Fanfic: Black Shadows | Tema: Justin Bieber
- Pára de me tratar assim!
Acordei de madrugada ouvindo gritos e choros sufocantes, vindos do quarto dos meus pais.
Questionava-me a mim mesma o que se passara dentro daquelas quatro paredes.
- Caitlin ? – Chamei pela minha irmã que estava a dormir na cama de cima do beliche.
- Sim ? – Respondeu ela com uma voz um pouco aterrorizada.
- Estás a ouvir isto? Tenho medo.
- Tem calma.
Ela desceu as escadas do beliche e veio para o meu lado abraçar-me.
Nós não somos propriamente crianças. A Caitlin tem 19 anos e eu 17. Temos um irmão também. Chama-se Christian, mas para ser mais fácil, abreviamos o nome dele e maior parte das pessoas que o conhecem, chamam-lhe Chris.
Ele não está connosco agora. À cerca de dois meses foi viver para a Califórnia, foi tirar um curso profissional.
O Chris, tal como a Caitlin, tem 19 anos, os dois são gémeos.
O nosso passado não é o mais bonito e perfeito de sempre, na verdade é horrível.
Quando os meus irmãos nasceram foram deixados em frente à casa da minha avó. Foram abandonados pelos meus pais, partindo eles para uma viagem à volta do mundo, sem avisar ninguém e deixando-os aos cuidados da minha avó que os teve de sustentar sozinha, pois o meu avô morreu quando a minha mãe tinha a minha idade atual.
Mais tarde quando a minha mãe descobriu que estava gravida de mim, voltou para o Canadá, lugar onde nós moramos, mas nunca avisou a minha avó que ela iria ter outra neta, apenas quando me teve, deixou-me à porta de casa dela, tal como fez com os meus irmãos, deixou-me com um bilhete onde dizia: «Esta é a tua nova neta, Khloe. Assinado: Miriam.»
Foi a atitude mais cruel que a minha mãe alguma vez pode ter, e tudo por causa do meu pai. O meu pai sempre foi uma má influência para ela, mas ela sempre se deixou levar, como uma doida.
Nunca soube distinguir o certo do errado e agora acaba por sofrer.
A minha avó acabou por morrer à um ano atrás, vitima de cancro.
Como eu e os meus irmãos estávamos aos cuidados dela, tivemos de ser levados para uma instituição até que detetassem alguém da nossa família que nos pudesse vir buscar e levar para um lugar 100% seguro.
Cerca de um mês depois, os nossos pais apareceram e levaram-nos para um pequeno apartamento.
Nesta casa, as discussões são frequentes, são quase a toda a hora, a todo o minuto. Um dos vários motivos para o Chris decidir mudar-se.
Ele pediu várias desculpas a mim e à Caitlin, mas não aguentava mais viver ali no meio de doidos.
Nós compreendemos e para além de mais, ele iria realizar um sonho, acima de tudo.
- Caitlin, eu não aguento mais ouvir estes berros, eu vou lá. – Murmurei estas palavras ao ouvido dela, chorando.
- Não, tu não vais. Eu vou. – Ela levantou-se automaticamente da cama, respirando profundamente.
A Caitlin sempre foi a mais corajosa de todos, mesmo até mais do que o Chris.
O quarto dos meus pais era praticamente em frente ao nosso, um pouco mais do lado direito.
Quando ela abriu a porta do nosso quarto, eu consegui ver a porta do outro quarto entre aberta, e uma luz acesa.
- Caitlin, tem cuidado, por favor.
- Claro que tenho. – Ela voltou para trás e dando um sorriso forçado disse. – Amo-te princesa.
As palavras que a minha irmã me dissera, chocaram-me na alma como se me estivessem a atirar pedras para cima. Fiquei ainda mais preocupada. O olhar dela, o nervosismo dela, queriam dizer que algo não iria correr bem, ela tinha a certeza disso.
Pov. Caitlin
Estava a caminhar até ao quarto dos meus pais a medo, sabia que alguma coisa ia correr mal ali.
Como a porta estava meia aberta, decidi espreitar.
- O que queres daqui? – A voz arrogante e grossa do meu pai invadia os meus ouvidos.
Ele abriu a porta rapidamente e repetiu:
- O que queres daqui?
- Saber… o … que se passa! – Falei meia a medo no principio, mas depois ganhei coragem suficiente para continuar a frase seguramente.
- Não se passa nada, vai para o teu quarto antes que sobre para ti.
Fiquei com medo, sentia-me a ficar gélida. Antes de ir, olhei para a minha mãe, enquanto Jack, meu pai, fechava a porta mesmo na minha cara.
- Pára ! – Gritei empurrando a porta.
Vi o estado horrível em que a minha mãe estava. Os lábios dela sangravam e a cara dela estava pálida.
- Miuda, tu já me estás a irritar.
Mais uma vez, ele abriu a porta com bastante força, pegando também nos meus cabelos e puxando-os, conseguindo-me arrastar até à beira da minha mãe.
- Vocês as duas vão morrer hoje. – Sorriu maliciosamente aterrorizando-me.
- Não faças mal à nossa filha Jack, por favor. – Disse a minha mãe, enquanto um mar de lágrimas lhe caia pela cara fora.
- Nossa filha? Nossa? Sua puta!
Ele começou cada vez mais a aproximar-se de nós e o meu coração parecia parar a cada passo que ele dava.
Do bolso de trás das calças de ganga que ele tinha vestido, tirou uma faca enorme e pontiaguda.
Ele, encostou a sua boca ao ouvido da minha mãe e disse:
- Adeus, vadia!
Nesse momento a única coisa que vi foi a minha mãe escorregar pela parede e uma marca gigante de sangue ficar marcada nesta mesma.
Comecei a ver tudo branco até que os meus gritos invadiram o apartamento completo.
Pov. Khloe
Os gritos constantes de Caitlin entravam pelos meus ouvidos deixando-me com medo e sem saber o que fazer.
Estou a tremer de medo e sinto as minhas lagrimas quentes a escorrer pelo meu rosto gélido.
De repente, os gritos dela pararam de se ouvir, aliás, nada naquele apartamento se ouvia mais, nem sequer um movimento.
O medo estava instalado em mim, mas eu tinha de ganhar coragem e foi isso mesmo que eu fiz.
Respirei fundo e levantei-me da cama indo, primeiro de tudo, à cozinha buscar qualquer coisa para me conseguir defender caso fosse preciso.
O Jack é a pessoa mais perigosa que eu conheço.
Comecei a dar passos pequenos em pés de algodão para que os meus movimentos naquele chão de madeira não se ouvissem.
A cozinha, essa era exatamente em frente ao quarto dos meus pais.
Nesse momento, a porta do quarto deles estava completamente fechada, então eu entrei na cozinha e peguei na primeira coisa que vi.
- Quem está ai? – Ouvi a voz de Jack a quebrar o silêncio.
Ele dirigia-se à cozinha. Encostei-me ao balcão tentando-me esconder para que quando ele entrasse na cozinha não me visse diretamente. Jack, continuou a andar sempre em frente, passando-me despercebida. Agarrei na frigideira que tinha nas mãos e atirei-lhe na cabeça com toda a força, enquanto ele estava de costas.
Jack caiu, aparentemente, inconsciente no chão. Aproveitei esse lance para ir ao quarto. Estava com medo do que poderia ver. Entrei olhado para o chão e comecei a olhar devagar para o que estava à minha frente.
A única coisa que via era sangue e mais sangue. Até que vi também os corpos de Caitlin e Miriam deitados no chão.
- Caitlin acorda ! – Gritei agarrando-a e movendo-a tentando que ela acordasse. – Por favor, não me deixes sozinha.
Mais uma vez o meu rosto era invadido por lagrimas.
- Mãe ! – Agarrei-a também, mas nenhuma das duas acordava.
Eu só queria e precisava de uma única resposta.
Ouvi movimentos vindos da cozinha, talvez Jack tivesse acordado. Levantei os meus joelhos também eles agora cheios de sangue e as minhas mãos repletas do mesmo e comecei a fugir daquele lugar, mesmo do modo em que estava, apenas com uns chinelos de quarto e um pijama constituído por uma camisola de manga cabeada e uns calções.
Saí a correr daquele prédio chegando aquelas ruas vazias.
Atravessei para o passeio do lado direito, não ligando ao que se passava fora dos meus pensamentos.
Dei por mim com um carro a milímetros da minha perna.
- Você está bem menina? – Uma senhora saiu do carro.
- Estou, desculpe, peço mil desculpas.
Mais uma vez corri assustada, e logo a seguir ouvi:
. Menina? – Olhei para trás.
- Venha cá, você não está bem.
Fiquei quieta no meu lugar, sem saber o que fazer até que a senhora veio ter comigo. Trazia uma manta nas mãos e pôs-me esta, pelas costas.
- O que se passa? Porque estás cheia de sangue? – Perguntou ela.
- O meu pai… - Chorava eu. – Eu não consigo estar aqui.
Mesmo sem conhecer a senhora, agarrei-me a ela chorando.
- Tem calma, anda comigo.
Ela levou-me até ao carro dela, e sentou-me ao seu lado, no banco do lado direito do condutor.
- Bebe agua. Acalma-te.
Ela pegou numa garrafa que tinha no banco de trás e deu-me.
- Obrigada. – Tremia eu.
- Agora conta-me… o que se passa ?
Tremi ainda mais ao relembrar-me da situação para lhe puder contar.
- O meu pai… - Disse finalmente. – Ele matou… a minha mãe… e a minha irmã. – Gaguejei.
- O que? – Ela ficou tão incrédula quanto o que eu pensava.
A senhora engoliu em seco e continuou.
- Vais comigo até minha casa, pelo menos o resto desta noite e o dia de amanha. Mais tarde veremos o que se vai passar. Vais estar segura comigo.
Autor(a): i_am_belieber06
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
A viagem era curta, demoramos no máximo dez minutos, até a senhora dizer que tínhamos chegado. - Os quartos de hóspedes não estão prontos, mas ficas no quarto do meu filho, ele não se vai importar. – Sorriu. – E a propósito, chamo-me Pattie. - Eu não vos quero incomodar. E eu chamo-me Khloe. - Cl ...
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