Fanfic: Dispa-se Para Mim (FINALIZADA) | Tema: AyA

Traguei saliva e tentei ignorar o modo no qual seu olhar deslizava sobre meu corpo.
Sua pele tinha a cor morena e sensual, desejava lambê-la. Arrependi de ter esse
pensamento, e aproximei da plataforma, onde olhei a grande parte de pedra que descansava
junto a ela.
— Geralmente não usa alabastro?
— Poucas modelos que posaram para mim encaixam nesse meio. — Admitiu Alfonso enquanto
fechava a porta, nos encerrando no interior.
— Entendo.
Assinalou um biombo que havia em uma esquina.
— Encontrará uma bata atrás do biombo. Ponha somente essa bata.
Assenti e caminhei para o biombo. Somente essa bata.
A bata era de seda azul escuro e cheirava amaciante de roupa. Tirei a roupa com mãos
trementes e coloquei a bata. A seda estava fria e caiu sobre mim brandamente. Fiz um duplo
nó no cinturão (meu nó de um segundo), e finalmente aventurei sair do amparo do biombo.
Vi que agora havia uma almofada de algodão sobre a plataforma. Era suficientemente grande
para poder estender sobre ela.
Alfonso me olhou, e seu olhar moveu desde meus pés até em cima, até que encontrou meu
rosto. Sua boca curvou em um pequeno sorriso.
— Desfruta pondo nervosas às mulheres? — Perguntei.
Levantou uma sobrancelha. — Ficou nervosa?
Olhando-o, caminhei até a plataforma, jogando faíscas. Alfonso sabia exatamente o que estava
fazendo comigo.
— Como você gostaria que pusesse?
— Eu gostaria que tombasse de barriga para cima e gritasse meu nome, mas por agora
trabalharemos na posição para a peça.
De barriga para cima, gritando seu nome. Traguei saliva e dava um passo atrás. Era a primeira
vez que Alfonso expressava seu interesse sexual em mim e, devido ao interesse que eu
começava a sentir por ele nesse aspecto, sua afirmação me surpreendeu. A chocante admissão
verbal de nossa obviamente mútua atração despojou do nervosismo anterior, e introduziu
uma nova tensão. Aquele homem já não era somente um homem que queria que posasse nua
para ele.
Alfonso Herrera, agora, era um homem que queria me despir com propósitos sexuais.
Propósitos que eu desfrutaria, sob outras circunstâncias. Mas não naquela situação, eu não
tinha o controle.
Brinquei com o cinturão da bata, com dedos trementes. O duplo nó não era suficiente. — Não
posso.
Levantei o olhar e olhei seu rosto.
Estava observando, confuso. — Tem medo?
A pergunta feita com tanta doçura era como uma faca sobre minha pele. É difícil compreender
como é possível que as palavras possam te transpassar tão profundamente e tão rápido. Não
tinha medo, ao menos não fisicamente. Entretanto, emocionalmente, ele representava um
mundo de sensualidade e prazer negado durante muito tempo.
Alfonso Herrera era tudo o que desejei em um homem: forte, inteligente, arrogante, talentoso
e tremendamente atraente. Sua elegância física me deixava nervosa. Aquele era um homem
que conhecia seu próprio corpo e que, além disso, sabia exatamente como usá-lo para seu
próprio benefício. Resultaria ser aquela elegância e sua aparente atenção aos detalhes mais do
que eu poderia suportar? Quer dizer, se conseguisse encontrar a coragem para seduzi-lo.

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