Quem? Ela?!”

Harry sentiu seu sangue ferver, ele não pediu para seu nome sair do Cálice... Nem mesmo queria que ele tivesse saído e se saiu alguém o colocou lá... Um barulho vinha se aproximando, o grifinório não teve tempo nem de raciocinar, foi bombardeado por perguntas e acusações, Harry estava sentindo-se zonzo de tanto escutar várias vozes ao mesmo tempo.

–Harry, você colocou seu nome no Cálice ou pediu para algum aluno mais velho fazer isso? – o aluno conseguiu distinguir a voz do diretor, ele segurava firme em seus ombros e o encarava seriamente, o jovem estava muito assustado.

–Não senhor! – respondeu rapidamente.

Começou então uma grande discussão sobre a participação de Harry no torneio, os diretores das outras escolas estavam muito alterados e Moody não estava ajudando muito provocando Karkaroff. Enfim, Harry de certa forma acreditava na versão de Moody, sobre uma provável conspiração contra ele, mas concordar com o professor era o mesmo que concordar com a sua instabilidade mental.

O moreno continuou calado, apenas escutando a discussão, deu graças a Deus quando tudo terminou e ele finalmente pode sair daquele inferno.

–Então Harry... Como você conseguiu? – o garoto estava tão distraído que deu um pulo de susto ao escutar a voz de Cedrico.

–Eu... Não... Me... Inscrevi. – disse pela milésima vez.

–Hum... Sei. – concordou o loiro ironicamente. – então, boa noite. – desejou Cedrico, saindo logo em seguida.

Harry sentiu seu sangue ferver novamente, enquanto fazia o caminho de volta para a sala comunal, praguejou irritado o aluno da lufa-lufa “era pedir demais que aquele idiota acreditasse em você Harry” pensou enquanto atravessava a passagem do quadro da mulher gorda, onde foi puxado por um polvo humano, já que varias mãos o agarraram ao mesmo tempo.

Inutilmente ele tentava explicar aos colegas de casa o que provavelmente havia acontecido, mas não deu em nada, eles berravam e comemoravam, o moreno foi enrolado em uma grande bandeira da grifinória e outros colegas enchiam as suas mãos de comida e lhe davam os parabéns. Depois de quase uma hora tentando se desvencilhar das pessoas que o cercavam, Harry subiu o mais rápido que pode para o dormitório. Ele retirou a bandeira e jogou sobre sua cama, começou a trocar de roupa quando a voz do seu melhor amigo lhe chamou a atenção.

–Pensei que contaria para o seu melhor amigo. – havia uma certa ironia na voz de Rony, algo nada comum.

–Não acredito... Até você acha que eu coloquei o meu nome no Cálice?! – Harry não queria acreditar no que havia acabado de escutar.

Rony apenas encolheu os ombros.

–Sabe eu esperava isso de qualquer pessoa, menos de você... – o moreno estava com raiva, mas a tristeza era mais evidente em sua voz no momento. - ... Seu idiota!

–Devo ser mesmo... Rony Weasley, o amigo idiota do grande Harry Potter. – Rony não foi irônico dessa vez, sua voz era grave e expressava muita raiva.

–Não vou discutir com você. – Harry jogou-se na cama e fechou as cortinas vermelhas, ele não suportaria aquilo de mais ninguém, muito menos do ruivo.

***

A manhã seguinte foi bem mais desagradável, mas Hermione passou o tempo todo com o amigo, até lhe levou o café, assim ele evitaria - pelo menos por um tempo - maiores aborrecimentos. Por onde passava as pessoas cochichavam e o olhavam feio, algumas delas até usavam bottons a favor de Cedrico Diggory, isso tudo piorou ainda mais quando os dois foram para as masmorras, assistir as duas aulas de poções, sonserinos sempre davam um jeitinho de piorar ainda mais o seu dia.

–Gostou dos bottons Potter? – zombou Draco ao avistar o grifinório.

Harry já estava no auge da sua irritação, mas Hermione segurou em seu braço, implorando para que ele não fizesse nada. Seria apenas um pequeno motivo para ganhar uma detenção.

–Se quiser um é só pedir com jeitinho, sangue ruim. – sussurrou Pansy no ouvido de Hermione. A garota tremeu de raiva e mandou a paciência para o inferno.

Parkinson apenas sorriu ao ver a notória irritação de Hermione, e como a sonserina adorava isso. Ela foi andando em direção a grifinória de forma sensual, que ao recuar o passo encontrou a parede fria da masmorra."Malditos sonserinos".

–Afaste-se de mim Parkinson! – ordenou a morena, tremula de raiva e ao mesmo tempo receosa.

–É... – a aluna da sonserina sorria malvadamente. – e você vai fazer o que? – perguntou Pansy colocando uma das mãos na parede ao lado da cabeça da grifinória, falava a centímetros da boca de Hermione e seu corpo encontrou o da leoa, pressionando-a contra a parede de forma discreta.

Os segundos seguintes resultaram em uma grande confusão, Pansy não estava nenhum pouco assustada ou nervosa com a varinha de Hermione em seu pescoço, mas Draco puxou sua varinha ao ver a cena, como ninguém fazia nada, nem mesmo o seu amigo Rony, Harry puxou sua varinha contra Malfoy. O feitiço usado por ambos ricocheteou nas paredes das masmorras, acertando a grifinória Hermione e outro aluno da sonserina.

***

Hermione passou um bom tempo na ala hospitalar, mas não por causa do feitiço de Malfoy, a grifinória estava com tanta vergonha que preferiu não assistir mais a nenhuma aula de poções daquele dia. Ela seguiu para a biblioteca, lá encontraria conforto e acolhimento entre os livros, pegou alguns exemplares sobre antídotos e sentou-se em um lugar mais reservado para começar a lê-los (se não assistiria a aula pelo menos estudaria um pouco para passar o tempo).

Ela lia atentamente (ou assim parecia para quem à via), mas lentamente uma lágrima rolou sobre o seu rosto, ela enxugou rapidamente, mas outras vieram em seguida, Hermione fechou o livro impaciente e colocou as mãos no rosto.

“Por que? Por que eu não posso ser uma garota normal? O que está acontecendo comigo? A quem você quer enganar Hermione Granger? Você sabe muito bem o que está acontecendo! Mas porque?... Isso vem acontecendo com mais freqüência ultimamente, mas por que com a Parkinson? Devo realmente estar ficando louca...meu corpo reagiu apenas por susto, foi isso! Nunca mais vai acontecer, NUNCA!

–você está bem? – era uma voz de sotaque bastante arrastado, até mais do que o da Fleur, e bastante grave.

Hermione parou de chorar assustada, ao tirar as mãos do rosto encarou os belos olhos castanhos de Vítor Krum.

–Está tudo bem. – respondeu a grifinória um pouco sem graça, o búlgaro estava muito próximo, curvado o lado da garota. – eu tenho que ir. – ela pegou sua mochila e os livros da maneira mais rápida e desajeitada que pode e levantou-se da cadeira.

–Espere... Por favor. – pediu o búlgaro com a voz pausada.

Um grupo de garotas espiavam os dois perto de uma estante de livros, eram todas fãs do grande jogador de quadribol. Hermione suspirou um pouco irritada, depois do começo do torneio nem mesmo na biblioteca a garota tinha paz.

–Suas fãs estão esperando você. – disse dando um sorrisinho. – tchau. – ela olhou brevemente nos olhos do búlgaro e saiu, sem notar que era acompanhada pelos mesmo par de olhos castanhos.

***

Harry estava se sentindo muito solitário, a dias pensava em encostar Ronald na parede e enfiar em sua cabeça toda a verdade. As conversas e brincadeiras não eram as mesmas sem ele, Hermione tentava juntar os dois novamente, mais nenhum dos lados queria ceder.

–Harry para de bancar o cabeça dura, eu sei que você sente falta dele! – Hermione tentava inutilmente convencer o amigo a qualquer custo.

O moreno não queria concordar, mas era verdade, Rony fazia muita falta, mais do que ele poderia imaginar.

–Hermione, eu preciso ver o Hagrid, ele não me chamaria tão tarde se não fosse algo realmente importante. – Harry buscou a primeira desculpa esfarrapada que lhe veio a cabeça, não queria mais falar ou pensar em Rony, mas sua ansiedade em visitar Hagrid era mesmo verdadeira.

–Mas e o Sirius? – disse a garota em voz baixa.

–Eu chegarei a tempo!

O grifinório colocou a capa de invisibilidade e saiu rapidamente, seria o mais breve possível com Hagrid e voltaria para o castelo imediatamente para falar com o padrinho. Como Harry havia imaginado, o amigo tinha algo muito importante para lhe mostrar, após apreciar uma cena romântica (nada agradável) entre Hagrid e Maxime, o moreno os acompanhou pela floresta até enxergar grandes labaredas de fogo e vários homens tentando acalmar quatro dragões, simplesmente DRAGÕES!

Apesar de chorado, Harry fez as contas enquanto fazia rapidamente o caminho de volta ao castelo, eram quatro...“... Me ferrei!” pensou desesperado.

***

–Hermione... Hermione! – Harry estava quase sem fôlego quando voltou à sala comunal. – dragões Mione! A primeira prova... São dragões. – dizia o garoto desesperado enquanto se jogava no sofá perto da lareira.


A amiga tentou animá-lo, mas parecia tão chocada quanto ele. Harry ficou um pouco mais tranqüilo ao conversar com o padrinho, mas o mesmo lhe alertou sobre os perigos que estava correndo e as pessoas suspeitas que o cercava. O garoto insistia em falar sobre os dragões, mas Sirius continuava afirmando que eles não eram o verdadeiro perigo.

–Harry, vai ser muito simples se livrar de um dragão. – Sirius tentava confortá-lo. – você precisa de apenas...

Os três pararam de falar ao escutar um barulho.

“Mas que inferno! Quem será a essa hora?” pensou Harry desesperado. Apesar de querer toda ajuda possível , não poderia arriscar, alguém poderia ver o seu padrinho.

–É melhor ir Sirius... – disse Hermione baixinho.

–Se cuide Harry! – as palavras do padrinho saíram um pouco preocupadas.

Hermione contemplava a lareira, enquanto Harry lia de cara amarrada o Profeta Diário, o barulho que vinha das escadas que levava aos dormitórios se tornava mais próximo da sala comunal. O moreno levantou furioso do sofá ao perceber que era Rony.

–Droga! Era apenas você... – Harry amassou o jornal e jogou contra as chamas da lareira.

–É... Apenas eu. – respondeu Rony com a voz um pouco triste.

–Anda espiando os outros agora? – explodiu Harry.

–Harry... – Hermione levantou-se e foi até os dois amigos.

Rony desceu os últimos degraus rapidamente e foi andando em direção a Harry.

–Deixa ele falar Mione. – o ruivo estava aparentemente calmo.

–Grande amigo você Ronald, se não fosse o Hagrid você não me falaria dos dragões!

–...Harry, não é bem assim. – Hermione ficou entre os dois impedindo-os de alguma ação que se arrependessem futuramente.

–Cansei... Eu vou tentar dormir, boa noite Mione. – disse Harry esbarrando em Rony ao passar.

Hermione acariciou o rosto triste e confuso do ruivo e abraçou-o em seguida.

–Esquece isso Rony, ele está de cabeça cheia.

O ruivo apenas concordou com a cabeça, abraçando a amiga