Fanfic: Dívida de Honra - AyA (Adaptada) FINALIZADA | Tema: AyA

Mari, não vai ser o pai da Anahí que vai estragar o clima de romance de AyA, vai ser o maldito do Kit, leitoras vão logo preparando os xingamentos para aquele bandido do Kit, e está bem perto da verdade do que realmente aconteceu na Escócia vir à tona, se preparem para grandes emoções. Já chega de falar vou postar. Comentem bastante 

Postando

Chegaram a Torcelo perto do meio-dia. A ilha estava quase deserta e, ao desembarcarem,
viram um pescador remendando sua rede. O calor era forte, e a ilha, plana, toda plantada de
vinhas.
— A cidade é mais antiga e foi muito mais importante do que Veneza — disse Alfonso. — A
catedral é do século VII, mas enquanto Veneza prosperou, Torcello regrediu.
Andaram até a catedral. Lá dentro não havia ninguém, estava sombrio e frio. As paredes eram
de mármore esverdeado e, num outro canto, uma capela de paredes curvas como uma
concha, decorada com mosaicos representando a Virgem, o Menino e os Apóstolos, tinha uma
inscrição. Com dificuldade, Anahí leu: "Sou Deus, carne da Mãe e imagem do Pai. Pronto para
punir uma falta, mas sempre pronto a ajudar os que de mim necessitam". Ela estremeceu e foi
ao encontro de Alfonso, que estava do outro lado da igreja.
Um sol radioso os esperava fora da catedral, de onde saíram em busca de um restaurante
próximo, onde se sentaram à sombra de parreiras, Alfonso segurou-lhe, carinhoso a mão; não
falaram, as palavras seriam supérfluas. Ele apertou mais a mão dela, fazendo o desejo crescer
dentro de Anahí, que sabia que ele sentia o mesmo.
— Você queria que isso acontecesse, Anahí?
Ela olhou para ele, sabendo direitinho o que ele queria saber. Não podia mentir.
— Acho que. . . acho que sempre soube que ia acontecer. . .
— Acho que eu também. . .
Olharam um para o outro, esquecidos das pessoas à sua volta, num mundo só deles. "Eu o amo
tanto!", ela pensou. O desejo de confessar a ele aquele amor era imenso. Mas naquele
instante Alfonso afastou o olhar dela, o rosto sério e impenetrável. As palavras morreram em
seus lábios. O que havia entre eles era tão frágil, tão delicado, que precisava agir com cautela.
Ele voltou a olhar para ela, com um desejo tão evidente nos olhos que ela teve receio de que
as outras pessoas percebessem. Ficou contente por ter se calado.
— Estive aqui uma vez.. . há cinco anos. Estava sozinho — disse ele — e olhei estes campos.
Estava um dia, muito quente. E. . . — abaixou os olhos — me lembrei de você, Anahí.
Ela se sobressaltou, mas não disse nada.
— Mas isso não é nada estranho — continuou ele. — Tenho pensado constantemente em
você, nestes últimos dez anos.
— Bem ou mal?... — perguntou ela, procurando falar com descontração.
— Algumas vezes tive ódio de você — confessou ele. — Nunca tentou entrar em contato
comigo, durante todos estes anos? — perguntou ele, num tom de acusação. Anahí olhou para
ele, lembrando-se das cartas que tinha começado a escrever e depois rasgado; nas inúmeras
vezes que havia sentado ao lado do telefone, sem coragem de discar.
— Não — respondeu ela, vendo que ele ficava ressentido.
— Nunca se lembrava da Escócia? Nunca? — Inclinou-se para ela. — Anahí, olhe para mím e
responda!
— Sim, você sabe que sim! — As lágrimas teimavam em cair.
— Desconfio que pensava em Kít.
— Em Kit? — perguntou ela, sem compreender. — Por que eu devia pensar nele, Alfonso? —
Por que ele tinha essa obsessão com Kit? Por que falar nele agora, quando estavam tão felizes?
— Eu... eu não compreendo.
— Compreende muito bem! Ou está sofrendo de amnésia? Seria muito conveniente. Não
brinque comigo, Anahí. Sabe muito bem o que aconteceu.
Anahí ficou em silêncio. Subitamente, sentiu uma dor de cabeça intensa. As lembranças eram
confusas. Começou a sentir uma falta de ar que a oprimia, respirando com dificuldade.
Lembrou-se de um quarto e do rosto dele, mas tudo muito apagado. Por que ele insistia em
falar em Kit?
— Alfonso, por favor! — exclamou ela, aflita, vendo que os olhos verdes dele estavam
quase negros e assustada com a frieza que via neles. — Não quero me lembrar. . . daquilo tudo.
Por favor! Quando penso na Escócia. . . só me lembro de você.
— Vamos voltar — disse ele, se levantando de repente. Pagou a conta e, segurando o braço
dela com firmeza, praticamente a arrastou pelo caminho, até o cais, onde, por sorte, uma
barca estava saindo. Subiram a bordo, sem que ele falasse qualquer coisa. Anahí segurava no
parapeito, nervosa.
— Alfonso -— pediu ela — por favor, não me segure assim!
— Não vou soltar você — respondeu ele, os olhos brilhando febrilmente. — Diabo! Se você
não me contar, eu arranco a verdade de você!