Fanfic: Dispa-se Para Mim (FINALIZADA) | Tema: AyA

Poncho se deteve um momento e assentiu enquanto voltava para o trabalho.
— Me diga, desfruta tendo uma mulher em sua cama, tanto como a um homem?
— Nunca estive com uma mulher. — Entretanto, esse pensamento tinha cruzado minha mente
uma vez ou duas. Não acreditava que pudesse me deitar com uma mulher, mas havia algo
naquele tabu que achava interessante.
— Mas gostaria de fazer.
Ruborizei e baixei o olhar até o chão.
— Eu não disse isso.
Quando o olhei de novo, estava concentrado mais uma vez na área, trabalhando com um
magro cinzel.
— Alguma vez esteve com outro homem? — Perguntei.
— Não. — Agarrou uma parte de tecido do chão, e o usou para limpar o pó e as partículas de
sua área de trabalho. — Tenho um amigo que transaria com algo que se mantivesse quieto
tempo o suficiente, mas eu prefiro às mulheres.
— Algo?
Encolheu os ombros.
— Ainda não o vi fazer uma exceção.
— Conheci a muitos homens héteros que não se sentiriam cômodos com um amigo bissexual.
— Derek não é bissexual. É trisexual.
— Trisexual?
Poncho riu.
— Tenta provar tudo. Quanto a sua atração pelos homens, não me incomoda. Sabe que não
tem nada que fazer comigo. — Franziu o cenho, olhando o trabalho que tinha realizado, e
minhas mãos. — Tem mãos muito bonitas.
— Obrigada. — Eram as mãos de minha avó. Tinha-me dado conta um par de anos antes,
quando comprei um diamante bastante impressionante para meu aniversário. Aquele anel
ainda era um de meus favoritos.
— O que prefere quanto ao sexo?
Tomei fôlego profundamente.
— Por que insiste em fazer perguntas tão pessoais?
— Está em minha poltrona favorita, nua.
Bem, estava nua. Tinha estado perguntando por que estava usando aquela poltrona. Agora já
sabia. Saber que estava nua em sua poltrona favorita era estranho, e íntimo, tão íntimo como
o momento no qual deslizou seus dedos em meu interior. Apertei as coxas brevemente
quando aquela lembrança percorreu meu corpo.
O que teria de mau responder as perguntas?
— Eu gosto de estar perto de alguém. É fantástico acariciar, e ser acariciada. Há algo muito
formoso nesses primeiros momentos de descobrimento.
— Mesmo assim, sua cama está vazia.
Uma vez mais, encontrei-me olhando ao chão que se estendia entre nós. Não podia dizer nada
sem revelar o que tinha passado em Nova Iorque, e isso não era algo que falasse
despreocupadamente. Sentei um pouco mais ereta e não disse nada. Não morderia a isca e
daria informação sobre meu passado.

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