Fanfic: Dívida de Honra - AyA (Adaptada) FINALIZADA | Tema: AyA

Antes que ela pudesse evitar, ele a puxou para si e beijou-a no rosto, o hálito cheirando a
álcool.
— Pensei que tinha me esquecido!
— Absolutamente — ela respondeu, vivamente, se libertando dele.
— Oh, Anahí, não olhe assim para mim! — exclamou ele, com aquela expressão de aparente
franqueza, mas que nunca a tinha enganado. — Sabe, eu não devia ter vindo aqui. Para ser
sincero, nem fui convidado. Não é chocante? O próprio irmão do noivo e tão velho amigo da
noiva. . .
— Alfonso não o convidou? — perguntou ela.
— Ao contrário, querida. Me pediu abertamente para que eu não viesse. Por que será que
Alfonso fez isto?
Anahí olhou friamente para ele.
— Sendo assim, não é melhor que saia? — perguntou secamente. — Saía, antes que ele o
veja.
Olhou preocupada para trás,mas Alfonso estava de costas para eles, conversando com
Mia. Kit riu.
— Õtimo conselho, querida Anahí. Mas não costumo seguir conselhos, é contra meus
princípios- . .
— Não sabia que tinha princípios — retrucou ela, mas Kit não tomou conhecimento da
agressão.
— Em todo caso, eu precisava ver você, Anahí. Está tão maravilhosa, tão espiritual... E
Mia também, é claro. Como vai ela? Aquele pequeno contratempo foi resolvido?
— Por que não pergunta a Alfonso?
— Realmente? - perguntou, com voz pastosa, de bêbado. Mas alguma coisa naqueles olhos
a assustava, talvez uma estranha vivacidade. Lamentou não ter ficado calada.
— Pois isto é uma verdadeira surpresa para mim, sabe? — disse
ele. — Francamente, pensei que Alfonso nunca se casaria. E foi tudo tão rápido! Por que
Alfonso teria mudado de ideia? E você também? Porque Mia costumava dizer que você
parecia mais uma freira. . . Ele se calou, ficando repentinamente sério, os olhos brilhando de
maldade. Anahí percebeu isso e subitamente o passado voltou. Sentiu a mesma repulsa que já
sentira antes por ele. Tentou se afastar no ato, mas Kit segurou seu braço e puxou-a para si.
Assustada, ergueu os olhos para ele.
— Anahí — ele murmurou, com urgência e emoção,. — Você está tão linda! Mas não está
feliz, está? Como pôde fazer isto? Deveria ter vindo me ver antes, quando pedi a Mia que
arranjasse um encontro nosso. Poderia ao menos ter me dado uma chance. Se eu pudesse ter
falado com você ao menos uma vez. . .
Ela sentia no rosto o hálito morno e carregado de álcool, o que lhe provocou um começo de
náusea.
— Não temos nada para conversar — disse com firmeza.
— O que quero mesmo não é conversar — disse ele, sugestivamente. Depois agarrou com sua
mão quente a mão de Anahí, provocando-lhe a terrível sensação de que a sala estava cheia
demais, abafada demais e que não conseguia respirar, como se alguém a estivesse sufocando.
Cambaleou e foi de encontro ao paletó escuro de Kit tudo ficou escuro e um pânico, que algum
dia tinha sentido, voltou com toda a violência.
— Fora daqui!
Era Alfonso. Com mãos fortes como tenazes, libertou Anahí de Kit, e, quando ela ergueu os
olhos, viu nos dele um profundo ódio. Alfonso, com o corpo, bloqueava a visão dos outros, na
sala, e somente eles três testemunhavam o que estava acontecendo.
— Então me obrigue!
Os dois ficaram calados um instante. Anahí teve receio de que eles começassem a lutar ali
mesmo, no meio da sala, esquecidos de tudo menos do ódio que sentiam.
Mas Alfonso se controlou, olhou para Anahí, depois para Kit, que respirava pesadamente, e,
segurando o braço dela, afastou-se. Sua boca era uma linha fina, e o rosto, uma máscara de
desprezo. Luke adiantou-se com uma expressão preocupada no rosto bondoso e levantou o
copo, propondo um brinde ao casal.

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