Fanfic: ¿QUEM DIRIA? | Tema: RBD

Um toco.

Definitivamente tinha acabado de levar o meu primeiro toco, bom na verdade o segundo se levarmos em conta a vez em que praticamente agarrei um DJ em uma festa, eu estava tão bêbada que até entendi seus motivos, e também me senti vingada depois que Maite deixou os 5 dedos marcados no rosto dele e Dulce provavelmente o tornou estéril.

Mas dessa vez não. Eu estava totalmente sã e tinha acabado de salvar as criançinhas dele, tudo bem que eu estava meio descabelada em com a bunda e as mãos cobertas de areia. Por culpa dele!

Não tenho exata certeza se peguei no sono ou me perdi em pensamentos, mas quando dei por mim Dulce estava na beirada da minha cama com os imensos olhos castanhos me fitando curiosos.

- Estou muito encrencada? – perguntou ela, cuidadosa.

- Um pouco. – admiti.

Dulce cruzou os dedos, nervosa e subiu na cama deitando-se do meu lado e encarando o teto, mudei de posição imitando-a e olhando para o teto também.

- Foi bem engraçado o que você fez. Mas me desculpe por rir, eu devia ter minimamente te levantado do chão.

- Deveria. – Concordei

- Você teria rido se fosse comigo. – Não era uma pergunta, ela estava afirmando.

- Provavelmente. – Repuxei os lábios em um meio sorriso, imaginando a situação contraria.

- Obrigada. – Ela mentiu descaradamente. – Isso quer dizer que estou perdoada?

Levantei a cabeça apoiando-a em um dos braços e olhando em direção da minha amiga.

- Sim. – murmurei – Mas, com uma condição. – É claro que as coisas seria simples assim pra minha amiga ruiva, eu bem que poderia tirar algum proveito da situação.

- O que você quer? – perguntou Dulce monotonamente. Era comum esse tipo de “castigo” entre nós.

Pensei por um momento e então decidi:

- Quero a chave do carro dos seus pais. Hoje a noite e só para mim!

- Mas, o carro é deles Anahí! – Dulce se sentou bruscamente na cama, me olhando cheia de rancor.

- Você vai dar um jeito Dul. – E joguei um beijinho pra ela.

Dulce ainda estava ralhando incompreensivelmente quando Maite entrou no quarto. Ela se virou para Dulce e disse:

- Posso Dul?

- É toda sua! – Dulce saiu cambaleando porta a fora com uma expressão dura.

Maite sentou na cama de frente para mim e começou:

- Eu não sinto por ter rido de você na praia. – Fiz um biquinho. – Mas, eu fiquei bem chateada quando as outras pessoas começaram a rir, fiquei com pena de você. – Confessou.

Apenas assenti e ela continuou:

- Pra mim não parece tão ruim quando Dulce e eu rimos de você.

- E não é. - concordei.

- Estou desculpada? – ela perguntou arrumando o cabelo.

Mordi o lábio inferior cheia de culpa e me remexi um pouco na cama antes de responder.

- Sim. – Foi apenas um sussurro.

- O que foi? – Maite arqueou o cenho em dúvida.

- Nada. – Menti. O olhar de Maite em cima de mim foi tão intenso que corrigi. – Preciso das suas desculpas também.

Maite continuou me olhando firme, esperando eu continuar. E eu sabia que precisava continuar, mas o medo me dominava, isso nunca tinha acontecido com nenhuma de nós antes, agora pensando com o coração me dei conta do quanto foi estúpido ter se quer cogitado em roubar o namorado de uma das minhas melhores amigas. Por mais que Dulce, Maite e eu vivêssemos em um pé de guerra, por nenhum momento me imaginei longe delas, eu certamente me sentiria perdida e vazia.

Presente:

Maite e Dulce.

Suspirei. Eu sempre pensei que a nossa amizade seria eterna, tínhamos planos que se um dia em um futuro bem distante nos cassássemos moraríamos perto e enquanto nossos maridos fossem trabalhar em suas empresas de sucesso, nós três faríamos as unhas e iríamos a shoppings gastar o dinheiro dos nossos maridos.

Depois que me casei posso contar nos dedos às vezes que vi minhas amigas. O único que eu sabia era que Maite estava namorando e Dulce havia acabado de sair de um relacionamento e estava bastante triste. Eu pensei em ligar para ela ou mesmo aparecer no antigo apartamento que dividíamos que agora só as duas moravam dar um abraço apertado e dizer que está tudo bem, porém pela primeira vez em toda a minha vida senti que isso seria uma invasão de privacidade.

Passado:

- Eu queria roubar o seu namorado!

Joguei as palavras e fechei os olhos de medo ainda não esqueceram o que eu disse sobre a pontaria de Maite não é? Pois bem.

Pra minha surpresa Maite riu, riu não, gargalhou. Sem reação dei um sorriso amarelo.

- Annie. Ele não é meu namorado!

Continuei firme com meu sorriso amarelo.

- Ele é só um ficante sem importância. – Ela abanou a mão desdenhando.

- Mas é seu ficante. – Ressaltei a palavra.

- Ainda sim, só isso.

Maite olhou para a janela e sorriu de novo.

- Você se julga muito espertinha não é Anahí?

- É? – Arqueei o cenho, confusa com o novo rumo da conversa.

- Eu já sabia. E sabia desde o primeiro dia, somos família Annie, e irmãs conhecem as outras irmãs. Eu sabia que queria ficar com ele e também sabia o motivo e sabia melhor de que tudo, que nunca teria coragem.

Suspirei sonoramente, meus olhos arderam, mas me recusei a chorar. Seria no mínimo ridículo.

- Sim Mai somos irmãs, e nos conhecemos. Você tem razão.

Maite e eu nos apertamos em um abraço cheio de desculpas.

- Assim como sabemos que nesse momento a nossa outra irmã está atrás da porta escutado a nossa conversa.

Maite e eu rimos em uníssono.

- Vocês sempre fazem isso! – Dulce entrou no quarto com um biquinho. – O que me entregou dessa vez?

- Seus cabelos ruivos, porta à dentro! – Maite guinchou tentando segurar o riso.