Fanfic: Dívida de Honra - AyA (Adaptada) FINALIZADA | Tema: AyA

— O que foi que você fez, Anahí? Ameaçou contar a história para a polícia? É o tipo de coisa
que você faria não é? E seria a última coisa de que Alfonso gostaria. Ele só queria abafar essa
história, ele mesmo me disse, Anahí. Estava muito zangado, e ele chega a assustar, quando se
zanga. Não a mim, ele me odeia, nem sei por quê. Mas nosso pai. Alfonso preferiu pagar tudo
e reconheço que fui um tanto extravagante. Mas ainda havia um pequeno problema, Anahí:
você.
— Isso não é verdade!
— Receio que seja. Ele achou que, se estivesse casada com ele, mesmo que descobrisse a
verdade, você se calaria, por lealdade a ele. Você lhe obedeceria cegamente, se estivesse com
uma aliança no dedo. Você é maleável, Anahí, sempre foi.
Sem que ela esperasse, Kit torceu outra vez seu braço, fazendo Anahí gritar de dor e
obrigando-a a se encostar nele e a sentir a rigidez de sua coxa contra a dela. Ele baixou o rosto
e suas bocas ficaram muito próximas. Com uma profunda aversão, ela percebeu que o fato de
não poder se libertar o estava excitando.
— Anahí. . . — Ele roçou de leve a boca em seu pescoço, e a apertou tanto contra si que os
seios dela se empinaram, agitados. O medo que sentia dele era tão grande que começou a
lutar. Ele a apertou mais ainda, prendendo, com uma das mãos, os braços dela contra a
parede, com a outra, começou a apalpar seu corpo.
— Venha. , . venha — ele murmurou, esfregando seu corpo no dela, tentando enfiar o joelho
entre as pernas de Anahí. — Venha. .. — repetia sem cessar, a voz cada vez mais
enrouquecida, a respiração mais pesada. — Sei do que você precisa. Sempre soube do que
você precisa. Você é como sua mãe, não é Anahí? Ela não prestava e você não é melhor do
que ela. Não se lembra, Anahí? Há tanto tempo, na Escócia.. . também naquele tempo. E
você só tinha quinze anos.
— Tire as mãos de mim! — Num desespero feroz, Anahí tentava se libertar. Com um
movimento rápido, ele lhe deu uma bofetada.
— Eu avisei você, Anahí!
O golpe foi tão forte que a moça foi jogada contra a parede de pedra. Kit agarrou seus cabelos,
puxando-lhe a cabeça para trás. A dor foi tão grande que as lágrimas começaram a cair. Ela
olhou para ele, incapaz de falar. De repente, começaram a vir à sua cabeça, a princípio
imprecisas, mas aos poucos cada vez mais claras, imagens daquela época remota na Escócia.
— O que pretende fazer? Gritar? Não adianta, ninguém a escutaria. Mas, para prevenir... —
Agarrou o pescoço dela com a mão aberta e foi subindo, até alcançar a boca. Ela não conseguia
respirar, o ar não entrava na garganta!
Lembrou-se, então! Algo lhe veio à mente, quando ele sorriu.
— Então, se lembra! Eu sabia que sim! Fingiu todo esse tempo. Você resistiu, naquele dia, não
foi? Mas não conseguiu me enganar. É deste jeito que você gosta, não é, Anahí? Não é?
Com um golpe brusco, ele a ergueu do chão e começou a empurrá-la, forçando-a a se deitar no
chão. Na luta, Anahí se desequilibrou e acabou caindo nas pedras molhadas. Kit deu uma
risada.
— Por favor, Kit... — Ouvia sua voz como se viesse de muito longe. — Por favor, Kit, não faça
isso!
— Fique quieta! -— gritou ele, dando-lhe outra bofetada. Ela soltou um grito agudo, que
ressoou pela noite tempestuosa. Durante um segundo, os dois ficaram imóveis.
Então a boca dele caiu, violenta, sobre a de Anahí, não a deixando gritar mais. Com uma das
mãos, imobilizava a cabeça dela. Sua pele estava úmida, o sangue-se misturava à saliva e ela se
sentia sufocar. Instintivamente, tentou puxá-lo pelos cabelos, arranhar-lhe o rosto, os olhos.
Não conseguia pensar com clareza, cada segundo lhe parecia uma hora. Ele a estava vencendo,
a dor imobilizava seus músculos.
Num segundo, viu a cena como se estivesse assistindo a ela. Era uma paródia grotesca de um
beijo. Tentou de novo arranhar a pele dele.
A respiração de Kit soava tão forte, em seus ouvidos, que não conseguia ouvir mais nada.
Então, subitamente, como num milagre, o peso que a oprimia desapareceu. Kit estava de
joelhos e balançava o corpo. Viu-o erguer um braço, como se tentasse aparar um golpe. Um
relâmpago clareou o ambiente e ela viu Alfonso.