Fanfic: Nicole: sedução, amor e prazer (lésbica) | Tema: Lesbicas

Os 2 meses seguintes foram horríveis. Eu já não conseguia ver os homens com os mesmos olhos que via antes. Percebi também que outras mulheres também davam sinais de que estavam afim de mim ou de outras, como toquezinhos no braço ou na perna, olhos nos olhos, mexem no nosso cabelo... Enfim, eu tentava esconder, mas estava difícil. Nicole não havia mais saído com Jonas, mas continuava saindo à noite, e chegava com homens diferentes no ap (nessa época eu até que senti falta do idiota do Jonas). Ainda existia aquele climão entre nos duas, ficava desconfortável em certas ocasiões. Eu lutava contra o meu desejo por ela, mas achava que tinha que ser assim para termos uma boa convivência. Errado. Eu estava apaixonada por ela, e sim, ela continuou tentando me seduzir. Passava somente de roupa íntima na minha frente, tomava banho com a porta aberta e por várias vezes me chamou dizendo que “havia esquecido a toalha” e me pedia para pegar e levar para ela, chorava à noite, falava dos homens com quem saia, ficava me abraçando... Era uma tortura sem fim. Eu tinha um trabalho em dupla da faculdade para fazer. Minha dupla era Angélica, era bonitinha, tinha 20 anos, mas não me atraía. Ela ficou de ir no ap lá pelas 17:00, eu arrumei tudo e fiquei esperando. Chegou uns vinte minutos atrasada.

Angélica: Desculpa o atraso, tive um probleminha lá em casa.

Eu: Não tem problema.

Nos sentamos no sofá, fizemos nosso trabalho e terminamos às 18:40 mais ou menos. Ela não foi embora, ficamos conversando e rindo, algum tempo depois Nicole chegou.

Nicole: Hum, já está trazendo namoradinhas pra cá é?

Angélica me olhou estranho.

Eu: Tá louca é? Eu não tenho “namoradinhas”, ela é minha colega.

Nicole: Hum, finjo que acredito. Vou deixar vocês continuarem com o namorinho, não quero interromper.

Saiu rindo. Angélica estava assustada.

Angélica: Você me disse que ela é maluca, mas não imaginei que fosse tanto.

Eu sorri sem graça.

Eu: Pois é, é só não ligar pro que ela diz.

Continuamos conversando e Nicole implicando, até que Angélica foi embora. Eu fiquei bastante envergonhada, com ódio de Nicole. Angélica saiu e eu fechei a porta.

Nicole: Que bom que ela já foi.

Eu: O que deu em você hein?!

Nicole: Nada, só não gostei do jeito que conversavam.

Eu: Você é louca?! Ela é só uma colega da faculdade e... Ah, não te devo explicações!

Ela riu.

Eu: Do que está rindo.

Nicole: De como você fica linda quando está estressada.

Fui irritada para o quarto. Algum tempo depois ela foi ao meu quarto, estava deslumbrante, mas não pude deixar transparecer que estava desejando ela.

Nicole: Eu vou sair.

Eu: Não sei por que ainda me avisa, se você sai todos os dias.

Nicole: Eu fico esperando uma reação sua.

Eu: Para de brincar comigo!

Ela foi se aproximando da minha cama, onde eu estava deitada.

Nicole: Você é muito ingênua, não percebe que isso não é um jogo.

Me deu um beijo no rosto e saiu. Fiquei pensando no que ela me disse. Ela queria uma atitude minha, só que já havia tido uma atitude antes e ela me machucou. O que se passou pela minha cabeça foi: “Será que ela quer que eu diga o que sinto por ela?”, mas pôquer ela não me dizia isso, só queria uma atitude minha, mas ela não tinha atitude de me falar isso. Na verdade o que ela queria era que todos ao seu redor a desejassem, inclusive eu. Ela sabia que é linda e que todos a querem. Resolvi bancar a psicóloga e tentar entender o que acontecia com ela. Chegou não tão tarde, as onze e alguma, eu estava na sala e ela abriu a porta, estava com uma garota do seu lado. Fiquei chocada, ela nunca havia levado uma mulher para o apartamento.

Nicole: Olha, essa é a menina de quem te falei, Manu.

Manu: Ah sim... Até que é bonitinha.

Nicole: Você acha?

Eu: Ei, eu estou aqui ouvindo tudo.

Nicole: E quem liga? Vem Manu, vamos pro quarto.

Entraram no quarto. Bom, resumindo, minha noite foi horrível. Como se não bastasse as duas trancadas no quarto a noite inteira, Nicole gemia, gritava alto, batia nas paredes querendo chamar a atenção. Aquilo não me deixou dormir, ela elogiava a tal da Manu o tempo inteiro, ouvia gargalhadas das duas... Foi um tormento que parecia não ter fim. No dia seguinte eu estava com olheiras como se tivesse levado soco nos olhos, a cabeça doía e eu estava caindo de sono. Sai do quarto e vi Manu entrar no banheiro. Fui até o quarto de Nicole e lá estava ela, nua, deitada de bruços e olhando para a porta. Ao me ver, sorriu.

Nicole: O que houve?

Eu: Só vim ver se estava tudo bem.

Nicole: Como pode ver, melhor impossível.

Se virou, ficando de barriga para cima. Estava linda, não tinha roupa ou maquiagem, a luz iluminava seu belo corpo e eu me segurei bastante para não ir até ela.

Eu: Então ok.

Já estava saindo do quarto.

Nicole: Gabi!

Voltei.

Eu: O que é?

Nicole: Vem aqui.

Eu fui, trêmula quase tendo um infarto.

Nicole: Não tem que ser assim.

Pegou minha mão e beijou. Manu voltou para o quarto e eu sai. Tomei um banho, me vesti, tomei um café bem forte e comi, passei maquiagem no rosto para esconder as olheiras. Sai e as duas ainda estavam lá.  Fiz uma prova horrível na faculdade, mas consegui me sair bem apesar de tudo. Samuel, um colega que era afim de mim me chamou para sair naquele dia. Era sexta-feira, e eu não vi nenhum mal. Até achei bom, precisava me distrair um pouco. Ficamos de nos encontrar perto de onde eu morava. Quando Nicole chegou eu já estava de saída.

Nicole: Aonde vai?

Eu: Sair.

Nicole: Com quem?

Eu: Vou sozinha.

Nicole: Está mentindo. Ninguém se arruma tão bem para sair sozinha.

Eu: Você traz gente estranha para cá todas as noites e eu não reclamo.

Nicole: Mas é diferente.

Eu: Não, não é mesmo!

Sai e bati a porta. A noite com Samuel foi ótima, nos beijamos e tudo, mas não dava para mim, eu não me sentia bem, me sentia estranha. Ele se comportou, me tratou bem, mas o beijo foi ruim... A barba crescendo roçava na minha pele e pareciam espinhos, coisa que não senti quando beijei Nicole. Sim, pensei nela durante o beijo, na verdade pensei nela o tempo inteiro. Samuel percebeu que eu não estava à vontade e me levou pra casa. Voltou da porta, nem chegou a entrar. Eu tinha que conversar com ela, percebi logo que não havia saído. Passava das dez da noite, fui até o quarto dela e ela estava lá, deitada.

Eu: Temos que conversar.

Nicole: Estou ouvindo.

Eu: Bom... Eu não consigo entender o que está acontecendo, o que está fazendo comigo.

Ela se sentou na cama e fez menção para me sentar também, e eu o fiz.

Eu: Queria entender porque quer me machucar...

Nicole: Eu não quero te machucar.

Eu: O que quer então?

Ela suspirou.

Eu: Vamos lá, diz.

Ela sorriu.

Nicole: É difícil isso... Eu gosto de você.

Bom, não fiquei muito surpresa.

Eu: E o que tem de mais nisso?

Nicole: Eu gosto mais do que deveria.

Eu: E porque não me disse isso logo? Porque me provocar?

Ela abaixou a cabeça e sorriu nervosa.

Nicole: É difícil falar sobre meus sentimentos... Eu não sei demonstrar nem dizer o que sinto. Eu tinha que te mostrar isso, mas não sabia como. E isso me irritava, me irritava tanto porque eu sei que você também gosta de mim e eu precisava ouvir isso de você. Sabe Gabriela, eu não queria gostar de você assim, eu não aceitava que alguém pudesse me fazer perder as estribeiras, eu senti ódio disso e precisava atingir alguém, precisava atingir você, precisava fazer você sofrer para me sentir bem, para mostrar como me sentia. Acabei perdendo a noção, porque quando via você com outra pessoa meu mundo desabava. Eu te queria por perto e ao mesmo tempo desejei nunca ter te conhecido. Está tudo confuso na minha cabeça, e eu quero pedir desculpa por tudo. Precisava desabafar e tinha que fazer isso logo, senão eu iria enlouquecer.

Eu ouvi tudo, ela segurou o choro enquanto falava. Fiquei boquiaberta, estava sendo sincera, eu via isso em seu olhar.

Eu: Nossa, estou surpresa.

Nicole: E agora eu sinto que te perdi... Eu sei que não vai mais querer morar aqui comigo, eu sou louca, ninguém iria me aceitar desse jeito. Se quiser ir embora pode ir, eu não vou mais insistir que fique.

Eu sou manteiga derretida, não me aguentei e a abracei. Ela me abraçou de volta e chorou e meu ombro.

Eu: Você só tem que aprender a controlar seus impulsos. Eu gosto de você tanto quanto gosta de mim e doeu muito quando brincava comigo. Eu te perdoo por tudo e não vou embora, mas temos que mudar a maneira como nos tratamos, precisamos conviver bem.

Nicole: Eu aceito tudo que você propor para que fique aqui comigo.

Me abraçou mais forte.

Nicole: Espero que com tenha saído, que não tenha significado nada para você.

Eu: Não, não significou nada para mim.

E ela me beijou, eu a beijei de volta. E sim, fizemos amor aquela noite, dormimos juntas e acordamos agarradinhas. 

Galerinha, só vou poder postar a continuação na sexta ou sábado, por causa da faculdade. 

Comentem bastante XD