Fanfic: Sempre ao seu lado (Faberry) | Tema: Glee
Naquele mesmo dia Quinn Fabray não conseguiu pensar mais em outra coisa ou dormir; em seus sonhos ou em momentos de completa distração ela com certeza já havia repassado algo assim em sua mente, mas nada de importante... Como Rachel estaria agora? Teria mudado muito com os anos, ou com a chegada do seu filho? Estaria a mesma dramática de sempre? Pensar nos velhos tempos lhe fez dar um breve sorriso amarelo enquanto estava deitada, mas eles se tornavam sempre mais obscuros e travaram quando chegavam ao filho da judia, será que a mesma sofreu algum preconceito ou algo do tipo, como dificuldades? Isso lhe deixava um pouco inquieta, o fato de alguém magoar a morena que às vezes era tão frágil e indefesa mexia com ela de uma forma estranha... Que não deveria. Mas por outro lado, a tal criança já estava com 5 anos, ou quase isso, significava que apesar de tudo a morena mais uma vez conseguiu passar pelas dificuldades... Como se isso fosse alguma novidade, Quinn sempre soube que a outra conseguiria tudo o que sempre sonhou.
No dia seguinte ela levantou super cedo e partiu para o banho, como não havia dormido quase nada já tinha deixado uma roupa separada, isso lhe pouparia tempo. Seu celular tocou algumas vezes, mas ela não se preocupou em atender, retornando a ligação de Sam quando saiu do banho e se dirigiu para a cozinha, precisava de um café forte pra poder ficar 100%. O loiro parecia nervoso ao telefone, mas a mulher acabou relevando, o mesmo havia ligado apenas para confirmar o horário e algumas coisas, Quinn apenas confirmou e logo voltou sua atenção para a cafeteira, checando o relógio enquanto tentava não se queimar com o líquido quente que estava na xícara, precisava se apressar um pouco, pois ainda tinha um caminho de mais ou menos uma hora de carro, se tivesse sorte com o trânsito.
Quinn se arrumou cuidadosamente, checou se estava tudo em ordem ou se não tinha esquecido nada e depois se olhou no espelho. “Você não vai para um encontro Fabray, pare de se preocupar com isso” pensou ao se olhar incansáveis vezes no grande espelho que tinha no quarto; já que iria encontrar com a diva teria que estar bem apresentável, pelo menos era essa a desculpa que tentava sustentar.
***
Em exatamente uma hora de viagem, Quinn e o seu fiel Opala negro se encontravam no endereço entregue pelo detetive. A loira olhou para os lados em busca do número e parou quando teve a confirmação, seu coração deu uma leve disparada, o que fez com que a mesma respirasse fundo antes de fazer qualquer coisa... Mas ela mesma sabia que não tinha como evitar o turbilhão de sensações nesse momento, afinal se passaram cinco anos, cinco anos de medo, incertezas, arrependimento... Quando voltou a si seus olhos claros automaticamente focaram o retrovisor, perto da esquina um carro grande estava dando a re bem devagar, um pequeno detalhe para ser guardado para acontecimentos futuros, por hora ela teria que ficar mais alerta e esquecer sentimentos de uma Quinn Fabray do colegial. A loira baixou o vidro da janela para poder se comunicar com sabe lá quem que estivesse lá dentro. Ela apertou o botão do interfone e pode notar que o aparelho tinha algum tipo de ligação clandestina... Se ela não conhecesse bem Rachel Berry ela não ligaria muito para o fato, mas a morena era perfeccionista demais, ela nunca iria querer um interfone com fios remendados por fita isolante... Quinn suspirou, havia algo muito errado ali.
–Quem é? – disse uma voz masculina vindo do aparelho. Quinn tinha a leve impressão de que conhecia aquela voz de algum lugar.
–É sobre a Srta. Berry. – respondeu a loira.
–O que? – o outro não entendeu muito bem, o interfone estava falhando.
–Sandra Portman, para ver a Srta. Berry. – disse a loira invertendo a sua resposta para ter certeza de uma coisa.
Mais um chiado no aparelho e logo veio a resposta do outro. A cada novo questionamento Quinn achava que conhecia ainda mais aquela voz... Mas de quem era?
–Tem hora marcada? – insistiu o outro.
Quinn respirou levemente, piscou os olhos e observou novamente o seu redor antes de dar o que seria a sua última resposta.
–Olha... Diz que o número atômico do zinco é 30.
Depois da confirmação do homem o portão abriu lentamente e Quinn conduziu o carro para dentro antes que a voz insistente voltasse e mudasse de idéia. O lugar era simplesmente um paraíso, a pequena diva não tinha economizado em nada, o espaço era completamente arborizado e a loira simplesmente nunca havia visto uma mansão como aquela, nem mesmo dos seus melhores clientes, aquilo era praticamente a mansão da Lara Croft. A loira analisou o lugar rapidamente, até parar o carro perto de um outro veículo que estava sendo polido; ao deixar o carro deu de cara com o homem que estava lá.
–Antes tarde do que nunca não é mesmo Fabray?! – disse o homem com um sorriso largo no rosto e levemente surpreso ao ver a loira ali.
Quinn sentiu como se suas pernas estivessem fracas; como assim? Aquele era quem estava pesando?... O dono da voz que tinha quase certeza que reconhecia? Grande porte, muito bem arrumado, os cabelos agora curtos, sobrancelhas grossas, olhos verdes e os lábios bem desenhados... Sem dúvidas nenhuma aquele era Noah Puckerman. Sem pensar duas vezes e esquecendo um pouco o porquê de estar ali, a loira apressou o passo e abraçou o homem com força, sentindo o mesmo quase lhe sufocando em um abraço de urso, mas ela pouco se importou, sentia falta do pai da sua filha e grande companheiro. Mas o que ele estava fazendo ali?
–Anda perdida Fabray? – disse ele com um tom irônico.
A ex-cheerio bem sabia o que aquilo significava, Noah estava se referindo ao seu sumiço, mas ela não queria falar sobre aquilo pelo menos não agora, mais cedo ou mais tarde isso viria à tona, mas ela o evitaria o quanto fosse possível.
–Tenho hora marcada com a Srta. Berry. – respondeu ela formalmente. –e você o que faz aqui? – perguntou levantando uma das sobrancelhas.
O moreno sorriu um tanto orgulhoso e começou a explicar tudo parar a mulher a sua frente. Ele havia se mudado e conseguido vencer na vida ao seu modo, tinha uma empresa relacionada à manutenção de piscinas e outras coisas, mas que gostava de ajudar Rachel sempre quando dava, já que como dono ele não precisava passar tanto tempo assim na empresa desde que tivesse pessoas de confiança para fazer o que precisava... Sendo assim o mesmo aceitou com muito orgulho ser motorista da diva; sempre saía com ela quando era preciso e estava presente em vários eventos importantes, alguns até poderiam achar que ele estava se rebaixando, mas para ele era mais do que uma honra poder cuidar da sua pequena judia e saber que a mesma confiava nele para tal função. Quinn deu um leve sorriso e confirmou com a cabeça, estava feliz por Rachel ter alguém como o judeu por perto, pelo visto apesar da fama ela não havia esquecido os amigos que fizera em Lima.
–E você Fabray o que anda fazendo? – perguntou o homem com extrema curiosidade, afinal a tempos não tinha notícias da amiga... E ela aparecer do nada era algo completamente inesperado, principalmente ali, na casa de Rachel. Pelo que ele lembrava as duas não estavam se falando.
–Vim a trabalho, Evans conseguiu me arrastar até aqui. – respondeu dando de ombros. E fazendo com que os olhos verdes do amigo saltassem... Se ela estava a mando de Evans era por que a Fabray seria a nova guarda-costas. – preciso ir agora, ou vou acabar me atrasando mais do que eu deveria.
–Tudo bem. - o outro confirmou com a cabeça e sorriu. - É só seguir em frente, não tem erro.
–O que houve com o seu braço? – perguntou a loira de forma séria, pousando os olhos no braço esquerdo do amigo, estava enfaixado até a altura do cotovelo.
–Foi um cachorro. – explicou ele de forma limpa e seca.
Quinn deu um breve abraço no judeu e seguiu o seu caminho, cedo ou tarde ela teria que resolver isso... O melhor a se fazer era encarar de uma vez por todas a Berry e ver no que ia dar. Ela caminhou até a entrada, observando alguns trabalhadores que estavam fazendo uma pequena reforma e tocou a campainha, logo alguém veio lhe receber. Um homem alto de cabelos um pouco grisalhos e óculos atendeu a porta, estava muito bem vestido e sorriu ao lhe ver... Quinn poderia estar enganada, mas o mesmo parecia aliviado por vê-la.
–Prazer em vê-la novamente Srta. Fabray fico feliz que tenha vindo. – o homem deu passagem para que a mais jovem entrasse e depois estendeu a mão para a mesma.
–O prazer é todo meu Sr. Berry. – Quinn o cumprimentou e sorriu ao reconhecê-lo. Era Hiram Berry.
–Vamos, então todos no ensaio, mas já está perto do fim. – informou o homem lhe guiando.
Os dois saíram andando pela casa, à medida que adentravam a batida forte da música que estava tocando ficava cada vez mais alta, era envolvente, dava vontade de dançar. Chegaram a uma grande sala, cheia de aparelhos de filmagem, fios e várias pessoas correndo de um lado para o outro, manequins, roupas; algumas pessoas conversavam ao canto e outros trabalhavam na iluminação e em alguns outros efeitos, estavam no meio de uma filmagem, com certeza, ou no mínimo aquilo era um ensaio. Quinn andou calmamente até uma parte mais isolada, onde não poderia ser notada por outras pessoas que estavam por ali e ficou observando uma das telas que mostravam as filmagens. Seus olhos por um momento se focaram em uma loira que dançava com a alma.
–Brittany... – o nome da sua amiga saiu quase como um sussurro.
Quinn sentiu algo estranho, a sua companheira dos tempos de cheerios era a segunda pessoa do seu passado que encontrava por ali, o que estava acontecendo? Por um acaso aquilo virou algum tipo de reunião do antigo glee club. Sam acenou levemente para ela, o loiro se encontrava em uma grande poltrona negra mais para o fundo das filmagens, a guarda costas deu alguns passo, saindo do seu “esconderijo” e correu os olhos pelo local, primeiro se demorou em uma morena que estava ajeitando algum tipo de roupa robótica e depois mais uma pequena surpresa... Roupas de grife, pele de porcelana e olhos extremamente azuis, Kurt Hummel estava sentado em outra poltrona parecida com a de Sam, sentindo-se majestoso enquanto discutia com alguém no celular; e ao seu lado se encontrava alguém que Quinn não esperava encontrar tão cedo... Não por não gostar dessa pessoa, mas a mesma sabia que quando se encontrassem ela seria a primeira a querer lhe matar; quando a latina cruzou os seus olhos com o da loira, rapidamente ela fechou a expressão e levantou-se, mas antes que chegasse até a guarda-costas Sam falou alguma coisa, e gesticulou, até que Santana momentaneamente se deu por vencida e preferiu esperar. Se ela interrompesse a gravação com certeza Rachel lhe puxaria as orelhas depois.
Não demorou muito e a gravação parou, todos bateram palmas e a loira se viu um pouco mais rígida. Sam correu para perto da amiga, mas a mesma havia se hipnotizado pelo som da voz de Rachel, a sua diva. Com tantas surpresas em um só dia ela mal notou que a baixinha estava no centro, sentada em uma outra poltrona; estava agora falando com Brittany animadamente... Algo sobre os ensaios terem saído perfeitos. Depois ela dirigiu a palavra a Santana - que ainda estava olhando feio para a loira - fez alguma brincadeira com relação a esposa da loira depois Rachel e Brittany voltaram a conversar, mas Quinn teve sua atenção distraída pelo detetive.
–Que bom que você veio Quinn. – o loiro lhe abraçou um pouco tenso. – vem, vamos falar com ela.
Alguma coisa ali estava errada, Rachel era boa observadora e não deixava as coisas passarem assim tão despercebidas. Sam estava nervoso desde a hora que havia chegado, parecia meio perdido em meio aos seus pensamentos, depois no meio do ensaio Santana levanta com cara de poucos amigos, mas o loiro conversa brevemente com ela e tudo fica aparentemente normal, e agora Brittany... Estavam as duas conversando de forma descontraída quando os olhos azuis da mesma focaram em algo que deveria estar atrás delas. A voz de Sam falando algo sobre o guarda-costas puxou a morena novamente para a realidade; ela não estava gostando nada daquela idéia, mas pelo seu filho acabou concordando em ter pelo menos uma conversa... Mas o problema maior foi quando ela se virou e deu de cara com um par de olhos que não esperava encontrar... Ou pensava que talvez não iria encontrar nunca mais em sua vida.
Autor(a): La Rue
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Sem perceber Quinn prendeu novamente o ar, quando a morena virou o perfume dos fios castanhos invadiu os seus sentidos e ela sentiu algo estranho, seu coração comprimiu levemente ao encarar aqueles olhos quentes, os traços levemente mais maduros... Rachel virou uma mulher magnífica com os poucos anos que haviam passado. Elas permaneceram assim por ...
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