Fanfic: Dispa-se Para Mim (FINALIZADA) | Tema: AyA

Abri a porta de meu apartamento com o quadril e deixei duas sacolas de comida sobre a mesa
obscenamente cara comprada para a entrada. Fechei a porta e a assegurei com um giro do
pulso. Estava preparada para passar algum tempo a sós. Tinha passado uma hora com o
Alfonso enquanto trabalhava e depois, de um comprido beijo, tinha-me enviado a casa.
Era irritante que me conhecesse o suficientemente bem para saber que necessitava espaço.
Sentia que apenas o conhecia. Levei a comida à cozinha e comecei a guardá-la, o que, é obvio,
significava que os perecíveis foram a geladeira e, o resto, ficava sobre o balcão.
Servi uma generosa taça de vinho, fui a sala e apertei o botão de minha secretária eletrônica.
Duas chamadas perdidas: uma chamada automática de uma empresa de pesquisa telefônicas,
e depois silêncio. Olhei a secretária eletrônica e sobressaltei quando a voz do Jeff King encheu
minha casa.
— Sempre se interpõe em meu caminho, Anahí. Primeiro no museu, rebolando por lá e
paquerando com qualquer um que pudesse te levar mais longe na vida. Ali subiu a escada do
poder transando, e está fazendo o mesmo na Holman. Vi como te olhava Brooks. Sei o que é, e
o longe que chegará para conseguir o que não te merece.
Desgostosa por sua agressão verbal, apaguei a mensagem da secretária eletrônica. Fui até a
porta, fechei as quatro fechaduras e coloquei a corrente. De novo na sala, sentei no sofá. Tinha
esvaziado meio copo de vinho quando o telefone soou. Não ia ser covarde, assim o agarrei.
— Alô.
— Olá. Arrependi de deixá-la ir sozinha pra casa.
Suspirei e levantei.
— Alfonso. — Aproximei da janela, joguei uma olhada na noite, e soube que não queria passar
sozinha. — Por que não vem e passa a noite em minha cama?
— Isso parece genial. Estarei ai em uns trinta minutos.
Depois de desligar, fui à cozinha e guardei o resto da comida. Permiti pensar em Jeff, e na
situação que se desenvolveu durante o dia. Não podia imaginar nada pior embora o tivesse
tentado. Além daquele drama todo, senti como se tivesse caído em estranho e distorcido
universo onde todo o bem e mau ocorria de uma vez.
Tinha, de novo, um homem em minha vida, um homem atraente e pormenorizado que me
olhava como se fosse especial. Ser especial para ele significava muito para mim, odiava que
meu passado intrometesse entre nós, levantei o telefone e marquei o número da Lisa
Millhouse. Tinha querido chamá-la antes, mas tinha esquecido.
— Olá, o que há? Esperava que telefonasse antes.
Apoiei no balcão e deixei minha taça.
— Por onde começo?
— Essa mulher queria que fizesse uma maldita entrevista para a televisão! Tinha convidado
uma equipe a minha casa!
Suspirei.
— Disparou a todos com a pistola de pintura?
Lisa riu.
— Não, não queria que me gravassem com esse tipo de comportamento. Quão único fiz foi
chamar à polícia e denunciá-los por invasão — Ficou em silêncio um minuto, e depois
perguntou em voz baixa. — O que acontece, Anahí?
— Embora pense que vou pelo bom caminho, que encontrei uma boa rajada, sempre algo
estraga.
— Poderia me pôr frívola e te dizer que a vida é assim. — Se deteve e suspirou. — Mas isso
não faria sentir melhor. Diz-se que um bom pênis pode curar algo.
Soprei.
— Esteve falando com Jane.
— É uma boa conselheira. — Lisa riu. — Entretanto, a pobre garota nem sequer tem um
vibrador. Não posso acreditar que a deixe continuar pela vida sem um.
— Insiste que não precisa de um.
— Sim, e eu não necessito oxigênio. — Respondeu Lisa.
Fechei os olhos e assenti.
— Obrigada.
— Estou segura de que algum dia me devolverá o favor. Quando estiver pronta para contar
mais sobre o que passou, estarei disponível.
— Sei. Poncho vem aqui.
— Bom para você. — Lisa bocejou. — Transe muito por mim.
Ri e perguntei por que não me incomodava que tivesse tido uma relação com ele.
— Poderia fazê-lo. Quer que peça que me chame por seu nome?
Lisa soltou uma gargalhada.
— Que mulher louca é você, Anahí. Mas não acredito que Poncho estivesse disposto. Se divirta.
Dei-lhe boa noite e desliguei o telefone. Deixei-o sobre o balcão e agarrei minha taça de vinho
enquanto a campainha da porta soava.