Fanfics Brasil - Capitulo I Casada com um estranho - ( Vondy e um pouquinho de Ponny)

Fanfic: Casada com um estranho - ( Vondy e um pouquinho de Ponny) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo I

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Capitulo I


Quatro anos depois


— O sr. marquês está em casa, milady.


Para muitas mulheres isso seria parte do cotidia­no, mas para Dulce, lady Casillas, era quase uma novidade. Ela nem se lembrava da última vez que o mordomo a avisara da presença do marido.


Parou no hall, tirou as luvas devagar e entregou-as ao mor­domo. Queria ganhar um tempo para recompor-se da surpresa. Christopher voltara!


Por que teria voltado, se nunca respondera às cartas que ela enviara, e também nunca lhe escrevera ao longo daqueles anos? Sabia que a carta da mãe dele ferira-o profundamente, no dia em que deixara Londres. Podia imaginar o sofrimento de Christopher por ter perdido o filho e a mulher amada. Como amiga, gostaria de ter lhe proporcionado mais do que apenas uma hora de con­forto, porém, ao ir embora, Chris não lhe dera oportunidade. E o tempo havia passado.


Alisou as saias de musselina, e passou a mão pelo cabelo perfeitamente penteado. Ao perceber que estava preocupada com a aparência, parou e resmungou uma imprecação. Era ape­nas Chris. E nem repararia nela!


— No escritório?


— Sim, milady.


A cena daquele dia.


Passou pela escada curva e entrou na primeira porta aberta à direita. Ao ver o marido seu coração bateu mais forte. De costas, parado junto à janela, ele parecia mais alto e definitiva­mente mais forte e musculoso. Emoldurado pelas cortinas ver­des de veludo, a simetria perfeita do corpo tirou-lhe o fôlego.


Entretanto, apenas pela postura dele, Dulce sentiu um ar sombrio e opressivo envolvendo-o e, imediatamente, soube que Chris não era mais aquele rapaz espontâneo e irresponsável que conhecera. Respirou fundo, abriu a boca, mas não teve tempo de dizer nada.


Como que pressentindo sua presença, Chris se voltou. Dulce sentiu a garganta apertada.


Aquele não era absolutamente o homem com quem se casara.


Eles se olharam, emudecidos e imóveis, por um longo mo­mento. Apenas alguns anos e parecia que se passara uma eter­nidade. Christopher não era mais um rapaz, e o tempo deixara suas marcas nas linhas ao redor da boca e dos olhos. Não linhas de felicidades, ela notou. Linhas profundas, linhas de dor. Os olhos amendoados, claros e brilhantes, que tanto frisson causara entre as mu­lheres, tinham agora uma coloração mais escura, mais profun­da. Não sorriam mais e pareciam ter visto muito mais do que o possível para o curto espaço de quatro anos.


Dulce pousou a mão no corpete do vestido, tentando escon­der o peito ofegante.


Antes, Christopher já era bonito. Agora, não havia palavras para descrevê-lo. Esforçou-se para respirar normalmente, sufocando uma ameaça de pânico. Soubera lidar com o rapaz, mas esse... esse homem não era domável. Se o tivesse conhecido assim, cer­tamente, teria ficado bem longe dele.


— Como vai, Dulce?


Até mesmo a voz mudara. Mais grave, levemente ríspida. Ela não tinha noção do que dizer.


— Você não mudou nada — ele murmurou, aproximando-se. A antiga petulância desaparecera, dando lugar a um tipo de confiança conquistada após sobreviver ao inferno.


Respirando fundo, Dulce inalou o familiar perfume dele. Um pouco mais forte, talvez, mas o cheiro era mesmo de Chris. Observando-lhe a face impassível, não conseguiu fazer mais nada além de abraçá-lo.


— Eu deveria ter escrito.


— Sim, deveria — Dulce concordou. — Não só para avisar-me sobre sua visita, mas bem antes, apenas para dizer que es­tava tudo bem. Eu estava muito preocupada, Chris.


Ele indicou uma cadeira e esperou que ela se sentasse.


Enquanto o marido se sentava, Dulce notou que, embora ves­tindo colete e paletó, as roupas eram de tecido simples. O que quer que tivesse feito naqueles quatro anos, aparentemente o trabalho não exigia vestimentas da última moda.


— Sinto muito por suas preocupações. — Os lábios de Chris se curvaram numa sombra do que fora seu antigo sorriso ra­diante. — Mas não posso afirmar que eu estava bem, quando não estava. Não suportava olhar as cartas, Candy. Não porque fos­sem suas. Eu evitava toda e qualquer correspondência. Mas agora... — Ele fez uma pausa e contraiu os maxilares, num gesto de determinação. — Não vim para visitar.


— Não? — Dulce sentiu um frio no estômago. A camarada­gem entre eles evaporava. Em vez de conforto e espontaneida­de, agora havia nervosismo.


— Voltei para ficar, para morar aqui. Se é que ainda me lem­bro como é viver na civilização.


— Chris...


Ele meneou a cabeça, e os cabelos compridos demais balan­çaram levemente.


— Piedade não, Dulce. Não mereço. E mais, não quero.


— O que você quer, então? Ele a encarou.


— Muitas coisas, mas principalmente, quero companhia. E quero ser merecedor disso.


— Merecedor?


— Fui um péssimo amigo. Egoísta, como a maioria das pessoas.


Dulce olhou para as mãos e girou a aliança de ouro, o sím­bolo de seu compromisso de uma vida toda com um verdadei­ro estranho.


— Onde você estava, Chris?


— Criando gado.


Ele não ia contar.


— Muito bem, então. O que quer de mim? — Ela ergueu o queixo. — Em que posso ajudá-lo?


— Primeiro preciso tornar-me apresentável. — Chris correu a mão ao longo do corpo. — Depois, terei que saber das últimas novidades. Tenho lido os jornais, mas nós dois sabemos que as notícias nem sempre são verdadeiras. E mais importante, re­quisitarei sua companhia.


— Não sei ao certo até que ponto você poderá contar com... minha companhia.


— Sei disso. — Levantando-se, aproximou-se dela. — Os co­mentários não têm sido muito gentis com você, não é? Por isso voltei. Como posso ser responsável, se não cuido de minha pró­pria mulher? — Ele se agachou diante dela. — Sei que não é justo pedir-lhe tanto, Candy. Isso não fazia parte de nosso acordo. Mas as coisas mudaram.


— Você mudou.


— Deus, espero que seja verdade!


Chris pegou as mãos de Dulce, fazendo com que ela sentisse a calosidade dos dedos. Olhou e notou a pele queimada de sol e avermelhada pelo trabalho. Perto de suas mãos pequenas e alvas, o contraste era como o dia e a noite. Erguendo o olhar, surpreendeu-se novamente com as marcas no rosto do marido.


— Não vou pressioná-la, Candy. Se você desejar viver a sua vida como até agora, eu respeitarei sua vontade. — Um tênue resquí­cio do antigo sorriso brilhou novamente. — Eu lhe devo muito, é verdade, mas estou disposto a insistir na sua companhia.


Foi aquele lampejo do velho Chris que a tocou profundamen­te. Sim, a fachada mudara, talvez mais do que o interior, mas ainda havia um pouco do antigo charme que ela tanto conhecia. Por aquele momento, era suficiente.


Dulce sorriu também, e o alívio de Chris foi visível.


— Vou cancelar meus compromissos desta noite para poder­mos planejar seu futuro.


— Não, não faça isso. Preciso acostumar-me com a idéia de estar em casa novamente. Divirta-se esta noite. Logo você estará ocupada demais comigo.


— Então, aceita um chá, dentro de uma hora? — Talvez con­seguisse induzi-lo a falar sobre sua ausência.


— Eu adoraria.


Ele se levantou e estendeu a mão para que Dulce também o fizesse.


Céus, como ele era alto! Sempre fora? Ela não se lembrava. Sufocando a surpresa, caminhou até a porta. Chris ainda segu­rava-lhe a mão.


— Eu a vejo daqui a uma hora, Candy.


Christopher esperou Dulce sair do escritório para jogar-se no sofá. Soltou um gemido. Desde que partira, a insônia era um tormen­to recorrente. Precisando de exaustão física para conseguir dor­mir, ele trabalhava nas plantações em suas muitas propriedades e, por conta disso, estava acostumado às dores musculares. Seu corpo nunca doera tanto como naquele momento. Não perce­bera seu estado de tensão até ficar sozinho e a sedutora fragrân­cia floral de sua esposa ter se dissipado no ar.


Dulce sempre fora tão bonita? Não se lembrava. Certamente, usara a palavra "bonita" para descrevê-la em seus pensamen­tos, mas a realidade estava além de uma simples expressão oral. Os cabelos tinham mais fogo, os olhos mais brilho, a pele mais luminosidade do que se lembrava.


Naqueles quatro anos, ele dissera "minha esposa" centenas de vezes, ao pagar as contas e ao lidar com outros assuntos relacionados a ela. Entretanto, até aquele momento, nunca li­gara a condição de esposa ao rosto e ao corpo de Dulce Casillas.


Passou a mão no cabelo, perguntando-se sobre sua sanidade ao propor-lhe o acordo de casamento. Quando Dulce entrara no escritório, tudo o mais desaparecera. Como não notara antes tanto carisma? Não mentira ao dizer que ela não mudara. Mas pela primeira vez, ele a vira realmente. E na verdade, somente nos dois últimos anos, começara a ver tantas outras coisas que nunca enxergara antes.


Como aquele escritório.


Olhou em volta e sorriu. Verde-escuro com revestimento em nogueira escura. Ninguém poderia fazer sua contabilidade num lugar escuro como aquele! E ler estava absolutamente fora de questão.


Quem tinha tempo para ler quando havia festas para se divertir e mulheres para se satisfazer?


As palavras de sua juventude voltaram-lhe à mente, atormentando-o.


Levantando-se, aproximou-se das estantes e correu a mão pelos livros. Nenhum deles tinha sequer sido aberto!


Que espécie de homem era ele que, rodeado por tanta beleza e vida, jamais dedicara um momento para apreciá-las?


Desgostoso, sentou-se à escrivaninha para fazer uma lista do que precisava ser mudado. Não demorou muito e a lista já ocu­pava muitas folhas de papel.


— Milorde?


Ergueu os olhos e viu o mordomo na porta.


— Sim?


— Milady deseja saber se o senhor desistiu do chá.


Christopher olhou para o relógio. Não percebera o tempo passar.


— Na sala de jantar ou na de visita?


— Nos aposentos de milady, senhor.


Ficou tenso novamente. Como pudera esquecer-se disso também? Sempre apreciara sentar-se naquele recanto tão femi­nino e observá-la preparando-se para os compromissos sociais.


Subindo a escada, lembrou-se dos momentos agradáveis que tinham passado ali e admitiu a frivolidade de suas conversas, na época. Sempre gostara de Dulce e ela sempre se mostrara boa ouvinte.



Agora precisava de uma amiga. Faria de tudo para recon­quistar a amizade e camaradagem que um dia tinham partilha­do. Com essa determinação, bateu de leve na porta.


 


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Por hj éh só!
Queria mto saber a opiniao de vcs, e aii, estão gostando??  Outra coisa, a letra ta mto pequenininha? Se tiver, me avisem q eu aumento ok!! ......

 
Cherry Bomb - debrbd2009 - sandrinha10 - geisianesantos : Esses capitulos são pra vcs tah. Obrigado por favoritarem!!  *-*


 


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Autor(a): Dokka

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Aii meu deus, vou entrar em crise akii, onde estão os comentarios??


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 34



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  • stellabarcelos Postado em 30/12/2015 - 18:26:03

    Amei muito! Adoro histórias de época!

  • a_letiicia Postado em 23/12/2013 - 20:17:55

    Dokkinha, acabou <\3 Ai, pelo menos foi tudo tão lindo!!!!! Tenho que falar que meu coração ficou todo acelerado enquanto eu não sabia se a Dulce ia se entregar. Outa merda!!! hahahahah ah, por favor, um Uckermann jogando pedrinhas na minha janela, da pra ser???? Vou sentir saudade dessa fic. E não me deixa na outra hein? Beijinhoss

  • a_letiicia Postado em 06/12/2013 - 19:24:45

    Você postou aqui Dokkinha!!! Ai que saudades meu Deus!!!! Mas postou capítulos que cortam meu coração! Não acredito que a Dulce vai ter coragem de ir embora depois de tudo, tudo que eles passaram, e depois de descobrir que o Christopher é diferente do Eslaviero. E eu só posso odiar essa mãe dele, porque ô criatura imbecil, cretina e insuportável. Nossa, eu espero que o Christopher chegue a tempo de impedir essa loucura da Dulce, que é ficar separada dele. Ela não vai conseguir, ele não vai conseguir. Fico desesperada com isso. Ahhhhhh, eu tava com tanta saudade!!! ('; Ahhhhh, você viu a música e o vídeo do Christopher??? To tão apaixonada que nem sei <3 <3

  • miranda Postado em 05/12/2013 - 04:47:03

    Gostei muito do primeiro capitulo, deu p notar que a historia é muito boa! :D

  • miranda Postado em 05/12/2013 - 04:44:36

    Leitora nova! *-*

  • a_letiicia Postado em 28/10/2013 - 21:56:07

    HAHAHAHAHAH Eu entendo que você defendia o Eddy, porque ele não ter culpa de ser apaixonado pela Dulce. Mas mesmo assim, ele é chato kk Mas repito, ele subiu um tantinho no meu conceito e tals. Espero que continue assim! HAHAHAHAHAHA A mãe do Christopher é uma cretina! Nossa. Além de tudo ainda quis 'viajar' com os dois. Tá fazendo de tudo pra evitar que eles fiquem juntos. E vai aprontar mais, porque as coisas são assim! Kk Sobre o sumiço do Christopher. To chateada também menina. Sinto falta dele. De tudo. Ele só aparece de vez em quando no twitter, mas raramente fala dele. Sabe, espero do fundo do coração que quando ele lançar novas músicas, novos trabalhos, ele volte pra gente. To com saudades do bebê que agora é homem! <3

  • a_letiicia Postado em 28/10/2013 - 21:55:37

    Eu disse que você me esqueceu, porque não viu meu comentário sobre os capítulos. Eu comentei imediatamente após você postar. Mas você não viu ): hahahahaha Mas não importa, já passou! Eu to meio sumida mesmo. Teve Enem esse fim de semana né?! E aí eu fiquei presa e preocupada com isso. Mas agora já tá tudo mais tranquila. Sobre a fic nova, ainda não comecei a ler. Li aqui primeiro, e jajá vou ler lá! Mas tenho certeza que tá demais!!! Até que enfim! Eles abaixaram a guarda e já estão juntos. E pelo visto inseparáveis, com um fogo do inferno. HAHAHAHAHAH E pelo amor de Deus, que fogo! Eu quero um Christopher pra mim também. Cê podia me dar esse da sua fic, eu não me importo nem um pouquinho!

  • crisslucas Postado em 24/10/2013 - 21:29:18

    Amada...já tinha lido os livros da silvia, mas esse eu naum tinha lido...e amei ler através do seu olhar com meus personagens favoritos....ansiosa pra novos posts...bjs amix!!!!!manda muito bem...

  • a_letiicia Postado em 23/10/2013 - 00:48:19

    era***** ps: meu comentário ficou quase maior que os capítulos.. eu falo demaiss rs ><

  • a_letiicia Postado em 23/10/2013 - 00:46:30

    Você esqueceu de mim )))): rsrs Tava com saudades de ler aqui! Essa fic me faz ficar sem fôlego! ''Você me alertará se des­confiar de alguma coisa e prometo tranqüilizá-la de modo a esclarecer todas as dúvidas.'' Isso Christopher, eea isso que faltava. Finalmente a sinceridade! Ahhhhhhh, finalmente Dulce se entregou!! Finalmente! Mas também como ela podia evitar? Como resistir? O Eddy subiu 1 tantinho no meu conceito depois desses capítulos, apesar de ainda achar ele imbecil e chato, tenho que admitir. E Maite é 1 vadia mesmo hein? Não perde tempo. Tenho receio é dela se juntar com a cretina da mãe do Christopher que tá aprontando alguma!!!!! Será que ela vai querer que Maite engravide dele??? Oh não!!! Só o que faltava. Duas cretinasss argh! Já quero que eles voltem pra casa pra ficarem longe dessas duas.


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