Fanfic: Dispa-se Para Mim (FINALIZADA) | Tema: AyA

— Eu gosto.
Olhei Cecilia Marks, a antiga senhora Brooks. Era mecenas de arte, e uma perita em questões
sociais. Fazia que minha mudança a Boston resultasse mais fácil, e lhe devia muito. Sua
aprovação significava muito para a diretoria e para mim mesma.
— Sim. Eu também gosto. Pode começar a contatar com as escolas para começar a dialogar
com os professores de arte. — Disse James.
*
Milton seguiu até meu escritório, e bateu a porta.
— Se por acaso não se deu conta, eu sigo sendo o diretor desta galeria.
Esfreguei minha testa e me sentei.
— A decisão já foi tomada, Milton. Não há nada mais que discutir.
— Vou fazer com que se arrependa de ter vindo para Boston, Puente.
Eu já me arrependia de havê-lo conhecido, mas suponho que não era a isso que referia. Saiu
de meu escritório furioso.
— Bem?
— Eles disseram que sim.
— Fantástico. — Jane sorriu e sentou em uma das cadeiras para convidados. — Me alegro
muitíssimo.
— Quando Milton se for, vou assegurar de que consiga todo o crédito pela idéia. Odeio ter
escondido hoje. — A última coisa que queria era levar o mérito por sua idéia.
Jane sorriu, e depois olhou a área de trabalho.
— Se Milton se inteirasse de que eu tenho algo a que ver com esta idéia, faria com que minha
vida fosse um inferno. Sendo assim, obrigada.
Assenti, perguntei como sentiria Jane em agosto, quando a recomendasse para meu posto. Ela
merecia, mas não ia dizer até que a diretoria o aprovasse. Olhei meu relógio com o cenho
franzido. Só ficavam duas horas antes de colocar outra vez entre as garras do Alfonso Herrera.
Ficamos em silêncio um momento, perdidas em nossos próprios sentimentos, e depois Jane
suspirou.
— Deveria deitar com ele.
Surpreendida, olhei-a.
— Pelo amor de Deus.
Jane sorriu de orelha a orelha.
— Sei que não vai acreditar, mas um pênis bem colocado seria um modo perfeito de sanar
todos seus maus.
— Eu não tenho maus.
— Seja como for. — Jane calou, e logo levantou. — Se inteirar de algo sobre os planos do
senhor Storey, contar-lhe-ei isso.
Um pênis bem colocado, sim. Repeti a frase em minha cabeça, e assenti em silêncio. Apertei as
coxas e tentei ignorar a sensação de vazio de meu ventre. Não sabia por que Alfonso fazia me
sentir vazia, mas tinha a impressão de que ele mesmo poderia encher à perfeição.
O telefone tirou do que se converteu em um sonho obsceno. Agarrei e joguei para trás na
cadeira enquanto aproximava o auricular a minha orelha.
— Anahí Puente.
— Boa tarde, Anahí. — Sua voz era suficiente para converter meu estômago em mingau.
Dei as costas à área de trabalho.
— Senhor Herrera.
Ele riu.
— Você gosta de comida chinesa?
— Eu gosto. — Enrolei meu dedo ao redor do cabo do telefone, e olhei pela janela.
— Bem, então jantaremos isso.
— Por que não me deixa fora disto, e encontra outra mulher que esteja disposta a posar? —
Mordi o lábio, porque de repente tinha descoberto que não queria deixar de posar para ele.
Era um estado estranho, sentia-me excitada, e receosa de uma vez.
Alfonso ficou em silêncio um momento.
— Se permitisse que deixasse de posar para mim te estaria fazendo um desserviço. Não está
cansada de viver pela metade?
Fechei os olhos e mordi o lábio. Estava mostrando a ceva, esperando que eu picasse e
descobrisse. Finalmente, respondi:
— Vejo você as seis.
— Estarei esperando.

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