Fanfic: Dispa-se Para Mim (FINALIZADA) | Tema: AyA

Agora que seus planos para contratar ao Jeff King fracassaram. Milton começou minar o resto
da galeria. Levou umas quatro horas para alienar toda a equipe da administração, e o dia
inteiro a equipe de vendas. O pessoal de vendas está acostumado tratar com gente difícil, e
têm uma grande tolerância às mentiras. As mulheres da área de trabalho se escondiam no
banheiro em grupos de dois ou três. Fugiam dos objetivos de Milton os dois homens que
trabalhavam na galeria, assim a maior parte do tempo obstaculizava outros.
Milton chegou ao meu escritório quase ao meio-dia. Fechou a porta, esforçando-se por me
olhar fixamente. Sempre tinha parecido um malvado duende de tamanho grande, embora a
idéia da Lisa do gnomo de jardim tinha graça. Milton era um homem enorme... Era sua
personalidade o que o fazia parecer tão pequeno e inútil.
— O que posso fazer por ti, Milton?
— Vai pôr a Jane Tilwell em seu posto?
— Sim.
— Não está preparada para esse trabalho.
— A senhorita Tilwell está licenciada tanto em Administração como em História da Arte. É
perfeita para o posto.
— Seria melhor que contratasse o Jeff King.
— Não.
— Eu ainda tenho poder aqui.
— Não considero capacidade de intimidação e censura como poder — Seu rosto ficou
vermelho de raiva, surpreendeu ver uma pequena careta de culpabilidade em seu rosto.
Depois de tudo, parece ser humano.
Murmurou algo entre dentes e deixou meu escritório. Olhei para a mesa de Jane e a encontrei
ao telefone. Suspirei, e quando me olhou, fiz-lhe um sinal para que entrasse. Precisava ter
ciência da irritação de Milton e pelo conhecimento do seu futuro na galeria.
Esqueci de James Brooks até que entrei na galeria do Poncho. Entrei com a chave que tinha
colocado em meu chaveiro e, depois de subir as escadas correndo, encontrei James sentado
em minha poltrona vermelha, com uma cerveja na mão. Agitava sua mão livre enquanto
falava. Franzi o cenho; eu não gostava de vê-lo sentado em minha poltrona.
— Essa maldita mulher não tem direito de ser tão cruel. — Seu tom era prepotente.
Poncho riu.
— As mulheres são, possivelmente, as criaturas mais cruéis do mundo. Têm muito caráter, mas
como também são as únicas que têm vagina, teremos que aguentar.
Se tivesse levado minha bolsa grande, a teria atirado à cara.
— Senhor Herrera.
Olhou para mim, tirou os óculos de segurança, e meteu a ferramenta no bolso dos jeans.
— Doce Anahí, estávamos falando de você.
Ri e neguei com a cabeça.
— Como pude acabar ficando contigo!
— Me pergunte isso um pouco mais tarde outra vez. Será um prazer lhe recordar isso.
— Farei. — Levantei uma sobrancelha e o olhei de cima abaixo.
Comecei a subir o segundo lance de escadas, mas parei para tirar os sapatos.
— Estão bebendo o jantar?
— Ele está bebendo. — Poncho riu e assinalou ao James, que olhava lastimosamente uma
garrafa de cerveja vazia. — Eu estou trabalhando. Pedi comida. Chegará logo.
Assenti e detive os pés da escada.
— James.
Olhou-me e ofereceu um sorriso.
— Sim, Anahí?
— Não vai encontrar a resposta para sua pergunta no fundo de uma garrafa.
— Esta noite estou afogando minhas mágoas. Amanhã vou praticar rastejando e implorando.
Depois o farei de verdade no alpendre da frente de Lisa.
Estalei a língua.
— Deveria conseguir uma armadura.
— Desculpa?
— No mínimo, um casco seria um bom investimento.
Enquanto começava a subir as escadas, James perguntou ao Poncho a que me referia, e Poncho
riu.
— Lisa gosta de disparar a suas visitas não convidadas com uma pistola de pintura.