Fanfic: Nicole: sedução, amor e prazer (lésbica) | Tema: Lesbicas

Assumir para os colegas foi um passo importante. Perdi alguns amigos e ganhei outros. Algumas pessoas se assumiram também depois que tomei a iniciativa. Mas comparado ao que estava por vir assumir para os colegas foi fácil demais. Dois meses de namoro, faltava apenas uma semana para minhas férias. Estava criando coragem para falar com eles, meus pais. Não sei como não desconfiaram, havia postado tantas fotos em redes sociais da internet bem sugestivas de nos duas juntas, e eles não usavam, mas tinha um monte de parentes que não saiam delas. Era manhã de domingo e eu estava com ela na cama.

Eu: Preciso falar com meus pais.

Nicole: Ainda com isso?

Eu: Sim, eles vão ter que saber.

Nicole: Acho que não vão gostar disso.

Eu: Mas eles não têm que gostar, é o que quero e eles terão que respeitar isso.

Nicole: Bom, você sabe minha opinião sobre isso, mas faça o que quiser.

Peguei meu celular e liguei para o meu pai que sempre foi mais tranquilo que a minha mãe.

Eu: Alô, pai?

Marconi: Oi filha.

Eu: Está tudo bem por ai?

Marconi: Sim, estamos sentindo sua falta aqui.

Eu: Quero ir ai nas férias.

Nicole: Ah não...

Falou bem baixinho e eu lhe dei um tapinha de leve. Eu estava muito nervosa, suava frio.

Marconi: Ótimo, sua mãe não para de falar de você.

Eu: Hum, e ela tá ai com você?

Marconi: Está sim filha, quer falar com ela?

Eu: Na verdade quero falar com os dois.

Marconi: Aconteceu alguma coisa?

Eu: Eu estou bem, só preciso falar uma coisa com vocês. Pode colocar no viva-voz por favor.

Nicole aproximou o ouvido do celular querendo ouvir a conversa, então coloquei no viva-voz. Meu pai colocou também.

Andréia: Oi filha!

Eu: Oi mãe.

Engoli em seco.

Andréia: O que quer falar conosco?

Eu respirei fundo, estava gélida.

Eu: Antes de tudo, pai, mãe, amo vocês acima de tudo, sabem que daria minha vida por vocês e que são as coisas mais preciosas que tenho na vida.

Andréia: Filha, está me assustando.

Marconi: Calma amor, pode continuar filha.

Minha voz já estava trêmula, Nicole segurava minha mão, me dando força.

Eu: Sei que me amam incondicionalmente também, e por causa desse amor que sentem por mim espero que me aceitem, não precisam gostar, basta aceitar.

Andréia: Aceitar o que filha?

Eu: Pai, mãe, eu sou lésbica.

Silencio total do outro lado, eu estava apreensiva e Nicole também.

Eu: Mãe? Pai?

Andréia: Filha, não se deve brincar desse jeito.

E eu lá estava com jeito de quem estaria brincando?

Eu: É sério mãe. Eu amo Nicole, estou apaixonada por ela e queria que soubessem disso.

Andréia: Sabia que era uma péssima ideia você morar ai!

Marconi: Calma Andréia!

Andréia: Calma? Como pode me pedir para ficar calma assim?

Eu comecei a chorar. Ela falou coisas absurdas e Nicole ouviu tudo. Meu pai tentava acalmar minha mãe, mas era em vão. Nicole me abraçou, eu coloquei o celular no colo e encostei nela.

Andréia: Eu não quero uma filha leviana! Eu criei ela para se casar com um homem, ser boa esposa, e não para ficar se esfregando com  a primeira machorra que aparece pela frente!

Marconi: Ela é nossa filha, se lembra?! Temos que aceita-la independente de qualquer coisa! Não é o fim do mundo, ela só está sendo o que quer ser!

Andréia: Você a defende? Aposto que sabia disso há muito tempo!

Marconi: Não, eu não sabia de nada. Estou tão surpreso quanto você, mas não vou odiar minha filha por isso!

Andréia: Faça o que quiser!

Acho que meu pai tirou do viva-voz, e falou comigo no modo normal.

Marconi: Filha, me desculpe por sua mãe. Eu vou conversar com ela e vai ficar tudo bem.

Eu: Obrigada pai, te amo.

Marconi: Também te amo filha.

E desligou. Chorei nos braços de Nicole.

Nicole: Vai ficar tudo bem minha linda, vai ver só.

Eu: Você tinha razão, eu não devia ter ligado.

Nicole: Não se culpe, você fez o certo.

Eu: Me desculpe por tudo o que minha mãe disse.

Nicole: Eu entendo ela, não é fácil para ninguém.

Eu: Às vezes acho que não te mereço.

Ela me deu um beijo na cabeça.

Nicole: Quem não te merece sou eu.

Me aninhou em seus braços e me consolou enquanto eu chorava como criança.