Fanfic: Dispa-se Para Mim (FINALIZADA) | Tema: AyA

— Então, telefonou.
— Sim, telefonou. Hoje.
— Por que hoje?
— Nos papéis do divorcio só apresentei uma data de agressão.
— Hoje.
— Sim.
— Por quê?
— Porque é o dia no qual rompeu nosso matrimônio. Demorei cinco anos em me dar conta.
Plantei diante daquele juiz, e contei que tinha sido uma parva e uma idiota. Nem sequer queria
uma pensão compensatória, mas o juiz entendeu algo que eu não compreendia.
— O que?
— Greg fez com que minha vida fosse um inferno. Aquele juiz sabia que me divorciar dele não
sanaria todas as minhas feridas. Quando comprei esta casa, passei seis meses aqui. Sem sair.
Fazia que me entregassem a comida, e tinha um sistema de segurança instalado. — Esvaziou
seu copo e agarrou a garrafa. — Sabe o que são os alarmes de proximidade? Se um carro
entrar em meu caminho, sei.
— Já foi à terapia?
Lisa se tornou para trás.
— Uma psicóloga vinha aqui. No último dia me disse que estava perdendo tempo comigo.
Depois disse que a chamasse quando estivesse preparada para seguir adiante sem o bastardo.
— Pensava que ainda seguia apaixonada por ele?
— Sim, não serviu de nada que lhe contasse que planejava seu assassinato todas as manhãs,
enquanto tomava banho.
Agarrei a garrafa quando ela ia agarrá-la, e a apartei. — Acredito que já bebeu o suficiente.
— Geralmente necessito a garrafa inteira.
— Bem, vamos fingir que já tomamos. — Agarrei seu copo e levantei. — Comeu algo hoje?
— Claro. Suponho, provavelmente. — Se encolheu de ombros e olhou a garrafa.
Voltei para a mesa e a agarrei.
— Esse homem te converteu em uma ermitã agressiva e sempre alerta. Não deixe que te
converta também em uma alcoólatra.
— Não sou agressiva.
— Disparou em uma de minhas assessoras com uma pistola de pintura. Claro, disparou-me
com uma pistola de pintura.
— A ambas adverti antes. — Cruzou os braços sobre seu peito e olhou a mesa frente a ela. —
Tomei no café da manhã um café e uma torrada.
Tinha imaginado isso. Fui até a despensa junto à cozinha e agarrei uma barra de pão.
— Far-te-ei um sanduíche.
— Esta noite não estava com o Poncho.
— Não. — Aproximei do frigorífico. — Tinha um encontro.
— Oh, sim, com o idiota do mês.
— Assim é. Tanto você como Jane estão castigadas, e estão proibidas de falar entre vocês.
Lisa riu e esfregou a cara.
— É uma boa garota, tem muita sorte de tê-la na galeria.
— Sei. — Agarrei queijo e frios e o levei tudo à mesa.
— Estupraram-lhe.
Detive e limpei a garganta. — Sim.
— Resistiu?
— Não tanto quanto sempre tinha pensado que o faria. Antes daquela noite, haveria dito a
todos, que um homem teria que me matar antes de poder me violar. Mas estava tão
devastada que logo nem podia pensar, e muito menos lutar.
— Não era um estranho.
— Não.
— Bastardo.
— Sim. — Assenti.