Fanfic: Dívida de Honra - AyA (Adaptada) FINALIZADA | Tema: AyA

De repente, percebeu que o tempo estava passando e que Alfonso estaria a sua espera.
Tomou uma ducha rápida e, com mãos trêmulas, escolheu a lingerie, que lhe assentou com
perfeição. Olhou-se, encantada, no espelho. Mia gostaria de usar roupas assim.
Apressada, enfiou o vestido de linho, acompanhado do casaco. Aquelas coisas deviam ter
custado muito caro , talvez não devesse aceitá-las.
Mas lembrou-se da expressão de Alfonso, quando lhe falara sobre as roupas; ele ficaria
ofendido se ela rejeitasse o que tinha sido dado com tanta generosidade e carinho.
Antes de sair, olhou-se outra vez no espelho e ficou surpresa. Naturalmente, as roupas eram
bonitas e combinavam com seu tipo. Mas havia mais do que isso! Ela estava luminosa, viva,
muito diferente da moça desanimada que sempre via refletida no espelho. Seus olhos azuis
brilhavam e nos lábios dançava um sorriso feliz. O colar complementava o conjunto impecável
e sofisticado. Anahí fechou a porta atrás de si e saiu, de coração leve, ao encontro do marido.
Ele estava sentado em uma mesa da calçada e os dois se viram ao mesmo tempo. Alfonso se
levantou e, embora tentasse disfarçar, Anahí percebeu um brilho de admiração em seus olhos
verdes.
— Café? — perguntou, quando ambos já tinham se sentado.
— Alfonso... — começou ela, pondo a mão sobre a dele, em cima da mesa. — Nunca tive
coisas tão lindas em minha vida. Obrigada.
— Ora, não foi nada. Estou contente por você ter gostado. Ele.. . — fez uma pausa rápida,
indicando o colar de ouro — ficou muito bem em você.
— Tudo está na medida — disse ela maliciosa. — Incrível! Ele sorriu levemente. — Como
conseguiu? Sei que a maioria dos homens não têm ideia de manequins e. . .
— Bem... — disse ele, os olhos zombeteiros, brilhando com aquela forte sensualidade que
tanto a perturbava — tenho excelente memória. E na loja havia uma vendedora mais ou
menos de sua altura.. . — deliberadamente, ele olhou para os seios suaves, a cintura fina — e
com o corpo parecido com o seu. Uma moça muito. .. atraente.
— É mesmo? — perguntou ela, no mesmo tom malicioso.
— Bem, para dizer a verdade, não foi nada disso. Era uma velha, de pelo menos sessenta anos.
Mas eu expliquei a ela a situação e ela foi muito compreensiva. E me ajudou. Eu descrevi
você.. . com bastante detalhes. Et voilà
Ele estava tão bem-humorado que Anahí se encheu de coragem e, se inclinando, deu-lhe um
beijo no rosto. Esperava que ele ficasse tenso e recuasse, mas nada disso aconteceu. Teve a
impressão de que uma sombra de dúvida lhe escureceu os olhos, mas foi tão rápida que não
teve certeza. Logo sorriu, e nesse instante o garçom trouxe o café. Quando tornaram a se falar,
a voz de Alfonso era impessoal e fria:
— Vou ter que trabalhar, enquanto estiver aqui, infelizmente. Tenho que entrar em contato
com algumas pessoas, na semana que vem. Mas, por enquanto, teremos dois dias só para nós.
Portanto, estou às suas ordens. O que gostaria mais de ver? Galerias de arte? Igrejas? O
mercado? O Lido? O Lido eu não recomendo.
— Acho que primeiro prefiro dar uma volta — respondeu Anahí, sorrindo alegre. — Quero
olhar os canais, as casas. Há um lugar que gostaria de visitar, a Accademia. Lá existe um
quadro que me recomendaram ver.
Ele a olhou intrigado, mas não disse nada.
— Muito bem. Então vamos andar um pouco, ao acaso. Depois tomaremos um vaporetto para
chegarmos até a Accademia — propôs ele.