Fanfic: Dispa-se Para Mim (FINALIZADA) | Tema: AyA

Aproximei dela, concentrada no Alfonso e nos quentes
e maravilhosos sentimentos que provocava em mim. Enquanto abria os ferrolhos, olhei pelo
olho mágico e separei da porta. Traguei saliva e deixei minha taça cuidadosamente sobre a
mesa. Só ficava posta a corrente.
Aquela brilhante e dourada corrente era a única que interpunha entre o Jeff King e eu. Com
mãos trementes, aproximei da porta. Meus dedos roçaram o primeiro ferrolho enquanto a
porta se abria bruscamente e golpeava a corrente. Gritei antes de poder evitá-lo, e corri para a
cozinha para meu telefone.
Passei do telefone em um momento de loucura que somente posso descrever como
desesperado e estúpido. Escutei que a cadeira cedia enquanto abria o armário do quarto e
tirava um taco de beisebol. O taco de beisebol de aço fazia sentir mais segura, embora
desejasse ter tido a coragem de comprar uma arma. Girando para a porta, esperei até que Jeff
entrasse no dormitório.
Aproximou da porta da habitação e sua mão moveu pela parede, procurando o interruptor da
luz. A luz se acendeu, e ali estava. O medo e o ódio fizeram sentir pequena, e a ferida ferveu
em meu interior enquanto ele só ficava ali em pé, me olhando.
— Temos que conversar.
— Não.
Olhou brevemente o taco de beisebol, e um sorriso cruzou um instante seus lábios.
— Acha que se mudar para cá era uma via de escape? Sempre soube onde estava. Não tem
que seguir fingindo. Não há necessidade de indignar-se quando ambos sabemos que você
gostou.
Traguei a bílis e agarrei o taco de beisebol com mais força.
— Inferno, sai da minha vida.
— Não tem direito a me rechaçar. Você não é nada.
— Suas fantasias não transformam o que fez comigo numa coisa boa. É um bastardo doente
que não goza se não for com fantasias de dominação. Não me destroçou, não acabou comigo.
Sou mais forte que o que me fez, não mais débil. Nunca ganhará.
Aproximou de mim, e, honestamente, não acredito que esperasse que o golpeasse. Mas o fiz.
Golpeei-o com todas minhas forças. Caiu sobre seus joelhos, e o golpeei de novo nas costas.
Caiu no chão, e fiquei ali, como uma boba, olhando-o. Se tivesse assistindo pela televisão,
gritaria à mulher que corresse enquanto ainda tinha oportunidade.
Ao compreender por que não estava correndo, baixei o taco de beisebol até que assinalou o
chão. Queria golpeá-lo até matá-lo.
Sobressaltei quando escutei meu nome. Então respondi à chamada.
— Poncho?
Apareceu na porta segundos depois, e olhou de Jeff a mim.
— Isto não é exatamente o que tinha em mente.
Encolhi os ombros, e baixei o taco de beisebol.
— Quebrou a corrente da minha porta.
— Eu percebi. — Poncho o golpeou, e Jeff gemeu. — Ei, idiota, poderia levantar para que possa
te matar?
— Eu me ocupo disto. — O assinalei com um dedo, e logo olhei ao Jeff.
— Sai do meu apartamento.
— Não vai chamar à polícia?
— Não. — Ao ver a expressão aturdida do Poncho, dava conta que esperava que chamasse à
polícia e fizesse que prendessem Jeff por entrar em meu apartamento. Eu sabia que não o
faria. Como era possível? Aquele homem tinha me estuprado, e eu não tinha apresentado
queixa contra ele… e explicar isso a outro policial não era algo que pudesse imaginar fazendo.
Jeff ficou de joelhos. Alfonso lançou um olhar de receio. A hostilidade que emanava de ambos
virtualmente brilhava. Podia imaginar que Jeff estava muito zangado porque o tinha golpeado.
Era um desses homens que levam sua masculinidade no coração.
Já em pé, esfregou a boca e seguiu nos olhando de Poncho a mim.
— Está transando com este tipo?
— Jeff, deveria partir antes que diga que gostaria de fazer mais dano a você. — Apertei o taco
de beisebol com força, e contive a necessidade de golpeá-lo de novo.
Jeff caminhou para Poncho, e, como não se mexeu para deixá-lo passar, Jeff o golpeou. Poncho
deixou que o soco o acertasse antes de devolver-lhe. Então Jeff acabou, mais uma vez, no chão
entre nós, sangrando pelo nariz e a boca. Observei como emanava o sangue a fervuras,
surpreendida.
— Vai, Jeff, ou te juro por Deus que chamarei à polícia e contarei que golpeei a um intruso até
a morte.
Ambos os homens me olharam, surpreendidos.
Traguei saliva e tentei recordar que eu era a civilizada.Passando sobre o Jeff, deixei o dormitório e fui para o banheiro, fechei a porta e corri o fecho.

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