Fanfic: Dívida de Honra - AyA (Adaptada) FINALIZADA | Tema: AyA

Alfonso atendeu, ela reconheceu imediatamente a voz.
— Aqui é Anahí Portilla — disse ela. — Estou ligando para dizer que aceito a sua proposta.
— Está bem — foi tudo o que ele disse.
— Quando deseja que eu. . . — Ela se calou, incapaz de continuar, o rosto vermelho de
vergonha.
— Esta noite mesmo, não acha? — ele disse, como se estivesse tratando de um negócio banal.
— É dia de folga de Myers, mas poderemos jantar aqui mesmo.
— Não quero nenhum jantar — respondeu ela, ferida pela insolência dele.
— Venha às oito — disse ele, e desligou.
Naquela tarde, ela caminhou quilómetros por toda Londres, sem uma direção fixa. Acabou
indo parar no parque em frente à casa dele, onde se sentou num banco. Crianças brincavam
por perto, mas ela mal as via. Ao escurecer, as luzes das janelas de cima da casa de Alfonso se
acenderam. Quando ela ia se levantar para ir embora, a porta da rua se abriu e Alfonso surgiu
em companhia de uma mulher morena, alta e jovem. Anahí viu quando ela o abraçou e o
beijou no rosto. No mesmo instante, deu meia-volta e correu para casa.
Tomou banho e se vestiu, mas não conseguia se sentir limpa. Resolveu usar o mesmo vestido
preto da véspera, para mostrar a ele que ela não tinha o menor desejo de lhe parecer
especialmente provocante. Talvez até imaginasse que ele poderia mudar de ideia.
Foi o próprio Alfonso quem lhe abriu a porta da casa toda iluminada, e que a ajudou a tirar o
casaco, percebendo imediatamente o vestido, e percorrendo-a, com o olhar, da cabeça aos
pés.
— O mesmo vestido? — perguntou, ironico.
— O mesmo tudo — respondeu ela.
Ele lhe tocou ligeiramente os cabelos dourados.
— Você está linda.
— Não há necessidade de elogios, por favor.
— E se eu quiser?
— Não perca seu tempo.
— Como queira.
Alfonso a levou à mesma sala da véspera. Estava tranquila como no dia anterior e, no lugar dos
jacintos, havia um vaso de cristal com rosas vermelhas.
— Quer beber alguma coisa? — perguntou ele, despejando champanhe em duas taças.
— Isto é ridículo! — exclamou ela, ignorando a taça que ele lhe oferecia. — Está
transformando tudo isto numa absurda cerimônia!
— É um ritual — disse ele —, e eu gosto de rituais. O que esperava que eu fizesse? Que a
puxasse pelos cabelos tão logo entrasse e a possuísse no tapete do hall? Ou a levasse
imediatamente para cima?
Ela sentiu o rosto ficar vermelho.
— Não esperava nada. Mas não gosto de hipocrisia.
— Entendo — disse ele, sentando-se na mesma poltrona da véspera e tomando devagar o
champanhe. — Bem, vamos fazer tudo a meu modo. Jantaremos juntos, civilizadamente;
poderemos até conversar sobre os velhos tempos. . . — Depois sorriu. — Será agradável,
Anahí. Tomaremos um bom vinho, com uma excelente comida. E depois.. .
— Depois fingirá que tudo está perfeitamente normal, ficando convencido de que vim aqui
por minha livre vontade e. . .
— Nunca se sabe. — Os olhos verdes examinaram o belo corpo de Anahí com insolência. —
Essas coisas acontecem.