Fanfic: Dívida de Honra - AyA (Adaptada) FINALIZADA | Tema: AyA

Depois de atravessar o canal e desembarcar na piazzetta, sentiu-se melhor. O ar estava leve
e a cidade brilhava alegremente ao sol. Dessa vez, não desviou o olhar dos locais onde estivera
com Alfonso, e em vez de dor, eles lhe deram coragem.
Num súbito impulso, andou ao longo do cais e tomou uma barca que ia para Torcello. Estava
cheia de crianças de uma escola, que corriam alegremente pelo tombadilho. Mas todos
saltaram em Lugano; quando a barca seguiu para Torcello, ela era a única passageira a bordo.
Ao chegar, andou pelos campos, sentindo o sol arder em sua cabeça. Pensava em Alfonso com
tanta força, que teve certeza de que, onde quer que ele estivesse, também estaria pensando
nela. Parou, no caminho deserto. Seria possível comunicar-se mentalmente com alguém? Ali,
parada, rezou para que isto pudesse acontecer. "Eu o amo; quero que Alfonso saiba!"
Voltou à catedral. Tudo estava como antes e ela riu de si mesma por pensar que poderia estar
de alguma forma diferente. Dirigiu-se então à capela e releu a inscrição: "Sou Deus. . . Pronto
para punir. . . pronto a ajudar. .."
Subitamente, toda a letargia a abandonou. Plena de uma nova fé e de uma nova energia, deu
meia-volta.
— Alfonso! — ela exclamou, e sua voz ecoou no silêncio da igreja vazia.
Naquele momento, soube o que tinha que fazer. Precisava dizer a ele, não importava o que
acontecesse. Nada mais importava.
Parou um instante, desprezando-se pela timidez, pela covardia. Depois, sem hesitar, saiu
correndo da igreja.
Voltou à Giudecca e entrou depressa em casa. Já era meio-dia e as janelas estavam fechadas,
por causa do calor. Subindo os degraus de dois em dois, chegou ao quarto. Pegou papel e
caneta e começou a escrever: "Alfonso..." Fez uma pausa, tentando ordenar as frases, com
receio de não encontrar as palavras certas. Mas, depois, escreveu a carta num só fôlego, sem
pensar: "Querido Alfonso, deve ter sentido que eu pensei em você o dia todo, e hoje, em
Torcello, contei para o vento que o amava muito, que sempre o tinha amado. E fui tão
covarde, tive tanto medo..."
Quando terminou, não teve coragem de reler. Colocou a carta imediatamente num envelope e
selou, endereçando-a para a casa dele em Londres. Sabia que podia não traze-lo de volta, mas
tinha que dizer a ele. Levou a carta ao correio; na saída, escolheu uma porta lateral, pois
ouvira vozes na sala e naquele instante não queria se encontrar com ninguém. Quando voltou,
estava vazia e exausta.
— Anahí? Cara, venha cá! — chamou a princesa, ouvíndo-a entrar. Anahí obedeceu e parou na
soleira da porta.
A velha senhora estava bem melhor. Sentada numa cadeira, banhada pelo sol que entrava pela
janela aberta, tinha à sua frente, numa poltrona, uma bela mulher, a mesma que Anahí vira
nos braços de Alfonso. Estava novamente de branco e os cabelos negros lhe caíam soltos pelos
ombros.
— Anahí — disse a princesa, convidando-a com um gesto a entrar — tenho visitas.

Bem meninas, postei bastante, vou tentar postar mais no domingo, comentem sobre os capitulos postados e por favor não me abandonem