Fanfic: Dispa-se Para Mim (FINALIZADA) | Tema: AyA

Estacionei perto da galeria de Poncho, confundida e furiosa pela decisão de ir vê-lo tivesse
surgido de um modo tão natural. Sentia-me idiota. Tinha metido na vida e na cama de um
homem sem parar para pensar um instante em minha segurança emocional.
No fundo, sabia que ele nunca machucaria fisicamente. Era como se tivesse desenvolvido um
sexto sentido sobre os homens desde que tinha sido atacada. Tinha conhecido a dois de tipos
que tinham me feito desconfiar, e havia posto nervosa do momento no qual os conheci.
Alfonso Herrera, artista e transa do século, não fazia que tivesse vontade de sair correndo.
Saí do carro, zangada comigo mesma por me colocar em uma relação estando emocional e
fisicamente tão necessitada. Não precisava ser um gênio para saber que não queria que Poncho
fosse o dependente. Necessitava dele forte e resistente. Tinha que saber que ele estava ali,
cheio de vida e paixão. Preparado e disposto a me encher com sua força e, é obvio, com seu
pênis.
Entrei na galeria, fechei, tirei a chave da fechadura e apressei escada acima. Detive-me no
penúltimo degrau, aturdida e furiosa. Havia uma mulher impressionante alta e magra como as
modelos de passarela. Parecia que tinha a escura pele azeitada, perguntei se tinha passado
azeite nela. Subi o último degrau e respirei profundamente para me acalmar. Teria que
acostumar ao fato de que Poncho trabalhasse com mulheres nuas. O alabastro estava coberto,
e agora estava trabalhando em um projeto em bronze. — Que eu somente tinha visto uma vez.
O resto de vezes que tinha estado ali, tinha-o tido coberto.
A mulher não me olhou, embora eu soubesse que era consciente de minha presença. Esticouse,
mas manteve sua pose. Eu jamais aceitaria posar em uma postura assim. Estava ajoelhada
sobre a plataforma, com os braços sobre a cabeça e as costas arqueadas. Parecia
desconfortável. Caminhei para as escadas que guiavam ao apartamento de Poncho e escutei
uma audível inalação. Olhei sobre meu ombro e levantei uma sobrancelha antes de seguir
subindo as escadas.
Quando encontrei uma garrafa de vinho, um saca-rolha e uma taça, Poncho estava subindo as
escadas. Servi-me uma generosa porção e levei a garrafa comigo enquanto dirigia aos sofás
que estavam colocados junto à televisão. Admito-o, não tenho nem idéia de por que os
homens insistem em ter televisões tão grandes. Entretanto, sua tela plana era fascinante. Eu
nunca tinha visto uma televisão de tela plana, exceto nas lojas.
Seguiu-me até o sofá com uma taça vazia e se sentou junto a mim enquanto agarrava a
garrafa.
— Você me custou uma modelo.
— Desculpa? — Levantei uma sobrancelha.
Suspirou e tomou um comprido gole de vinho.
— Aparentemente, a garota tinha algumas ambições pessoais das quais eu não era consciente.
— Oh, pobre artista. Deve ser horrível que as jovens nuas se lancem ao seu pescoço
constantemente.
Poncho me olhou um momento e depois começou a rir.
— Bem, suponho que é estranho que um homem se queixe disso.
— É — Assinalei a televisão. — Liga essa coisa, e quero o controle remoto.
– Suponho que esta noite não vais despir-se para mim.
— Oh, posso me despir, mas hoje não vou sentar na poltrona. — Agarrei o controle remoto
depois de Poncho ligar a televisão, e joguei uma olhada aos botões. Comecei a mudar de canal.
O melhor de mudar de canal é ser você quem muda. O mudar é toda uma arte, uma arte
perdida na maioria dos homens, que raramente se detêm em algo que não seja uma mulher
nua ou um evento esportivo. Além disso, sendo quem muda a rápida mudança de imagem não
é irritante. A pessoa que tem o controle o desfruta.
— Se não encontrar logo algo, vou chamar a minha companhia de cabo e te denunciar por
mau trato.
— Adiante. — Dava outro sorvo ao vinho. — Se não gostarem, que se fodam.
— Nunca pensei que diria isto, mas está muito sexy quando está zangada.
— Estou muito mais que zangada.
— Sou um homem muito afortunado. — Tomou um gole comprido de vinho, e suspirou
quando detive em um canal no qual estavam emitindo um documentário.

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