Fanfic: Sempre ao seu lado (Faberry) | Tema: Glee

Depois dessa maratona a Fabray resolveu andar um pouco mais pela propriedade até passar por uma sala mais reservada, de lá saía um som abafado, era contagiante. A guarda-costas se aproximou um pouco mais e pode ver uma figura angelical dançando de forma empolgada, como se nada ao seu redor existisse. A passos lentos ela se aproximou mais e mais da entrada até que Brittany parou o som ao notar sua presença; a mesma lhe deu um sorriso aberto, iluminado como o sol... Quinn sentia falta da sua antiga companheira dos tempos de cheerios, quem sabe as duas poderiam conversar um pouco sem tanto tumulto. Ela só estava um pouco tensa, afinal Brittany tinha um jeito diferente de ver as coisas e sua última conversa com ela havia resultado em repostas que ela não queria aceitar ou entender.

“Sua cabeça estava girando, era efeito do álcool e ela sabia muito bem disso, no começo do ano vivia em bares, até já tinha parado de sentir esse efeito, mas a mudança lhe tornou um tanto franca para bebidas novamente – se é que uma garrafa de vodka já não fazia um estrago – não recordava como havia parado ali, mas reconhecia o local, sem dúvidas era a casa da amiga. Sentiu um carinho em seus cabelos e virou-se de forma lenta para não sentir o mundo girando novamente... Se deparou com um par de olhos azuis preocupados e um abraço firme.

Deixou que as lágrimas corressem pelo seu rosto sem vergonha enquanto a outra lhe trazia para o seu colo, lhe ninando em seguida.

–Vai ficar tudo bem Q. – era reconfortante aquela voz tranqüila e o toque delicado. – tudo vai melhorar quando você aceitar a verdade.”

A loira abriu a porta de vidro com cuidado, pois havia um cão da raça São Bernardo, super preguiçoso mesmo na entrada, dormindo em cima do tapete branco e felpudo; que ao ser afastado pela pressão que estavam exercendo na porta, acabou acordando e se dirigindo até Brittany, se enroscando em suas pernas de forma bastante preguiçosa; a loira sorriu para o animal e lhe fez um breve carinho entre as orelhas. O lugar era grande e muito bem iluminado, o piso era de madeira, no canto esquerdo haviam alguns aparelhos para aquecimento, uma mesa com notebook e alguns pertences da loira, um armário com várias toalhas entre outras coisas e um espelho que pegava toda a parede da frente.

–Não é uma raça muito comum para um cão de guarda, mas funciona. – comentou a loira fazendo pequenos gestos com as mãos e sorrindo ao ver a interação da amiga com o animal.

A dançarina voltou-se para a ex-cheerio e lhe abraçou com bastante força, pela forma que suas costelas estavam sendo esmagadas, Quinn tinha certeza que aquilo era saudade, dentre outros sentimentos supostamente perdidos com o tempo.

–Pode dar uma olhadinha se quiser. – disse a loira após solta-la e pegando uma toalhinha em seguida.

–Me desculpa o incômodo. – a guarda costas deu alguns passos vagos até seus olhos descansarem em uma parede branca que ficava ao lado esquerdo da entrada, havia milhares de porta retratos espalhados.

–Tudo bem sua boba. – respondeu a loirinha enquanto deslizava a toalha branca pelo pescoço, enxugando o suor. – só assim eu descanso. – riu e seguiu a amiga até a parede onde ela estava se dirigindo.

Quinn analisou calmamente cada um dos porta retratos, em sua maioria era a loira em suas apresentações com a diva Rachel Berry, mas também havia vários da dançarina com muitas pessoas famosas como J-Lo, Britney Spears, Madonna, e alguns artista de cinema.

–Trabalho com a Rachel a alguns anos, mas sempre que posso estou saindo em turnê com alguns dos meus artistas favoritos. – comentou a loirinha sem que Quinn perguntasse absolutamente nada, a guarda-costas apenas observava as fotos maravilhada. – a Rae é bastante compreensiva e isso me deixa feliz, e apesar de receber convites para ser dançarina exclusiva de alguns eu prefiro ficar ao seu lado... Ela é minha amiga de verdade... – comentou com os olhinhos marejados e verdadeira adoração ao pegar o que seria o porta-retrato do seu primeiro show com a judia.

As duas sentaram-se no piso de madeira e começaram a conversar, primeiramente sobre algo mais sério, algumas informações que tecnicamente ajudariam no trabalho da loira e na segurança da casa, quando mais soubesse sobre as pessoas que freqüentavam a casa melhor seria. Mas como sempre Britt tinha o dom de mudar o rumo das coisas, e logo a conversa estava mais tranqüila e voltada para o lado mais pessoal das duas... Quinn conseguia ser ela mesma quando estava acompanhada da outra. O papo voltou para como estavam os outros membros do glee e se Britt ainda tinha contato com todos... A dançarina sabia mais ou menos onde aquilo iria acabar, mas no momento se limitou a responder apenas o que lhe era perguntado. Como a Fabray já sabia, Sam era um detetive do departamento de policia de New York, Brittany era dançarina e a poucos anos estava trabalhando com Rachel, assim como Mike – o asiático também estava seguindo a carreira de dançarino e algumas vezes os dois subiam no palco com a morena, mas era mais fácil encontrar um trabalhando com a judia enquanto o outro saía em turnê; o trato era pelo menos um dos dois estar com a diva enquanto o outro viajava, pois a mesma não poderia ficar sem os seus dois dançarinos de confiança. – Finn havia conseguido subir na vida, mas por ter virado uma pessoa arrogante e muito cheio de si acabou levando uma rasteira da vida e virou comentarista. Kurt havia se formado junto com a amiga, chegou a se apresentar algumas poucas vezes na Broadway e dirigiu também algumas peças antes de virar o relações publicas da judia; Tina e Artie normalmente trabalhavam juntos na gravação de algum vídeo clipe, mas o segundo era mais ocupado com as produções em Hollywood.

–Como Santana acabou aqui? – perguntou Quinn bastante curiosa enquanto bebia o energético que tinha sido oferecido pela amiga. -... Bem, você sabe; ela e Rachel nunca foram melhores amigas... E agora... – parecia bastante surreal ver as duas morenas tão íntimas.

Brittany deu uma breve gargalhada e concordou com a cabeça, realmente aquilo deve ter dado um nó na cabeça da Fabray; Sant e Rachel nunca foram melhores amigas no ensino médio, e praticamente não tiveram mais nenhum contato depois da formatura... Qualquer um estranharia a amizade entre as duas.

–Na verdade eu e a Sant nos encontramos novamente dois anos após sairmos de Lima, foi algo inesperado... – disse a loira com o rostinho pensativo e rodando a aliança na mão esquerda com o polegar, como se repassasse a cena em sua mente. – ela me pediu em casamento assim que nos reencontramos, estava cansada de se esconder... – Brittany deu um pequeno sorrisinho e Quinn lhe acompanhou; um pedido de casamento era realmente uma surpresa muito grande para alguém como Santana, mas a loira nunca duvidou que isso acabaria acontecendo mais cedo ou mais tarde... Afinal a latina e a amiga nasceram para ficarem juntas. - comecei a trabalhar com a Rachel primeiro, trabalhar com ela a principio seria um motivo a mais para estar mais perto de mim; as duas acabaram se aproximando com o tempo e virando amigas...

–Será que um dia ela vai me perdoar? – perguntou Quinn olhando vagamente para a parede com as fotos.

–Claro que sim Q. – afirmou Brittany se aproximando um pouco mais e dando um beijo delicado na mão direita da amiga. – você conhece a Sant, ela tem todo aquele jeitão e temperamento de difícil quando quer... Mas pode ter certeza que ela sentiu muito a sua falta durante esse tempo.

As palavras da amiga saíram da forma mais verdadeira possível, e ela sentiu-se relativamente mais leve, talvez a latina não quisesse lhe matar como ela pensava... Mas não custava nada se manter alerta nesse período de “reconhecimento do terreno”.

–... E “ela”, como esteve... Esse tempo todo? – perguntou a guarda-costas ficando com a postura mais reta e levemente insegura.

A dançarina sorriu internamente com o questionamento, Quinn não precisava ter dado ênfase ao “ela” na frase, pois a mesma sabia muito bem a quem ela estava se referindo... E não era Santana.

–A Rae cresceu muito nesse tempo, bem... Quem não cresceria ou se forçaria a isso estando nessa selva e ainda mais grávida. – começou Brittany suspirando em seguida. – sabe, não tivemos muito contato nesse período de faculdade, mas pelo que o Kurt me contou a vida não foi nada fácil com ela... Mas ela venceu aos poucos... – comentou Brittany orgulhosa.

Quinn apenas concordou com a cabeça, e a amiga claro... Se divertiu com a expressão da outra, ela bem sabia que a Fabray estava bem mais curiosa, talvez não fosse tão errado falar algo mais íntimo sobre a judia.

–Ela está solteira agora... – comentou olhando para a amiga de forma bastante sugestiva. Quinn quase engasgou no momento, como se não entendesse onde a dançarina estava querendo chegar. – Sant cuidou do divorcio dela com o Finn a mais ou menos dois anos... Eu sempre achei esse casamento entre os dois muito fachada... – comentou a última parte de forma pensativa.

A Fabray não sabia o porque de estar com o rosto queimando, com certeza Brittany estava dando gargalhadas por dentro ao ver a sua cara de vergonha... Ela estava se sentindo feliz por saber da separação de Rachel, mas ela sabia que não deveria se sentir assim, pois gostando ou não a diva não passava de mais uma cliente sua e como tal ela não poderia nem sonhar em lhe olhar com outros olhos.

–Sabe... O que me deixa mais intrigada, é o fato dela não ter se envolvido com ninguém durante esses dois anos... – informou Brittany de forma irônica levantando uma das sobrancelhas.

***

Depois que a conversa voltou muito para o assunto Rachel, a loira resolveu que era a hora de deixar a amiga voltar aos seus ensaios. Não que ela realmente estivesse fugindo do assunto, mas no momento ela iria encontrar Sam, os dois iriam juntos até o Departamento de Polícia, levar a carta que havia sido deixada na cama da diva para uma análise. Esse foi o motivo que lhe salvou das garras da amiga Britt... Mas a dançarina já havia feito muito bem o seu trabalho, ela plantou a curiosidade e a incerteza na Fabray... E durante todo o caminho até o D.P Quinn se perguntou o porque da morena passar todo esse tempo sozinha... Afinal, Rachel era uma mulher linda, jovem, a qual muitos dariam tudo para estar ao seu lado... Aquele não era o momento de pensar na diva, FOCO!

Assim que chegaram no D.P Sam e Quinn se dirigiram para a sala do Chefe de polícia Brian Jones, o mesmo já estava informado do caso e não perderam tempo assim que os jovens chegaram. A sala ficou escura e os três começaram a analisar a tal carta com bastante cuidado.

–Isso deve ter dado muito trabalho... – informou o homem sentado em sua poltrona e olhando para a imagem que estava sendo refletida em tamanho ampliado. – não tem impressões digitais. Esse é o que você acha que tem ligação com a bomba? – perguntou direcionando o olhar para Quinn que estava encostada na mesa no lado direito, com os braços cruzados.

–O empresário dela acha que sim... – informou a guarda-costas de forma vaga e séria.

Brian estava um pouco confuso, talvez a carta tivesse algo haver com alguma música ou com o recente filme feito pela diva, algo entre aquelas palavras poderia ser algum código, mas no momento era difícil afirmar algo, precisavam trabalhar no material com mais afinco. Depois dessa pequena análise Sam abriu as frestas, deixando que a iluminação fraca entrasse no ambiente enquanto Brian desligava o aparelho refletor.

–Perdi o contato com você depois de Washington... – comentou o homem um tanto receoso após se levantar da poltrona.

–É... – Quinn limitou sua resposta a isso enquanto caminhava com Sam até a porta.

O Chefe pegou o paletó que descansava nas costas da poltrona e vestiu, levando o cigarro até os lábios logo em seguida.

–E essa coisa de particular? – perguntou o homem se referindo ao novo ramo que a loira havia seguido. – é uma boa grana, não é?! – a voz do homem mais velho parecia bastante animada.

–É legal... – falou a loira sem muita emoção em seguida ajeitando a gola da camisa do homem a sua frente. – não ia querer esse trabalho, Brian.