Fanfic: Dispa-se Para Mim (FINALIZADA) | Tema: AyA

— É injusto que sua excitação não seja mais evidente.
Apertei os punhos e obriguei a relaxar as mãos, sabia que estava empapada. Quão único tinha
que fazer era estender as pernas. Os úmidos cachos que cobriam meu sexo seriam óbvios
então. Meus mamilos se ergueram contra minhas coxas enquanto pensava o que devia fazer.
Lentamente, baixei as pernas, deixando que deslizassem até o chão. Inalei e olhei ao Poncho.
Podia sentir meus mamilos, endurecendo-se mais. Começavam a doer.
Seu olhar era duro, tenso. Podia sentir a tensão crescendo entre nós. Estendi as pernas um
pouco mais, e mordi o lábio quando seu olhar automaticamente caiu até meu sexo. Tinha as
coxas úmidas, assim sabia que não podia entender mal a uma resposta física. Queria que me
levantasse da poltrona, e atirasse ao chão e transasse comigo como um animal. Mas ainda não
estava preparada para pedir-lhe.
Vi como Poncho umedecia o lábio inferior, e minhas coxas esticaram, em resposta. Somente
tinha que pedi-lo. Se o pedia, ele se aproximaria e deslizaria sua língua sobre mim e me
comeria. Sabia, e o queria.
— Poderia deixar louco qualquer homem. — Retrocedeu um passo, afastando-se de mim e do
espaço que me tinha proporcionado em sua poltrona favorita. — Poderia levá-lo a uma
loucura de paredes acolchoadas, e camisas de força.
Inclinei para diante e coloquei meus pés totalmente sobre o chão.
— Deseja-me.
— É obvio.
Passei as mãos pelas coxas.
— Mas?
— Mas eu não me aproveito das mulheres.
— Acredita que estaria se aproveitando de mim?
— Não está aqui por vontade própria. Está nua em meu estúdio, porque eu lhe estendi uma
armadilha. Assim sendo, estaria me aproveitando de você. — Observei como tragava saliva e
fechava os olhos um momento. — Não quero ser esse tipo de homem.
— Compreendo.
Ofereceu-me a mão e a aceitei sem pensar. Em pé frente a ele, limpei a garganta.
— Poncho?
— Sim, Anahí?
— Certamente deveria me vestir, passei ao seu lado, resistindo a necessidade de me roçar
contra ele, e fui até o biombo.
Com mãos pouco firmes, agarrei o vestido para vesti-lo. Quando o abotoei, saí do biombo para
ir procurar meus sapatos. Alfonso estava sentado na poltrona vermelha, me observando.
— Por que me beijou o outro dia?
Não respondeu imediatamente. Depois do que pareceu muito tempo, olhou-me.
— Não pude evitá-lo. Acredito que tenho pouco controle sobre meus impulsos no que se
refere a você. Naquele momento não pareceu te importar. Incomodei-te?
— Não. — Agarrei minha bolsa e procurei as chaves em seu interior. — Somente me
surpreendeu.
— É uma linda mulher, Anahí. Não deveria te surpreender que os homens lhe achem atraente.
Ruborizei. Como demônios poderia ruborizar quando acabava de abrir as pernas para aquele
homem?
— Deu-me a impressão de que não saía com mulheres do meu tipo.
Riu e se recostou na poltrona.
— Eu gosto muitíssimo das mulheres, sem importar seu fisíco
— Nem sempre age como se fosse atraído por mim.
— Normalmente não me deito com minhas modelos.
— Já me disse isso antes. — Olhei-o, e vi a frustração e confusão em seu rosto. Surpreendeu-me.
Não tinha parecido um homem que pudesse mostrar seus pensamentos facilmente.
— Não posso pensar em ti sexualmente enquanto trabalho. Não posso fazer nada.
— Você me questionou sobre minha vida sexual.
— Isso era para te incomodar.
Sua afirmação caiu entre nós, e o silêncio se estendeu tenso.
— Por quê?
— Quero captar o que vejo em você quando ninguém mais está olhando — Murmurou.
— E o que é?
— Não está confortável em sua própria pele.
Avermelhei de raiva.
— Isso não é verdade.
— Anahí, vai me contar por que deixou Nova Iorque?
Meu estômago esticou de novo. Pensar em lhe revelar um horrível passado quase adoecia.
Aquele homem tinha me beijado somente porque não pôde evitá-lo não merecia conhecer
meu pesadelo. Estiquei os ombros e olhei para as escadas que eram minha rota de
escapamento.
— Já lhe disse isso.
— Contou-me uma meia verdade. — Estendeu a mão para me tocar. Seus dedos posaram
quentes e suaves sobre minha bochecha, e viajaram com um lento movimento até meus
lábios. — Posso ver seu medo.
Retrocedi, zangada pela invasão. Em meu interior sabia que minha raiva era irracional, mas
não podia evitá-lo.
— Estou indo.
— Vejo você na segunda-feira.
Assenti. Nas escadas, pronunciou meu nome. Girei para olhá-lo.
— Sim, Poncho?
— Por que me devolveu o beijo?
Sorri.
— Não pude evitá-lo.