Fanfic: Dispa-se Para Mim (FINALIZADA) | Tema: AyA

CAPÍTULO 01

Eu era avaliada pela Dr. Lesley a cerca de oito meses, ela sabia mais sobre mim do que
qualquer outro na terra, e não gostei disso. Ela sabia o que me mantinha acordada durante a
noite, e o que tive de afastar do mundo. Era seu conhecimento sobre mim que iria ajudar na
cura, e só por isso, tentei manter meu ressentimento para mim. Há aqueles que dizem que a
terapia é uma experiência de alivio. E sempre me deixou amarrada e fora da felicidade.
— Você está mais perto de seu objetivo.
Assenti, recolhi uma perna sob meu corpo e tentei encontrar um ponto na parede bege atrás
de sua cabeça no qual concentrar.
— Sim, perto.
— E os pesadelos?
— Nenhum desde março — Suspirei e, por fim, procurei o olhar de Lesley. — OK, tudo bem,
tive alguns — Franzi o cenho e neguei com a cabeça. — Deveria ter procurado um terapeuta
masculino.
— Acha mais fácil mentir para um homem?
Eu ri. — E qual mulher não gosta? Vamos lá, quantas vezes você já disse a um homem que o
tamanho não importa?
Lesley apertou os lábios um momento e depois balançou a cabeça, com seus cachos castanhos
saltando ao redor enquanto o fazia.
— Tudo bem. Nós estamos desviando do tema.
— Você começou. — Cruzei os braços sobre os seios. — Eu ainda não durmo de noite, e a
única razão pela qual não verifico as portas e janelas é porque me obrigo a não fazê-lo. Assim,
quando não posso dormir, deito-me e preocupo em não levantar para verificar as janelas e
portas.
— Ele não está em Boston.
— Não, não está aqui. — Olhei a sala a meu redor, notando o elegante mobiliário de couro
antes de aninhar-me na poltrona reclinável no qual estava. O couro deveria ter feito que a sala
parecesse mais profissional, embora resultasse relaxante e cômoda. Era estranho. Nunca teria
imaginado que poderia me sentir confortável na consulta de um terapeuta.
— Como está sua vida sexual? — Com essa pergunta pôs o dedo diretamente na ferida. Mas
suponho que merecia isso.
— Ausência de pênis, pequenos ou grandes — Olhei minhas mãos, encolhendo os ombros. —
Não encontro nenhum homem que pareça sexualmente interessante.
— Quer dizer que não encontra nenhum homem a quem possa dominar na cama, assim nem o
tenta.
Encolhi os ombros e quase ri ao imaginar usando uma roupa negra de couro, com um chicote
na mão.
— Bem, essa imagem tem seu atrativo.
— Não seja frívola, Anahí.
Levantei o olhar e encontrei com o seu. Seu rosto estava tão sério como sua voz.
— Ok, os homens fracos não me excitam. E os fortes... — Contive o fôlego.
— Assustam-lhe.
— Não, já lhe contei isso antes, eu não tenho medo dos homens ou de sexo. Temo Jeff King,
assusta-me de um modo que eu nunca pensei que era capaz.
— Como te faz sentir esse medo?
Levantei e afastei da poltrona reclinável.
— Por que não tem um divã?
Lesley riu. Sua risada era forte e sonora, e reconfortante. — É um pouco antiquado. Eu prefiro
a poltrona reclinável.