Fanfic: Nosso amor. | Tema: William e Fátima Bonemer

Já era noite e Fátima estava novamente na emergência. Um acidente envolvendo 5 carros acabara de acontecer e aquilo estava uma loucura. Ela estava se desdobrando com os outros médicos para salvar a vida dos pacientes que chegavam, a maioria em estado crítico. Fátima tentava fazer seu serviço o mais rápido possível, ela sabia muito bem que segundos podiam custar vidas. Durante toda correria ela pensou ter visto um rosto comum, Ian.
Ele estava parado na porta da emergência, sozinho, olhando desesperado para as pessoas. Foi quando tudo aconteceu.
Um dos seguranças notou que ele estava com algum problema e tentou ajudá-lo, mas lhe tocou o braço. Nesse exato momento Ian sacou uma arma e atirou no peito do segurança.
Foi uma correria na emergência,pessoas se jogaram no chão. Fátima ficou parada. Ian fitava o corpo do homem no chão, e repetia sem parar:

Ian_Eu quero os arquivos. Vocês não vão mais me seguir.

Fátima respirou fundo e começou a falar com ele.

Fátima_Calma, Ian. Eu posso conversar com você?

Ian_Cala a boca.

Fátima_Eu vou te ajudar. Por favor, me deixa te ajudar?

Ian_Você é igual a eles.

Fátima_Não, eu posso te ajudar. O que você quer?

Ian_Mandem que tranquem as portas. Eles já sabem que estou aqui. Virão me pegar.

Fátima_Tudo bem. Mas eu preciso tirar esses pacientes, tudo bem? Eles estão feridos, precisam de cuidados.

Ian_Ninguém sai. Eu preciso dos arquivos.

Fátima_Ian, por favor. Eles não são perigosos. Olhe, sangue vermelho. Deixa que eles saiam.

Ian_Apenas eles!!

Os pacientes  feridos foram rapidamente retirados da sala e Ian fez com que as portas fossem fechadas. Ficaram na sala apenas Fátima, alguns pacientes, Sandra, mais 2 médicos, as enfermeiras, as atendentes e Ian.

Ian_Eu quero os arquivos.

Fátima_Ian, quais arquivos?

Ian_Eles fizeram minha mãe assinar papeis, dar nosso endereço, eu quero.

Fátima_Tudo bem. Marta, você tem esse arquivo, não tem?

Marta_Tenho.

Fátima_Viu Ian, vai ficar tudo bem. Ela vai imprimir pra você.

Ian_Você acha que eu sou burro? Ainda vai estar no sistema deles.

Fátima_Tudo bem, então ela apaga.

Ian_Eu quero ver. Você, vem aqui. - diz apontando a arma para Sandra.

Fátima_Ian, ela está grávida. Olha, eu vou até o computador com você. Eu não vou te fazer nada.

Ian_Ela está carregando o herdeiro. Ela tem que morrer. - diz gritando.

Fátima_Ian, não, por favor. Ela é minha amiga. Você acha que eu seria amiga dela se ela quisesse te fazer mal? Deixa eu ir no lugar dela!

Ian_ Tudo bem.

Ele segurou Fátima pelo braço e encostou a arma na cabeça dela. Eles foram até a mesa da recepção onde Marta estava.

Ian_Apaga, eu quero ver.

Marta_Eu não posso. Depois que o paciente tem alta os arquivos ficam salvos em um sistema que eu não tenho acesso, a não ser, para visualização.

Ian_Você está mentindo. - diz atirando para cima.

Marta_Não estou. - diz chorando.

Fátima_Ian, ela não está mentindo. Não está, ok? A gente vai dar um jeito nisso, calma.

Nesse momento o telefone tocou e Fátima colocou a mão sobre ele, mas Ian gritou que ela se afastasse.

Fátima_Ian, deve ser a polícia. Eles podem nos ajudar. Olha, se você não atender eles vão entrar aqui. Mas se você atender eles podem dizer como acessar o sistema, e você apaga seu registro aqui. Tudo bem?

Ian_Atende.

Fátima_Alô, é a Dra.Fátima.

Emerson_Olá Dra. , aqui é o comandante Emerson. Como está a situação aí?

Fátima_Não há feridos, estamos em um total de 20 pessoas.

Emerson_E o que o Ian quer?

Fátima_Ele quer ter acesso ao sistema de cadastro do hospital. Ele diz que precisa apagar seu registro aqui. Mas nossas atendentes não têm acesso a esse sistema.

Ian_Eu vou matar todos se não me mostrarem os arquivos. - grita.

Emerson_Ok Ian. Fique calmo. Está tudo bem. Sua mãe quer falar com você.

Rosa_Filho, é a mamãe. Não machuca ninguém meu amor, eles querem te ajudar. Vem ficar comigo.

Ian_Não é a minha mãe. Vocês querem me enganar. Eu quero ter acesso aos arquivos, se não vou matar seus soldados, comandante.

Emerson_Fique calmo. Eu conseguirei o acesso para você. Mas eu preciso que libere os reféns.
Ian_Para você entrar aqui? Nada feito.

Emerson_Escute filho, isso é uma troca. Eu te dou algo e você me dá algo, é assim que funciona.
Ian_Não, você está errado. - Ele olhou para um dos pacientes restantes e atirou em sua perna. - Escutou? Funciona do meu jeito. Você tem 20 minutos, ou eu começo a matar gente.

Ele desligou o telefone e foi até próximo à porta para chegar se não tinha ninguém tentando invadir.

Fátima_Ian, esse homem precisa sair daqui. Ele está perdendo muito sangue.

Ian_Ninguém sai.

Fátima_Ian, você não é um assassino é?

Ian_Não. Eles são.

Fátima_Então, não seja como eles. Deixe ele sair.

Ian_Só ele.

Fátima retornou a ligação ao comandante.

Fátima_Ele vai libertar um ferido, ok?

Emerson_ Eu enviarei um dos meus homens com uma maca para pegar o ferido.

Ian_Nada de policiais. Um médico. E mande o código com ele.

Emerson_Ok. Mas se você ferir mais alguém não teremos mais acordo.

Fátima_Ele não ferirá.

William tinha visto toda a correria de longe, ele também havia escutado o tiro, mas não sabia que tinha vindo de tão perto. Ele se desesperou quando soube que Fátima e seus amigos estavam presos na emergência com um esquizofrênico armado.

William_Eu preciso entrar. Não posso ficar aqui. Minha esposa está aí dentro.

Emerson_Senhor, ninguém entra. Nos deixe salvar sua esposa.

Não demorou muito Ernesto já estava no hospital procurando notícias de Sandra.

Ernesto. Will, cadê a Sandrinha. Ela está bem não é?

William_Ela está lá dentro.

Ernesto_Meu Deus, minha esposa e meu filho. Eles não podem...eles...- diz chorando.

William_Ela está grávida?

Ernesto_Sim, descobrimos a pouco tempo.

William_Acho que por isso ela precisava tanto da Fá hoje.

Ernesto_A Fá também está com esse maluco não é?

William_É, parece que ele só confia nela.

Nesse momento William escutou o comandante dizer que mandaria um médico para resgatar o refém ferido, foi quando teve a ideia.

William_Comandante, eu preciso...

Emerson_Você precisa me deixar trabalhar.

William_Eu sei uma entrada por onde vocês podem invadir.

Emerson_Eu sei de todas as entradas, eu tenho a planta desse hospital.

William_Mas essa entrada não está na planta. Foi feita a pouco tempo, na última reforma do hospital. Na verdade, nem era para ela existir.

Emerson_E onde é essa entrada?

William_Fica atrás do hospital, e dá acesso ao almoxarifado da emergência.

Emerson_Vou averiguar.

O comandante analisou as possibilidades e percebeu que poderia agir alí. Ele montou um plano, enquanto ocorria a troca na porta da frente da emergência, uma equipe entraria por trás e no momento certo renderia Ian. William se ofereceu para ir buscar o refém com a maca e recebeu as instruções para que tudo desse certo.

Emerson_Ian, o Dr. William, é esposo da Dra.Fátima. Ele vai levar o código de acesso ao sistema e vai pegar o refém. Você apaga seus dados e tudo isso acaba, certo?

Ian_Certo.

Ian segurou Fátima na frente do seu corpo e abriu a porta para William entrar. Os dois se olharam, Fátima sussurrou para ele que estava bem.

Ian_Eu quero o código.

William_Eu preciso aparecer na porta com o paciente. Aí eles mandarão o código pelo telefone.
Ian_Se vocês me enganarem...

Fátima_Eles não vão querido.

Ian soltou Fátima para que ela pudesse ajudar William. Eles colocaram o paciente na maca, se olharam novamente e em seguida William pediu para que Ian abrisse a porta. Ele pensava que tudo terminaria naquele instante, mas algo errado aconteceu. Ian percebeu o movimento dos policiais e tentou alcançar Fátima como Refém novamente, mas não deu tempo. Os policiais já estavam na sala, então ele apenas atirou. William empurrou Fátima na hora do disparo, e recebeu o tiro em seu lugar.

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 Fátima ainda tinha o barulho do tiro em sua cabeça. Os policiais já haviam tomado a sala e rendido Ian, porém para ela não parecia existir mais ninguém alí, apenas ela e William. Fátima puxou ele para seu colo. Ele estava com um ferimento no abdômen, de onde saia muito sangue. Ela tentava animar William para que ele não apagasse, mas essa era uma tarefa difícil.

Fátima_William, me escuta, vai ficar tudo bem!

William_Fá, eu...

Fátima_Não fala, apenas fique acordado.Vamos cuidar de você agora.

William_Me desculpe!

Fátima_Não foi culpa sua. Você me salvou amor.

William_Eu nunca pensei que te amar doesse tanto. - diz tentando faze-la rir.

Fátima_Você ficará bem.

William_Queria ter essa certeza. Me prometa que se eu...

Fátima_Por favor, não!

William_Tente ser feliz, ok?

Fátima_Eu serei. Com você!

William_Apenas me prometa.

Fátima_Eu prometo.Eu te amo William.

William_Até a eternidade. - diz antes de apagar.