Fanfic: Dívida de Honra - AyA (Adaptada) FINALIZADA | Tema: AyA

Quando a porta se fechou atrás dela, encostou-se na parede, sem conseguir continuar,
enquanto lágrimas quentes lhe banhavam o rosto. Todo aquele tempo e Alfonso não lhe tinha
dito nada; ela só pensava em si, enquanto ele se preocupava tanto. Ele tinha razão, pensou,
infeliz. Por mais cruel que tivesse sido seu julgamento, ela também fora injusta, pensando o
pior dele.
Andando devagar, saiu de casa. Sem ver por onde ia, seguiu até o embarcadouro; lá, ficou
apreciando, de longe, a igreja delia Salute, a igreja de São Marcos, esquecida do mundo à sua
volta. — Sígnora Herrera?
Ela se virou, assustada. Era o gondoleiro da princesa, o mesmo que a fora buscar com Alfonso,
no dia da festa. Ela agora o conhecia bem, pois o encontrava diariamente na casa.
— Gostaria de dar um passeio, signora? — Fez um gesto mostrando o canal: — Está uma bela
tarde. Talvez queira ir até o Danieli?
— Sim— respondeu, depois de leve hesitação. — Para o Danieli. Grazie.
Ele a ajudou a embarcar, aparentemente satisfeito, e partiram.
Navegaram pelo canal estreito e chegaram ao mar, que cruzaram em silêncio, apreciando o
belo pôr-do-sol.
Saltou na piazzetta.
— Quer que a espere?
Anahí olhou para as enormes janelas do hotel e sacudiu a cabeça. Voltaria com o vaporetto,
não era preciso esperar por ela.
Por alguns momentos, ficou admirando a fachada branca do hotel, com suas venezianas
antigas. Quem estava falando a verdade? Kit ou Vitória? E quando devia acreditar em Alfonso?
Quando ele lhe falava com tanto ódio ou quando a tocava com imensa ternura, nos momentos
em que faziam amor?
Um profundo desejo de voltar ao quarto que tinha sido deles tomou conta dela, como se lá
pudesse encontrar as respostas para as suas dúvidas. Seguiu em frente. Aquela era a única
verdade em que poderia se apoiar, pensou. O que tinha acontecido naquele quarto, o que ela
havia sentido. . . Precisava tocar mais uma vez nas coisas que Alfonso lhe dera. Entrou no
saguão.
Estava vazio. Do escritório do gerente vinham vozes e o ruído de uma máquina de datilografia
funcionando. A recepção estava vazia também.
Não querendo ser vista, Anahí subiu pela escada até o primeiro andar. Naturalmente, o quarto
devia estar fechado, a não ser que uma das arrumadeiras. . . Pôs a mão na maçaneta e a porta
se abriu. Entrou e parou, confusa.
Havia alguém ali. Uma das janelas estava fechada, a outra aberta, a que dava para o balcão.
Uma ligeira brisa sacudia as cortinas. A cama estava feita. Em cima dela havia uma mala de
couro preto, de executivo. Um casaco escuro estava jogado numa poltrona. Ela gelou. Será que
já havia outra pessoa ocupando aquele quarto? Nervosa, deu meia-volta, em direção à porta,
mas, quando a abriu, um golpe de ar fez a janela se fechar. Imediatamente, uma pessoa saiu
do balcão e ela viu um homem alto e moreno, entrando no quarto.
— Quem é?
Nem bem acabara de falar, ele a viu e parou. Anahí deixou as mãos caírem ao longo do corpo,
incapaz de falar ou de se mover.
O homem se recuperou primeiro. Afastando a cortina, entrou no quarto. Depois parou, o rosto
contra a luz. Olharam-se em silêncio. Nesse momento, um sino começou a tocar as vésperas.
Anahí sentiu uma louca esperança. Meio confusa, ela pensou: "Ele sabe. . . o que pensei em
Torcello hoje... ele sabe!"
— Alfonso... — Deu um passo à frente e olhou para ele, que a observava com o mesmo olhar
gelado. Toda a felicidade se evaporou.
— Sim — disse ele. — Sinto desapontá-la, Anahí.

Bem como disse, eu só postei 3 capitulos e amanhã se tiver comentarios eu continuarei postando, espero que tenham gostado dos capitulos postados, comentem!