Fanfic: Dispa-se Para Mim (FINALIZADA) | Tema: AyA

Despedi do Jerry na porta e fechei os olhos com força. Aquele homem pensava de verdade que
ia convidá-lo para entrar. O jantar tinha sido digno e muito aborrecido. Não sei por que tinha
pensado que algo assim traduziria em sexo no primeiro encontro.
De fato, enquanto girava e trancava a fechadura da porta, tentei recordar a última vez que
terminei na cama com um homem no primeiro encontro. Certamente na universidade, quando
o sexo estava sempre em minha mente. O sexo sempre foi algo básico na minha vida. Ao
menos, até que fui atacada.
Isso recordou que tinha trabalho que fazer para minha terapeuta. Desgostosa, olhei meu
relógio e suspirei ao descobrir que ainda não eram nove. Se isso não era um sinal de que o
encontro tinha sido mau, já me contará o que era.
Caminhei até minha secretária eletrônica e encontrei a luz de mensagem nova piscando.
Ignorá-lo era tentador, mas covardia. Não podia suportar me sentir covarde. Apertei o botão
de "reproduzir" com um golpe de dedo, e olhei fixamente a máquina.
— Ei, espero que seu encontro não tenha sido o festival dos bocejos. — Suspirou Jane. — Sabe
que odeio falar de tal coisa. De todos os modos, me chame amanhã quando voltar do estúdio
do Herrera, e espero alguns detalhes sérios.
Ri e apertei o botão de "apagar", e então esperei a seguinte mensagem. Tinham desligado,
assim o apaguei. Ter que trocar de número foi uma droga. Odiava ter que voltar a fazê-lo, e
esta vez teria que trocar o número de meu celular também.
Já no meu quarto, sentei-me à mesa e abri meu correio eletrônico. Possivelmente enviar por
correio meus deveres seria mais singelo que discuti-lo na consulta. Abri uma nova mensagem
de correio eletrônico, verti nele meus pensamentos rapidamente, e apertei "enviar". Aquilo
tinha sido uma covardia, e fiquei ali sentada um par de minutos, tentando decidir qual seria a
resposta da Lesley. Não teria sessão com ela até terça-feira, assim imaginava que, até então,
não tinha do que me preocupar.
Levantei e fui ao armário para procurar algo mais confortável para colocar. Coloquei uma
camiseta e o telefone começou a soar. Agarrei um par de calças de moletom, e levantei o
telefone próximo da minha cama.
— Olá.
— Ei.
Franzi o cenho e sentei na cama.
— Lisa.
— Está zangada por causa da pistola de pintura?
Ri baixinho.
— Não. Esperava algo assim.
Lisa suspirou, e então ouvi como continha a respiração.
— Vai parecer-te uma loucura.
— Aprendi a esperar algo assim de você.
— Necessito que venha aqui.
Franzi o cenho. Até onde eu podia recordar Lisa nunca convidou a sua casa. De fato,
normalmente tinha que pressioná-la várias vezes para conseguir uma entrevista, uma tarefa
que tinha chegado a resultar divertida.
— Está bem?
— Não, não estou.
— Estarei ai assim que puder. — Agarrei o telefone com força. — Levo algo?
— Não. — Sussurrou.