Fanfic: Nicole: sedução, amor e prazer (lésbica) | Tema: Lesbicas

Cheguei no mesmo horário do dia anterior, fiz o que tinha que fazer e sai um pouco para espairecer. Como não conhecia muita coisa pela cidade, fui até o trabalho de Nicole. Ela estava lá, atendendo os clientes com cara de ressaca. Ela me viu, sorriu e acenou para mim e eu fiz o mesmo. Sai de lá, fui a uma locadora e peguei alguns filmes. Cheguei, peguei meu colchão,  o cobertor e coloquei um dos filmes. Quando ela chegou já estava na metade do segundo.

Nicole: Nem me espera!

Eu: Esse já é o segundo.

Nicole: Ah não acredito!

Eu: Calma que ainda tem dois ali para assistir.

Nicole: Hum vou tomar um banho rápido e venho assistir.

Eu: Ok!

Ao ouvir o barulho do chuveiro me lembrei do que havia acontecido na noite anterior. Logo ela foi para a sala, mas antes de falar qualquer coisa se deitou do meu lado no colchão.

Eu: Não vai pedir licença?

Nicole: E precisa?

Sorrimos.

Nicole: Que filme é esse?

Eu: A família da noiva. A capa tá ai do seu lado.

Ela a viu e pegou.

Nicole: Hum, acho que já assisti esse.

Ficou lendo, mas logo pegou meu cobertor e se cobriu também.

Nicole: Estou com frio.

Chegou mais perto de mim. Foquei minha atenção apenas no filme. Ela tirava minha atenção, mexia no meu cabelo, passava a perna pela minha, ficava assoprando na minha orelha bem de leve... Já estava chegando no meu limite, tenho autocontrole mas ela estava me fazendo perder.

Eu: Você não se lembra de nada de ontem a noite, não é?

Nicole: Poucas coisas. Por quê?

Eu: Não... Não é nada.

Ela ficou inquieta. Me virei e olhei para ela, ela olhou para mim e eu não pude mais resistir. Eu a beijei, ela não resistiu, pelo contrário, queria tanto quanto eu. Nos beijamos com vontade, com desejo, não conseguia controlar. Algum tempo depois encerramos o beijo. Eu estava confusa, não sei o que me deu e corri para meu quarto, tranquei a porta. Ela foi atrás e ficou me chamando, mas eu não tive coragem de abrir a porta. . Algum tempo depois a ouvi bater a porta do seu quarto e eu comecei a chorar. Estava desolada, meu colchão estava na sala e não tive coragem de sair para buscar. Peguei alguns lençóis e forrei o chão, e então dormi em cima deles. No dia seguinte, quando acordei, ela já havia saído. Senti bastante remorso, tive tudo o que queria nas mãos e deixei escapar por medo. Eu tinha medo da rejeição dos outros, não queria gostar de mulheres. Cresci ouvindo minha mãe dizer que um dia eu iria me casar e dar netos a ela, que iria conseguir um bom marido, e sua opinião antiquada sobre os gays... Tudo o que aprendi com as pessoas ao meu redor estava em jogo. Arrumei meu quarto, depois de pensar bem eu decidi fingir que nada aconteceu. Fui para a faculdade, não conseguia me concentrar na aula e nem no que meus colegas falavam. Fiquei imaginando o que ela estaria pensando de mim. E o pior é que parecia que todos ao meu redor sabiam do que havia acontecido, eu sentia uma sensação ruim, sentimento de culpa ou remorso, sei lá. Estava com medo de vê-la, mas não tinha outra escolha.  Fui para casa no mesmo horário, mas nem tive ânimo para fazer nada, entrei no quarto e liguei para minha mãe, conversamos por mais de uma hora, e 90% do assunto era Nicole, os outros 10% era sobre como viver com ela. Já de noite resolvi sair do quarto e beber água, quando ouvi o barulho das chaves. Ouvi uma gargalhada e em seguida ela abriu a porta. Lá estava ela, não sozinha, com Jonas para variar um pouco (juro que nunca gostei dele). Estavam sorridentes, ele se sentou no sofá e ela foi pro quarto, me ignorando completamente. O que ela fazia com aquele babaca (idiota, inútil) eu não sei, mas não gostei nada disso.

Nicole: Jonas, vem aqui!

Ele foi, entrou no quarto e trancaram a porta. O que pude ouvir foram gritinhos e frases como: “para, seu safado!” “Hum, isso é bom”, e outras coisas que  prefiro nem lembrar. Ele passou a noite lá com ela,  e eu não pude fazer nada. No dia seguinte, acordei e sai do quarto, e ela estava acabando de sair do banheiro enrolada em seu roupão. Olhou para mim e a única coisa que consegui dizer foi:

Eu: Bom dia.

Nicole: Ótimo dia.

Com um sorriso cínico. Saiu de lá e foi para o quarto, e eu entrei no banheiro. Escovei os dentes e tomei meu banho. Jonas já havia ido embora. Me vesti e fui para a cozinha. Ela estava lá, preparando nosso café da manhã. Me sentei e fiquei calada. Parecíamos duas estranhas, uma com medo da outra.

Eu: Me perdoa.

Nicole me olhou, achando estranho.

Nicole: Perdoar? Pelo que?

Eu: Não torne as coisas mais difíceis, por favor.

Nicole: Mas eu realmente não sei por que devo te perdoar.

Eu: Por... Por ter te beijado.

Nicole: Ah, por isso? Já esqueci! Jonas sempre me faz esquecer de tudo, se é que me entende.

Piscou para mim. Senti meu sangue ferver.

Eu: Hum, bom pra você.

Nicole: Sabe, ele quer ficar firme comigo.

Eu: Namorar?

Nicole: Sim.

Eu: Mas você não me disse que não queria mais saber dele?

Nicole: Mudei de ideia. Ele sabe bem o que quer, e eu também. Não vejo nenhum mal nisso. Você vê?

Novamente ela estava jogando comigo.

Eu: Não, você já é adulta, sabe muito bem o que faz e com quem se relaciona.

Disse com tom de irritação. Estava com ódio, e a maneira como ela falava, parecia esperar alguma reação contrária minha.

Nicole: Ótimo. Ele vem dormir aqui hoje. Você não vai... Ah, com certeza não vai se importar.

Eu: Fique à vontade.

Sim, eu era muito covarde. Sabe, quando me lembro dos foras que já dei sem saber o que estava fazendo me dá vontade de me dar umas 50 chibatadas nas costas. Comemos em silêncio e ela saiu um pouco antes de mim.