Fanfic: Sempre ao seu lado (Faberry) | Tema: Glee
Depois da interessante conversa com o pequeno Berry, a guarda-costas subiu novamente os degraus e refez o caminho até uma mesa onde estavam Sam e Kurt, aparentemente estavam discutindo algo, mas pararam com a aproximação da ex-cheerio. Quinn acabou nem notando, afinal seus pensamentos estavam presos no pequeno garoto que havia acabado de conhecer; definitivamente Adam havia puxado muito da sua mãe, era lindo, meigo e inteligente como a judia.
Sam deu um leve aceno com a cabeça e indicou a cadeira vazia que estava ao seu lado, a loira logo se sentou e ficou olhando por um breve tempo para os dois. Kurt parecia um pouco agitado e o loiro quieto demais para ser Sam Evans. No momento seguinte o detetive entregou algumas folhas de caderno comum, com marcas de dobras e esperou a loira terminar de analisá-los. Em sua maioria eram cartas realmente assustadoras, indicando que a diva tinha poucos dias de vida; mas Quinn realmente sentiu o seu sangue ferver ao ver os desenhos que continham em alguma delas, com toda certeza aquilo era trabalho de uma pessoa completamente doente... Eram terríveis, apesar de mal estruturados todos mostravam em sua maioria o corpo da diva desmembrado, ou molestado por uma sombra disforme... Seria um homem ou uma mulher por trás daquilo? Era algo tão macabro que fazia os desenhos pornográficos nas portas dos banheiros serem uma completa piada. Sam informou que a cerca de seis meses esse tipo de carta estava começando a aparecer, mas que até agora não havia informado nada as autoridades... E pelo visto nem mesmo Rachel deveria ter conhecimento daquilo. Quinn descansou os papeis sobre a caixa onde estavam anteriormente e passou as mãos pelo rosto, deveria estar pálida, pois Kurt logo soltou uma piadinha de muito mau gosto.
–Sam falou que você era do serviço secreto?! – disse Kurt cruzando as pernas e descansando as mãos sobre os joelhos.
Quinn sorriu amargamente apenas para o seu interior, mais cedo ou mais tarde sabia que iam tocar nesse assunto, no caso ele para ser mais específico. A loira apenas concordou com a cabeça e voltou a analisar os papeis enquanto o carinha de porcelana fazia alguns comentários cruéis como alfinete. A mais ou menos dois anos ela havia trabalhado com o presidente, no saco o pai de Kurt, que quase havia sido assassinado... Mesmo que o atentado não tenha sido no seu turno de trabalho, Quinn sentia-se culpada pelo incidente que quase levou a morte do pai do seu amigo, a mesma sabia que Kurt era apegado demais ao Hummel mais velho e que se algo pior tivesse acontecido, talvez o jovem não teria resistido ou lhe perdoado. Enfim, ela até entendia o tom ácido e o modo que estava sendo tratado por ele, mas algo lhe dizia que tinha mais motivos por trás daquilo tudo, mas qual?
–Isso pode ser uma pista. – a loira levantou a voz apenas nesse momento, estendendo uma carta feita com colagem de letras para Sam.
“Berry sua vagabunda,
Você tem tudo
E eu não tenho nada...”
Havia bem mais na carta, mas Sam já havia lido tantas vezes que nem precisava mais olhar para aqueles papeis malditos.
–Acha que pode ser a mesma pessoa da bomba? – perguntou ele olhando nos olhos da amiga.
–A Sra. Berry sabe de tudo o que está se passando aqui? – rebateu a loira com uma outra pergunta. Tinha que ter certeza do que estava acontecendo naquela casa se pretendia ficar e ajudar. – ela sabe sobre a bomba? – desta vez ela se direcionou para Kurt.
–Dissemos a ela que era um problema elétrico, um curto-circuito enquanto ela estava no palco. – respondeu passando levemente os dedos pelos cabelos bem arrumados.
É claro que não iriam contar nada a ela... Quinn fechou o punho e tentou não dar um soco na mesa, seus olhos correram pelo local e focaram no pequeno Adam, brincando com o seu barquinho perto da piscina, tão inocente. Eles estavam sendo tão egoístas ao ponto de pensarem apenas nos “aborrecimentos” que isso traria a carreira da judia; até mesmo Sam estava sendo desleixado demais com isso tudo, ele era um detetive por que a policia não estava envolvida no caso? Para o assunto não acabar vazando e virasse um verdadeiro caos?... Quando iriam se tocar que aquilo era realmente sério? Quando Rachel ou alguma outra pessoa se machucasse? Noah já estava com o braço enfaixado e embora não quisessem afirmar que aquilo era obra de alguma sabotagem contra a diva, ela sabia.
–Devíamos mostrar o quarto para ela. – disse o loiro novamente trocando um olhar preocupado e significativo com a Fabray.
Assim os três acabaram seguindo para uma parte mais reservada da casa, aquilo não era apenas um “quarto” como havia pronunciado o detetive, aquilo mais parecia o quarto de uma rainha. Enquanto iam entrando timidamente, Kurt fez o favor de acionar alguns interruptores para clarear um pouco mais o ambiente já que as várias cortinas em tom claro impediam que a luz forte adentrasse o local e o iluminasse. Havia quatro colunas grandes, algumas fotos em painéis, uma gigantesca e luxuosa cama ao centro e em cima um lustre de cristais que deveria custar mais que a vida da Fabray três vezes, ao canto uma lareira enorme; ao fundo tocava alguma música bem baixinho, era a voz da diva com certeza. Quinn deu mais alguns passos à medida que seus olhos se acostumaram com a claridade mais amena do local, Kurt foi até a pequena tela onde exibia alguma performance recente de Rachel e desligou.
–Esse é o quarto dela? – perguntou a loira ainda deslumbrada com tudo aquilo. Era muito bonito, mas ao mesmo tempo não parecia nada com a diva, pelo menos não a diva que ela um dia conheceu.
–É... – respondeu Kurt vagamente enquanto deslizava o dedo indicador pelo tecido delicado sobre a cama.
–Não. – interrompeu Sam bruscamente e olhando feio para o menor. – ela dorme no quarto ao lado do Adam, fica no final do corredor.
Aquele quarto quem mantinha era o Hummel, claro! Isso era mais do que evidente. Como havia informado Sam, ele era usado apenas para as fotos das revistas. O loiro dava mais algumas informações para a guarda-costas enquanto o menor se ocupava analisando uma pequena taça de cristal que estava perto da cama.
–Encontramos a carta aqui em cima... – comentou Sam apontando para a cama.
Nesse momento a Fabray ficou mais séria do que o habitual, olhando incrédula do amigo para Kurt, aquilo não poderia estar acontecendo de verdade. De que adiantava estar cercada de pessoas se Rachel estava insegura até mesmo dentro da sua casa?
–Ela também não sabe disso... – disparou a Fabray de forma fria na direção de Kurt que agora mantinha a cabeça baixa e brincava com o lençol da cama. Como ele poderia se dizer melhor amigo da judia e não fazer nada com relação a isso... Quinn estava perdendo a paciência com tanta irresponsabilidade.
–Está brincando?! – rebateu o menor relativamente irritado com aquilo. Ele realmente estava preocupado com Rachel, mas sabia que ela não poderia se sentir insegura, não agora quando estava se sentindo sozinha. – já pensou em como ela iria ficar se soubesse de uma coisa dessas?
–O que acha? – o detetive acabou se metendo entre os dois antes que algum resolvesse cometer um assassinato ali mesmo.
Quinn passou a mão entre os fios dourados pousando em sua nuca e apertando levemente, ela teria bem mais trabalho do que imaginava... Eles estavam com um problema grande em mãos. A casa era desprotegida demais, o pessoal que parecia estar ali apenas para fazer volume, não tinha a mínima noção do que era segurança ou de como ela deveria ser feita.
–Eu não posso proteger a vida dela assim. – respondeu a loira encarando Kurt firmemente.
–Assim como? – rebateu ele quase na mesma hora, se aproximando da Fabray com os braços cruzados e lhe desafiando com o olhar.
–Não quero ser responsável pela segurança se ela não estiver ciente do que está acontecendo. – respondeu a guarda-costas de forma limpa e direta.
–Eu falo com ela. – afirmou Sam com bastante convicção, passando um pouco de tranqüilidade para a outra. – tenho certeza que ela vai compreender.
–Sam! Eu falo com ela. – informou o Hummel de forma autoritária e apontando o dedo indicador para o próprio peito antes de sair do quarto.
Após as recentes descobertas o detetive Evans acompanhou a sua futura companheira de trabalho até onde o seu carro estava estacionado, talvez tenha sido muita informação para a cabeça da Fabray, principalmente quando ele sabia que existia um sentimento por trás da máscara de profissional... Por hora era melhor ela voltar pra casa, colocar os pensamentos no lugar e se preparar para passar um temporada ao lado de Rachel e da maioria dos companheiros do antigo glee.
–Ela não vai criar problemas. – garantiu o loiro enquanto a Fabray abria a porta do carro e tomava o seu lugar. – você tem a minha palavra.
–Eu acredito. – confirmou a loira com a cabeça, batendo a porta e encarando o amigo que lhe sorria de forma iluminada.
Por um momento seus olhos mudaram de foco e instintivamente se voltaram para uma das janelas no alto que estava no seu campo de visão, apesar de distante ela pode distinguir uma pequena forma perto do vidro, era Rachel. As duas se olharam novamente por um tempo, até que a judia deu as costas e sumiu, e a Fabray pisou no acelerador.
***
A ex-cheerio foi bastante segura até chegar em casa, mas assim que voltou para o seu falso lar uma dor já conhecida tomou conta dela. Subiu as escadas rapidamente e foi para o seu quarto, jogando o blazer cinza em cima da cama e batendo a porta do banheiro; sua camisa parecia estar lhe sufocando e sem demora ela puxou o tecido que estava por dentro da calça e abriu mais uns cinco botões; ligou a ducha fria e molhou apenas a cabeça, deixando que os fios se espalhassem de forma desordenada em seu rosto até sua respiração se acalmar. Sem se importar de estar encharcando uma das suas camisas favoritas a Fabray encostou na parede e deixou-se cair lentamente até ser amparada pelo chão frio. Ela abraçou o próprio corpo tentando passar para ela mesma algum apoio ou proteção... Seu coração estava doendo demais e as lágrimas que por um bom tempo sumiram voltaram novamente a cair. Encontrar a morena mais uma vez foi algo bom... Muito bom; mas a mesma não estava tão preparada como imaginava, aquele misto de culpa, amor, felicidade e tristeza voltaram com uma força ainda maior, mas mais uma vez ela não tinha ninguém para lhe abraçar... Dizer-lhe que tudo ficaria bem.
Rachel estava tão linda... Se tornou a mulher que Quinn nunca duvidou que ela viraria, Deus olhar naqueles olhos castanhos novamente foi como o paraíso, mas a frieza fez com que seu coração se quebrasse ainda mais... Mas o que ela queria? Um abraço e uma festa de boas vindas depois do que havia acontecido? Ela estava apenas colhendo os frutos que havia plantado... No fundo aquele olhar profundo tinha algo a mais, o que se passaram nos olhos da Berry não foram apenas os cinco anos de dor... A loira levantou-se penosamente e se arrastou até a cama, apenas retirando a camisa e jogando-a em um canto qualquer, precisava dormir bem para começar o trabalho no dia seguinte e enxugando os rastros das lágrimas ela prometeu que evitaria o quanto pudesse as lágrimas, mesmo nos momentos mais difíceis... Rachel estava precisando dela, da guarda-costas, e não da adolescente insegura que havia abandonado Lima, Quinn não deixaria que um louco pervertido chegasse perto da diva, mesmo se isso custasse sua vida.
***
Enquanto isso em alguma outra parte da cidade uma outra pessoa também se mantinha concentrada em Rachel Berry, ao seu lado havia uma tela onde a diva cantava a plenos pulmões para em seguida a voz do apresentador do programa dar a notícia sobre a indicação do Oscar, onde a mesma era uma grande aposta com a canção tema do seu primeiro filme. Enquanto escutava as palavras do homem, com cuidado o indivíduo muito bem preparado cortava algumas letras de uma revista ou jornal qualquer e terminava de colar as últimas palavras que completaria a próxima carta; com uma pinça longa terminou o seu recado e analisou o conteúdo.
“Berry sua vagabunda,
Você tem tudo
E eu não tenho nada
Está chegando a sua hora
...De morrer”
Autor(a): La Rue
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Rachel estava muito quieta naquele dia, afinal não era pra menos, era uma brincadeira de muito mau gosto do destino fazer de Quinn Fabray a sua guarda-costas. Depois de tudo que havia passado, e tudo que já conseguiu superar a custo de lágrimas de sangue, lá estavam as duas novamente cara a cara... A judia se mexeu um pouco incomodada em sua cama, ...
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