Fanfic: Dívida de Honra - AyA (Adaptada) FINALIZADA | Tema: AyA

— Então você também me queria. .. naquela noite? Apesar do que me disse— perguntou ela,
ingenuamente surpresa.
— Diabo! Você sabe que eu a queria! — Alfonso começou a lhe acariciar a nuca, fazendo
Anahí se arrepiar de desejo.
— Alfonso. .. .
— Não! Eu também a quero, mas precisamos conversar até o fim. Não imagina o esforço que
tive que fazer para manter o controle, para não agarrar você! Para não beijar você.. . Mas você
me olhava tão friamente, com tanto desprezo. .. Nunca me senti tão envergonhado em minha
vida. Tão culpado! Quase desisti de tudo, naquele momento. Quase a deixei ir. Mas,
simplesmente, não consegui. Eu ainda acreditava, sabe? Chame isso de teimosia, se quiser. . .
— E o casamento?
— Ah! O casamento!
Com carinho, ele levantou a mão esquerda dela, onde estava a aliança.
— O que você achou, Anahí?
— Que era para me castigar. Ou para castigar a você mesmo.
— Nada disso. Para nós dois, só poderia haver um castigo: a separação, não o casamento.
— Então, por quê?
— Porque eu ainda tinha esperanças, embora ténues.
— Só por isso?
— Não, não é só isso. — Ele afastou o olhar, que fixou no mar, ao longe. — Eu estava tratando
do caso de Vitória o do marido. Numa hora dessas, a morte fica sendo uma realidade muito
próxima, muito possível. Sabia que teria que voltar para cá e alguma coisa poderia sair errada;
para ele ou para mim. Se acontecesse alguma coisa, queria que você fosse minha mulher,
antes. Bem... tanto fazia o que sentia por mim, mas eu queria garantir seu futuro. — Anahí
sentiu uma profunda emoção, ao ver a imensa bondade de Alfonso e o profundo amor que ele
tinha por ela. — Por isso a pressa. Levou a mão dele aos lábios e a beijou.
— Receio não ter sido um pedido muito romântico, meu amor — continuou ele.
— Tem razão, não foi nada romântico.
— Banquei o advogado do diabo. Sabe, pensei que, se agisse com mais franqueza, que se
dissesse a verdade, você recusaria. ..
— Então, usou um pouco de coeção?
— Achei que os fins justificavam os meios. Pelo menos dessa vez. Eu... eu esperava que sim.
E, se me lembro bem, você escolheu aquele exato momento para me garantir que não me
amava. Que nunca tinha me amado...
— Mas não era verdade, Alfonso.
— Tem certeza, Anahí? — Por um instante, a dúvida e a dor voltaram àqueles olhos,
escurecendo-os.
— Tenho certeza — ela afirmou, sem hesitar. — Mas naquele momento, depois do que você
tinha dito, eu não podia admitir. Mas quando estávamos na igreja.. .
— Sim...?
— Eu tive certeza. A princípio... eu estava com tanto medo! Achei que era um terrível pecado
dizer todas aquelas coisas, fazer aquelas promessas.. . mentir. Porque o que tínhamos
combinado não passava de uma mentira, não é Alfonso? E eu queria parar o padre, dizer que
eu não podia continuar, mas então...
— Eu segurei sua mão...
— Sim! Você segurou minha mão e, no mesmo instante, todo o meu receio desapareceu.
Senti uma alegria tão grande! Tanta paz! Naquele momento, eu soube! Não seria uma mentira,
entende? Oh, Alfonso, não jurei em falso. Jurei de todo o coração.
— Eu também — disse ele, sem procurar mais esconder o louco amor que sentia por ela. —
Naquele momento, você não pensou nisso?
— Não, naquele momento não.
— E agora?
— Agora? Oh, Alfonso, agora eu sei!
— Minha adorada! — exclamou ele, apertando-a contra o coração.
Ficaram assim, sem falar, por um longo tempo, nos braços um do outro.