Fanfic: ¿QUEM DIRIA? | Tema: RBD

Um inferno.

Essa é a expressão que melhor define a minha vida no momento. Trabalho como vendedora de shopping de domingo a domingo – hoje é um dos raros dias que estou de folga – Ganho um mísero salário mínimo, que juntando com o do meu marido – motorista – mal da para pagar as nossas contas. Moramos em um apartamento alugado, minúsculo, sem ar condicionado e com vizinhos barulhentos, chatos ou pior ainda: ambos. Eu digo moramos, mas isso a partir de agora não se refere mais a mim, pelo menos, estou reunindo minhas roupas em uma mochila escolar, já que meu orçamento não me permite ter uma mala de viagem e estou saindo de casa. E digo marido, mas também não posso mais chamá-lo assim, já não estou deixando apenas a minha casa e minha vida miserável para trás, mas também o homem que eu tanto amei e talvez ainda ame. Talvez.

Não pensem que eu estou tomando essa decisão no calor do momento. Eu pensei, pensei de novo, decidi e voltei atrás várias vezes. Inclusive essa não é a primeira vez que arrumo minhas coisas para sair de casa. Porém chega um momento que não é suportável a vida que leva, e a minha chegou a esses extremos.

Vocês devem estar se perguntando se amo meu marido, e a resposta é um claro e redondo NÃO SEI. Já tentei analisar, colocar os prós e contras da nossa relação em uma balança, mais não cheguei, a uma conclusão. Às vezes eu acho que estou cometendo o maior erro da minha vida, que não vou conseguir viver sem meu marido e quase posso sentir a dor da perda. Porém outras vezes penso que o amor que sentíamos um pelo outro acabou e que estamos empurrando com a barriga nosso relacionamento. O único que eu tenho certeza é que não é vida essa a nossa. Eu mencionei que vivemos um inferno, mas não é bem essa a nossa realidade, o inferno pelo menos é quente e nem isso o nosso casamento é mais. A falta de dinheiro é pesada, tenho certeza que agora tem alguém me chamando de interesseira, mas não é isso, já se imaginou tendo que contar até as últimas moedas para pagar contas? Sem dinheiro para roupas, sapatos, ou qualquer outra besteira. Horrível não? Agora imagine isso em um casamento, sem jantares românticos, buque de flores, motéis e até mesmo presentes de aniversário e dia dos namorados.

Veja bem, não estou dizendo que meu casamento foi um erro do começo ao fim, ou talvez tenha sido, não sei. O fato é que não o vejo assim. Fomos muito felizes e apaixonados, tivemos sonhos e planos, construímos um lar, juntos. E daí acordamos para a realidade. Somos diferentes em tudo, nas opiniões, princípios e até no time de futebol! Não se deixem iludir, com essa historinha de “os opostos de atraem” Eles podem até se atrair, mas os opostos também, brigam, xingam, discutem e... Separam-se. Portanto se estiver atraído por um oposto, fuja enquanto tem tempo.